Os longos anos mostraram-me que pra você, eu nunca foi mais do que uma obrigação.

  O meu amor incondicional por você morreu.

Você nunca segurou a minha mão.

Você nunca disse que me amava.

Você sempre quis me consertar.

Eu sempre dizia não tente me consertar, não estou quebrada.

Sempre brigamos muito.

Mas confesso que sempre quis ouvir você me chamar de sua garotinha.

Foi eu que sempre me desculpava, mesmo você estando errado.

Eu mentia pra acobertar as suas mentiras.

Sinto vontade de rir da garotinha que sempre queria te agradar.

Você ficou doente.

As pessoas sentem pena de você, querem te ajudar.

Culpam a pessoa que vivia com você, mesmo ela não tendo culpa.

A culpa é sua!

Estou cansada de ouvir que preciso tratar melhor você.

Em mim, você não desperta nenhum sentimento.

 Nem amor e nem compaixão.

Isso me assusta um pouco.

O badalar do relógio,denuncia o que eu já sabia,é tarde de mais pra sentir alguma coisa.

É tarde pra abraços, e palavras carinhosas.

 É tarde pra beijos...

Completos estranhos. É o que somos.

Estatua de pedra, é o que, as pessoas dizem de mim.

Tenho um coração pulsante que bate,bate,bate.

A capacidade de sentir culpa ou pena, eu não as perdi.

Num mar de culpa já não me banho mais.

Percebi não vale a pena, chorar por causas perdidas.

As primaveras ficaram mais bonitas e floridas sem tristeza.

 Os invernos não são mais tão ruins.

Do escuro, já não sinto medo.

O buraco que você deixou, foi completado.

Sem buracos escuros, sem pedaços estilhaçados.

Eu estou novamente completada.