Tudo o que Sou escrita por Samantha Silva


Capítulo 6
Capítulo 06


Notas iniciais do capítulo

Bom, devido a falta de retorno de vocês (isso se ainda tiver alguém lendo isso aqui, né?) desisti de incrementar e aumentar a história, então, vou postá-la até quando acabar o que já tenho escrito mesmo, ou seja, depois desse de hoje, faltam apenas dois capítulos para o fim.
Enfim, vamos aos trabalhos. :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/457252/chapter/6

As palavras de Jorge tumultuaram os pensamentos de Thomas por vários dias. Queria que tudo fosse realmente tão simples, mas sabia que um beijo não resolveria seus problemas, afinal de contas, Brenda já o havia beijado naquele primeiro dia. E mesmo que tenha retribuído no momento, agora ele não sabia dizer se fora um gesto de vontade própria ou apenas impulso.

De qualquer forma, enquanto amadurecia e organizava seus sentimentos, decidiu que viveria como naquele dia em volta da fogueira, dedicando-se arduamente a conhecer melhor todos os outros que ali viviam e trabalhando para construir e manter um lugar habitável em termos práticos, higiênicos e, por que não, divertidos.

Orgulhava-se diariamente por estar conseguindo.

As pessoas ali tinham rotinas de trabalho, da mesma forma que tinham na clareira, infelizmente, as coisas que precisavam não eram enviadas dentro de caixas e por elevadores, mas se por um lado era trabalhoso lutar pelo próprio sustento e sobrevivência, por outro, era um alivio saber que estavam unidos e isolados de todo o resto inabitável do mundo. Ali não existia o CRUEL, nem os Cranks e os Verdugos. Todos se tratavam com cordialidade – pelo menos dentro do possível se tratando de seres humanos com vontades e opiniões próprias - e batalhavam por uma vida sempre melhor, dentro das condições que tinham.

Como se tivessem estabelecido regras de circulação, Brenda e Thomas não se cruzavam. Ele deduzia que ela estava com as crianças e sabia que mesmo sem planejar, acabava evitando os lugares em que ela poderia estar, como o lago no fim da tarde, quando deveriam estar tomando banho, a cozinha de manhã, quando deviam estar tomando café e fazia todas as refeições fora de horário e em lugares diferentes, alegando que não podia parar o trabalho para comer e fazer hora. Mesmo assim, sempre que uma criança estava por perto o coração de Thomas apertava-se em expectativa, mas Brenda não aparecia e logo estava aliviado, embora, seu humor demorasse a melhorar depois disso.

Ele não perguntava dela a ninguém e todos pareciam ter recebido ordens expressas de não tocar no nome de Brenda na presença dele. Talvez fosse neura da cabeça de Thomas, mas ele também achava que Minho podia estar por trás disso. Só queria saber se com Brenda era da mesma forma, se havia um cuidado em tocar no nome dele.

No entanto, mesmo tomando o máximo de cuidado para não encontra-la, seja consciente ou não, não estavam em um grupo muito grande e quando algo ruim acontecia, não havia como impedir que a notícia se espalhasse entre todos. Foi, por isso, que o nome de Brenda e o que lhe acontecera ecoou em todos os cantos daquele lugar até chegar aos ouvidos de Thomas.

– O que foi que disse? – Thomas perguntou com receio ao notar o tom emergencial na voz de Will, um dos imunes que conhecera nesse meio tempo e que agora parecia trazer más notícias.

Will hesitou e olhou com insegurança para Minho, como se buscasse permissão para dizer algo.

– Não é nada, Thomas – explicou Minho.

Por um momento Thomas acreditou no amigo, ele não lhe esconderia algo grave, mas assim que Will se afastou, Maria se aproximou e seu olhar transmitia tanto medo que ele sentiu um arrepio. Mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Minho a dispensou.

– Will já me deu recado, Maria. Façam o que se deve fazer e pronto.

– Mas... – Maria ainda tentou dizer algo, mas Minho voltou a dispensá-la.

– Vá logo, Maria. – a voz de Minho falhou e Thomas teve certeza de algo estava acontecendo.

Assim que voltaram a ficar a sós, Thomas pressionou o amigo para saber o que estava acontecendo.

– Tem algo de errado, não é? Não ouvi o começo da sua conversa com o Will, mas ele e Maria pareciam preocupados.

– Realmente não é nada. – Ele pegou o machado do chão e voltou ao trabalho. – Que tal voltar ao trabalho, seu cara de mértila? – o xingamento soou deslocado e Thomas sabia que estavam lhe escondendo alguma coisa.

Quando pegou o machado para voltar ao trabalho, um lampejo clareou seus pensamentos. Todas as coisas que lhe escondiam estavam relacionadas a uma única coisa, na verdade, uma única pessoa: Brenda.

Seu corpo esfriou e o machado caiu de suas mãos. Lembrou-se dos olhos amedrontados de Maria. Algo estava errado com Brenda. Algo tinha acontecido a ela. E no momento em que se virou para correr pela floresta até os acampamentos e encontra-la, aproximadamente oito crianças se aproximavam correndo e gritando por Minho. Elas traziam no olhar o mesmo medo de Maria.

– O que aconteceu, crianças? – Minho parecia já não se importar em esconder nada, o desespero daquelas crianças evidenciavam a gravidade da situação, não havia como Thomas permanecer omisso.

Antes que qualquer uma das crianças dissesse algo, os joelhos de Thomas cederam e desmoronou no chão.

– Brenda – sussurrou com angústia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tudo o que Sou" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.