Oi,prazer.

Me chamo Jessy Muller, tenho dezesseis anos, estou cursando o segundo ano do ensino médio.Moro com meus avós, no Rio de Janeiro atualmente. Antes que você me pergunte cadê os meus pais, eu vou logo respondendo que eu vivia com eles na Califórnia,porém me mandaram para o Brasil sem me perguntar ao menos se gostaria de vir e nem mesmo se concordava com eles.Complicado. Não vou reclamar, meus avós,nossa, são umas joias,mas eu tinha um presente lá na minha cidade natal. Phelipe Bradon é o nome deste presente,ele ficou.

Faz uns três meses que eu vim morar aqui, sinceramente eu estou gostando deste calor, dessa gente e desse modo de vida,entretanto é lá que eu quero ficar, com aquele clima, com aqueles costumes, sem mais...é com o Phê. Sabe?! É triste partir sem ao menos dizer um ''Adeus'' á pessoa que amamos. Foi assim comigo,digo isso por experiência própria. Dói ao lembrar quantos planos fizemos deitados no gramado, que infelizmente não poderão ser cumpridos, pelo menos,não por enquanto.

Meu pai,Edgar Muller, leva tudo numa boa,quer dizer :Tudo não.Na verdade, ele cuida muito de mim,mas não se importa quando o assunto é relacionamento,porquanto tem um ciúmes exagerado e isso acaba comigo,porque no fundo,quando ele me olha,eu sei que se importa e faz isto para o meu bem. Quando estávamos conversando que ele então me deu a notícia dos passaportes,para eu vir pra cá, ele chorou,eu chorei, se abraçamos e a única frase dita foi pronunciada por aquela boca,que me beijara na testa pedindo calmaria.

_"Calma filha..Tudo se acertará.Você vai passar um tempo com seus avós.Sua mãe está decidida,aliás, nós estamos e assim vai ser.Por mais que doa,é para o seu bem.Já te matriculamos num internato,então você ficará apenas os fins de semana por lá. Mas fique calma.Tudo se acertará!"

Quando eu me recordo desta cena, meu coração aperta,porque eu não sou criancinha e estou ciente que muitas vezes não dará tudo certo,não se acertará tão cedo.

Já minha mãe,por incrível que pareça não foi tão difícil assim, falar que foi fácil estarei mentindo,só que...Eu estava morando com meu pai na Califórnia.Esqueci de comentar que á um ano eles se divorciaram. Pois sé, de um tempo pra cá, minha vida anda agitada, um "agitada" mais pra ruim do que pra bom,se é que me entende. Já é tarde, três e vinte um da madrugada,fica um silêncio quando tiro o fone,quando eu o coloco é um barulho enorme,motivado pelas músicas que a todo momento escuto. O sono começou a bater por aqui, porém vou tentar ao máximo ficar acordada,não quero dormir. O Phê está on no Skype, este é o único momento seguro para conversarmos,já que estamos proibidos de se falar. Meu celular já foi confiscado algumas vezes por familiares,como também o meu not e até mesmo minhas redes sociais. Concordo com o que você pensou,sim, a falta de privacidade esta em alta aqui em casa.Não posso arrumar mais confusões,se me expulsarem daqui, aonde vou morar?!

Já sofri tanto com a vida...

Estou de férias, e por isso virei faxineira da casa.Meu pai até me perguntou se gostaria de passar uma temporada com ele,assim como mamãe,mas não quero.NÃO MESMO.

Eu não suportaria tamanha dor na hora da partida. Eu,papai e o Phê no aeroporto, eu embarcando deixando-os por lá,sabendo que aqui no Brasil nada mudaria, nada faria diferença,eu estaria voltando para casa,quando a minha maior vontade seria ficar!

Hoje,é dia vinte e três de dezembro,muito em breve Natal. Era tão bonito,quanta saudade, neve, lareira, trenós, bonecos de neve...Bem diferente daqui,onde a maior atração nessa época são as prais,ok, confesso que são lindas, mas nada comparado ao calor dos braços do Phê,enquanto segura um chá quente. Se tudo pudesse voltar como era, eu faria somente um pedido...-Ou ficar, ou traze-lo comigo-Phê

Vou dormir,mais algumas horas e amanhece,preciso descansar.Até mais...

Foi ótimo conhece-lo(a), espero que fiquei comigo,tenho muito o que te contar...É que realmente, estou caindo de sono (rs) e preciso sonhar com ele.

Um beijo.