Wake me Up escrita por Carol Munaro


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Ooi! Boa leitura



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– A gente podia subir. – Brian falou no meu ouvido e me deu um beijo no ombro.

– Falou certo. Podia. Minha mãe proibiu.

– Nunca fechamos a porta.

– Tentei esse argumento. – Brian bufou.

– Então, vamos sair. Sei lá... Vamos fazer alguma coisa. – Levantei e ajeitei meu cabelo.

Brian me levou até a sorveteria. Encontramos o povo da escola lá. Os meninos estavam olhando de um jeito diferente pro Brian. Era como se eles se preocupassem com alguma coisa. Sentei-me entre ele e a Amy. Brian e Mike levantaram junto com os outros meninos e foram pra porta da lanchonete. Olhei pra Amy.

– Me fala o que tá acontecendo. – Disse e ela mordeu a parte de dentro da bochecha.

– Mike soube que uma pessoa gosta de você. – Mordi o lábio pra reprimir o sorriso de novo. Eu já sabia de quem ela falava.

– Ethan Cooper. – Falei e ela e a Olivia ficaram olhando pra mim. – Brendon me disse. – Expliquei.

– E você contou pro Brian? – Olivia perguntou.

– Pra que? Isso não vai mudar nada na vida dele e muito menos na minha.

– Pra você. Não pra ele. – Revirei os olhos. Mas eu estava me corroendo por dentro. Qualquer ser humano que passe uma hora com a gente sabe como o Brian é ciumento.

– E eles estão fazendo o que lá fora? – Perguntei. Olhei pra porta. Brian começava a ficar vermelho.

– Contando. E... Não sei. – Olivia disse. Peguei o sorvete da Amy e comecei a comer pra não falar nada.

– Ei! Isso é meu! – Dei de ombros.

(...)

Domingo eu não saí de casa. Brian me largou na sorveteria junto com as meninas no sábado. Voltei pra casa sozinha. Eu tinha acordado atrasada pra ir pra escola na segunda-feira. Minha mãe não estava mais em casa quando eu desci.

– Quanto tempo eu tenho? – Berrei da escada indo correndo pra cozinha.

– Sinceramente? Nenhum. – Margareth me respondeu.

– Tá, tá. Beijo. Até mais tarde! – Peguei uma maçã e fui correndo pro carro. Cheguei na escola e corri pra sala. Bati na porta e o professor me olhou quando abriu.

– Sorte sua que não comecei a explicação. – Ele disse.

– Desculpa. – Assim que olhei pra dentro da sala meus olhos pararam no Ethan. Engoli em seco e fui pro meu lugar. Sentei o mais afastado possível de todos. E sorte que um dos dois únicos lugares disponíveis era no canto da sala.

Minha atenção voltou-se novamente para Ethan. Ele estava com um belo olho roxo e com o lábio inchado. Eu sabia que isso acontecer quando o Brian soubesse. Ouvi uma cadeira sendo arrastada pra perto de mim.

– Bom dia. – Brian beijou minha bochecha.

– Eu sei que foi você que fez aquilo. – Falei olhando pra ele.

– O que?

– Por que você socou o menino?! – Sussurrávamos, mas a minha vontade era de berrar o quanto ele era idiota.

– Ele queria tirar você de mim. – Revirei os olhos.

– Ele nunca nem tentou falar comigo. – O que não era uma mentira.

– Mas não é nem pra tentar.

– Brian, deixa de ser ridículo.

– Vai defender agora?

– Isso foi sem necessidade. E você sabe disso. Isso foi tão... Estúpido.

– Anne, eu só tava defendendo o que é meu.

– Mas ele não fez nada pra você! Brian, você nocauteou o menino! – Ele levantou e voltou pro lugar dele. Eu não acredito que ele vai ficar sem falar comigo. Bufei.

(...)

– Resolveu vim? – Perguntei pro Ethan quando ele sentou do meu lado no grupo de apoio.

– Acho que virei uma vítima de agressão do seu namorado. Desde o domingo já foram duas. E olha que só estamos na terça-feira. – Senti vergonha alheia.

– Desculpa. Sério. Brian é um babaca. – Ele riu irônico.

– E você namora com ele. – Revirei os olhos.

– Vamos começar? – A psicóloga perguntou. Hoje na apresentação, Ethan disse que estava com problemas, mas que preferia não falar quais eram. Eu continuei falando que só estava ali pela curiosidade.

Eu estava viajando pelos horizontes da imaginação pensando no sono em que eu estava quando ouço meu nome.

– Perdão?

– Quer falar alguma coisa, Anne? – O senhor Young perguntou.

– Não. To bem assim. – Uma menina levantou a mão. Ela não tinha falado nem o nome na reunião passada.

– Pode falar, Susan. – O professor disse.

– Quando eu conheci o grupo eu fiquei relutante em vir até aqui. Ninguém sabe por que eu venho. Ninguém sabe o que aconteceu comigo. – Ela mordeu o lábio. Eu podia jurar que ela iria começar a chorar a qualquer momento. – Minha mãe descobriu que tem um tumor maligno no cérebro. – Olhei pro rosto de todos. Estavam assim como eu. Pasmos. Surpresos. E o pior: sentindo pena. Não tem coisa pior do que alguém sentir pena de você. – Eu tenho medo de voltar pra casa e não encontra-la viva. Porque eu sei que um dia isso vai acontecer. E... Ela tá começando a perder a memória. Eu não quero que minha mãe se esqueça de mim. – Parei de prestar atenção nessa parte. Susan continuou falando. Mas se eu continuasse escutando, eu iria chorar. E só aí me toquei que tem gente com problemas bem maiores que o meu. Que ter pais se separando, um namorado obsessivo, uma mãe que te odeia e pais que te batem não é nada comparado a isso. Nada.

Depois que a Susan parou de falar, o silêncio se instalou na sala. Um outro garoto começou a falar que o irmão tinha tido esse mesmo problema, mas que, com uma cirurgia, ficou curado. Porém, pelo jeito que ela contou, parece que pra mãe dela não haverá possibilidade de cirurgia.

(...)

– Ethan. – O chamei depois que a reunião do grupo acabou. – Desculpa pelo Brian. Sério. Eu to até com vergonha por ele.

– Não precisa pedir desculpa por algo que você não fez. – É que eu me sinto culpada. Pensei. Mas não falei nada. Saímos da sala e estávamos indo pra fora da escola.

– Quer carona pra ir pra casa? – Perguntei.

– Na verdade eu não to indo pra casa. E é aqui perto. Obrigado.

– Tem certeza?

– Não quero incomodar, sério. – Continuei olhando pra ele. – Tá. Aceito essa carona. Só pra você não ficar com essa cara de cachorro que caiu da mudança. – Sorri.

(...)

– Onde eu paro? – Perguntei assim que chegamos na rua em que ele falou.

– Pode parar na frente da confeitaria. – Estacionei o carro em uma vaga.

– Posso sentar contigo? To com fome, mas não to afim de comer sozinha.

– Eu trabalho aqui.

– Ah... Tá. – Saímos do carro. Ethan foi direto pra detrás do balcão. Eu fiquei lá olhando os doces.

– Já decidiu qual vai querer? - Ele perguntou pra mim depois de colocar o uniforme.

– Aquele bolo de banana, por favor. – Ele pegou pra mim. Fiquei comendo de frente pro balcão. Não demorou muito e um homem, que eu tenho certeza que era o gerente ou o dono do lugar, chegou do meu lado.

– Algum problema, moça? – Ele perguntou.

– Não. Só to fazendo companhia pro Ethan. Mesmo que ele esteja evitando falar comigo. – Ethan olhou pra mim.

– Não to te evitando.

– Tá sim. E a prova disso é seu olho roxo.

– Posso dizer que não fiquei muito animado em falar com você depois que seu namorado me socou.

– Ele foi um otário. E eu já pedi desculpas no lugar dele.

– Falou errado. Ele é um otário. – Arquei uma sobrancelha e não falei nada. – E não adianta me olhar assim. Eu sei que não fui o primeiro a falar isso. – Revirei os olhos.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que esse troço de grupo de apoio é tipo a culpa é das estrelas, mas GARANTO que ninguém vai (ALERTA DE SPOILER) morrer como o Gus no final do livro. (ZONA LIVRE DE SPOILER) Eu me inspirei no livro mesmo pra fazer essa parte. O resto não vai ter nada a ver .-. Bye!