Tudo o que Sou escrita por Samantha Silva


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Quem é viva sempre aparece, né?
Antes de tudo, mil desculpas pelo sumiço, infelizmente os motivos foram muitos e não vem ao caso ficar explicando tudo agora.

De qualquer forma, percebi que preciso dar fim a história, mesmo que seja um fim bem mais ou menos.

Me desculpem pelos capítulos curtos e corridos que virão, mas a história se perdeu dentro da minha cabeça e foi difícil encontrar maneiras de finalizá-la dignamente.
Mas a história foi concluída e postarei todos os capítulos até o fim de uma única vez.

Boa leitura.



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Durante os primeiros dias, Thomas só deixava Brenda quando algumas garotas vinham ajudá-la a se lavar e trocar de roupa, era o tempo que ele tinha para fazer o mesmo.

Todo o tempo restante eles passavam juntos, com Thomas lhe contando cada vez uma parte diferente da história dele desde que se lembrava e da história dela que ele sabia. Brenda sempre se esforçava ao máximo para tentar lembrar das coisas e, às vezes, algumas coisas pareciam se encaixar em sua cabeça e ela sabia que estava quase lá.

Jorge, Minho e outros apareciam de vez em quando e Brenda parecia gostar de cada um deles cada vez mais. Eram tudo que ela entendia por família e a tratavam como um membro importante dela.

O passar do tempo curavam-lhe as feridas e lhe deixavam cada vez mais perto do momento em que se lembraria de tudo, pelo menos era no que gostava de acreditar. Ela queria tanto lembrar.

Esperava que suas lembranças lhe fizessem entender como Thomas era capaz de lhe fazer sentir sensações tão distintas. Às vezes, o tempo longe dele parecia insuportável, mas quando estava ao seu lado, embora estivesse rindo e claramente contente, havia uma angustia em seu peito, uma pergunta esperando resposta, uma vontade de encolher-se em um canto e chorar.

Será que Thomas não estava lhe contando tudo? Ou será que ela mesma estava escondendo algo de todos há muito tempo e agora não havia ninguém para lhe contar o que era?

Todos pareciam satisfeitos em os verem tão próximos, como se isso fosse algo a ser comemorado. Os mais próximos de Thomas lhe lançavam olhares cheios de significados e ele encabulava-se sempre. No começo era até engraçado, mas logo começou a incomodá-la. Havia algo a ser descoberto.

É claro que pensou na possibilidade de ser namorada de Thomas, mas ele parecia tão desconfortável quando a tocava, não parecia algo que fizera com frequência. Quer dizer, eles tinham aquele lance esquisito de dar as mãos todo o tempo, mas antes mesmo dele contar que faziam isso antes, parecia o certo a se fazer. Chegou ao ponto de ser automático, embora, não nulo de sensações. Era sempre bom.

Algumas vezes, enquanto Thomas estava tagarelando sem parar, Brenda apenas o encarava e perdia-se no que estava vendo. Nos detalhes da pele e das expressões daquele que lhe parecia cada vez mais importante. Não era para admirar alguma beleza, mesmo sendo claro que ela existia, era buscando sinais que pudessem lhe assaltar a mente de supetão e lhe trazer à tona uma lembrança reveladora. Ela sempre parecia estar perto de conseguir, mas então ele soltava sua mão ou a tocava em um lugar diferente e todo o momento se perdia e ela estava ali, lidando com emoções controversas, ora frustração, ora uma surpreendente ansiedade.

Para Thomas, as coisas pareciam ainda mais complicadas, apesar da perda de memória, Brenda se parecia muito mais com a que esteve ao seu lado até chegarem aquele lugar, do que com a que o ignorou desde então. E isso o inquietava, pois sabia que isso se devia a falta de memória e que quando lembrasse de tudo, ela voltaria a abandoná-lo e todos aqueles dias em sua companhia não teriam valia.

Ele agarrava-se a cada minuto, como se tudo estivesse prestes a ser levado pelo vento. Nunca vira Brenda rir tanto e, mesmo que a cada riso seu corpo ferido doesse um pouco mais, sabia que ela o agradecia muito por aqueles momentos. Afinal, ele havia aprendido a compreender seus olhares e expressões, e ainda era bom nisso.

Era fácil notar que algo a incomodava. Em alguns momentos ela parecia prestes a pedir que ele se retirasse ou a fazer uma pergunta que ainda não sabia formular. E Thomas não tinha vergonha de assumir, a si mesmo, que fingia não ver os sinais. Era como acompanhar a contagem regressiva de uma bomba prestes a explodir, com as palavras e atitudes certas, ele podia tanto desarmá-la, quanto explodir tudo antes do tempo, então, era melhor acompanhar a passagem do tempo e esperar que o estrago fosse menor até o momento crucial.

No geral, embora tudo parecesse prestes a ruir, nada parecia mais inevitável do que estarem juntos aqueles dias. Brenda se recuperava rapidamente e Thomas tinha cada vez mais certeza do que queria.

E ele queria Brenda. Queria soltar suas mãos e tocar seu rosto, seu corpo e não soltá-la nunca mais. E ele quis isso muito antes de Teresa morrer. Agora era tão claro que lembrar de todas as dúvidas o fazia rir. Os sinais estavam lá desde muito tempo. Ele fora tolo e cego, mas não seria mais. Se ele e Brenda não ficassem juntos, seria por Brenda não querer, não por ele. Thomas estava disposto a transformar em palavras tudo aquilo que se amontoava dentro dele, faria de tudo para que Brenda acreditasse na sua vontade de estar com ela, para que acreditasse no seu amor.


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