[Insira seu título aqui] escrita por Helo, William Groth, Matt the Robot, gomdrop, Ana Dapper


Capítulo 30
Encrencado?


Notas iniciais do capítulo

Ooi gente, aqui é o Matt, desculpem pela demora... :/ mas aí está, boa leitura!



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Sozinho. Pois é, eu estou sozinho nesse túnel medonho. Se com 4 pessoas já é apavorante, sozinho é ainda mais. Fica um silêncio perturbador. E andar por esse escuro sem companhia me dá muito medo. E se algum monstro aparecer, danou-se. Sou um semideus morto.

Era totalmente assustador. A cada passo que eu dava, a cada curva que eu virava meu corpo gelava e tremia. Não sabia quanto tempo ia levar pra achar as outras, nem se eu conseguiria achá-las. E pra piorar, eu estava com fome e não havia comida alguma comigo. Naquele túnel eu não acharia comida muito menos. Então já era, eu morri. Estou morto.

Vários pensamentos martelavam minha cabeça. As coisas que Éris me disse e mostrou... Eu já tinha quase me convencido de que Peter havia mesmo nos traído, mas não entendo por que ele fez isso. Mas não importa; se ele o fez, merece a morte, e vou ajudar as meninas a matá-lo quando nos encontrarmos.

Também pensava no que Despina me dissera, sobre minha mãe só se importar com Perséfone e não ligar para os outros filhos... não, aquilo não podia ser verdade. Minha consciência me dizia para não acreditar. Mas algo lá no fundo me deixava com uma pontada de dúvida. Eu não queria duvidar, mas duvidava.

Então basicamente é isso: sozinho, morrendo de medo e com a mente cheia de confusão. Que belo exemplo eu sou, não?

Comecei a conversar comigo mesmo para quebrar aquele silêncio que me deixava nervoso.

– Ok, Matt, você está sozinho - disse tentando ficar calmo. - Tudo bem, não vou me preocupar. Vou ignorar a fome, eu não estou com fome, não estou.

Dizem que se você repetir uma coisa várias vezes, seu cérebro vai acreditar que é verdade, então...

– Eu não estou com fome - continuei. - Não estou. Nem com medo. Eu vou continuar andando, e logo vou encontrar Helo, Marcy e Ana. Sim, eu vou encontrá-las, e vai ficar tudo bem. E eu não estou com fome.

Parei um pouco. Recomecei a andar, mas devagar, e fui procurando passagens nas paredes ou no chão. Eu precisava achar minhas amigas. Só esperava não encontrar com Peter antes, porque se tivesse só eu e ele, com certeza eu também seria um semideus morto. Ele nunca gostou de mim mesmo, e agora que passou pro lado de Éris...

– Quanto tempo será que já passou? - perguntei a mim mesmo. - Será que já acabou o prazo? Ai meus deuses, Ares vai sair destruindo tudo! Por causa desse maldito objeto que eu nem sei o que é!

Continuei andando por mais um tempão, e já estava perdendo as últimas esperanças de sair vivo daquele lugar.

– Que droga! Cansei de ficar sozinho! - exclamei. - Se pelo menos eu achasse esse objeto idiot... - Então ouvi um barulho alto atrás de mim, como uma explosão. - Aah! O que foi isso?? - Me virei rápido, mas não vi nada. Só escuridão e mais escuridão.

Voltei a andar, sem rumo.

Então tudo isso foi demais para eu continuar tentando me acalmar. Eu estava indignado. Com ódio. Éris, Despina, o túnel, Peter, Ares, esse objeto, essa missão, os monstros, eu sozinho... tudo isso me dava raiva. Muita raiva e ódio. Então me estressei. Parei de andar e comecei a gritar.

– AAAAAAH!!!! MALDITO SEJA TUDO ISSO!! - me descontrolei de vez. - MALDITO ARES! ÉRIS IMBECIL! PETER TRAIDOR! DESPINA PUTA! NÃO AGUENTO MAIS! TODOS VOCÊS MERECEM MORRER!

Então me escorei na parede e comecei a chorar.

– Não aguento mais... não aguento mais isso... esses desprezíveis... - fui descendo pela parede até cair sentado no chão, e o choro aumentou. - Não aguento... mais... não aguento, não suporto mais...

Fiquei ali sentado, me acabando de chorar, por um bom tempo.

– Cansei de tudo isso... Quero que isso acabe, quero ir embora daqui!

Fiquei cansado de repente. E já estava quase dormindo, quando ouvi alguma coisa.

Um choro. Que não era o meu. No começo nem prestei muita atenção, mas ficou mais alto, então parei pra escutar.

Vinha de mais adiante, virando uma curva. Segui o som e me deparei com alguém sentado, escondendo o rosto nos joelhos e chorando tanto que havia uma poça ao redor. Arregalei os olhos e quase corri até lá, mas me contive. E se fosse uma armadilha? Eu não podia arriscar. Por outro lado, podia ser alguém precisando de ajuda.

– Aahn... olá? - chamei.

A figura ergueu a cabeça, surpresa. Era uma menina, de uns 10 ou 11 anos.

– Me ajude, por favor, me ajude! - suplicou ela em meio ao choro. - Por favor!

Ela levantou e correu até mim, agarrando minha roupa.

– Por favor!! Me ajude!

Me afastei subitamente, em reflexo.

– Por favor... - continuou ela.

– Calma, calma, está tudo bem - disse me aproximando. - Como posso te ajudar?

– Me ajude a achar a saída daqui! - implorou ela. - Eu estou presa nesse lugar maldito!

Ela estava com uma aparência horrível, toda suja e com as roupas rasgadas. Pensando bem, minha situação não deveria estar melhor.

– Quem é você? - perguntei. - Qual o seu nome?

– Eu... e-eu... - gaguejou ela, como se não lembrasse. - Eu não lembro... não lembro quem sou! Eles... eles fizeram isso... me fizeram esquecer... os que me prenderam aqui!

– Calma, menininha - eu disse, tentando ser gentil. - Quem te prendeu aqui? - perguntei, meio desconfiado.

– Eles... eles... - ela gaguejou de novo. - Eles! Não lembro quem! Foram eles!

Ela parecia ter enlouquecido. Tremia, balbuciava coisas sem sentido e fitava o vazio com um olhar fixo. O que eu faço agora?, pensei.

– Eles... eles... - murmurou ela, mais para si mesma. - Presa... Socorro... Eles...

– Tudo bem, vou te ajudar - eu disse, e senti um leve arrependimento logo depois.

– Obrigada! - exclamou ela, me abraçando. - Muito obrigada!

Droga, por que eu tinha que ter essa alma boa? Acabei de conhecer uma pessoa suspeita no túnel do medo e já vou ajudá-la. Semideuses não deviam confiar em qualquer um assim. E se ela fosse um monstro? Mas eu sou um idiota que adora ajudar os outros. Não posso ver alguém em dificuldade que meu espírito altruísta fala mais alto.

Mas eu também estava pensando em achar a saída do túnel. Quem sabe eu poderia me comunicar com o acampamento, falar sobre a traição de Peter e pedir ajuda para resgatar as meninas. Só não ia ser nada fácil... ainda mais porque esse túnel com certeza é vivo, ou controlado por alguém. E se não quiserem que eu saia, eu não vou poder sair. Ótimo.

Fomos andando calados. Mesmo com o silêncio perturbador ainda presente, pelo menos eu não estava mais sozinho. Tudo bem que minha companhia é uma menina estranha que apareceu do nada, e nem sei se ela é do bem. Mas é melhor do que nada.

Oh meus deuses, em que enrascada estou me metendo?


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Comentem :3



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