Abrindo os Olhos de Mário Calderón escrita por Wanda Filocreao


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Me desculpem pela demora, é que tirei umas férias da fanfic e tive alguns compromissos. Mas já voltei e preparei um capítulo fresquinho para vocês. Espero que gostem e se possível comentem.



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–Deixa dona Edite, vai deixa! É só mais um pouquinho! - insiste Felipe.

–É mesmo dona Edite! A gente ainda nem se despediu direito do seu Mario. Deixa a gente ir! - Fabio reforça o pedido do irmão.

Dona Edite tenta a todo custo convencer aqueles dois danadinhos a irem para a cama o quanto antes e tirarem da cabeça aquela ideia absurda de irem novamente ter com o seu Mario e o deixarem em paz, para ficar um pouco com a sua irmã.

Neste exato momento ele estava no portão da casa de Nanda conversando com ela.

Naquela noite os meninos ficaram praticamente o tempo todo conversando e jogando seus joguinhos com o pobre homem, enquanto ela e Nanda arrumavam a cozinha do jantar.

Já tiveram toda a atenção possível do empresário.

Haviam encerrado a cota daquele dia!

Agora era a vez de Nanda ter um pouco de atenção do seu namorado.

Foi duro tirá-los de sua residência e levá-los para a casa deles, pois queriam ficar a todo custo junto do amigo.

“Os pobrezinhos não entendiam que um casal precisava de um pouco de privacidade.” - sorri pensativa a boa senhora.

Agora enquanto Nanda e seu Mario conversavam no portão, os garotos já de dentes escovados e vestidos em seus pijaminhas coloridos com estampas de super- heróis, não desgrudavam os olhinhos da janela, espiavam o tempo todo o casal que conversava e logo vieram com aquela ideia absurda de saírem e irem se despedir novamente do amigo.

Dona Edite os olha atentamente, com olhos amorosos e com toda a paciência que lhe era peculiar, caminha até a janela onde estão os dois garotos.

Os pequenos estavam com os narizinhos colados na vidraça e com os olhinhos mais tristes do mundo.

A boa senhora passa a mão carinhosamente em seus cabelos e lhes fala com voz meiga:

–Meninos, escutem aqui um pouco. – começa ela com toda a psicologia que a idade havia lhe proporcionado – Vocês querem que o seu Mario e a Nanda se casem?

Fabio e Felipe imediatamente desviam os olhos da janela e olham para ela.

–Claro que sim dona Edite! - se antecipa Felipe, o mais desinibido.

–Que pergunta dona Edite! - responde Fabio - A senhora sabe que esse é o nosso maior desejo. Até pedimos para o Papai do céu que isso acontecesse. - recorda-se o garoto.

A boa senhora dá um bondoso sorriso aos pequenos.

–Pois então, meninos – fala carinhosamente - O seu Mario e a Nanda precisam ficar um pouco a sós. Precisam trocar ideias, conversar, se conhecer e se entender. Precisam ver se combinam e só depois disto tudo é que poderão partir para uma etapa tão importante que é o casamento. E para que tudo isso aconteça eles precisam de privacidade. - nesse momento olha para eles e nota que estão com os ouvidinhos bem atentos a tudo o que estava dizendo.

–Pois então, - continua ela mais determinada - se eles não ficarem sozinhos, conversando, como é que vão saber se combinam ou não e se estão prontos para esse passo tão importante que é o casamento?

Fabio e Felipe ficam pensativos e se entreolham, não haviam pensado nisso.

–Tem razão dona Edite – começa Felipe – Eles precisam conversar e se entender.

–Eu não quero atrapalhar em nada – complementa Fabio - quero que a Nanda conheça bem o seu Mario e que goste dele assim como nós gostamos. Eles precisam mesmo dessa tal pri...dade. –explica o garoto sem conseguir completar a nova palavra que havia escutado.

Dona Edite dá uma gostosa gargalhada e assim que consegue parar de rir olha para eles e repete a palavra pausadamente:

–PRI-VA-CI-DA-DE!

Fabio e Felipe tentam memorizar e a repetem também pausadamente:

–Pri-va-ci-da-de! – repetem ao mesmo tempo.

–Muito bem meninos! – aplaude a boa senhora- Como vocês são inteligentes. – elogia-os com sinceridade.

Dona Edite com seus braços gordinhos, abraça os dois pequenos ao mesmo tempo e sapeca dois beijos estalados em suas bochechas rosadinhas.

–Pois então meninos, agora que vocês entenderam tudo muito bem, vamos para a cama dormir, já passa da meia noite.

Eles concordam imediatamente.

Dona Edite dá outro beijinho na face de cada um. Enquanto eles se deitam, a boa senhora vai até a janela para fechar a cortina e justo nesse momento, flagra seu Mario todo carinhoso, beijando a sua Nanda.

A boa senhora sorri satisfeita.

“É parece que eles estão se entendendo perfeitamente. Creio que já estão a passos largos para o caminho do casamento. Essa tal de privacidade está fazendo progressos”-continua sorrindo ao fechar a cortina.

Mario Calderón está tão encantado com a sua Nanda, a sua namorada. A delicadeza de seus gestos, a meiguice em sua voz e os doces beijos que compartilhavam o fazia crer que encontrara um tesouro na figura de Nanda.

Estava muito contente! A vida lhe sorria e lhe trazia uma nova chance de ser feliz.

Nanda pensava o mesmo.

Depois do término de seu noivado com o Tito nunca se interessara por ninguém, e também achava que ninguém se interessaria por ela, uma moça deficiente e ainda mais com dois irmãos menores para criar.

Acreditava que nenhum homem se prontificaria exercer esse papel: marido de uma deficiente visual e pai precoce de dois garotinhos de sete anos.

Mas então surgiu o seu Mario.

Um homem carinhoso e amigo de seus irmãozinhos, de seu Alfredo e de dona Edite e que por incrível que pareça que se apaixonara por ela!

Custava a crer em tamanha felicidade!

Sentia-se nas nuvens!

Feliz como há muito tempo não se sentia.

Intimamente faz um pequeno agradecimento a Deus, por ter colocado em seu caminho aquele homem tão bom.

De mãos dadas os dois trocam juras de amor, antevendo o doce futuro que os esperava pela frente.

Enquanto isso no Hospital Central, Armando e Betty igualmente de mãos dadas, só que aflitos, esperam impacientemente por Mariana.

A jovem havia conversado com os médicos lhes informando que seu tipo de sangue era compatível ao de Tito e eles a levaram imediatamente para a sala de cirurgia para fazer alguns testes o quanto antes e se desse mesmo tudo certo, fazer finalmente a transfusão de sangue no paciente.

–Meu amor – fala Betty carinhosamente olhando para a fisionomia de preocupação de Armando. – Será que a Mariana conseguirá salvar o Tito?

Armando aperta carinhosamente a mão se sua amada Betty e olhando-a com imenso amor, lhe dá um sorriso procurando lhe passar confiança e lhe diz:

–Tenho certeza que sim, meu amor. Ele vai conseguir sair desta situação. Vamos pensar positivamente. – termina a frase beijando a mão da sua doce Betty.

Em seguida escutam um barulho de uma porta se abrindo e de passos ligeiros, olham imediatamente naquela direção e se deparam com uma Mariana com um sorriso nos lábios, se aproximando deles.

A jovem se senta do lado de Betty e repara a ansiedade dela e de Armando Mendoza. Fica comovida com tal demonstração de amizade e não querendo fazer suspense vai logo relatando tudo o que se passara desde a hora em que os médicos a levaram a sala de cirurgia.

–Eu estou bem esperançosa – começa Mariana – O meu sangue foi tirado, foi constatado que era mesmo compatível com o de Tito e em seguida fizeram todos os preparativos e finalmente a transfusão nele. Segundo os médicos Tito está reagindo muito bem e deu uma boa melhorada, saindo do estado crítico em que se encontrava. – termina a frase com um brilho radiante nos olhos negros.

Betty e Armando se entreolham aliviados e felizes com aquela notícia.

Mariana abre então sua bolsa e a revira parecendo procurar alguma coisa, por fim pega uma carteira que ali estava, a carteira de Tito, que haviam lhe entregue quando o rapaz fora internado.

–Doutor Armando – começa a falar se dirigindo ao empresário – Esta é a carteira do Tito, - fala entregando-a - o senhor poderia fazer o favor de verificar se há o endereço ou telefone de seus pais e se possível entrar em contato com eles?

Armando Mendoza prontamente se levanta e pega a carteira que a jovem havia lhe estendido.

–Pode deixar Mariana, vou agora mesmo tentar entrar em contato com seus pais ou algum parente.

Dito isto o empresário dá um ligeiro beijinho nos lábios de Betty e se dirige ao balcão de informações do hospital com a carteira em mãos.

–Mariana – diz Betty olhando a amiga – enquanto o Armando faz as ligações - Você gostaria de tomar um café comigo?

A jovem concorda de imediato e ambas vão até a cafeteria do hospital.

Armando abre a carteira de Tito, procurando algum endereço ou telefone de seus pais. Encontra um cartão com o nome de Timóteo Rodriguez de Castilho.

“Bem esse é o nome completo do Tito” – reflete o empresário.

Armando constata que no cartão há também o endereço e dois telefones, um de sua residência e outro de um celular.

“Provavelmente é o celular dele”- pensa Armando com seus botões.

Resoluto, Armando pede a recepcionista para fazer uma ligação.

A moça concorda imediatamente e lhe indica o telefone no balcão.

O empresário disca o telefone do cartão e espera pacientemente que alguém atenda do outro lado.

O telefone toca por umas três vezes e por fim alguém atende com uma voz sonolenta.

–Alô, aqui é da residência da família Rodriguez de Castilho.

–Por favor, gostaria de falar com o dono da casa. - diz Armando imediatamente.

–Os patrões no momento não estão. – fala a voz do outro lado.

Armando percebe pela voz que se trata de uma mulher, talvez a empregada da casa, conclui.

–Boa noite, minha senhora. Diz Armando – Poderia me dar o número de um telefone onde eu possa entrar em contato com eles?

A mulher do outro lado se mostra apreensiva. Havia escutado inúmeras vezes dos patrões que devia ser prudente e não ficar dando informações a estranhos.

–Olha, eu não estou autorizada a dar o telefone deles. – fala desculpando-se.

–Mas é uma emergência. – reponde-lhe Armando.

A senhora fica ainda mais preocupada.

–Aconteceu algo? Quem é o senhor? De onde está falando? – a pobre mulher despeja as perguntas.

Armando compreende a sua ansiedade e tentando ser o mais didático possível fala calmamente:

–O meu nome é Armando Mendoza e estou falando do Hospital Central.

Armando faz uma pausa para que a mulher consiga entender e depois continua a parte mais dura da sua explanação:

–Estou ligando para informar que o senhor Timóteo Rodriguez de Castilho sofreu um acidente e está internado no hospital.

Armando escuta a respiração ofegante da mulher e por fim um grito de desespero:

–Não! Não pode ser! O meu patrãozinho! Meu Deus! O que houve com ele? Por que está internado?

O empresário tenta acalmar a mulher e fala pausadamente, procurando falar as palavras certas para não alarmá-la mais ainda:

–Ele recebeu uma transfusão de sangue e está sob os cuidados intensivos dos médicos. A senhora... - Armando se cala ao notar que a mulher ainda não havia dito o seu nome.

–Por favor, me desculpe, - fala a senhora, parecendo adivinhar o pensamento dele - o meu nome é Elvira e trabalho há mais de trinta anos nesta casa. É como se fosse também a minha família – acrescenta a mulher tristemente.

Feitas as apresentações Armando em pouco tempo lhe explica por alto o que aconteceu, procurando minimizar os fatos e dar boas esperanças a dona Elvira.

Pede-lhe que, por favor, se comunique com os pais de Tito, seus patrões, que segundo ela estavam em viagem de férias pela Europa.

Por fim se despede aliviado com a sensação de dever cumprido.

“Agora vou ver se a minha Betty quer que a leve para casa.” – respira profundamente e segue refletindo com seu botões enquanto caminha para a recepção onde a havia deixado conversando com Mariana.


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Notas finais do capítulo

Aguardem os próximos capítulos.



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