Pov’s Violetta

Respirei fundo e contei automaticamente até dez, Peter encarava Leon e Leon encarava Peter. Leon seguia com as mãos na minha cintura, e parecia que jamais iria me soltar.

–Eu tenho que ir. E Leon, provavelmente eu não volto hoje, vou sair com uma garota, foi bom te ver Violetta. –Peter disse e se retirou, eu apenas assenti, afinal, eu não estava afim de ter problemas com Leon. Mesmo com a saída de Peter, Leon não largou minha cintura.

–Leon? –Eu o chamei.

–Sim. –Ele disse ainda tenso.

–Pode me soltar? –Eu perguntei rindo.

–Por que eu soltaria? –Ele perguntou, e me deu um beijo no rosto, o que eu diria que foi complicado, pois nós temos uma certa diferença de altura.

–Por que nós somos um casal agarrado no meio do corredor olhando para a porta do seu quarto, isso não é normal. –Eu disse.

–Nós não somos normais. –Ele disse e em seguida me soltou, abriu a porta do quarto indicando que eu entrasse no mesmo. Era u quarto bem grande se querem saber, a cama de Leon ficava bem distante da Peter, havia um tapete com o símbolo da Universidade bem no centro, uma pequena televisão, dois guardas roupas e um banheiro, e por ser um quarto masculino, eu diria que estava bem organizado.

–O que quer fazer hoje? –Leon perguntou me puxando para sentar em sua cama.

–Você está bem? –Eu perguntei ignorando a pergunta feita.

–Por que eu não estaria? –Ele perguntou indiferente

–Você sabe, por causa do Peter.

–Estou bem, mas prefiro que o evite ao máximo, está bem claro que ele “amou” te ver novamente. –Leon disse irritado com a última parte.

–Está bem, não se preocupe com isso. - Eu concordei prontamente, Leon me encarou, desviou o olhar e depois me encarou novamente, estava claro que ele queria saber algo.

–Quanto tempo ficaram juntos? –Leon tomo coragem e perguntou preocupado.

–Quer mesmo saber? –Eu disse hesitante, e encarei Leon que estava com uma expressão nada tranquila no rosto.

–Não. –Leon disse e eu ri.

–Ótimo ent...-Ele me interrompeu.

–Na verdade eu quero saber sim. –Leon disse envergonhado, eu ri com isso, tinha certeza que uma hora ou outra ele perguntaria. Pensei um pouco, afinal eu não me lembrava direito da época em que eu fiquei com Peter.

–Eu acho que foram dois meses. –Eu disse dando risada, Leon fez uma discreta careta e riu também. Ao menos o clima entre nós estava se descontraído, eu estava praticamente agarrada nele, e Leon apenas estava com um dos braços envolvidos em minha cintura.

–Sente falta de Buenos Aires? –Eu perguntei.

–Muita! Tenho saudade de tudo e de todos. –Leon respondeu.

–Eu também. Por mais que eu fale com a Fran com a Cami, e com os meus pais por vídeo-chat, não é a mesma coisa, eu gostaria de tê-los aqui comigo. –Eu respondi e Leon apenas concordou comigo, eu estranhei sem comportamento, ele estava quieto, quieto demais para ser Leon Vargas.

–O que está acontecendo com você ultimamente? –Eu perguntei me levantando e ficando sentada sobre as pernas de Leon, o mesmo estava deitado, e riu com meu ato.

–Cansaço. –Ele respondeu, essa era a resposta que ele sempre dava, ultimamente ele andava meio tristonho, e quando eu pergunta o motivo para tamanho baixo-astral, ele sempre dava a mesma resposta.

–Eu te conheço Leon. –Eu disse.

–Prove. –Leon retrucou dando risada, e eu ainda estava sobre suas pernas, mas Leon não pareceu se incomodar.

–Quando você está com ciúmes, você cruza os braços na altura do peito e fica todo corado. Quando está triste, você praticamente vai para outro mundo, e fica pensando somente naquilo que te perturba. Quando está com raiva, seu rosto fica “duro”, suas covinhas se “exaltam”. E quando está feliz você vira o verdadeiro Leon, aquele que gosta de rir, jogar futebol, perturbar a namorada maravilhosa...E isso é só um pouco do que eu sei sobre você. –Eu disse e Leon me encarou, ele até tentou levantar, mas o meu peso sobre suas pernas o impediu.

–Eu poderia falar tudo o que eu sei sobre você, mas do jeito que você, eu sairia daqui só o ano que vem. –Ele disse, Leon puxou meus braços e eu acabei caindo sobre ele. –Meu plano deu certo. –Ele riu e comemorou, envolvei seus braços em minha cintura me impedindo de levantar, digamos que a nossa posição não estava muito confortável, ele estava deitado, eu estava “presa” sobre ele, em um ato mais do que rápido León inverteu as posições, ou seja ele ficou sobre mim.

–Sai você é pesado. –Eu disse em tom de brincadeira e dei um delicado soco contra seu peito, mas meu soco não fez nem cócegas nele.

–Meu peso tem haver com a quantidade de músculos que tenho. –Leon disse, se Leon prestasse a atenção nas aulas de ciências, ele saberia que o que ele disse não fazia sentido, mas vamos deixar o momento nerd de Violetta Castillo e voltar a me concentrar no ser humano que estava em cima de mim.

–Músculo? Só vejo gordura aí. –Eu disse brincando enquanto apertava seu braço, admito que seus braços pareciam maiores e um pouco mais definidos eu diria, provavelmente os excessivos treinos de futebol.

–Gordura não, excesso de gostosura. –Leon disse rindo também. Quando pararmos de rir (O que demorou bastante), Leon equilibrou seu peso sobre mim, esse aproximou lentamente de meus lábios, eu apenas fechei os olhos esperando que o contato ocorresse.

E então senti seus lábios se chocarem contra os meus, uma sensação nova me atingiu, não era um beijo calmo, bem pelo contrário se querem saber. As mãos de Leon apertavam minha cintura, e puxava meu corpo em direção a ele.

Minhas mãos agora presas em sua nuca ajudavam a manter os corpos “colados”, era como se estivéssemos presos um ao outro, a maneira como nossos corpos se moviam nos deixava interligados de uma maneira diferente, muitas vezes, “o diferente” é bom.

As mãos dele pareciam querer moldar meu corpo, e ele fazia tudo com muito cuidado e delicadeza. O ar acabou, um dos beijos mais longos que tivemos, Leon ficou muito próximo de mim, por estar extremamente ofegante (Assim como eu), sua respiração batia fortemente contra meu rosto, seus olhos escuros pelo desejo, mostravam o quanto ele me queria, não posso reprimi-lo, eu o queria também.

Assim que Leon pareceu recuperar o fôlego, ele desceu os lábios até meu pescoço, e deixou alguns beijinhos por ali, em seguida subiu os lábios por minha face, não ousou se aproximar dos meus lábios, beijou meu queixo, bochecha e foi em direção a minha orelha, mordiscando-a, ri com isso, era tudo novo para mim, eu apenas tratei de desfrutar o momento

As mãos de Leon, pela primeira vez, largaram minha cintura e desceram, até a barra da minha camiseta, eu fiquei tensa na hora, e pelo visto Leon percebeu, ele deslizou seus lábios até os meus, e ali me deu um leve selinho, afastou bem pouquinho nossos lábios, de uma maneira que ainda continuássemos perto, ele olhou nos meus olhos, e disse:

–Essa noite, iremos nos amar, como jamais alguém amou. Essa noite iremos fazer uma escolha: A escolha de nos amarmos eternamente.....