Tudo o que Sou escrita por Samantha Silva


Capítulo 8
Capítulo 08


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos de volta, todos que me deram a segunda chance e sejam muito bem-vindos quem está aqui pela primeira vez ;*



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– Como eu sei que você não vai sair daqui de jeito nenhum, te trouxe algo para comer. – diz Caçarola entrando na cabana com um prato de comida.

– Obrigado – pegando o prato.

Thomas estava sentando ao lado de Brenda, mas mantinha certa distância e Caçarola já havia notado que ele não a tocara desde que desatara as ataduras de sua cintura.

– Então, ela não vai quebrar nem nada desse tipo se tocá-la.

– Ah, ficou tão obvio assim?

– Sim, Thomas, ficou.

– É que eu... Eu não consigo. Ela parece tão frágil, não é? Além disso, vai que ela acorda. Não é melhor que ela descanse?

– Se ela acordar é sinal de que está melhor, essa inconsciência pode não ser muito boa também.

– É, eu sei. É só que...

– Você não quer lidar com tudo agora, não é?

– É.

Caçarola se aproximou e sentou-se ao lado de Thomas.

– E você acha que ela vai acordar já te perguntando “E aí, Thomas, vai namorar comigo ou não?”?

– Sei que não e, de qualquer forma, já tenho uma resposta.

– Tem?

– Depois de toda a dor e medo que senti ontem? Claro que sim. O problema é só, sei lá, mudar o modo como as coisas funcionam.

– Você tem medo de não dar certo?

– Eu tenho sido meio babaca, ela pode acordar se dando conta disso.

Caçarola riu e puxou Thomas pelos ombros em um abraço desajeitado.

– Ah cara, não fica imaginando mais problemas do que os que já tem. Eu tenho certeza que vai dar tudo certo. Agora me deixa ir, porque tem uma cozinha me esperando.

Quando Caçarola saiu, Thomas colocou o prato de comida de lado e se aproximou mais de Brenda. Hesitou antes de tocá-la, mas logo estava segurando sua mão, enquanto com a outra acariciava seu rosto.

– Você me deu um baita susto, Brenda. Não faça mais isso comigo, por favor. Quando acordar, vou te amarrar a mim e nunca mais fará esse tipo de loucura, entendeu? Já perdi gente demais, não posso perder você.

Ele fechou os olhos e inspirou o ar profundamente buscando algum tipo de alivio, não conseguiu. Seu peito estava apertado, angustiado, buscando uma forma de superar tudo aquilo. Pois mesmo que Brenda estivesse aparentemente salva e bem, na medida do possível, olhar para ela tão machucada e debilitada o fazia lembrar do medo de perdê-la, da forma como sua mente reagiu fora de controle, perdendo o foco e a razão de maneira tão supreendente.

Até aquele momento achou que sempre conseguiria ser racional, matar Newt sob aquelas circunstâncias fora seu maior exemplo disso, mas agora o acidente de Brenda viera para colocar qualquer achismo em dúvida.

Era difícil reconhecer, mas Brenda tornou-se sua maior fraqueza.

Enquanto perdia-se em reflexões, Thomas foi despertado pelo movimento dos dedos de Brenda em sua mão. Fixou os olhos no rosto dela e repetiu seu nome diversas vezes, esperando que ela voltasse a se mexer e acordasse.

Então, os olhos dela se abriram, grandes e brilhantes, como se tivesse acabado de acordar em um dia de férias e não depois de um acidente. Por um momento nenhum dos dois disse nada, perdendo-se em pensamentos acelerados demais para que a mente pudesse processar.

– Brenda... - foi tudo que ele conseguiu dizer depois de longos segundos, a voz quase inaudível.

Ela o encarou, um vinco de interrogação entre os olhos. Thomas tentou decifrar aquela expressão, mas não conseguiu, ela parecia confusa e com medo. Um sinal de alerta disparou dentro dele e ele soube que havia algo errado.

– Você está bem? - ele quis saber.

Com rispidez, Brenda puxou a mão que ele segurava e desconhecendo o estado do seu corpo, urrou de dor e seus olhos se encheram de lágrimas.

– Não se mexa tanto, está muito machucada.

Ela ergueu os braços lentamente e olhou incrédula para os ematomas e arranhões.

– O que aconteceu? - ela perguntou, com dificuldade.

– Você caiu lá do pico do lago, foi pegar a bola para os garotos e escorregou. Agora está aqui na enfermaria com o seu amigo cabeça dura.

– Amigo cabeça dura?

– Pensou algo mais legitimo pra me chamar?

– Não entendo como somos amigos – ela parecia começar a ficar nervosa.

– Eu sei que temos muito o que conversar e que as coisas estão estranhas entre nós, mas você vai...

– Não – ela o interrompe. - Você não está me entendendo. Não somos amigos.

– Brenda, eu...

– Eu não te conheço.

– O que?

– Eu não sei quem é você. Onde está o Jorge? Que lugar é esse?


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