Susana, a gentil traidora. escrita por Lua


Capítulo 11
O último adeus.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente,
como vocês estão?
bem, espero que gostem.



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Ao entrar na biblioteca as irmãos Pevensie se depararam com os setes reis, Aslan e um jovem, com cabelos loiros arrepiados e olhos, pretos, que ela já havia visto antes, em outro lugar, outra pessoa. Aroin.
– Este é Otris, príncipe de Charn.
– Irmão de Aroin... – A gentil falou descrente.
– Fico maravilhado por tão magnífica dama saber quem sou. – Otris se levantou e beijou a mão de Susana, como um perfeito galanteador.

Havia uma mesa enorme no centro da biblioteca onde todos estavam reunidos, Pedro sentava-se a ponta da mesa, enquanto Edmundo ocupava a cadeira à sua direta, seguido por Jill, Eustáquio e a Srta. Polly, no outro lado, à esquerda de Pedro havia uma cadeira vaga, Lúcia havia sentado na segunda cadeira após a de Pedro em seu lado estava o professor Kirke.
– Susana, por favor, sente-se. - Disse Pedro apontando para a cadeira vaga ao seu lado.
– Pretendes levar Aroin de volta? - Caspian perguntou impaciente que estava em pé ao lado do visitante de Aslan.
– Sim, nosso povo a espera.
– Aslan, como ele está aqui? – Perguntou Susana. – Ele é de Charn, eu o vi, ele era uma estátua, totalmente sem vida.
Todos os mundos dentro de um. A frase ressurgiu em sua cabeça como um relâmpago, logo ela percebeu o plano de Aslan.
– Sim... Incrível. Mas ainda existiam pessoas no estado em que encontrei Aroin, podem ser salvas.
– Aquele mundo virou pó, não existe mais nada. Já estão todos aqui.
– Ótimo. – Disse Pedro, ele estava um pouco estressado.
– Por que Aroin ainda não está aqui? Tenho certeza de que está ansiosa para reencontrar seu irmão.
– Trumpkin foi chama-la. - Respondeu Jill.
– Mas Aslan, se Aroin sobreviveu à palavra execrável, como?...
– Aroin…
– Irmão? - Aroin assustou-se ao se deparar com a figura de seu irmão e por alguns segundos pareceu que berraria de tanta alegria, mas se conteve e parou ao seu lado discretamente apertando sua mão, com lágrimas nos olhos.
– Aroin, de Charn, é bom revê-la. – Disse Aslan chamando a atenção da rainha que arregalou os olhos. – Naquela noite, por fim, você acabou salvando seu povo, agora todos vivem aqui. Não existe mais escravidão, seu povo está livre, mas tem algo que precisamos discutir. Como Susana, você não poderá ficar aqui, ainda não chegou a hora, mas ainda assim não poderia manda-la de volta ao seu mundo, pois ele já não existe mais.
– E se ela for para o nosso mundo, junto de Susana? - Disse Eustáquio, fazendo com que Susana a olhasse com uma ponta de esperança, seria bom ter companhia.
– Eu enfrentei uma guerra – Ela fez uma pausa novamente, parecia doloroso falar. - e se for para isso acabar para que eu volte logo para o meu povo, seria uma honra que fosse ao lado de Susana.

Susana estava deitada sob uma árvore lendo um livro, quando Aroin lhe tirou de seus devaneios. Susana engoliu em seco, suas mãos começaram a tremer, então o tempo parou, para que ela pudesse olhar para o verde de Narnia. Quando seu filho tivesse cinco anos, quanto tempo isso demoraria? Então seu coração apertou, não tinha nenhum jeito de não deixar pessoas para trás, quando esqueceu Narnia, abandonou seus irmãos, e quando finalmente voltasse definitivamente para cá deixaria marido e filho lá. A única coisa que a tranquilizava era saber que reencontraria todos quando finalmente chegasse a hora, e poderia apresentar o motivo de sua felicidade ao seu filho, o melhor dos mundos, Narnia.
– O Rei Caspian está na biblioteca, tente não demorar muito.
– Obrigada. – Susana não pode conter o sorriso. – Com licença.

Ao dizer isso, correu rumo a biblioteca, correu tão rápido que ficou surpresa com o quão podia ser rápida quando queria, algumas das pessoas que cuidavam dos castelo paravam de fazer o que estavam fazendo para ver o que fazia tanto estardalhaço no corredor do palácio. A biblioteca estava vazia, nem sinal de Caspian sentado na mesa principal, nem mesmo no sofá. Seus pés ficaram mais pesados a cada passada. Ela entrou em um dos corredores repletos de livros e guardou o que havia pego no mesmo dia mais cedo foi até o final e dobrou em um outro corredor procurando o livro que havia ouvido o nome “O cavalo e seu menino”, lhe disseram que era uma história muito boa que relatava a busca de dois jovens por Narnia, esse era o livro que ela queria levar pra o outro mundo, para ler para o seu filho.
– Você está procurando esse livro? – Caspian estava sentado no chão da biblioteca. Uma de suas pernas estava levantada e a outra passava cruzado por baixo, enquanto seu braço estava apoiado sobre o joelho. Sua cabeça estava caída e os cabelos lisos sobre o braço, parecia estar um pouco mais curto do que quando ela chegou. Ele era lindo e desse jeito parecia ainda mais.
– Sim, na verdade, eu procurava pelos dois livros.
– Dois? – Ele ergueu a cabeça e Susana percebeu que seus olhos estavam vermelhos.
– Você e ele. – Disse olhando para o livro d’O cavalo e seu menino, que estava ao lado de Caspian. – Mas no momento me sinto mais compelida a ler você. – Disse a garota se ajoelhando em frente a ele. Colocou a mão em cima da perna que estava estava cruzada por baixo da outra, estava molhada. Passou a mão por seus cabelos, jogando os para trás. Eles ficaram se encarando por uns segundos, as perguntas de Caspian flutuaram no ar e ela não pode suportar. Segurou o rosto dele firmemente com uma de suas mãos e com a outra abaixou a perna dele e passou a sua para o outro lado, ficando ainda mais perto de seu rosto. Beijou sua bochecha lentamente, cada vez aproximando mais de sua boca. Ele se endireitou e colocou a mão nas costas dela, deixando-se ser beijado.
– Eu sinto muito. – Ela disse. – Achei que você soubesse.

Seus olhos estavam tristes, mas ele não parecia ter vontade de falar sobre isso, então em resposta apenas a beijou, inicialmente de forma lenta e ressentida, até que, de súbito, puxou-a tão forte para perto de si que Susana jurou que onde seus dedos seguravam ficaria roxo, mesmo assim não se opôs ao toque, sabia que essa era a forma de ele demonstrar que gostaria que ela ficasse, mesmo que não fosse possível. Ele a deitou no chão da biblioteca a encarando hesitante, então, ela sem medir as consequências o puxou para si. E o que aconteceu depois não foi escrito em nenhum livro de história, ou contado para alguém, ficou para sempre guardado com eles, como um segredo, um segredo que poderia ser contestado, já que cinco anos e nove meses após Susana estava novamente em Narnia.

Sim, em Narnia.


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Notas finais do capítulo

Obrigada gente por vocês terem acompanhado minha fanfic, obrigada pelos reviews e pelos carinho.