[Insira seu título aqui] escrita por Helo, William Groth, Matt the Robot, gomdrop, Ana Dapper


Capítulo 18
P.S.: Eu te amo, seja forte


Notas iniciais do capítulo

Oiie, aqui é a Ana, espero que gostem, e não chorem como eu fiz escrevendo a versão original disso (eu perdi o capítulo e tive que reescrever)



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Se nossa “visitinha” ao lar de feiticeiras que, de acordo com meus amigos, era superincrível, e que tinha uma rainha maravilhosa, que a propósito era minha irmã, foi legal? Para os outros, talvez. Primeiro, não gostei porque era um lugar lindo, que eu não podia ver, apesar de estar lá, e isso era absurdamente irritante. Segundo, porque a rainha Samilee não era alguém por quem eu caíra por amores, ela me julgara sem conhecer, me desprezara e transformara Peter e Matt em porquinhos-da-índia. Juro que se eu pudesse ver ela e ter alguma mínima ideia de quais seriam seus pontos fracos em batalha, eu já teria assassinado aquela vadia, francamente, ela disse que eu só ligo pra aparência? Ah, esqueci que é ela que nem sequer penteia o cabelo há mais de uma semana! Terceiro, porque sonhei, e não foi um sonho comum, muito menos bom.

Começou como sempre, o pesadelo do túnel em que meus amigos sumiam e eu acabava sozinha. Eu já estava me acostumando, e isso já não me assustava tanto, o problema foi o que veio depois, com esse pesadelo eu não estava nem um pouco acostumada, preparada muito menos. Uma mulher, morena, com a pele clara, os olhos negros e profundos, expressão jovial, usando um vestido verde escuro se aproximou de mim. Eu via apenas ela e a escuridão, nada mais, então ela falou. “Meu nome é Trivia. Podemos dizer que sou sua mãe, sua outra mãe. Vim lhe mostrar o passado, te fazer entender algumas coisas, ou não, e dizer que sinto muito.” Ela agitou a mão e meu corpo ficou paralisado, eu só podia mover meus olhos, não que isso fosse um alívio, já que eu era um fantasma agora. A mulher desapareceu, por um instante tudo ficou escuro, então a cena mudou.

Vi a mesma mulher novamente, porém, agora ela carregava traços de tristeza no rosto, o que parecia tornar ela muito mais velha. Trivia trazia junto de si um bebê, que eu não podia ver. “Ah, minha pequenina, você está destinada a muitas coisas, coisas que talvez você não possa lidar, mas não te culpo, você carrega grandes poderes, e com grandes vêm grandes responsabilidades. Preciso ir, mas prometo que quando for a hora certa, eu vou voltar pra te ajudar.” Então um homem surgiu atrás dela. Ele, por sua vez, estava sorridente, em seus olhos uma mistura de cores se modificava, como no ritmo de uma dança, seus cabelos curtos eram ruivos e bagunçados. Ele se aproximou de Trivia, se ela não estivesse tão triste, eu poderia dizer que eles eram um casal bastante apaixonado, e animado, mas quando o homem viu a expressão de sua companheira, seu sorriso se apagou. Ele a lançou um olhar solidário, triste, porém compreendendo. “Chegou a hora, não é? Você vai embora.” “Eu sinto muito.” O corpo dela tremeluziu e por um momento eram três aparências, mas uma única pessoa, Hécate, então, voltou a ser Trivia, deitou o bebê em um berço, os olhos da criança eram idênticos aos do homem, assim como seu cabelo. “Preciso ir, Júpiter está me chamando, nunca vou te esquecer, Anthony.” Ela beijou o homem e desapareceu em uma névoa roxa.

Anthony desabou no chão, ele chorava de uma maneira que me fazia querer acariciá-lo até ele dormir; aquela mulher era tudo para ele, e agora ela se fora. De repente me vi em seu lugar, senti sua dor, era algo que queimava de dentro pra fora, não pude conter as lágrimas. A cena mudou, vi o mesmo homem, ele estava sentado em uma cama, um cobertor tapava seu corpo, agora muito mais magro até a cintura. Seus olhos já não tinham a mesma alegria e ele segurava uma folha, que diagnosticava um sério caso de depressão. Uma menininha ruiva se aproximou correndo, devia ter uns dois anos. “Papai, papai!” Ela tropeçou, fazendo um leve sorriso se acender no rosto do homem. “Ai. Papai, me ajuda a amarrar o sapato?” Ela trocava o R pelo L, e usava um par de rabos-de-cavalo baixos; ela se sentou na cama e Anthony amarrou seus sapatos, sorrindo, mas então ele desviou o olhar um momento para o papel onde se encontrava o diagnóstico médico e seu sorriso, mais uma vez, se desfez. “Escute, Ana", gelei, aquele era meu pai, e a garotinha era eu, "preciso que me prometa que, aconteça o que acontecer agora, você vai confiar no tio Loouis, e quero que me prometa também que você vai ser forte, e não importando a situação, vai ser quem você realmente é, porque eu te amo desse jeito mesmo.” A minha versão mini sorriu. “Eu prometo, papai.” Ela não sabia o que estava fazendo. “Mais uma coisa, não confie na...” Tudo escureceu. A cena mudou.

Era Anthony, mais uma vez, ele agora estava deitado no chão, uma quantidade enorme de sangue o cercava, e parecia vir de seus pulsos, como se o ferimento não pudesse se fechar, e fosse sangrar até que não existisse mais nenhuma gota de vida no corpo dele. Ao seu lado, um bilhete escrito à mão dizia “And I’d give up forever to touch you, cause I know that you feel me somehow, you’re the closest to heaven that I’ll ever be, and I don’t want to go home right now”, e logo abaixo “ainda te amo, my lady”, eu conhecia a música, se chamava Iris, Cass gostava dela, sabia traduzir também, e a letra martelou na minha cabeça por alguns segundos. “E eu desistiria da eternidade para tocá-la, pois eu sei que você me sente de alguma maneira, você é o mais próximo do paraíso que chegarei, e não quero ir para casa agora.” Então, escutei minha própria voz, porém mais fina, gritar próxima dali. “Papai, papai!", Ana Júnior se aproximava; ela viu seu pai; meu pai. "Papai!," a garotinha berrou. "Papai, quem fez isso?! Não! Papai, responde, papai! Papai, responde, papai, papai!”.

Trivia, isso é tudo sua culpa!, pensei. Vá se foder, sua vadia! Eu já não podia reprimir as lágrimas. Então, tudo ficou escuro; eu estava sozinha de novo, acordada e cega, e eu tinha um novo propósito: ver meu pai.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostou? Espero que sim, e se não gostou, obrigada por ler :v



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