Abrindo os Olhos de Mário Calderón escrita por Wanda Filocreao


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal, estou postando o capitulo 14 da fanfic, espero que gostem e se possível comentem.
Peço desculpas por não ter respondido aos comentários do capítulo anterior, mas o site não permitiu isso, talvez esteja com algum problema devido à manutenção.
Quando voltar pode deixar que os responderei com toda a atenção, mas desde já agradeço a todos os comentários, pois eles tem me animado muito a continuar escrevendo esta história.
Sem mais, espero que aproveitem o capítulo.



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Geraldo reflete ainda por um bom tempo. Não quer que Mario se sinta pressionado. Tem que ser muito perspicaz e fazer com que ele perceba naturalmente que tem sim muito potencial ainda para amar e ser amado.

O amor tem que entrar na vida de seu amigo de uma maneira simples e espontânea.

Ele tem que surgir em sua vida como se fosse uma rosa brotando em meio a um jardim cheio de ervas daninhas.

O amor que Mario tanto precisa sentir tem que aflorar em sua alma. Pois esse amor será a sua salvação, a sua porta para a felicidade.

“Ele não sabe, mas seu coração está transbordando de amor para dar. E tenho a certeza que a moça cega e seus dois irmãozinhos serão a chave que abrirá o coração de meu amigo”- pensa Geraldo com plena convicção de estar no caminho certo.

Decidido, mas como quem não quer nada, para não dar muito na vista, Geraldo fala a Mario:

–Meu amigo, estava pensando em tudo o que você me contou. Você passou por poucas e boas em sua vida, isso é uma realidade. Mas pense bem, você não é o único a passar por sofrimentos e dissabores na vida. Bola pra frente meu amigo! Procure se acercar de pessoas que lhe façam bem, que tragam alegria ao seu coração.

Mario escuta com atenção tudo o que o deficiente lhe fala, percebe que ele está coberto de razão e quando o ouve falar em pessoas que lhe façam bem, instantaneamente surge em sua lembrança a imagem de três criaturinhas que teimam em estar ali, povoando a sua mente e o seu coração, desde o dia em que os conheceu: Nanda e seus dois irmãos, Fabio e Felipe.

Dá um profundo suspiro e fala ao amigo:

–Você tem toda razão Geraldo. Tenho que me acercar de pessoas que me dão prazer e alegria e sei bem quem são.

–Ah! Você sabe? – fala o cego dando uma de desentendido - Quem seriam estas pessoas?- pergunta com interesse.

–Nanda, a moça cega de quem lhe falei e seus dois irmãos, os gêmeos de sete anos para quem eu comprei este livro. – fala Mario se referindo ao livro “O Soldadinho de chumbo”, que estava sobre a mesa da sala.

–Ah! É verdade! Você me falou deles quando nos encontramos na livraria, não é mesmo? Mas me fale mais sobre esses seus amigos. – o estimula Geraldo.

Mario se ajeita no sofá, no íntimo se sente feliz em poder mudar o tom da conversa, antes tão triste e pesado, para um relato mais ameno e por vezes até divertido.

Conta a Geraldo tudo, desde o encontro com os gêmeos na pracinha, a ida a casa deles, a primeira vez que viu Nanda e a triste constatação de sua cegueira, a apresentação de dona Edite e seu marido o seu Alfredo, a sua volta no táxi do bom homem e o triste relato que ele fez sobre a morte dos pais de Nanda, e da terrível explosão que provocou a cegueira da jovem.

Mario falou também a Geraldo sobre o novo encontro na casa de dona Edite, onde ele , Mario chegou com a enorme caixa de chocolates, que alegrou a todos.

Geraldo riu muito quando Mario contou que os gêmeos lhe chamaram de Tio Chocolate. Ficou também encantado com o carinho de Nanda e dos gêmeos e vice-versa e a dedicação de dona Edite e seu Alfredo com aquela pequena família.

Geraldo estava muito feliz em ver que sua tática estava dando resultado. Mario não só havia se esquecido por certo tempo de seus problemas, como se mostrava entusiasmado com seus novos amigos.

Era contagiante a forma com que falava desses amigos. Via-se muito bem que eles faziam um bem enorme a Mario.

“Graças a Deus estou no caminho certo. Este caminho será a chave que abrirá definitivamente o coração deste meu amigo.”- reflete Geraldo satisfeito.

–E quando você os verá de novo? – quer saber o deficiente.

–Talvez amanhã. Amanhã é sábado não é?- pergunta-lhe Mario.

–Sim amanhã é sábado sim, meu amigo. Por quê? Tem algo importante em vista? - questiona Geraldo.

–Tenho sim, amanhã será a apresentação da Nanda. Acredita que ela dança balé? Não é incrível!

Sorrindo-lhe Geraldo concorda com entusiasmo:

–Claro que acredito! Tenho amigas cegas que fazem balé também. É uma ótima maneira de se reintegrar à sociedade. É muito gratificante ver que elas estão se superando, se tornando confiantes e independentes.

Mario deixa se contagiar pelo entusiasmo do amigo.

–Você acha que eu devo ir? – pergunta ele ao Geraldo, mostrando insegurança.

–Você não só pode como deve ir, meu amigo. Tenho certeza que além dos garotos, Nanda ficará muito feliz em saber que você estará lá para prestigiá-la. É como se você como amigo a estivesse incentivando. –fala o deficiente – E é claro que você vai e não vai de mãos vazias.- completa Geraldo procurando orientá-lo.

–Co-Como assim? – quer saber Mario.

–Que eu saiba para os meninos você vai levar este livro, agora para a Nanda, deixe me ver... é isto! Você vai levar um lindo buquê de flores. Ela gosta de flores? – lhe pergunta Geraldo, assim como quem não quer nada e no íntimo querendo tudo.

–Se ela gosta? Ela adora flores! Ela tem um lindo jardim em sua casa, que ela mesma faz questão de cuidar. – diz Mario recordando-se de como ficou encantado com o seu capricho e carinho com as flores.

–Então está tudo certo! Pode já providenciar as flores e junto com elas um lindo cartão, que tenho certeza os garotos se encarregarão de ler e descrevê-lo à irmã. – fala Geraldo feliz com a sua indicação.

Mario olha par o seu relógio de pulso e quase não acredita quando vê que horas eram: meia noite e meia!

–Geraldo não acredito, já são meia noite e meia e você aqui perdendo tempo comigo! Não está cansado e com sono meu amigo? – fala Mario se sentindo culpado por ter falado tanto de seus problemas.

–Que nada Mario! Pode ficar tranquilo. Hoje é sexta-feira, amanhã eu não trabalho e posso acordar mais tarde. - fala Geraldo e depois acrescenta num impulso.

–O que você acha de trazer a Nanda e os gêmeos aqui em casa no domingo? É aniversário do Dinho, ele faz sete anos. Vai ser algo muito simples, virão os meus pais, os pais da Simone e alguns coleguinhas de escola do Dinho.

Mario fica meio indeciso, não sabe se Nanda aceitará vir, os garotos ele tinha certeza que iam adorar, mas ela?

–Obrigado pelo convite Geraldo, vou conversar com a Nanda e se ela concordar viremos sim. Tenho certeza que os garotos iriam adorar conhecer o Dinho.– diz Mario por fim.

–Olha Mario- diz Geraldo percebendo a sua inquietação- Convide também a dona Edite e o seu Alfredo, gostaria muito de conhecê-los também.

Mario fica mais animado pois sabe que com dona Edite e seu Alfredo sendo convidados também, não teria como Nanda recusar-se a vir, pois estaria acompanhada dos amigos.

–Tenho certeza que você vai gostar muito deles. – fala Mario mostrando certo entusiasmo na voz.

Este fato não passou desapercebido a Geraldo.

–Então está bem meu amigo. Esperaremos vocês no domingo, a festinha começará às 18 horas. - fala Geraldo, no íntimo acreditando que tudo dará certo e que os amigos de Mario virão com ele.

Mario se levanta do sofá e dá um grande abraço no amigo:

–Obrigado por tudo meu caro, não sabe como foi bom eu desabafar e poder contar com a sua amizade. Me sinto mais leve e confiante.

–Que é isso. – fala Geraldo meio sem jeito- Amigo é para todas as horas desde as horas mais tristes até as mais felizes. E espero sinceramente que daqui pra frente suas horas sejam mais felizes.

Se despedem combinando o próximo encontro no domingo a tarde, no aniversário de Dinho.

Mario sai da casa de Geraldo, entra no carro e quando está dando a partida pode ainda observar Geraldo e Homero, o seu fiel cão guia ainda na porta esperando que ele saísse.

“Que consideração comigo! Geraldo é um amigo que pretendo conservar para sempre em minha vida. Ele demonstrou que é sincero e que posso contar sempre com ele.”- pensa Mario satisfeito enquanto vai saindo de carro a caminho de sua residência.

Quando para num farol a frente pode ver um carro vindo do outro lado da rua, em sua direção, olha distraidamente para o motorista e qual não é sua surpresa quando vê que o motorista é senão outro que seu ex- amigo Armando Mendoza!

O veículo passa bem rente ao seu! Mario olha disfarçadamente quando ele passa do seu lado, vê que Armando nem repara nele. Mas Mario observa que Armando parecia estar com a cabeça nas nuvens e nos lábios tinha um imenso sorriso de satisfação. Reparou ainda que tinha um semblante muito tranquilo e feliz.

“Deve ter vindo da casa da Betty, esse meu ex-amigo, pela cara de feliz que pude notar. Mesmo com o seu Hermes no seu pé, pois conheço a fama do seu futuro sogro, noto que Armando está feliz. Parece que nem o jeito severo de seu Hermes pode abalar a felicidade de Armando. Ele parece tão feliz, feliz como nunca o vi desde que eu o conheço.– pensa Mario observando-o até que Armando saia de sua visão.

“ E sabe o que mais? Desejo sinceramente que ele seja feliz! No fundo sei o quanto ele sofreu quando ficou sem a sua Betty.”- esta nova maneira de pensar surpreende até ele próprio. “Deve ter sido influencia de meu novo amigo o Geraldo. Sinto-me mais leve e meu ódio por Armando Mendoza desapareceu como que por encanto. Como pode isso meu Deus? – pensa incrédulo -Creio que o desabafo de hoje me fez muito bem.” – reflete Mario tranquilo, sereno e mais confiante, rumando para a sua residência.


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Notas finais do capítulo

Aguardem os próximos capítulos.



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