[Insira seu título aqui] escrita por Helo, William Groth, Matt the Robot, gomdrop, Ana Dapper


Capítulo 35
You're not alone, together we stand


Notas iniciais do capítulo

Hola pessoas, desculpem novamente pelo atraso... Aí está :3



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Tudo bem, Matt, nada de pânico. Você só continua andando sem rumo pela escuridão do túnel com uma menina maluca que você não sabe quem é. Tudo bem, tudo bem. Isso nem me deixa exposto a perigos. Que nada, eu tô super de boa... Só que NÃO.

Droga. Droga. Mil vezes droga. Se eu conseguir sair vivo daqui e voltar ao acampamento, vou pensar seriamente se vou querer sair em outras missões. Não, rapaz, essa vida não é pra mim não. Se ao menos eu pudesse encontrar Helo, Marcy e Ana, deixaria de me sentir tão assustado como eu estava sentindo agora. Eu sentia muita falta das três.

Isso doía. Tudo doía. Fisicamente, eu me sentia cansado, minhas pernas não aguentavam mais andar; percebi que minha cabeça explodia de dor; meus olhos doíam de forçar a vista na escuridão; e eu estava morrendo de fome e sede. Emocionalmente, vários sentimentos me causavam dor: medo, angústia, saudade, nervosismo, ansiedade... As lembranças do acampamento também. As atividades de campo, Quíron, meus amigos... e Marc e Chris... Será que eu voltaria a viver tudo isso?

Eu e a garota andávamos lado a lado. De repente, ela parou e desabou de joelhos, arfando.

– Algum problema? – perguntei, me abaixando para ajudá-la.

– Não... não... – ela falou naquele mesmo tom de loucura. – Só... cansada! Muito! Cansada...

– Tudo bem, podemos parar para descansar – eu disse, com uma voz doce. – Quando você puder, recomeçamos a andar.

– Descansar... descansar... – murmurou ela, e foi engatinhando até a parede, onde se encostou.

Ela abraçou as pernas e ficou se balançando enquanto fitava o vazio.

– Eles... eles são cruéis... – sussurrou ela para si mesma. – Eles são, eles são... Eu... Eles... Medo... medo... medo! – Então ela arregalou os olhos e olhou apreensiva para os lados.

– Calma, está tudo bem – eu disse, segurando o braço dela. Ela tomou um susto e virou o rosto para mim, ainda com os olhos arregalados. Mas não parecia estar me vendo exatamente. Voltou a olhar para o nada, ficando nessa espécie de transe.

Eu estava com muita pena dela. A menina deve ter sofrido uma lavagem cerebral das grandes, coitada. E algo me diz que sei quem seria tão cruel a ponto de enlouquecer alguém desse jeito.

Me sentei em frente a ela, encostado na outra parede. Continuava com medo, minha barriga roncava loucamente e minha garganta estava seca, mas pelo menos eu poderia descansar. Só não poderia me dar ao luxo de dormir, porque essa garota misteriosa podia ser perigosa. Não fazia ideia se ela boa ou má, nem se era uma semideusa, uma mortal, um monstro ou uma deusa. Espero sinceramente que não seja nenhuma das duas últimas opções.

Aproveitei o tempo de descanso – em que eu não tinha que ficar esperando coisas ruins a cada passo que dava ou curva que virava – para pensar melhor em tudo que estava enchendo minha mente.

Uma das conclusões a que cheguei foi: eu não acredito totalmente na minha irmã gelada esquecida. Minha mãe se preocupa comigo e com todos os meus irmãos. Se ela não esteve presente para Despina, não foi de propósito, ela não tem culpa. Talvez Perséfone seja mesmo a favorita, mas todo pai ou mãe com dois ou mais filhos tem um favorito, isso é fato; e não me importo, porque sei que Deméter me ama. Então nada que a picolé rancorosa falou vai me fazer me virar contra a mamis.

Quanto às coisas que Éris me falou, eu nem duvidava: jamais trairia meus amigos como Peter fez. Tenho medo do que ele e esses deuses perversos possam e queiram fazer. Tomara que deixem o acampamento em paz, não quero que aconteça uma guerra do estilo da Batalha do Labirinto que ocorreu décadas atrás. Não quero mortes de pessoas que gosto.

A dor de cabeça passou um pouco, mas minha fome e sede estavam me matando. Na verdade, iam me matar, em não muito tempo. Com certeza não ia ter comida nesse túnel, mas nem um cursinho d'água nem nada? Sério? Isso aqui é debaixo da terra, gente, deveria ter água, nem que fosse pouca. Então era isso: eu ia morrer ali, sentado, de fome e sede, e ia virar mais um esqueleto abandonado naquele lugar horrível.

Então, infelizmente, não pude resistir ao sono e adormeci. Não tive nenhum pesadelo, o que é bom. Mas quando eu acordei, não achei as coisas tão boas assim.

Eu ainda estava no túnel, com certeza. Mas era outro lugar. Um lugar bem abafado. Levantei e olhei em volta. Era totalmente escuro, breu geral, não dava pra ver nada mesmo. O que me deixou muito nervoso e com mais medo. Comecei a gritar e corri, mas logo me bati em uma parede. Corri na outra direção, mas não demorou muito e topei com outra parede.

– AAAAAHHH!! – gritei de novo. Eu estava preso em algum lugar, ótimo. Quer dizer, eu já estava preso antes, no túnel, mas... aaah, vocês entenderam. – Que droga! Que raiva eu tenho daqui! QUE RAAAAIVAAAA!

Depois que me controlei um pouco e parei de gritar, saí desesperado tateando o ar e a parede, à procura de uma saída. Então parei e lembrei da garota; e senti raiva não só do túnel, mas de mim mesmo.

– Parabéns, Matt – falei ironicamente, e dei um tapa na minha cara. – Parabéns mesmo. – Dei mais um tapa, do outro lado.

Eu sabia, sabia que aquela garota estranha e desconhecida só significaria problema. Principalmente num lugar que é o problema em pessoa (ou em túnel, mais apropriado). Pois é, eu caí numa armadilha. Numa maldita armadilha. Tava na cara que era suspeito, mas minha bondade tinha que falar mais alto. Às vezes eu queria não me preocupar tanto com os outros. Que ótimo. Otimamente ótimo.

Desisti de procurar uma saída, era inútil. Fiquei em pé parado e comecei a chorar. Nossa, sou realmente muito maduro, hein. Que manteiga derretida, toda hora choro. Belo líder de missão, não poderia haver melhor.

Então, de repente, ouvi gritos e alguém caiu no chão perto de mim com um estrondo. Tomei um susto e pulei para o lado.

– Quem tá aí? – perguntei, com medo;

– Matt? É você?

– Helo?? – eu disse sorrindo, e meu medo rapidamente se transformou em alegria.

Tateei o ar à procura dela, e acredito que ela fez o mesmo, porque nossas mãos acertaram a cara um do outro. Rimos e nos abraçamos.

– Tão bom te ver! – exclamou ela.

– Digo o mesmo! – falei, contente. – Achei que nunca mais fosse ver nenhuma de vocês. Onde estão Ana e Marcy?

Ela não respondeu;

– Helo? – chamei.

– Ah, Matt... – murmurou ela, triste. – Tivemos que deixar Ana para trás... – Ela se interrompeu, chorosa. Depois continuou a falar e me explicou tudo. Fiquei muito preocupado; pobre Ana, sozinha estando cega...

– E a Marcy? – perguntei, com medo da resposta.

Helo começou a chorar.

– Um vento forte... – começou ela, entre soluços –...me separou dela... Ah, Matt, e agora? Eu disse coisas horríveis para ela e nem me desculpei direito! E se nunca mais a vir? O que eu faço?

– Calma, Helo, fique calma, tudo vai acabar bem – disse eu, consolando-a. Embora eu não acreditasse muito que isso fosse possível, tinha que tentar fazer minha amiga se sentir melhor.

Mas não adiantou muito. Ela sentou no chão e ficou chorando.

– O que foi de tão horrível que você disse para ela? – perguntei, me sentando ao lado dela. – Tem algo a ver com aquela missão em que vocês foram juntas? Claro, se você quiser me contar.

– Conto sim, claro – disse ela enxugando as lágrimas.

Então começou a contar. E enquanto eu ouvia, imaginava quanto tempo iríamos ficar presos ali. E se conseguiríamos sair.


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Notas finais do capítulo

Não estou mais sozinho Õ/
Em compensação, Marcy e Ana estão... e agora?
Comentem :3



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