Lady Sif revirou os olhos, não podia acreditar que sua rainha estava traindo-a.

–Revirando os olhos para Frigga, bom começo como nora. –Ele fechou a porta e voltou a se sentar.

Sif colocou as mãos na cintura, incrédula.

–Você não muda mesmo, não é? Inacreditável.

–Por que mudar? Eu adoro o jeito que sou, eu mantenho tudo divertido mas sem ser previsível. –Ele riu.

–Não acredito que vou me casar com você daqui a um mês. –Ela se sentou na cadeira em frente a dele.

–Daqui a um mês? –Ele levou o dedo indicador até o queixo.

–Exatamente, onde você estava quando Frigga começou a falar sobre os detalhes do casamento?

–Provavelmente eu observava sua beleza, inegável. –Ele observou o modo que ela arregalou os olhos após essa frase, fora incrível, ela não tinha nenhum objetivo de ser delicada ou algo do tipo. Ela era misteriosa, mas ao mesmo tempo se sabia o que ela pensava apenas olhando em seus olhos. Não era mentira que Loki a achava bonita, afinal, todos os homens daquele Reino a achavam digna de ser rainha da beleza ou até mesmo uma deusa a quem se constrói monumentos ou uma deusa a qual os humanos tanto sonham.

–Não seja tolo, eu não acredito em nenhuma palavra que sai da sua boca cheia de desfaçatez. –Ao terminar de falar, ele se levantou e foi até a sacada e se apoiou com os cotovelos no balcão, de frente para ela.

–Por falar em boca, já está na hora de você treinar a sua para apenas coisas louváveis ao meu respeito. Não será nada bonito uma esposa que maldiz o marido, certo?

–Está certo, meu querido. Acho que tenho muito a aprender. –Ela falou se levantando e se curvando para ele.

–Em outros dias essa sua sátira teria me deixado irritado, mas como estou contente por ter uma das mulheres mais bonitas como minha noiva e por saber que mantenho minha mãe crente em mim, estou de bom humor. –Ele balançou a cabeça e passou as mãos pelas calças pretas. –Venha aqui.

–Por que? –Ela franziu a testa.

–Preciso de motivos para querer minha noiva perto de mim? –Ele curvou os lábios, assim sorrindo.

Ela caminhou desconfiada até a sacada, não podia negar que do quarto de Loki a visão de Asgard era incrivelmente bonita. A cada passo que ela dava sua respiração ficava mais abafada.

–Minha presença a deixa nervosa, Lady Sif? –Ele perguntou se virando para ela, que parou em frente a ele.

–De maneira alguma. –Respondeu como quem cospe uma bebida ruim.

–Espero que não, pois vamos passar muito tempo juntos. –Ele levou os dedos finos e brancos para os fios soltos do cabelo dela, o cabelo era sedoso e estava completamente solto e escorria liso como uma queda d’água.

–O que está fazendo? –Ela perguntava sem total controle de sua respiração que passava de ofegante para esbaforida.

Ele se curvou e a beijou sem nenhuma cerimônia. Ao primeiro toque dos lábios ele parecia simples, mas conduzia o beijo para algo imprevisível, ela se contorcia presa aos braços dele, que pareciam mais fortes do que ela imaginava, mas não era uma contorção com intuito de fuga, ela estava incontrolável e estranhava o fato. Sif sempre fora dona de todas as suas ações, por isso sempre foi muito elogiada pelos guerreiros mais experientes. Ela era a única mulher que ia para as lutas dentro e fora do reino, isso era uma honra.

Ao tomar ciência do que estava acontecendo naquela sacada, ela o afastou com as duas mãos em seu ombro, ela o olhou assustada. Ele apenas sorria, parecia um vitorioso de guerra.

Ele não tinha a habilidade de ler mentes, mas sabia exatamente o que ela estava pensando e sabia o que ela faria em seguida, correria para fora do quarto e foi o que a mesma fez sem mais delongas.

–Boa noite. –O som da voz dele foi abafado pela batida que ela deu na porta ao deixar o cômodo.

Ele deu uma gargalhada que lhe estava presa na garganta desde o momento em que ela pôs os pés no quarto.