Strawberry escrita por Yuna Aikawa


Capítulo 1
É




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            Acho que devo começar dizendo que, quando eu conheci a Anne, minha mãe ainda estava viva, eu não fazia idéia de qual era o gosto das drogas e álcool, adorava Padrinhos Mágicos e sabia contar piadas.

            Certo, vamos voltar àquela época. Eu tinha 15 anos, e até que era bem normal para a idade – cantava garotas, me dava bem no futebol e vivia no computador. Acho que nem preciso dizer que acabei me apaixonando pela Moranguinho, né? Quer dizer, qualquer um se apaixonaria por uma calcinha de morangos e uma personalidade forte e doce – eu acho.

            Só havia um problema: Willy. Antes de mais nada, nenhuma mãe em santa consciência daria o nome do filho de Willy, nem as mais viciadas em Free Willy; seu nome era Willian K., o namorado de Sweet.

            Vamos começar com: o que diabos ela viu naquele imbecil? Sério mesmo, o cara era um babaca, drogado e com um linguajar que fazia uma morsa parecer culta. Willy era alto, loiro, malhado, usava jaqueta de couro, jeans rasgado, All Star e lembrava muito Dean Winchester – Supernatural. Só para constar, Anne era de estatura média, cabelos castanhos moldurando um rosto delicado como o de um anjo, olhos azuis e lábios rosados – Ah, ela era perfeita demais para descrever aqui.

            Certo, passei um ano observando os dois na escola, saindo com eles, segurando vela. Ai veio Charles, Charles Walker, a garota que se apaixonou perdidamente por mim, mas não passava de mais uma viciada em heroína e cocaína. Tinha os cabelos e sobrancelha tingidos de azul, óculos de aros grossos vermelhos e era uma puta de uma gostosa – acredito que vendesse o corpo em troca de alguns ácidos.

            Okay, pelo menos a coisa ficou melhor, eu já não segurava mais vela sozinho – e ainda tinha alguém para dar uns amassos quando ficava entediado. Na verdade, foi o tédio que me derrubou.

            O tédio que me levou a misturar aquelas coisas na seringa e injetá-las nas minhas veias, o tédio me fez beber mais de dezoito litros de álcool por semana, o tédio é a minha desculpa.

            Ah, estou me adiantando novamente... Desculpem-me. Antes de eu me perder na vida, na metade do segundo ano do ensino médio, ainda veio Bob. Grande Bob, um excelente amigo, sempre dando conselhos geniais – se eu tivesse escutado alguns, tenho certeza de quê não acabaria com sangue nas mãos.

            Okay, personagens apresentados, por que não passamos logo para a minha ruína? Ah, claro, a partir de agora vem as coisas mais ridículas possíveis, minhas patéticas tentativas desajeitadas de impressionar uma garota.


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