Tu Eres Mi Vida escrita por Bia Rodrigues


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

FELIZ CUMPLE JORGEEE! Ou se preferirem: HAPPY BDAY JORGEEE! É gente, 23 anos em, a mentalidade não é de 23, mas vamos esquecer essa parte. O twitter ficou uma loucura, vocês tem conta pessoal ou fc? Enfim, agora voltando para a fic...Eu demorei um pouco, mas estou fazendo o planejamento do restante da fic, me desculpem por ter me enrolado um pouco.

Eu agradeço pelos reviews e espero que gostem :D



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–Que horas eles disseram que iriam chegar, mesmo? –Perguntei, indo de um lado para o outro, impaciente, mas eu não tinha culpa se sentia falta da minha melhor amiga e ela estava atrasada. Haviam se passado alguns dias desde nossa madrugada no hotel, uma semana e meia mais precisamente, e finalmente Fran e Marco estavam chegando na Califórnia.

–Pela décima vez, eles vão chegar as 3h00. –Leon me respondeu, já visivelmente estressado.

–E que horas são, por favor....meu amor? –Tentei acalmar a situação.

–Pela décima terceira vez em um minuto e meio que você tem me perguntado que horas são...São 3h02. –Ele murmurou. –Não que eu esteja contando...meu amor. –Falou irônico.

Leon costumava ser mais paciente, mas ao que parece ele estava com problemas na Universidade, e não quis me contar, odeio quando ele faz isso. Ele estava sentado na cadeirinha de plástico ao meu lado, com a mão na cabeça, implorando para sair dali, eu estava de pé, andando em círculos e roendo as unhas, é que eu era um pouco ansiosa.

–Mau humor logo cedo, Leon? –Perguntei com a voz comedida.

–Sempre. –Respondeu grosso. Acabei optando por ignorá-lo e ele acabou percebendo rapidinho. –Me desculpe. –Sussurrou e logo ficou quieto, mantendo o mau humor.

–Que horas são? –Perguntei novamente.

–3h03. –Falou seco e irritado. –Que saco, Violetta, logo eles cheg...

–Violetta! –Ouvimos um grito vindo da escada rolante.

–Francesca! –Gritei e corri ao seu encontro. Marco que estava logo atrás apenas deu risada e foi cumprimentar Leon, já que ambos foram jogados para escanteio.

–Por que elas são tão histéricas? –Ouvi Marco perguntar a Leon, logo após eles terem se cumprimentando com um aperto de mão e um tapinha nas costas.

–Não faço ideia, não entendo as mulheres e esse hormônios. -Leon respondeu, e os dois riram.

–Não entende, mas adora elas não é? –Indaguei e eles pararam de rir, talvez porque minha voz não saiu tão doce quanto eu imaginei.

–Só uma. –Leon respondeu, não encontrei nenhum vestígio de mau humor em seu rosto dessa vez. –Só adoro uma, ou melhor duas.

–Duas? –Perguntei.

–Senhorita Castillo, que eu ainda não descobri como tanta ansiedade e nervosismo cabem em um ser tão pequeno como você. E a Sra. Vargas, que deu a luz a minha irresistível pessoa. –Ele falou, e o casal ao nosso lado gargalhou.

–Acho que senti sua falta, Vargas. –Fran falou e o abraçou, eles eram amigos a um tempo, antes mesmo de eu aparecer. E então eu aproveitei para cumprimentar Marco, com menos intimidade, apesar de sermos amigos.

Leon ajudou com algumas bagagens de mão da Francesca, o restante iria chegar depois, afinal era uma mudança e tanta.

–Ainda estou esperando vocês me contarem quando bolaram essa história toda de morar aqui com o Leon. –Falei assim que entramos no carro alugado.

–Ah Vilu, é basicamente aquilo que eu te contei. –Fran começou. –As coisas não estavam fáceis, e parece que durante uma conversa entre os dois aí. –Ela apontou para Leon e Marco. –Eles tiverem essa ideia, já faz um tempão.

–É quase um ano, mas decidi manter surpresa. –Leon comentou, e eu dei um fraco tapa em sua coxa por ter me escondido isso por tanto tempo.

–Por que demorou tanto assim?

–Porque tínhamos muito que ajeitar. Principalmente aquele lance de cidadania, uma confusão, e claro, o pai da Francesca quis me matar.

O aeroporto não era muito próximo do nosso destino, então o caminho todo foi uma falação, entre mim, Fran e Marco, já que Leon do nada ficou quieto e pareceu entrar em outro mundo. Eu optei por perguntar depois, sabia que isso renderia uma discussão e não queria que nossos amigos vissem isso.

–O que acham de paramos para comer um frango frito? Aposto que vão adorar. –Perguntei e eles concordaram, os dois estavam tão empolgados que eu acho que qualquer coisa que eu sugerisse eles iriam aceitar, Leon apenas assentiu, mudando um pouco nossa rota.

Ele estava calado, simples assim, e Marco e Fran obviamente perceberam, porque quer queira quer não, é do Leon que estamos falando, ele não é de ficar quieto, Leon e quieto nem combinam na mesma frase.

–Nossa primeira refeição em solo americano. –Marco brincou.

–Super saudável. –Falei rindo. –Deveria estar levando vocês para comer uma saladinha.

–Um balde de frango frito não vai fazer mal a ninguém. –Ele respondeu. –Talvez dois baldes...

–Para de ser guloso. –Fran falou e ele fez uma careta em resposta.

–Relaxa Fran, pelo visto, Marco vai competir com o Leon para ver quem come mais. –Falei e Leon até que soltou um risinho. O silêncio que se estendeu em seguida me permitiu ouvir o celular do Leon tocando, bem baixinho.

–Amor, sua mãe está te ligand...-Antes que eu acabasse de falar, o celular já havia sido arrancado da minha mão, mas ele não atendeu, apenas desligou o aparelho.

–Não era importante. –Ele disse ao ver que eu o olhava, completamente confusa.

–Você não atendeu. –Constatei o óbvio. –Como pode saber se é importante?

–Acredite, Vilu, eu sei que não era. –Suspirou, como se falasse mais consigo mesmo do que comigo. –Eu sei que não era...

[...]

–Mais alguma coisa? –Perguntou o garçom, com um chapéu de galinha na cabeça, era impossível não olhar para aquele negócio de penas balançando em cima dele.

–Dois milk-shakes de chocolate e duas coas diets. –Marco falou, apesar do inglês perfeito, seu sotaque era bem carregado.

–Vocês dois vão beber tudo isso? –Fran perguntou tão espantado quanto eu, afinal eles já tinha pedido o balde de frango frito, uma sobremesa e as quatro bebidas, os dois apenas assentiram, fazendo cara de inocentes.

–Um suco de morango para mim. –Fran falou olhando no cardápio.

–O mesmo pra mim. –Falei.

–Okay. –O garçom se retirou, murmurando os pedidos como se todos pudesse ouvir. Marco murmurou que ia demorar muito, mas ele logo ficou bem ocupado com a Fran. Aproveitando que os dois estavam distraídos, eu tentei puxar assunto com o emburrado ao meu lado.

–O que foi aquilo lá no carro em?

–O quê? –Ele sussurrou de volta, eu o olhei com “aquela cara” de Violetta Castillo, e como o digníssimo Leon Vargas conhece bem essa cara ele logo tratou de me responder. –Meus pais.

–Isso eu percebi. –Falei óbvia. –Mas o que está rolando?

–Não é nada demais, Vilu, eles só se esquecem que eu sou maior de idade, e querem me tratar como criança.

–Não creio que seja só isso.-Murmurei. –Vocês está estranho, está...

–Estou bem. –Ele me cortou. –Ótimo para ser sincero.

–E se tornando a cada dia um mentiroso cada vez pior. –Constatei e ele deu risada. –Não que isso seja ruim, Vargas. Pelo menos assim eu te pego nas suas mentiras.

–Não que eu minta muito. –Ele auto se defendeu, e eu arqueei a sobrancelha desconfiada. –Castillo. –Tentou imitar minha voz. Oh é verdade, ele odeia que o chamem pelo sobrenome.

–Vargas, você não consegue imitar minha voz irritante quando eu te chamo pelo sobrenome, sinto te decepcionar.

–Claro que não consigo, acho que é humanamente impossível imitar sua irritante voz quando me chama de “Vargas”. –Ele falou, passando o braço por minha cintura e me puxando para si.

–Olha a agarração aí. –Fran brincou.

–Eu posso mostrar o que é agarração de verdade, Fran. –Leon falou no mesmo tom de brincadeira, o que lhe rendeu outro tapa na coxa.

–Não, por favor, prefiro não ter a imagem de você agarrando a Vilu na minha cabeça, Leon. –Fran fingiu uma expressão de espanto.

Foi aí que eu comecei a perceber de verdade, digamos que “a ficha caiu” para mim, o quanto seria bom ter uma amiga de verdade aqui comigo. Claro, eu tinha amigas, mas eu não era muito sociável, e me desculpe a sinceridade, mas minha companheira de quarto ao invés de ser uma boa amiga, era uma vaca.

Leon por outro lado, amigos, amigos e mais amigos, mas isso não o mudava, ele não era influenciável, e isso o tornava distinto dos outros.

Distinto, diferente, pessoas únicas, que se destacam naquilo que fazem, isso era o que a Universidade queria, e Leon tinha isso em abundância. Quanto a mim? Bom, eu me achava bem careta para ser sincera, não me via como uma pessoa capaz de fazer a diferença, mesmo que me dissessem o contrário, acho que esse é um conflito interno que eu luto diariamente, luta o dia todo, e perco no final.

–Um balde de frango frito chegando. –Marco anunciou assim que o garçom chegou, ainda trajando o chapéu de penas na cabeça, logo em seguida trazendo o restante dos pedidos.

–Quer que eu coloque molho em algumas asinhas para você? –Leon perguntou, ele era prestativo e carinhoso assim mesmo, mas acho que naquele momento ele estava tentando se desculpar pela bipolaridade e todo aquele stress.

–É...Ah...Sim, por favor. –Pedi, despertando do transe que meus pensamentos me fizeram entrar.

Ele era legal demais, bonito demais, genial demais, um ótimo ser humano cheio de imperfeições, claro, mas por que eu? Entre tantas garotas. Eu não sei porque tenho duvidado tanto de mim, mas ver Leon com seus amigos, querido por todos, e desejado por todos, me fazia pensar.

–Isso aqui está muito bom. –Leon murmurou ao meu lado, enquanto dava um gole em seu milk-shake, eu me peguei sorrindo enquanto o admirava em uma situação tão comum. –Não vai comer? Vai acabar esfriando.

Novamente despertei do transe quando vi que a pergunta era dirigida a mim.

–Er...Sim, claro que vou. –Falei pegando uma asinha de frango frito separada com molho que Leon havia separado para mim, ele sempre fazia isso quando comíamos aqui, quer dizer, só comemos aqui umas quatro ou cinco vezes, mas ele sempre fez isso.

–Acho que o seu verdadeiro problema era a fome. –Falei para Leon, arrancando gargalhadas na mesa, ele já estava mais solto, e com um humor melhor, o que era bom.

–É bem capaz. –Sussurrou com uma asinha na boca.

Era estranho, parecia que estávamos sendo testados, por nós mesmos. Leon não costumava ficar assim, e eu sei que a fome não era a culpada, até porque ele andava meio estranho e bipolar já faz uns dias.

Tinha certeza que o Sr. e a Sra. Vargas estavam dando uma pressionada nele. Leon estava em dúvida se realmente seguiria as linhas empresariais, e aqui nos Estados Unidos você não decidi a carreira quando entra na Universidade, é meio complicado de se explicar. A questão era que Leon estava fugindo um pouco do que ele falou que queria ser, e eu sabia que isso estava mexendo com ele.

–Amor, tá meio sujinho aqui. –Ele falou para mim, pegando um guardanapo e limpando a área com o molho.

–Que bonitinho. –Marco disse meio que irônico, mas não na maldade. –Senti falta do casão do ano.

–Eu sei, merecemos um Oscar. –Leon falou me abraçando.

–Idiota. –Marco respondeu. Relembrando aqui que apesar dos dois terem 19 anos, a maturidade deles estava beirando os 5.

Leon só não respondeu na hora porque estava ocupado e concentrado demais em mais uma asinha, ele adorava aquilo, eu estava completamente satisfeita, mas tinha certeza que ele demoraria para se saciar.

–Então, idiota número 2. –Leon falou para Marco, é talvez a maturidade beire os 3 anos de idade. –Já tem planejado sua nova vida americana?

..Vida, eu acho uma palavra tão forte, já pararam para pensar, o que é vida? Por favor, não me refiro aos termos biológicos no momento. Não sei explicar o que era vida para mim, talvez amor, aqueles que eu amo, meus pais, o panaca, quer dizer, Federico, o outro panaca (Leon), Fran, Marco, Cami...Aqueles que fazem minha vida valer a pena, mas no momento não era todos que estavam presente nessa preciosidade que eu chamo de vida.

Fitei o cabeludo em minha frente, quieto, tímido, mas havia muita coragem por trás dos cachinhos do Marco. Ele era como um irmão para mim, um segundo irmão, não posso deixar que Fede saiba disso.

Fitei a Italiana que morava na Argentina e agora têm nacionalidade Americana também. Minha melhor amiga. Nunca pensei que pudesse encontrar um serzinho tão maravilhoso quanto Francesca, ela era forte, confiante, segura de si, apesar de um pouco impulsiva, fazia parte de mim.

E por fim, fitei o mexicano, já me referi tanto a ele, ele era a felicidade, como se completasse o que eu precisava para ter a vida completa. Muitos devem achar ridículo e clichê eu falar sobre ele completar minha vida, mas essa era a realidade, Leon era mais do que um namorado, eu olhava para ele e sabia que de alguma forma ficaríamos juntos, mesmo com interferências e problemas que enfrentávamos.

–Amor? Vou ali pegar mais molho, você quer alguma coisa? –Leon perguntou.

–Não...quer dizer...deixa que eu vou, continue a conversa com o Marco. –Falei me levantando e esperando que ele me desse passagem. –É no andar de cima?

–Sim, tem certeza que não quer que eu vá...-Mas eu já havia ido.

Peguei o potinho e despejei molho nele, era como aqueles potinhos que você ganha quando vai a um restaurante japonês. Senti mãos agarrarem minha cintura, e com o susto derrubei todo o molho, não era Leon.

A pessoa me virou, e eu não encontrei malícia em seu olhar, apenas um pouco de desespero. Achei que ele estava fora da cidade.

–Você não muda mesmo, não é Vilu?


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Notas finais do capítulo

Entonces? Peço que comentem, nem se for pra dizer que não gostaram. Eu queria falar uma coisa, o casal enfrentará problemas mais na relação, haverá algumas provocações de algumas pessoas, mas o foco mesmo é o casal. Eu espero de verdade que tenham gostado, beijão :D

E VIVA O BLANCO E SEUS "23 PIRULOS" Não faço ideia do que significa Pirulos.