Bella

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH – um grito ensurdecedor tremeu as bases da casa Swan na manhã de quinta-feira.

Encolhi-me mais debaixo do meu edredom, querendo sumir tempo o suficiente para a poeira baixar e nós seguirmos a vida como se nada tivesse acontecido. Pedi em pensamento que meu irmão não morresse muito.

A porta do meu quarto foi aberta abruptamente. Meus olhos se arregalaram, e eu tremi na base imaginando as várias formas que meu irmão estaria pensando em me matar agora. Fiquei praticamente estática debaixo das cobertas, até um corpo pular em cima de mim.

Soltei um grito agudo.

— Cale a boca, Bells. – Nessie disse e soltou uma risadinha. Ah, então era a encapetada que tinha pulado em cima de mim! — Oh, meu Deus, você ouviu? Ele deve está surtando agora.

Coloquei minha cabeça para fora do edredom e olhei amedrontada para Nessie.

— Acho que exageramos. – murmurei.

Ela fez uma cara de desdém.

— O que está acontecendo agora, meu Senhor? — a voz altiva de mamãe era bastante expressiva no corredor. – Jazz, querido, pode abrir a porta?

— EU ESTOU HORRÍVEL! — o seu gritou saiu abafado aos meus ouvidos por conta das camadas de paredes.

Na pontinha dos pés, Nessie e eu saímos da cama e colocamos apenas as nossas cabeças para fora do quarto. Mamãe já estava perfeitamente vestida para mais um dia de trabalho e em pé de frente a porta do quarto do Jasper. Ela não nos notou.

— Posso saber por quê? – ela colocou a mão na cintura, provavelmente achando que era mais um ataque de Jazz.

Jasper abriu a porta abruptamente, no mesmo momento em que papai chegava ao primeiro andar. Seus olhos se arregalaram com o que viu e os de mamãe não foram muito diferentes.

— Porque fizeram ISSO COM MEU CABELO! – gritou/choramingou, apontando para os seus cabelos que não possuíam mais nenhum dos seus preciosos cachos, apenas fios de cabelos desordenados e curtos.

Meus pais ficaram sem palavras. Os olhos de Jasper se voltaram para o corredor e acabou por encontrar a cabeça de Nessie e a minha à espreita.

Juro que vi um brilho sanguinário em seus olhos assim que ele nos detectou.

— Eu. Vou. Matar. Vocês. – grunhiu pausadamente e partiu para o ataque.

Eu gritei. Renesmee gargalhou. Voltei para dentro do meu quarto, puxando Nessie pela mão para fechar a porta, porém Jazz foi mais rápido e invadiu o cômodo.

Comecei a correr desesperadamente em círculos pelo quarto, puxando uma Nessie quase morrendo de rir pela mão, na tentativa de fugir do desvairado do meu irmão. Consegui escapar pelo corredor, onde passei rapidamente pelos meus pais e desci as escadas, milagrosamente, sem cair. Fugi para o jardim e acabei deixando Nessie cair na grama, porém ela logo se recompôs quando percebeu um Jasper muito bravo atrás dela.

— PAREM! EU VOU PEGAR VOCÊS! – gritou Jazz.

— E VOCÊ ACHA QUE NÓS VAMOS FACILITAR? NEM MORTAS! – berrei de volta.

— É ISSO AI IDIOTA! AGORA PENSA BEM ANTES DE FALAR MERDA. – falou minha prima, lançando o dedo médio para ele.

Jasper acelerou o ritmo. Nessie e eu nos entreolhamos e praticamente nos falamos pelo olhar ao traçarmos o nosso plano: ela iria para um lado e eu iria para o outro. Assim que nos separamos, Jasper parou, olhando para onde eu estava e logo para onde Nessie estava. Depois de virar a cabeça umas trezentas vezes, ele decidiu que eu era o alvo mais fácil e veio atrás de mim.

Eu, nada besta, coloquei sebo nas canelas e voltei para minha corrida desembestada. Meu pé machucado latejou um pouco e eu fiquei com medo de passar mais tempo com aquela faixa estúpida.

Olhei brevemente para trás, notando que ele estava muito perto e quando meus olhos voltaram focar o caminho a minha frente, eis que tombo em um corpo com bastante força e acabo levando-o para o chão junto comigo. Meus olhos se encontraram com um arregalado par de olhos verdes.

Antes que eu pudesse processar algo para falar, outro corpo é jogado em cima de mim, fazendo com que eu e outro gemêssemos. O outro mais do que eu, por motivos óbvios.

— Eu vou arrancar o seu cabelo fio por fio para você vê como é bom, Isabella. – Jasper puxou meus cabelos com força.

Rolei de cima do corpo com certa dificuldade e acabei por levar meu irmão junto, já que ele estava grudado com os meus cabelos. Levei minhas mãos as mãos de Jasper, tentando tirá-las dos meus fios.

— Para com isso, Jazz! Nós só tiramos um pouquinho, nem ficou tão ruim. – tentei me defender em vão.

— UM POUQUINHO? VOCÊ ESTRAGOU MEUS CACHOS! VOCÊ E A RUIVA DESVAIRADA!

— Hey! – minha prima resmungou.

— NESSIE! – clamei por ajuda.

Mas não foi a ruiva que veio me ajudar. Um par de mãos masculinas conseguiu afastar Jasper de mim, e só ai vim notar que era a mesma pessoa dona dos olhos verdes: Edward Cullen.

Oh, que novidade, não é mesmo?

— O que você faz aqui? – questionei para o Cullen enquanto levantava-me do chão.

— Hoje é dia de tirar a faixa do seu pé. Esqueceu que eu a levaria? – respondeu com certo esforço, pois ainda tentava domar Jasper.

— Edward se você não me soltar, vou pisar no seu pé. – meu irmão avisou com a voz muito tranquila.

— Jas... – Edward começou, mas não pode concluir, pois Jasper cumpriu o prometido e pisou em seu pé, fazendo com que Edward o soltasse imediatamente. – AI! – resmungou alto, pegando seu pé com as duas mãos.

Jasper saiu correndo atrás de Nessie, porém ambos foram barrados na porta da casa por meus pais. Eles possuíam uma expressão muito séria em seus rostos. Voltei-me para Edward, percebendo que ele ainda estava alisando seu pé.

Fiz uma careta.

— Não precisa me levar. – retornei ao assunto.

— Precisa sim e não vamos discutir isto, por favor. – pediu com a voz um pouco sôfrega.

— Precisa de um pouco de gelo? – interpelei.

— Não. Daqui a pouco passa. – sorriu amarelo.

— Isabella, venha cá! – papai chamou-me com a voz bastante séria.

Engoli em seco.

— Estou ferrada. – sussurrei para mim mesma.

— O que vocês aprontaram agora? – Edward perguntou com o cenho franzido.

— Apenas olhe o cabelo de Jazz, caso não tenha percebido.

A última coisa que vi antes de me virar foi à boca de Edward ir praticamente ao encontro do chão.

[...]

Acho que faz cerca de um minuto que estávamos no escritório dos meus pais. Ambos olhavam para nós três com a reprovação nítida no olhar. Papai estava sentado na cadeira atrás da mesa, enquanto mamãe permaneceu em pé ao seu lado. Ela foi a primeira a falar.

— Eu vou recepcionar Edward. Charlie é com você. – mamãe afagou o ombro do meu pai e saiu do aposento.

Nessie gemeu baixinho. Ela sabia do sermão de psicólogo que viria a seguir.

Papai soltou um suspiro e cruzou suas mãos sobre a mesa antes de começar a falar.

— A adolescência é uma fase de mudanças na vida de qualquer pessoa. É nessa época que os hormônios estão correndo com mais intensidade por nosso corpo. É nessa época que fazemos coisas irresponsáveis, damos mais dores de cabeças para os nossos pais e somos mais propensos a entrar em confusões.— ele falou essa última parte olhando mais criticamente para nós. Continuamos em silêncio, como sempre ficávamos quando Charlie vinha com os seus sermões. – Mas isso não é algo que devemos deixar para lá. Os pais têm o dever de orientar os seus filhos a não fazerem muitas besteiras e então é isto que eu vou fazer aqui. Vocês são irmãos, uma família, e mesmo que haja alguma controvérsia devem ser unidos. – ele pausou um sorriso começando a surgir em seus lábios. – Agora, eu quero que cada um olhe para o outro e peça desculpas.

— Eu não vou pedir desculpas! – Jasper se exaltou. – Essas loucas varridas que cortaram o meu cabelo sem eu ter feito nada!

— Doida varrida é a sua cara, seu loiro azedo. Quem mandou ser um linguarudo? Sabe que tem volta, então aceite. – ela deu língua para ele, virando seu rosto para a direção oposta a Jasper.

Eu revirei os olhos.

— Foi um comentário totalmente inocente! Talvez você deva pensar duas vezes antes de ficar secando os vizinhos. – mesmo que Nessie não olhasse para ele, Jasper mantinha os olhos maldosos nela.

Arqueei uma sobrancelha. Era muita cara de pau!

— Comentário inocente? Quem não te conhece, que te compre Jasper. Você falou aquilo de propósito. Seja homem e assuma! – mandei indignada.

— Homem não é uma palavra que consta no dicionário dele. – Nessie zombou.

E então uma confusão de vozes começou. Meu pai se viu perdido por uns instantes enquanto observava o bate-boca entre nós três. Pobre Charlie! Ele sabe que sempre vamos brigar por uma coisa ou outra, nós somos adolescentes, não sei por que ele ainda insiste.

— Crianças! – a voz de Charlie saiu um pouco mais alta que as nossas, atraindo nossa atenção. – Eu quero que vocês se desculpem como pessoas civilizadas ou então terei que impor castigos nada agradáveis. – o olhar de Charlie transmitia todo o ar de castigos desagradáveis.

Jazz, Nessie e eu nos entreolhamos, percebendo que não tínhamos escapatória.

— Desculpa. – pedimos em conjunto, olhando para baixo.

— Bom. Agora quero um abraço em grupo. – Charlie estava mesmo de onda com a nossa cara.

— Pai/Tio. – nós três resmungamos.

— Abraço. – a voz calma de Charlie estava irredutível.

Novamente sem escapatória, nós levantamos e nos abraçamos sem a mínima vontade. Jasper mantinha seus olhos de cobra para nós, enquanto Nessie e eu fazíamos caretas. Sorte que Charlie não pegou esse momento. Quando nós nos soltamos, ele parecia bem satisfeito.

— Doeu? – perguntou. Ninguém respondeu. – Ótimo! Agora vocês vão ter que se arrumar rápido para irem à escola. Principalmente você, Bella, que ainda terá que ir ao hospital. – ele sorriu. – Creio que Edward está a esperando lá embaixo.

— Eu não... – antes que eu pudesse falar alguma coisa, Nessie estava arrastando-me para fora do cômodo.

— Você irá com Edward sim. Precisamos ser verídicos sobre o namoro. – ela sussurrou em meu ouvido enquanto víamos Jasper entrar em seu quarto sem olhar para nós. Ainda não estávamos perdoados.

— E você e Jasper?

— Eu dou o meu jeito. – ela me empurrou para dentro do meu quarto e passou direto para o seu.

Soltei um choramingo ao caminhar para o banheiro.

Algo me dizia que hoje seria um longo dia.

Jasper

Pensamentos nada felizes passavam por minha cabeça desde que acordei. Não existe baque maior do que você ir dormir com os seus cabelos lindos e maravilhosos e acordar no outro dia com apenas uma penugem do que foi um dia. E pra piorar a situação, todos os pedaços estavam espalhados pelo travesseiro.

Não precisei muito gastar os meus neurônios para descobrir quem tinha feito isso. Renesmee e Isabella. As duas não ficaram nem um pouco felizes pelo meu comentário de ontem e tinham que encontrar alguma forma de revidar. Esse era o jogo, afinal, porém meus cabelos eram sagrados.

Agora, depois de um sermão do meu pai, a única coisa que se passava pela minha cabeça era a vingança contra as duas. Teria que ser algo forte, equivalente a morte dos meus cachos. Olhei-me novamente no espelho e eu quase pude sentir meus olhos lacrimejando por falta deles.

Acho que vou ter que usar uma touca até que cresçam novamente. Pensei tristemente.

Derrotado, comecei a rastejar para o banheiro, porém uma batida quase tímida na porta fez-me estancar.

— Bella, vá embora! – mandei. Bella era mais de sentimentos do que Nessie, por isso minha primeira hipótese foi ela.

— E se for a Alice, você permite que ela fique? – a voz doce Alice saiu um pouco abafada por conta da porta.

Involuntariamente, um sorriso brotou em meu rosto. Alice era uma boa garota e eu não via motivos para ela não entrar. A não ser pela a falta de cachos, mas rapidamente encontrei um boné e o enfiei na cabeça.

— Entre.

Ela abriu a porta gentilmente e sorriu a me ver. Seus olhos passearam pela minha cabeça e sua testa franziu ligeiramente. Ela parecia muito bonita esta manhã, mas quando ela não está? Deixei esse pensamento de lado, imaginando o quanto Jacob e Emmett enxeriam-me o saco se soubessem dele. Ao lembrar-me dos meus amigos, quase choraminguei ao imaginar a reação deles ao descobrirem sobre o ocorrido.

— Algum problema? – ela perguntou com um pouco de preocupação em sua voz, sentando-se ao meu lado da cama.

— Estou praticamente careca. – choraminguei feito uma criança, mas, porra! Era o meu cabelo. O MEU AMADO CABELO!

— Oh, não deve está tão ruim assim, Jazz. – ela passou a mão sobre meus ombros. – Será que eu posso ver? Talvez possa ajudar.

— Como você vai ajudar? – olhei feito um cachorrinho perdido para ela.

Alice sorriu timidamente.

— Mamãe e Edward costumam dizer que sou boa com cabelos. – deu de ombros. – Talvez eu possa dá um jeitinho.

— Pode trazer meus cachos de volta? Eu os guardei em um saquinho! – olhei esperançosamente para ela.

Ela riu levemente.

— Isso só o tempo poderá fazer, querido. Digamos que eu possa dá um... Novo estilo para ele.

— Novo estilo? – meu rosto se contorceu em confusão.

— Confia em mim?

[...]

— Preparado? – Alice perguntou para mim.

Eu estava de costas para o espelho que eu tinha em meu quarto, enquanto fitava um pouco assustado a baixinha muito sorridente a minha frente. Depois de eu ter feito a minha higiene matinal e tomado um banho, Alice começou a trabalhar em mim.

— Acho que... Não sei. – confessei.

Ela riu.

— Feche os olhos.

Eu fechei. Alice girou-me lentamente, até deixar-me de frente para o espelho.

— Agora abra. – ela sussurrou em meu ouvido, quase como se fosse um segredo.

Abri meus olhos. A primeira coisa para a qual eu olhei foi para o meu cabelo. Ele estava em uma espécie de topete desorganizado (graças à raiz mais lisa do meu cabelo), que me deixava com a aparência mais... Descolada. Olhei para o restante de mim, notando que Alice tinha razão quando falou que uma radicalizada nas minhas roupas combinaria mais com o meu novo-forçado-corte. Minhas vestes consistiam em um jeans um pouco mais justo, tênis com cano alto, uma camisa branca ajustada ao meu corpo, acompanhada de uma camisa xadrez preta. Alice realmente sabia fazer uma boa combinação de roupas.

— E então? – ela questionou diante do meu silêncio.

Eu sorri para Alice e então a abracei, pegando-a totalmente desprevenida, porém a tempo de retribuir o meu abraço.

— Você é demais, Alice. Obrigado. – agradeci verdadeiramente.

A porta do meu quarto foi aberta por Renesmee sem nenhum aviso. Típico!

— Alice, Jasper, vocês... – sua voz morreu no instante em que seus olhos caíram sobre mim. Ela olhou-me de cima para baixo umas dez vezes. – Jasper? – perguntou com a expressão mais incrédula (e engraçada) que já vi um dia em seu rosto.

— Está falando com ele. – pisquei um olho.

Ela piscou os olhos rapidamente, tentando articular alguma coisa, porém seus lábios só mexiam-se sem emitir nenhum som.

— Alice! – ela finalmente soltou com a voz estridente, parecendo bastante chateada com a amiga.

A baixinha se contraiu um pouco. Eu apenas ri da minha prima idiota.

Acho que as coisas serão interessantes hoje.

Bella

Depois de passar no hospital e o médico me liberar daquela maldita faixa, deixando apenas a recomendação para que eu me cuidasse melhor da próxima vez, Edward e eu fomos para o colégio.

Sim, Edward Cullen acabou levando-me para o hospital. Eu protestei um pouco enquanto eu tomava o café da manhã, mas eu não tinha escapatória. Saí antes de Nessie e Jasper (pois cada um ainda estava enfurnado em seu próprio quarto). Alice também tinha ficado para trás, pois quando Edward foi chamá-la para irmos, Nessie apareceu falando que eles iriam junto com Emmett, já que após saber do ocorrido com Jasper, Alice foi atrás de saber como ele estava.

Edward estacionou em uma vaga livre próximo de onde Emmett e Jacob estavam conversando. Estranhei só achar os dois ali. Onde estavam Alice, Jasper e Nessie?

Achando que não sabia abrir a porta do carro sozinha, Edward a abriu para que eu saísse. Olhei insatisfeita para ele e fui retribuída por um maldito sorriso torto.

— Onde estão os doidos que moram na minha casa e a Alice? – perguntei aos meninos, tomando impulso para sentar no capô do jipe - Pensei que eles viriam com você, Emm.

— Nessie mandou uma mensagem falando que não precisava e que eles já estavam chegando. – Emm respondeu, dando de ombros. Ele sorriu para mim e bateu no meu joelho. – Pronta para outra?

— Espero que não tenha outra. – falei sombriamente, meus olhos rastejando para Edward que pareceu encantado com a paisagem ao redor de si.

— E como Edward é de enfermeiro? – Jake questionou, com um sorriso travesso no rosto.

Abri a boca para falar mal do Cullen (mesmo que ele tinha sido até bacana, mas eu era eu), entretanto uma música irritantemente alta tocando algum rap tirou-me da minha linha de raciocínio.

Just A Lil Bit – 50 Cent

Olhei para a entrada de carros e meus olhos quase caíram das orbitas ao ver o meu carro entrando com uma velocidade um pouco alta e com a tal música estrondando tudo. Nem preciso falar que foi o centro das atenções né?

O carro parou um pouco distante de nós e três portas foram abertas; Jasper saiu do banco do motorista, Alice do carona e Nessie do banco de trás. O pior não foi nem isso, mas a forma como meu irmão estava se vestindo e agindo. Ele usava uma combinação de roupa muito melhor do que a sua antiga, garantindo-me a certeza que não era por obra dele. Os cabelos estavam com um novo modelo (e com estilo) e ele andava como se fosse o rei da porra toda.

Com um sorriso de comedor de merda, ele passou os braços pelos ombros de uma Renesmee muito irritada e de uma Alice bastante envergonhada. A música ainda estrondava ao fundo e meu irmão andava de acordo com a batida, parecendo uma minhoca desengonçada.

Enquanto ele caminhava até nós, distribuía sorrisos e piscadas para as garotas que de repente estavam achando o meu irmão banana um máximo. É. Parece que elas não acham mais Jasper um bananão. Bom, eu ainda acho.

— Ele realmente se realizou agora. – Jake murmurou, com a voz totalmente pasma, quebrando o silêncio que caiu sobre nós quatro. Os meninos estavam igualmente espantados como eu.

— E aí, galera. – Jasper chegou com muita confiança. – O que acharam do novo Jazz? – pegou as pontas da camisa xadrez enquanto dava uma voltinha para o vermos em outras dimensões.

— Pensei que o dia em que isso acontecesse com você, você chegaria acompanhado de duas belas morenas e alguns cordões de ouro. – Emmett arqueou uma sobrancelha.

Jasper sorriu torto, todo malandro.

— Ah, cara, isso é só uma prévia, sabe? E eu queria uns colares de ouro, mas Alice não aprovou muito minha ideia.

— Ainda bem, porque você ia ficar mais ridículo do que já é. – minha prima cuspiu.

— Você está com a inveja. – ele falou com desdém na voz.

— Então quer dizer que isso é obra sua, Alice? – perguntei.

Ela assentiu timidamente.

— Ficou show, baixinha. – Emmett elogiou, levantando os dois polegares. – Agora Jasper está parecendo O cara. – deu uma tapa nas costas do meu irmão com um pouco de força exagerada.

Mordi o lábio para não rir dos olhos esbugalhados de Jazz.

— Bacana. – Jake fez joinha. – Tava na hora de colocar um cinto na calça. – ele passaria a mão no cabelo de Jasper, mas o loiro teve um reflexo muito bom e desviou.

— Cabelo sagrado. – avisou seriamente, mas logo sorriu e virou-se para Edward. — E aí Edward? Aprovado? Agora você tem um cunhado maneiro. – piscou um olho.

Dei uma tapa no cabeção do Jasper. Dessa, ele não desviou.

— Aw! – ele gemeu.

— Ficou ótimo, Jazz. Se está feliz assim. – Edward foi gentil. 

— Por isso que eu gosto desse cara. – ele deu uma batidinha nas costas do Cullen. – Será que não posso trocar? Você é meu irmão e Bella é a cunhada chata que eu tenho que suportar? – levou outra tapa. – Poxa, Bella! Já não basta o que você fez? – tentou jogar remorso para cima de mim.

Não rolou.

— Cala a boca e vamos entrar. Estou agoniada com tantos olhares para cima de mim. Ainda bem que não consigo ler mentes, porque a cabeça desse povo fofoqueiro deve está a mil. – resmunguei, caminhando em direção a escola.

— Você não vai dizer nada do meu novo visual, faniquita? – meu irmão falou com deboche. Ele estava vindo com os outros.

— Você parece muito bem para quem estava chorando feito uma garotinha hoje de manhã. – pisquei para ele e deliciei-me ao ver o olhar de todo poderoso sumir para dá lugar ao olhar de raiva.

Emmett e Jake se entreolharam, provavelmente estranhando nosso pequeno diálogo, mas ficaram quietos. Por enquanto. Já Nessie sorriu e aposto que ela estava comemorando em pensamento.

Não nos levem a mal, amamos o Jasper, mas amamos mais ainda irritá-lo.

— Ah, e vá desligar o som para trancar o carro. Eu não quero perder meu veículo porque meu irmão, que não tem carteira de habilitação e pegou meu carro sem pedir, não tomou cuidado. – olhei com os olhos semicerrados para ele.

Jasper bufou e voltou para fazer o que eu havia dito.

[...]

As primeiras aulas do dia seguiram-se chatas e irritantes por um único motivo: algumas garotas mandando papéis para mim com números de telefone para serem entregues a Jasper. Eu por acaso tenho a cara de uma porra de pombo correio? Se essas atrevidas queriam falar com Jasper, elas que fossem atrás.

O que um pouco de autoconfiança e roupas legais não fazem, sim?

Porém, por mais que garotas chatas me irritassem, as pessoas parecem que tinham se esquecido do fato de que Isabella Swan e Edward Cullen estavam em um relacionamento, o que é uma coisa boa.

Quando tocou para hora do almoço, uma fulana da vida correu até mim com um papel e um sorriso muito grande no rosto.

— Para o seu irmão. Nunca notei que Jasper era tão bonito! – suspirou a garota de cabelo loiro e voz enjoativa.

Irritada, olhei para a cara dela com deboche.

— Aproveita e nota também que eu não sou secretária dele. Entregue esse papel você mesma. – sorri duramente.

Saí da sala com passos duros e acabei trombando com alguém no corredor. De imediato percebi que era Edward, afinal, parece que nossos corpos de tanto trombar por aí ficaram íntimos. E não levem isso para o mau sentido.

— Está me seguindo? – perguntei zangada.

— Você nunca está com bom humor? – devolveu com a voz sarcástica.

— Não enche. – passei reto por ele, porém Edward não iria me deixar passar reto e agarrou a minha mochila. – Que merda, o que... – eu não consegui continuar minha frase, pois o Cullen grudou sua boca na minha firmemente.

Ele passou uma mão por minhas costas e outra ele usou para acariciar minha bochecha, fato que estranhamente deixou-me mais relaxada.

Maldito Cullen!

— Mais calma? – ele sussurrou com os lábios ainda muito próximos aos meus, o ar que saiu deles fez cócegas em minha boca.

— Porque me beijou? – retruquei.

Ele sorriu.

— As pessoas estavam olhando a cena. Você estava bem próxima de colocar tudo a perder. – ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. – E isso não foi lá um beijo.

Revirei os olhos. Desvencilhei-me do Edward, mas ele não parecia muito tentado a me soltar, pois entrelaçou nossos dedos. Eu não tive tempo para fazer mais nada, porque no segundo seguinte ele estava me puxando para o refeitório.

— Olha se não é o casal mais bonito do PHS. – Nessie saudou para quem quisesse ouvir assim que Edward e eu entramos em seu campo de visão.

Ela já estava na nossa mesa habitual, acompanhada apenas de Jake, que levantou um polegar enquanto devorava uma pizza vorazmente.

— Cala a boca, Nessie. – resmunguei, soltando a mão de Edward e sentando-me ao lado de Jake.

Edward apenas sorriu e saiu para comprar sua própria comida. No caminho ele cruzou com Emmett e eles trocaram uma batida nas costas.

— Uma coca diet para nossa querida Bells e uma fatia de pizza. – Emmett anunciou, passando-me o lanche que tinha pedido mais cedo para que ele comprasse.

— Obrigada, Emm. – beijei-lhe a bochecha.

— Também quero beijo. – Jake resmungou e lançou sua bochecha para o meu lado.

Eu ri e dei um beijo na bochecha de Jake. Edward apareceu minutos depois, acompanhado de Alice, entretanto não tinha nem sinal de Jasper. Estranhei.

— Você viu o Jazz, Alice? – interpelei.

— Não. Tivemos a segunda aula juntos e depois não o vi mais. – ela franziu o cenho.

Bufei.

— Passei a aula toda recebendo essas merdas. – resmunguei, jogando todos os papéis que recebi em cima da mesa.

Jake e Emmett foram os primeiros que pegaram.

— As garotas estão virando lésbicas? – Emmett perguntou confuso ao ler o nome e número de alguma garota idiota em um papel laranja neon.

— Deixa de ser idiota, Emm. São para Jazz. – Jake falou.

— Já que estamos no assunto Jasper novamente, porque diabos ele apareceu tão radical assim e ainda mais sem os preciosos cachos dele? – Emmett perguntou com a confusão estampada em seu rosto.

Nessie e eu nos entreolhamos.

— Vocês ouviram muito bem a merda que Jasper falou ontem, né? A história da lavagem de carros e olhares cobiçosos. – ela revirou os olhos, parecendo nem um pouco constrangida. Estou começando a achar que isso só foi uma desculpa para aprontar com Jasper. Ela não devia ter perdoado cem por cento a história do secador. – Enfim, por causa da Maria Fifi que vive dentro dele, eu resolvi vingar-me. Aliás, eu e Bella. – apontou para nós duas. – Então, na calada da noite enquanto ele dormia com a boca aberta e com os lindos cachos no travesseiro, nós passamos a tesoura neles e os deixamos lá, por maldade mesmo. – ela deu de ombros. Um sorrisinho começou a aparecer em seus lábios, mas logo desapareceu. – Mas, ao que parece, o meu tiro saiu pela culatra. – choramingou, deitando a cabeça na mesa.

Acho que Nessie estava se batendo em pensamento desde que viu Jasper todo produzido. O plano, que era para curtir com a cara dele, acabou se transformando em sua adoração.

A mesa ficou em um estranho silêncio até ser quebrado incrivelmente por Alice.

— Ele guardou os cachinhos dentro de um saquinho. – ela confidenciou, sorrindo.

Jake, Edward e Emmett riram. Nessie nem se movimentou. Ela era um soldado gravemente ferido.

— É um fresco mesmo. – Emmett zombou.

— Porque você o ajudou, Alice? – Jake olhou para ela.

— Eu sei que existe esse jogo de gato e rato, mas eu tenho coração mole. Quando cheguei lá no quarto e vi a cara de choro do coitado, eu não resisti, tive que ajudá-lo. – ela fez bico. – Desculpa Nessie.

Ela apenas acenou com a mão, ainda na mesma posição.

— Oi gente. – Jasper chegou tomando uma latinha de coca com duas garotas penduradas em seu ombro. Reconheci uma por ser parte das líderes de torcida, Melissa, e a outra era uma asiática que nunca tinha visto.

— Acho melhor você sumir da minha frente Jasper Charlie Swan. – Nessie rosnou.

— Ou o que? – ele desafiou. As meninas ao seu lado soltaram risadinhas.

Nessie levantou em um rompante com um dos seus saltos em mãos.

— Ou eu vou enfiar esse salto no seu olho e não duvide de mim. – seus olhos castanhos estavam em brasas para ele.

— Ok. Acho que ninguém quer arremesso de salto aqui. – sorri amarelo, tirando a sandália da mão de Nessie calmamente.

— Tudo bem. Eu não ficaria aqui mesmo. – ele deu de ombros e saiu levando as duas garotas.

Assim que Jasper sumiu das nossas vistas, Nessie desabou outra vez na cadeira e voltou para sua posição inicial.

Será que ela vai passar o dia todinho assim?

— Oi Nessie. – a voz tranquila de Alec chegou aos meus ouvidos.

Em um rompante, Nessie ergueu a cabeça e sorriu brilhantemente para o italianinho ao seu lado.

É. Eu acho que não.

— Oi Alec. Será que podemos ir dá uma voltinha? – ela tomou a sua sandália de minhas mãos com os olhos fixos em Alec.

— Claro. – ele ofereceu o braço para ela.

Nessie colocou a sandália em seu pé, piscou um olho para mim e saiu agarrada no braço de Alec. Alice, Edward, Emmett e Jake ficaram olhando de cenho franzido para a cena.

— Ela é sempre assim mesmo? – Edward perguntou despreocupadamente.

— A ruivinha mais louca que já conheci. – murmurou Jacob, terminando de comer a sua pizza.

[...]

Estava no vestiário feminino trocando-me para a aula de educação física. Eu não estava nem um pouco satisfeita com essa merda, mas isso tinha que ser feito e eu não tinha para onde correr.

Saí do vestiário atrás de duas meninas que conversavam alegremente entre si. Pelo que pude captar da conversa, elas falavam sobre o novo professor de Educação Física; e pelos elogios, com palavras como ‘’bonito’’ e ‘’gostoso’’, ambas pareciam bem satisfeitas. Eu reprimi a vontade de revirar os olhos. Pessoas podem ser tão idiotas!

Na quadra interna algumas pessoas já se alongavam em círculo enquanto conversavam entre si. E lá, no meio de todos, estava ele. Conversava com um pequeno grupo, sorrindo carismaticamente. Olhando melhor para Dereck, ele parecia mais velho. Tinha uma barba rala em seu rosto e os cabelos mais curtos do que o de costume. A curiosidade de saber como andava a sua vida assaltou-me de repente, porém logo tratei de jogar esses pensamentos para bem longe.

— Revivendo o passado, Swan? – a voz de Edward muito próxima a mim tirou-me das divagações internas.

— Será que pode chegar normalmente? – grunhi, marchando para o meio da quadra.

Edward, claro, me seguiu.

— Não fique tão irritada, namorada. — ele cutucou-me nas costelas.

Desviei do seu dedo irritante e sorri debochadamente para ele.

— Então não me irrite, namorado. – soprei um beijo em sua direção.

Edward fingiu pegá-lo no ar, e com a maior cara de pateta do mundo, guardá-lo em seu coração. Eu mordi o lábio para não rir.

Desviei o olhar de Edward e percebi os olhos de Dereck na nossa ridícula cena amorosa. Quando ele encontrou os meus olhos, apenas sorriu, juntando as sobrancelhas.

— Olá pessoal. Para começar a nossa aula de hoje, vamos dá cinco voltas em torno da quadra, ok? Depois vocês formarão duplas para jogar badminton.

Soltei um suspiro. Eu gostava de correr um pouco, mas era péssima em badminton e em mais uma longa lista de outros esportes.

O pessoal começou a correr ao redor da quadra, alguns em par para manter uma conversa. Edward me cutucou quando passou por perto de mim, provavelmente incitando-me a correr. Eu apenas revirei os olhos e comecei a correr de forma mais lenta que o restante, nem um pouco a fim de acompanhar o ritmo do meu suposto namorado.

— Bella! – Dean exclamou, passando a correr no meu ritmo.

Olhei assustada para ele. Eu nunca tinha visto Dean nessa aula.

— O que está fazendo aqui?

Ele sorriu.

— Tenho esse horário livre, então quando vi que vocês estavam correndo decidi participar. – deu de ombros.

— Ah.

— E eu queria falar com você também. – completou.

Franzi a testa.

— Sobre o que? Seu irmão? Obrigada por me alertar sobre isso, a propósito. – minha voz saiu um pouco azeda. É, digamos que eu tenha ficado chateada. Eu fui praticamente pega de surpresa!

Ele suspirou e fez uma cara triste. Olhou ao redor, parecendo checar algo, e logo depois olhou para mim novamente.

— É sobre isso mesmo. Eu queria te pedir desculpas. Quando fiquei sabendo que Dereck estava voltando, a primeira pessoa que contei foi a Emmett. Ele ficou chateado, não, ele ficou muito irritado e pediu para que eu não contasse a você, pois ele encontraria alguma forma de fazer isso de forma mais... Indolor. – contou com a voz sussurrada. – Eu assenti, afinal, eu sei que Emmett só quer o seu bem.

Bufei. Meus amigos e suas táticas de esconder as coisas para o ‘’meu bem’’.

— Tudo bem, Dean. A culpa não foi totalmente sua. – sorri, colocando uma mão em seu ombro.

Ele sorriu também e deu um beijo em minha bochecha.

— Você é a melhor, Bella! Eu já disse que meu irmão é um babaca por ter perdido você?

— Sempre que você me vê.

Ele riu.

— É bom saber que estou dizendo a verdade com frequência. – ele piscou e passou a correr mais rápido, deixando-me para trás.

Não deu nem um minuto e outra pessoa já corria ao meu lado. Olhei para verificar quem era e me deparei com o meu ex. Ele sorria para mim.

— O que você quer? – falei um pouco arisca demais.

Rezei para que ninguém estivesse por perto para não levantarem comentários suspeitos.

— Meu irmão estava incomodando você? – perguntou com a voz macia, o sorriso ainda pairando em seu rosto.

— O Dean nunca me incomoda. – sorri sarcasticamente para ele, na tentativa de mostrar quem realmente incomodava.

— Ah, sim. O doce garoto. – seu tom foi um pouco irônico.

— O que você quer? – perguntei, começando a me irritar de verdade. Não tinha saco para besteiras.

— Calma, eu só quero conversar. – colocou as mãos para cima.

— Não faça cena. – grunhi, olhando ao redor. O único olhar que peguei em nossa direção foi o de Edward. Ele parecia confuso. Ignorei. – E já estamos conversando, caso não tenha notado. – completei friamente.

— Pelo o que eu me lembro, você costumava ser mais doce.

— E você não costumava ser um canalha. – quase cantarolei.

Ele riu. O idiota malditamente riu. E a porra da sua risada ainda possuía aquele mesmo som que tanto me agradava.

— Opa. Acho que tocamos em uma mina. – sussurrou. Agora ele estava com um sorriso meia boca.

— E ela acabou de fazer cabum!

Ele arriou os ombros com um suspiro. Já estávamos na quarta volta.

— Eu sei que não sou sua pessoa favorita no mundo, mas eu gostaria de sair e conversar com você.

Olhei ceticamente para ele.

— Porque você não chama meu namorado? Aposto que ele vai adorar. – falei irônica.

Sim, hoje a minha boca estava escorrendo no mais puro veneno.

— Por favor, sunshine, não seja difícil. – fechei os olhos com forças quando escutei o maldito apelido que ele havia me dado (e que eu, como uma otária, costumava adorar). – Eu só quero um tempo com você para colocar tudo em pratos limpos.

— Ok. Eu vou te dá esse momento, mas não fique muito contente. – ele sorriu. – Onde? Espero que seja discreto.

— Oh, eu serei. – ele piscou. – Não posso te levar?

— Discreto. – repeti a palavra para ver se ele entendia.

— Hm, isso foi um não, ok. – revirou os olhos. – O local é uma lanchonete que fica a quatro quadras daqui. Chama-se snake. Espero-te às quatro. – ele pisca para mim e se distancia.

Eu parei, já que tinha acabado de concluir a quinta volta como o resto do pessoal. Eu só iria a este encontro porque eu realmente queria ver qual seria a merda de desculpa que ele daria. Babaca!

Edward veio para perto de mim. Ele tinha uma expressão que demonstrava desagrado.

— O que o Dereck queria? – questionou.

— Nada. – respondi, não querendo entrar no assunto. Eu não queria que ninguém soubesse desse encontro. Não precisava de ninguém me recriminando.

— Sua cara não diz isso. – cruzou os braços, olhando seriamente para mim.

— Edward, seu eu disse que não é nada é porque não é nada. Não aja como se fosse o meu namorado real. – sussurrei friamente.

Seu semblante escureceu e ele apenas balançou a cabeça.

— Nós somos a terceira dupla no badminton. – disse com a voz indiferente, distanciando-me de mim para ir se sentar na arquibancada.

Suspirei pesadamente. Eu senti que ele ficou com raiva. E o mais estranho de tudo é que eu estava me sentindo culpada por isso.