Tu Eres Mi Vida escrita por Bia Rodrigues


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! Bom demorei, mas as coisas estão meio corridas, vou fazer o meu melhor :D Eu quero agradecer as pessoas que comentaram e a quem favoritou. Queria pedir para comentarem um pouquinho mais hehe :D

Espero que gostem do capítulo.



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Pov’s Violetta

–Obrigada por trazer, Lara, pode deixar que eu cuido dele. –Eu disse retirando a bandeja das mãos dela e colocando no colo do Leon.

–Eu preciso só ver se está tudo bem com ele. –Respondeu Lara com um enorme desgosto na voz. Eu deixei, apesar de tudo ela era a enfermeira, e mesmo não gostando dessa proximidade dela, a saúde do Leon vinha em primeiro lugar.

Ela colocou a mão no rosto dele, e com uma lanterna examinou os olhos esmeraldas, que hoje estavam mais para castanho-esverdeados. Após isso ela fez mais algumas observações e ao acabar sorriu, Leon meio desconfortável retribuiu um sorrisinho, eu revirei os olhos.

–Pronto. Agora você precisa comer. –Ela disse sorrindo, ela parecia ignorar a minha presença, como fez da outra vez que estivemos aqui.

–Obrigado. –Leon agradeceu cordialmente.

–Quer ajuda com a bandeja? –Ela perguntou, parecia fazer de propósito.

–Deixa que eu ajudo. –Interferi.

–Tudo bem, qualquer coisa me chame. –Ela disse. –Melhoras, Leon.

–Obrigado. –Ele agradeceu novamente e Lara saiu. Leon me encarou, achei que ele ficaria bravo, mas ele parecia segurar o riso. Eu me aproximei a coloquei o apoio na bandeja, de uma forma que ficasse confortável para ele.

–Não precisa ficar brava comigo por causa dela. –Leon disse enquanto começava a comer.

–Precisa. –Respondi. –Sabe que eu não gosto dessa garota, e você ainda provoca. –Com minha fala ele riu.

–Lara não é uma má pessoa...-Eu o cortei.

–Mas dá em cima de você. –Respondi curta e talvez um pouco grossa.

–Mas hoje ela não fez nada.

–Para de defendê-la. –Eu disse e ele novamente soltou um risinho, ele se divertia quando eu ficava brava. –Ela gosta de você, pode não ter feito muito hoje, mas o jeito dela, as ações dela parecem ser propositais para me causar ciúmes. E vê se come Leon, só vi você remexer o prato. –Eu disse dura.

–Tudo bem. –Ele respondeu sorrindo, sou tão difícil de ser levada a sério? Eu me sentei em uma poltrona e esperei ele acabar de comer, estava tudo tão complicado, ainda precisava contar sobre a morte de Diego, e temia pelo que estava acontecendo com Fede.

–Está muito bonita. –Leon falou do nada, levantei minha cabeça e o encarei confusa, de bonita eu não tinha nada, no momento estava um completo desastre, eu ainda estava com as roupas de quando fomos salvá-lo, meu cabelo deveria estar gigante e desgrenhado, não sabia onde Leon estava me achando bonito.

–Você é um cara estranho, Leon Vargas. –Eu disse sorrindo, simplesmente o clima entre nós havia melhorado, não valia a pena permanecermos brigados.

–Vou levar isso com um elogio. –Ele respondeu retirando a bandeja do colo, pois havia acabado de comer.

–Se sente melhor? –Perguntei e ele assentiu.

–Bem melhor se quer saber. –Respondeu passando a mão sobre o cabelo bagunçado.

–Acho que preciso te contar uma coisa. –Eu disse.

–Essa coisa é aquilo que você ia me dizer, depois desistiu, e agora que contar novamente? –Ele perguntou e riu, infelizmente não era algo engraçado.

–Exatamente, não é que está mais esperto. –Eu disse, mas não sorri nem nada, e provavelmente ele percebeu que era algo sério.

–O que houve? –Perguntou indicando que eu fosse até ele, e eu o fiz.

–É sobre o Diego. –Comecei, ele não esboçou nenhuma reação, para dizer a verdade não sabia como ele reagiria, apesar de tudo que o Diego fez, não posso esquecer que os dois já foram grandes amigos. –Ele não resistiu Leon, me disseram faz pouco tempo. –Eu disse.

–Não pode ser. –Ele disse. –Eu matei o Diego? Eu matei o Diego, eu mat..matei o Diego. –Ele disse lentamente e algumas lágrimas escaparam de seu olho, coloquei minha mão direita sobre seu rosto sem barba e ali acariciei, não era uma caricia com intuito de sedução, era uma caricia com o intuito de consolar, era apenas um gesto amoroso.

–Você não o matou por querer Leon. Foi legítima defesa. –Eu disse colando nossas testas.

–Sou um assassino. –Ele disse e eu pressionei um pouco mais minha mão sobre seu rosto.

–Leon, você não é uma má pessoa. Não é um assassino. –Olhe para mim, pedi afastado um pouco meu rosto do dele. –Você não é um assassino.

–O Diego. –Ele sussurrou. –Era meu amigo, Vilu.

–Não era, Leon. Quer dizer, foram amigos, mas não eram mais. –Eu disse a ele. –Não foi culpa sua, o Diego fez escolhas, ele tentou tirar a vida do Federico e iria tirar a sua.

–Mesmo assim, não era para ele ter morrido.

–Eu sei que não, só não quero que você se sinta culpado. –Eu disse a ele. Leon ficou com a cabeça abaixada por um tempo e eu fiquei acariciando desde sua bochecha até sua nuca.

–Sr. Vargas. –Disse o doutor entrando no quarto e fazendo assim com que nós dois nos separássemos. –Me desculpe interromper, mas o senhor está liberado, somente precisa seguir os procedimentos passados. –Ele disse e eu sorri.

–Obrigada doutor. –Eu agradeci e Leon também. Fomos acompanhados até a recepção, mas iriamos ficar mais um pouco aguardando as noticias do meu irmão.

–Meu filho. –Era a Sra. Vargas que vinha de encontro ao filho dando-lhe um forte abraço.

–Olá Sr. e Sra. Vargas, é bom revê-los. Me desculpem, mas preciso ir. –Disse e me retirei, deixando os três se abraçarem, matarem a saudade, e a Sra. Vargas mais chorava do que qualquer outra coisa.

[...]

–Será que Diego gostaria que eu fosse ao enterro dele? –Perguntou Leon acabando de arrumar seu terno preto. Havíamos saído do hospital fazia algumas horas, Leon estava se recuperando bem. Já Federico estava internado, mas ao que parece ele teria que contar com o auxiliado da cadeira de rodas por algumas semanas enquanto fazia fisioterapia para recuperar os movimentos.

Os pais de Diego estavam péssimos, não era para menos, haviam perdido o filho. Eu vi a reação de Gregório, ele simplesmente não acreditou, ficou em choque e depois surtou.

–Não sei, Leon. –Respondi enquanto acabava de pentear meu cabelo. Através do espelho eu o vi sorrir bem fraquinho, ele se aproximou, segurou em minha cintura e apoiou a cabeça em meu ombro, enquanto eu acabava de me arrumar.

–O que foi? –Perguntei observando o olhar melancólico de Leon.

–Nada. –Sussurrou e eu o encarei pelo espelho, o mexicano jogador de futebol americano que me abraçava sorriu fracamente novamente. –Não consigo acreditar ainda, apesar de tudo eu ainda achava que aquele Diego que eu mantive amizade estava escondido, mas Diego não teve a chance de mostrar se ainda poderia voltar a ser uma pessoa boa.

–Vai ficar tudo bem, Leon. –Sussurrei e me virei, apoiando minhas mãos em seu peito. –Diego estava louco, e caso tivesse sobrevivido precisaria ser internado, se você acredita que ele poderia voltar a ser uma pessoa boa, eu também vou acreditar.

–Do que adianta agora? –Ele me perguntou. –Diego se foi, acreditar não o trará de volta. –Leon falou um pouco mais alto e eu abaixei a cabeça. –Me desculpe.

–Tudo bem. –Sussurrei sorrindo para ele. –Só não quero que se sinta culpado, pois eu sei que se sente, apesar da nossa conversa há horas atrás.

–Não é fácil, Vilu. Fui eu quem atirou. –Ele disse bem baixinho.

–Não vou discutir isso novamente, a culpa não foi sua e ponto. –Eu disse a ele que permaneceu quieto, lhe dei um rápido, nem tanto, beijo e apesar de isso parecer animá-lo um pouco, não adiantou muito. –Vamos?

–Vamos. –Ele concordou e assim saímos de casa, obviamente o clima tenso estava no ar, estávamos indo a um enterro afinal de contas. Eu não estava triste, mas tão pouco estava feliz, eu mal conhecia o Diego, mas era uma perda, imaginava como estariam seus parentes, Leon? Leon sim estava triste, e eu admirava isso nele, mesmo depois de tudo ele pareceu perdoar o Diego, e o único Diego que ele pensava era aquele que um dia fora seu amigo.

O caminho foi bem silencioso, Leon dirigiu com as mãos firmes apertadas ao volante, e eu com a mãe em sua perna, fazendo carinho, tentando acalmá-lo, porém tampouco conseguia dizer algo que aliviasse o momento.

O enterro de Diego foi horrível, eu me senti mal pela pessoa, mal pelos seus pais que choravam descontroladamente, mal pela Ludmila que encarava fixamente o chão e chorava baixinho pela perda do primo.

Fiquei abraçada ao braço esquerdo de Leon, o mesmo estava magoado e com os olhos marejados, mas não chegou chorar, o que eu estranhei, mas deixei quieto, Leon não me parecia o tipo de pessoa que segura o choro.

Aquele não era um momento para conversas, nem um bom momento para indagações, eu apenas fiquei ao lado dele, acho que ele preferia o silêncio. Foi rápido para falar a verdade, ocorreu o velório e logo em seguida nos despedimos de Diego. Eu não sou de pedra e acabei me emocionando com o momento, só senti Leon me abraçar com força.

–Vai ficar tudo bem. –Leon repetiu as palavras que eu havia dito a ele.

–Eu sei que vai. –Sussurrei e ele sorriu. Com o fim do enterro nós fomos embora, junto com as pessoas que iam pelo caminho do estacionamento, não vi mais Ludmila a partir daí, ela deve ter ficado com a família.

–Com licença, Leon Vargas? –Um homem de terno nos parou, Leon meio confuso respondeu.

–Sou eu.

–Eu tenho aqui uma intimação. –O homem disse tirando um papel do bolso.

–Intimação? Por quê? –Leon indagou confuso, e eu estava tão confusa quanto ele, mas sabia que não era coisa boa, no dia que tivermos paz eu realmente vou ficar surpresa.

–Você está sendo processado, pela morte do senhor Diego Ferro...


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