Susana, a gentil traidora. escrita por Lua


Capítulo 6
Seja corajosa...


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.... Eu peguei uma virose e estava quase morrendo ksopakspokpsoapsk (exagerada) espero que vocês gostem.
bjinhos.



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Susana entrou em tantos lagos, tantos mundos, tantas esperanças e aventuras desfrutando de poucas coisas que vinham com a sentimento de obrigação para com as pessoas que encontrava, dever ajuda-las a encontrar seus caminhos já que ela procurava o próprio. Algumas vezes quase desatava a chorar ao ver mundos completamente destruídos, como Charn ou até mesmo em um estado um tanto pior, muito pior, como no último lago que ela havia visitado antes de se atirar no chão. Era uma vastidão horrível, não era como um nada, mas como um tudo fantasiado de nada, algo com o qual ela nunca imaginara.
– Su? – Chamou Aroin andando em sua direção. – Tudo certo?
– Acho que sim. – Respondeu após uma breve pausa. – Esses mundos... É irônico que alguns sejam tão devastados, enquanto outros transbordam vida.
– Realmente. – Aroin se sentou ao lado de Susana. – Nada do seu mundo?
– Nem sinal.
– Sinto muito.
– Não sinta, não vou desistir.
Aroin sorriu.
– Descanse. Ficarei acordada enquanto você dorme.
– Não me sinto cansada.
– Feche os olhos, querida. – Aquelas palavras soaram aos ouvidos de Susana como a voz de sua mãe, quando ela tinha medo de dormir e sua mãe sussurrava em seu ouvido que ficaria tudo bem.
– Susana! – Aroin disse em tom urgente. – Susana! Olhe aquilo!

Susana abriu os olhos e se levantou rapidamente ainda que meio desnorteada, seguiu o olhar de Aroin e deu de cara com um Leão do tamanho de um elefante, pelagem dourada mais reluzente que o sol de muitos dos mundos os quais ela visitara, era Ele, Aslan.
– Aslan! – Ela berrou, porém o leão dos leões continuou seguindo com passos firmes e decididos parando em frente a um lago, um que Susana já havia visitado, pelo menos era o que dizia a marcação de Aroin.

A garota correu para alcançar o Leão, o medo que sentia não era páreo para a dor, preferia ser morta por Aslan a ficar vagando eternamente a procura de Narnia. Ele não parou ao chegar em frente ao lago, continuou, andou alguns passos sobre a água e se dissipou antes que Susana pudesse chamar sua atenção. Um buraco se abriu em seu coração e depois do que parecia séculos ela desatou a chorar novamente.
– Vamos. Não chore Susana. – Disse Aroin. – Seja forte, como uma verdadeira rainha.
– Eu não sou…
– Ora, você acha que eu sou tola? Você é Susana, a gentil traidora de Narnia.

Susana abaixou os olhos. O mundo se cindira novamente. Tudo parecia desabar. Mas e se aquilo fosse um sinal... E se Narnia estivesse por trás daquele lago? Impossível. Ela já havia entrado naquele mundo e, infelizmente, era um dos piores mundos aos quais ela adentrara. Total e completamente destruído. Aquilo não poderia ser Narnia nem agora nem daqui a mil anos.
– Tente novamente.
– E se Narnia tiver se acabado?
– Você vai reconstruí-la.
– Você não entende…
– Você acha mesmo que eu não entendo? – Perguntou Aroin, seus olhos estavam indecifráveis. - Seja corajosa, como a sua irmã.

Susana se levantou apalpou seu bolso e sentiu o anel ali, sabia que aquele deveria ser o anel verde, mas não pulou no lago de imediato. Observou a luminosidade dourada da água que antes não estivera ali. Deu uma última olhada para trás, Aroin a observava, Susana pode sentir a apreensão irradiando dela. Ela, provavelmente, não desejava a ninguém o que tinha sentido ao ver Charn destruída, mas sabia que se Susana não achasse, nem que fosse um último vestígio da Narnia que um dia ela conhecera nunca descansaria em paz, por isso ela deveria ser corajosa e enfrentar seus medos. Seja corajosa. Essas palavras rondavam sua mente. Como a sua irmã.

Seja corajosa... Então a garota pulou no lado, o anel já em seu dedo. Imaginar que aquele lugar podia ser Narnia dava-lhe ânsias, era impossível, Narnia não tinha fim, Narnia era eterna. A gentil repousou seu olhar por cada canto, não que houvesse alguma coisa para observar, mas queria ter certeza de não poder comparar aquele lugar em nenhuma maneira com Narnia. Em meio a tanta escuridão a única coisa realmente significante era algo dourado, a única coisa com cor naquela vastidão, a alguns metros de distancia.
Aslan.
Ela correu para alcança-lo, berrando por ele, fazendo de tudo para que ele a escutasse, mas de nada adiantava, Aslan estava de ouvidos fechados para ela, como ela estivera de ouvidos fechados para Narnia. Seus pés começaram a fraquejar e a garota desesperada por alcançar o Leão caiu de joelhos no chão. O ar... Parecia tão pesado, tão difícil de respirar. O chão parecia afundar diante de seus pés fazendo com que cada passo fosse mais cansativo que o anterior. Ela deixou que a cabeça caísse no chão e olhou ao horizonte, onde nesse exato momento uma camada de luz aparecera e Aslan entrava adentro dela, logo o que Susana imaginou ser uma porta se fechou e ela estava sozinha, ou pelo menos pensava esta, em meio a escuridão.

Não desista. Seja corajosa, Susana.

Está foi a última coisa que ouviu, nesse momento já não sabia diferenciar se fora um pensamento ou se realmente escutara aquilo. Apoiou seu peso nos seus braços e se levantou cambaleante. Caiu após alguns passos.
– oh! Minha querida, o que aconteceu com você? – Não acreditou que houvesse mesmo alguém ali, portanto apenas levantou a cabeça quando a mulher lhe estendeu a mão levemente enrugada. Susana ergueu os olhos assombrada, mas não conseguia ver o rosto da mulher. Aceitou a mão.
– Vamos. – Encorajou a mulher lhe oferecendo uma maçã. – Coma, você vai se sentir muito melhor.
Pegou a maçã, ela era muito vermelha e suculenta.
– Coma! – Disse novamente, agora a voz lhe pareceu um pouco cruel e impaciente. – Coma!

Susana tacou a maçã ao longe e antes e ela caísse ao chão usou seu arco e flecha para perfura-la, de onde escorreu um liquido vermelho como sangue. A senhora saiu se arrastando no chão, sibilava como uma cobra. Susana mirou nela, porém errou. Sabia que a qualquer momento poderia voltar ao bosque, mas também sabia que se voltasse nunca chegaria a descobrir o que aconteceu com aquele lugar. Apontou, novamente, agora, com mais precisão acertando e cheio o topo do capuz preto, fazendo com que a senhora parasse de se mexer de imediato. Ela decidiu que nem mesmo olharia para saber quem fora sua inimiga, então, apenas correu, se sentiu em um conto de fadas onde apenas as bruxas lhe atormentavam.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews meus amores.