As duas se olharam com espanto por alguns minutos e então a mãe dela abriu nossa cela bruscamente
– Vamos pra casa Rapunzel! Agora - Ela falou puxando os braços da menina e batendo a porta da gaiola com força
– Não.. Quer dizer.. Não! eles.. eles.. são meus amigos, não vou deixar que faça isso com eles.. e as crianças do mundo? mamãe elas não tem poderes como eu mas, ainda sim tem importância! - Ela puxa o braço das mãos da mãe e a encara com a testa franzida

Poderes?

– Ora Rapunzel não seja... - Ela se interrompe no meio da frase - Espere aí.. - Ela tinha uma expressão de raiva - Não me diga que você revelou os seus poderes pra alguém - Ela anda cautelosamente em direção da filha
– Não.. quer dizer.. sim.. mas, mas ele nunca contaria nada! - Rapunzel se encosta na grade da minha gaiola e o olhar da bruxa se dirije raivosamente pra mim
– Ah.. eu já deveria saber - Ela abre a gaiola e me segura pela gola da camiseta - Alguém tão.. bonitinho - Ela segura meu rosto com a outra mão - Como você, certamente mexeria com o emocional da minha flor.. mas - Ela estala os dedos e as portas das outras gaiolas se abrem - Acho que minhas sombras podem terminar o trabalho por mim
Somos despejados por cima das sombras da Bruxa e novamente começa uma batalha entre os monstros e os guardiões, Rapunzel foi acorrentada e calada com um pano no fundo da sala, e a bruxa recitava o feitiço no centro da pirâmide.
– Jack! - Norte novamente, enquanto estraçalha as sombras
– Já sei, já sei... ha! - Congelo um monstro que é atravessado pelo bumerangue do Coelhão -Mas dessa vez, não tem como ajudar todos eles!
A luta continua e sinto Rapunzel tentado gritar alguma coisa pra mim.. mas..O que? der repente o pano da sua boca caí e uma agonia súbita me invade do lado direito das costas
– Cuidado! - Rapunzel.. tarde de mais
A bruxa havia me atingido com uma faca e coletava meu sangue, e com um empurrão eu me jogo no chão e todos que estavam lutando param pra me ver
– Que feio.. Olha o que você fez Rapunzel - Ela se aproxima dela e puxa a corrente consigo - Mas não tem problema querida, logo logo ele estará sem cerne, porque já terá sido absorvido pelo lorde das sombras, e então, nosso segredinho morrerá com ele, e acho que minha irmã pode terminar com os outros..
– Não! - Ela continuava a gritar a puxar a corrente - Não! Jack! Não!
Os outros guardiões haviam sido imobilizados pelas sombras incapazes de lutar
– Rapunzel francamente! - A bruxa puxava a corrente para que pudessem descer as escadas - Pare de lutar assim!
– Não! Nunca! - Rapunzel a encara com raiva agora - Em cada segundo! da minha vida eu vou lutar! eu nunca! vou desistir de tentar fugir de você - A bruxa a encarava com raiva - Mas.. eu.. eu vou com você sem reclamar se.. você me deixar curá-lo..

Me curar? oi?

A bruxa assente meio de ma vontade e chega perto de mim no chão, meu estado estava deplorável.. eu não parava de tossir e me contorcer de dor. Ela prende uma corrente no meu braço
– Caso você tenha a ideia de seguir a gente.. - Ela prende e se afasta
– Jack! - Rapunzel se aproxima de mim e coloca minha cabeça em seu colo
– Hm.. 14, 15, 16.. - Começo a contar
– O que está fazendo?- Ela pergunta já em lágrimas
– Es.. estou.. contando.. lembra? me acalma - Dou um sorriso fraco
– Você vai ficar bem.. eu posso curar você eu.. eu tenho cabelos mágicos eu só preciso cantar uma canção.. eles vão brilhar e você vai ficar bem.. eu prometo..

"Você vai ficar bem.. eu prometo.." Então... A Rapunzel era a voz do meu sonho.. a Voz que me curou..

– Rapunzel.. - Coloco uma das minhas mãos em seu rosto.. não sei se ela disfarçou mas dessa vez ela não estremeceu - Lembra.. quando eu.. fiquei apagado uns dois dias e disse.. que foi.. um sonho que me fez.. melhorar? - Eu já não conseguia falar direito então ela apenas assentiu enquanto lágrimas caiam de seus olhos.. - Rapunzel.. você.. você.. é o meu sonho.. - Ela da uma sorriso entre as lágrimas
– E você é o meu.. - Ela ainda chorava enquanto pegava uma mexa dos cabelos para por na minha pele mas eu empurro sua mão de leve e balanço a cabeça negativamente - Mas.. - ela começa mas eu a interrompo
– Shh... - Começo a acariciar seus cabelos - Confie em mim... - Ela vai chegando perto e aparentemente iriamos nos beijar, na verdade era tudo o que eu queria pra poder encerrar minha vida, mas não foi o que eu fiz.. peguei a adaga da bruxa que estava ao meu lado ainda meio ensanguentada e cortei os cabelos dela.. afinal, era isso que a bruxa tanto queria.. e não a Rapunzel
– Jack.. o que? - Rapunzel passa as mãos no cabelos curtos - Não , não , não! Brilha linda flor.. teu.. poder venceu.. Não! - Eu fecho meus olhos e então escuto a bruxa gritar
– Não! o que você fez? - Ela começa a abraçar o resto dos cabelos dourados antes de eles se tornarem castanhos - Não!! - A bruxa vai perdendo a beleza e se tornando e velha e feia como sua alma e então cai da janela ainda gritando..
– Puxa! mas que velha chata! - Fada. que aparentemente foi a responsável pelo empurrão - Bom.. acho que devo desculpas a vocês..
Ela começa a se explicar mas eu já não conseguia ouvir direito, tentava prestar atenção na respiração da Rapunzel enquanto ela chorava em cima de mim
– Jack.. - Ela suspirou - Cura o que se feriu... salva o que se perdeu... trás de volta já.. o que uma vez foi meu.. uma vez foi meu..- sinto que algo havia caído sobre minha ferida e então uma luz dourada forte invade meus olhos fechados.. achei que era isso que acontecia quando se morria, mas pra minha sorte, não era bem isso
– Jack? - Rapunzel pergunta e eu vou abrindo meus olhos e misteriosamente me sentindo melhor..
– Hm.. sabe - Falo e tento me sentar - Acho que vai ser mais fácil te beijar agora.. sem todo aquele cabelo atrapa.. - Ela me beija e então ouvimos aplausos dos guardiões ao redor.

Bom, acho que agora todos esperam um final feliz, um final realmente óbvio.. mas não foi bem assim, depois daquele dia, nós voltamos até o polo e fada foi julgada, ela acabou bem, pegou alguns dia de serviço comunitário mas ficou feliz de poder continuar sendo guardiã. Soluço, Merida e Rapunzel, não puderam continuar como guardiões pois vinham de épocas diferentes e infelizmente tiveram que voltar pra suas casas. Merida ao se despedir disse que não iria desistir de mim, me deu um abraço e entrou no globo de neve, Soluço.. nunca mudou, continuou o mesmo de sempre, mas disse que faria visitas se algum dia pudesse, o difícil mesmo foi me despedir dela... No começo eu era um cara que só queria curtir a vida, viver a diversão, mas depois que eu a conheci tudo e todos os meus conceitos foram revistos e mudados, eu a amei, e a amo, ela foi e sempre será o amor da minha vida mas fui obrigado a apagar sua memória pra não vê-la sofrer, ela voltou pra sua torre e reviveu a história com um outro cara lá.. um tal de José, mas pelo que me dizem ele a faz feliz. E eu? bom.. eu sou imortal, continuo muito bem conservado e aprendendo a viver os dias calmos no polo jogando cartas, se eu estou feliz com esse fim? não.. mas as crianças precisam de mim, afinal de contas como um velho amigo meu disse, somos guardiões, é um risco ocupacional.
FIM.