O ódio de amar escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 25
Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco, mas trouxe um capítulo enorme! Espero que gostem haha



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O primeiro dia do ano de 2014 tinha chegado.

Animadíssimo para Narcisa, assim como para Lúcio.

Estranho para Ginny, como se um vazio estivesse surgindo. Confuso para Harry, que começava a conhecer o sentimento de insegurança.

Talvez, temido por Luna e Draco. Não, eles não estavam tristes. Apenas receosos. A partir de agora tudo mudaria, e quem não tem medo do futuro?

– Então, seu aniversário é em dezessete de fevereiro. - Comentou Harry, segurava um calendário nas mãos, estava em pé ao lado de Ginny encostados no batente da porta de madeira que dava acesso à varanda do chalé. Correu o dedo pela data. - Podemos sair pra comemorar, eu, você, Draco e Luna

– Ainda falta um tempinho. - Ginny riu pelo nariz e olhou Harry de relance. Sorriu levemente. Apesar de toda aquela incerteza que possuía, tinha vontade que algo em sua vida finalmente desse certo.

– Mas é melhor programar. - Harry a olhou. - Afinal, vamos embora hoje.

Narcisa e Lúcio haviam recebido uma ligação de Megan, mãe de Luna. A mulher já tinha voltado de Nova York, seu marido, Xenofílio, ficara lá para cuidar da empresa de turismo. Megan convenceu Narcisa à voltar para o Rio no primeiro dia de ano novo e comemorar com ela, já que estava sozinha e com saudades deles.

– Lúcio, as malas já estão no carro. - Avisou Narcisa caminhando por entre o chalé, se certificando de que todas as janelas estavam fechadas. - Ei, vocês dois. - A mulher falou com certa surpresa ao ver Draco e Luna do lado de fora da casa-beira-mar, estavam com o olhar distante, observavam as ondas calmas, o loiro tinha um braço volta da cintura da loira, que repousava sua cabeça no ombro do garoto. Ambos se viraram subitamente e viram Narcisa pela janela do quarto onde Luna passou as férias. - Já estamos indo. - Ela avisou, carinhosamente, vendo os dois assentir.

Narcisa já estranhava aquela proximidade de Draco e Luna, nunca podia imaginar aquela paz tão grande entre eles. Mas, é claro, como toda mãe, tinha certeza que estavam tentando mais do que uma amizade. Instinto de mãe não falha. Não tinha no que se opôr, mas um relacionamento entre os dois seria complicado demais.

Luna olhou mais uma vez para o mar quando Narcisa fechou a janela de madeira e sumiu de vista. A loira suspirou. Seus cachos longos voavam levemente.

– E pensar que há um mês ainda nos odiávamos. - Comentou ela, dispersa. Draco sorriu fraco.

– É. - Ele a olhou de relance, também tinha se virado novamente de frente para o mar. - Foi as férias mais esquisitas da minha vida. - Confessou Draco, e foi a vez de Luna sorrir. Olhou o loiro e encarou seus olhos azuis acinzentados.

– As minhas também. - Um sorriso singelo e cúmplice se formou nos lábios dos dois. Draco se vidrou nos olhos dela, aquela paz costumeira lhe preencheu.

– Mas foram as melhores. - Ele levou uma mão até a bochecha de Luna, a alisando. Luna suspirou.

– Agora tudo vai mudar. - Falou a loira, baixinho. Draco assentiu e a abraçou. Forte, apertado. A reconfortou em seus braços. Aquele cheiro, aqueles cabelos, aquela garota. Tinha se tornado tão dele. Não queria mais a perder. Não queria mais passar um dia sem vê-la. Ele a queria para si, para poder dizer que era sua garota. Para poder sorrir ao lembrar de sua garota.

Tudo havia saído completamente fora dos trilhos.

– Feche seus olhos. - Ele pediu, e não obteve resposta, apenas ouviu Luna respirar profundamente e o apertar mais contra seu corpo. Draco alisou os cabelos dela. - Quero que fique comigo. - Falou ele, também baixinho. Uma leve curva se formou nos lábios da loira, que tinha seus olhos fechados, assim como ele pediu.

– Estou com você. - Ela respondeu, a voz serena e sincera.

– Quero que namore comigo. - Draco falou antes de suspirar e Luna lentamente abriu os olhos. Afrouxou um pouco o abraço para poder olhá-lo, piscou várias e várias vezes.

– O que? - A voz da loira soou em um tom de descrença, mas nada menos surpreso. O sorriso nos lábios da loira condenou a estranha felicidade que a invadiu.

– Namora comigo? - Pediu novamente o loiro, também deixando-se sorrir. Luna pareceu pensar, tinha os lábios entreabertos. Ambos os cabelos loiros voavam.

– Draco.. - Ela hesitou. - Isso é complicado..

– Por que? - Draco soltou a loira do abraço e segurou o rosto dela com as mãos. - Eu não odeio mais você, eu gosto de você. - Ele a olhou nos olhos, os olhos dela procuravam a verdade. - Eu quero você comigo, quero que as pessoas saibam que está comigo. Quero tentar pela primeira vez.

– Você tá falando sério mesmo? - Luna perguntou, um tanto abobada. Mas agora sorria novamente.

– É claro que eu tô, loirinha. - O loiro cobriu os lábios dela com vários selinhos molhados. - Quero fazer uma história pra gente.

– Eu também quero. - Disse a loira, baixinho, sentindo seu lábio inferior ser puxado lentamente pelos dentes de Draco. Voltou a olhá-lo nos olhos. Olhos esses que buscavam pela resposta. - Eu namoro com você. - Ela respondeu e viu um brilho completamente intenso no olhar do loiro.

O loiro sorriu. Seu melhor sorriso. Aquele sorriso capaz de denunciar toda a sensação de felicidade naquele momento. Sim, ele estava ficando louco. Havia descoberto um lado de Draco que ele nunca pensara existir. O lado capaz de se apaixonar.

– Você é incrível. - O loiro falou enquanto a via sorrir, e a puxava para colar lábio com lábio.

E novamente aquelas sensações maravilhosas, aquele gosto eterno de quero mais, aquele sonho. Era um sonho. Um sonho totalmente sem sentindo, um sonho maluco, um sonho de ódio e amor.

Uma buzina de longe os pertubou. Draco riu entre o beijo, não tinha a intenção de finalizar aquele momento. Mas a buzina novamente os chamou atenção.

– Te-mos que ir. - Ela disse entre o beijo, o encerrando com alguns selinhos demorados.

– Vou sentir falta desse lugar. - Draco comentou, as testas estavam coladas.

– Eu também. - Confessou ela. - Draco.. Nossos pais vão saber? - Ela indagou, um pouco cautelosa.

– Por mim qualquer um vai poder saber. - Respondeu o loiro, a olhando nos olhos. Luna suspirou.

– Podemos esperar um pouco? - Pediu ela e Draco assentiu, alisando a pele da bochecha da loira. - Tá bom. - A loira novamente depositou um selinho nos lábios dele. - Agora vamos.

– De volta para casa, maravilha. - Brincou ele, passando um dos braços em volta do pescoço de Luna ao começarem a caminhar para o carro que estava parado em frente ao chalé.

Luna, Draco, Harry e Ginny tiveram que se apertar no banco de trás do carro, mesmo com risco de Lúcio ser multado por levar quatro passageiros no banco de trás. Conversaram bastante, reclamaram da falta que Angra dos Reis fariam ao bem interior deles - fora Narcisa quem fez drama - e riram pelo caminho.

Uma hora e meia depois, Lúcio estacionou o carro em frente ao apartamento dos Lovegood.

– Bem vindos à cidade grande. - Debochou Draco, olhando pelo vidro do carro. Até que sentia falta de tanto movimento, de uma verdadeira cidade grande.

– Vamos lá? - Convidou Narcisa, saindo do carro.

Draco abriu a porta e também fez o mesmo, observando Luna o acompanhar. Sorriu quando ela passou por ele. Aquela era mesmo sua namorada? Ou melhor, Draco estava mesmo namorando?

Ginny e Harry também saíram do carro, Lúcio foi o último. Trancou o veículo e caminharam até a calçada, Luna indo até o interfone e apertando o botão de seu apartamento, não antes de se esticar com os braços e se espreguiçar.

– Olá? - A voz de Megan soou no interfone e Luna abriu o sorriso.

– Mãe! - Ela respondeu com certo entusiasmo.

– Filha! - Megan disse em tamanha animação, o portão logo foi aberto e Luna olhou para trás.

– Depois você tem que depositar o dinheiro do aluguel do chalé na conta do banco. - Avisava Narcisa à Lúcio, que assentia.

– Vamos? - Convidou Luna, atraindo a atenção do pessoal. Narcisa sorriu e assentiu, caminhando portão a dentro e sendo seguida pelo marido, e o restante dos jovens. Luna deixou com Harry e Ginny passasse - a amiga lhe lançou um olhar sugestivo, como se desconfiasse do que estivesse acontecendo entre a loira e Draco, mas Luna apenas sorriu de volta - e vidrou seus olhos em Draco quando o loiro parou ao seu lado e segurou rapidamente em sua mão. Entrelaçou os dedos nos de Luna por alguns segundos, sorrindo para ela. A loira sorria de volta. As mãos se separaram quando Lúcio olhou para trás e os dois disfarçaram, entrando pelo portão e o fechando.

Subiram alguns lances de escada, chegaram ao quarto andar, apartamento onde a família Lovegood vivia. Luna apertou a campainha ao lado da porta e não demorou nada para sua mãe aparecer, contente, a envolvendo num abraço apertado. A loira retribuiu.

– Luna! - Dizia a mulher, sorridente. - Que saudades.

– Eu também mãe. - Disse apertando a mãe entre os braços. Quando se separaram, Megan parecia ofegante. Não estava nenhum pouco diferente, com exceção de seus cabelos loiros terem crescido alguns centímetros. Estava ainda mais bonita.

– Cissa!

A mulher cumprimentou todos, um por um, até se esqueceu de convidá-los para entrar. E fora Luna quem a lembrou desse detalhe.

– E então, vocês se divertiram? - Megan servia Harry por último com a jarra de suco de laranja. Deixou a jarra praticamente vazia sobre a mesinha de centro e se sentou no sofá, ao lado de Luna.

– Claro! - Comentou Cissa, sorrindo.

– Lá é um lugar super calmo. - Disse Lúcio, assentindo.

– É maravilhoso mesmo. - Ginny falou, bebendo de seu suco.

– Fiquei feliz de você ter ido para lá, Ginny. - Megan falou. - Que bom que passaram esse ano novo juntas.

– É tia, foi bem legal. - A ruiva trocou olhares com Luna, que sorriu em disfarce. Estava feliz, não podia negar.

– E você é Harry, certo? - A mãe de Luna olhou Harry, que assentiu. - Também passou a virada lá em Angra?

– Sim, Draco me chamou pra ir pra lá e, bom.. - O moreno correu os olhos por Ginny, que baixou o olhar e sorriu. - Foi bem legal mesmo.

– Que ótimo. - Megan disse animada.

A mulher contou como foi seus passeios por Nova York, claro que, além de ter ido à negócios, tinha que aproveitar o fim de ano. O Natal lá era maravilhoso, a cidade inteira iluminada por luzes, tudo incrível. Megan também contou sobre como a empresa de turismo estava indo, e pelo visto muito bem, em tão pouco tempo. Xenofílio não demoraria a voltar, mas como era o dono da empresa, tinha que ficar lá para terminar de colocá-la no lugar.

A conversa fluía animadamente, Narcisa contava sobre o luau divertidíssimo que tiveram. Luna sempre se via encontrando o olhar de Draco durante todo o papo dos adultos, assim Ginny também percebia o olhar de Harry em si vez ou outra.

– Então esses quatro viraram mesmo amigos? - Comentou Megan em surpresa, quando Narcisa disse que Luna passara a maior parte do luau com Draco, e Ginny com Harry. Uma timidez cobriu o rosto das meninas.

– Parece que sim. - Disse Lúcio, os olhando. - E olha, eu nunca pensei que isso fosse acontecer.

– Eu também não, lembro que Ginny não ia muito com a cara de Harry. - Megan falou e Ginny soltou uma risada pelo nariz, sem se contar. Harry também sorriu, malandro. - E vocês, hein? - A mulher loira olhou Luna e Draco. Ambos trocaram olhares.

– Nós? - Falaram em uníssono.

– É inacreditável que estejam se dando bem. - Megan argumentou e Luna rolou os olhos, mesmo assim sorrindo. Os olhos de Draco ainda estavam presos nela, ela sabia. Voltou a olhá-lo, abriram um sorriso cúmplice.

– Ele até que não é tão insuportável assim. - Disse a loira, Draco acompanhando os movimentos dos lábios dela. O loiro sorriu ainda mais, Megan arqueou as sobrancelhas e fitou Narcisa, que também tinha uma expressão surpresa.

– Já era hora. - Narcisa falou e Megan assentiu, perceberam as duas que Draco e Luna ainda se fitavam, intensamente, nos olhos.

Draco discretamente fez um sinal com o dedo, apontando para fora da sala. Luna assentiu levemente, ainda em disfarce.

– Tia, vou no banheiro, certo? - O loiro se levantou do sofá. Megan assentiu com um sorriso.

– Claro. - Ela disse e Draco saiu da sala, não sem antes olhar para trás e sorrir para Luna. Aquele sorriso..

– Eu vou lá na cozinha. - Avisou Luna, e Megan contraiu as sobrancelhas ao ver a filha passar por entre os sofás e também sair da sala. Acompanhou a garota com o olhar, mas logo depois se voltou para Lúcio e Narcisa.

– Ginny, você pode ir ali fora comigo? - Indagou Harry, encontrando os olhos de Ginny, que assentiu. Ela disfarçava o sorriso. Ambos se levantaram juntos e saíram de perto dos adultos.

– Eu, hein. - Disse Megan, estranhando. Lúcio deu uma risadinha, é claro que ele já desconfiava. Narcisa deu de ombros e voltou a conversar animadamente com Megan, mesmo sabendo, é claro, que Draco e Luna estariam desenvolvendo mais do que o sentimento de amizade.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

– Acho que eles desconfiaram. - Ginny comentou entre uma risada abafada, ao chegar na sacada do apartamento. O vento leve na cidade fizeram os cabelos vermelhos da ruiva voarem, e os morenos de Harry, bagunçarem.

– Não importa. - Harry parou ao lado de Ginny, que havia se encostado no murinho de mármore. Olharam a cidade maravilhosa, o trânsito não estava tão agitado. As ruas bastante movimentadas, como de costume. Ginny suspirou, mas sorriu.

– É, novo ano. - Ela comentou, serena.

– É. - Harry sorriu levemente, seu olhar de vista para a cidade. Tocou a mão de Ginny ao seu lado, e a ruiva olhou-o fazer. Os dedos do moreno se entrelaçaram entre os da ruiva. Ela seguiu olhar até encontrar o rosto dele, tão bonito. Harry era lindo, isso era indiscutível. Tinha lábios tão atraente. A pele, os olhos. Ele era um cara que Ginny sonharia em ter, e mesmo sabendo que era um dos mais cafajestes, sonhava. Talvez as pessoas pudessem mudar. - Você já faz faculdade, não é?

– Sim. - Ginny falou, Harry a olhou. - Você pretende fazer?

– Quero cursar psicologia. - O moreno respondeu e viu Ginny entreabrir os lábios.

– Eu faço psicologia. - Ela disse, surpresa.

– Sério? - Harry abriu um sorriso e Ginny assentiu.

– Nunca imaginei que você pudesse gostar dessa área. - Ela confessou e o moreno riu.

– É, as pessoas não acreditam quando eu falo. - Comentou Harry. - Sabe, eu tenho meus erros, eu sou humano. Mas eu também tenho sonhos.

– Eu sei. - Ginny disse, viu Harry dar um passo à frente e alisar seus cabelos. A ruiva suspirou, era bom tê-lo perto. - Eu não devia perguntar, não quero me preocupar. Mas como vamos ficar, Harry?

– Vamos nos ver sempre. - Harry assegurou. Viu-a desviar o olhar subitamente. - Ei.. - O moreno tocou o queixo dela, fazendo-a o olhar nos olhos novamente. - Não estou mentindo. Estou gostando de você, de verdade. Você não é qualquer outra.

– Harry.. - Ginny suspirou novamente. - estamos tendo algo? - Ela perguntou, vidrava seu olhar no dele. Precisava daquela resposta, não sabia se teria que esquecer o que acontecer nas férias, simplesmente fingir que não aconteceu, ou levar aquele sentimento adiante. Sentimento de precisar.

– Estamos. - Harry respondeu, a envolvendo pela nuca. - Mas não precisamos apressar as coisas. - No fundo, Harry também se sentia confuso. Era a primeira vez que estava conhecendo aquelas sensações boas demais, e não queria estragar nada.

– Sei que não. - Ginny sorriu de canto. - Mas você vai ficar? - Ela indagou, e o seu precisar naquele momento foi de uma resposta positiva. Que ele iria ficar, que iria continuar aquela pequena história dona de tantas sensações e de um sentimento tão bom.

– Vou. - Harry também sorriu. - Com você.

A ruiva abriu um sorriso, o sorriso que Harry teve a certeza de ser o mais lindo que já vira. Ginny levou as mãos ao pescoço do garoto, seus rostos se aproximaram o suficiente para os lábios conseguirem se tocar. Se beijaram. E se beijaram. Sabores deliciosos, arrepios, choques elétricos, gosto de quero mais. Eram tudo que precisavam daqui pra frente. Aquila mistura de Ginny e Harry que parecia não existir como igual. Tão diferentes.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

– Tava querendo esse beijo.. à horas. - Confessou Draco, ao se separar dos lábios da loira, as respirações estavam ofegantes. A porta atrás de si tinha se fechado quando o corpo de Luna praticamente se chocou contra a madeira dura. Luna tinha as mãos enfiadas entre os fios loiros-platinados de Draco, sorria, sua respiração se fundia contra a dele.

– Somos loucos. - Ela comentou, sorrindo marota e mordendo os próprios lábios. Estavam no quarto da loira, quarto que ela sentia falta, mas que não tinha dado a mínima atenção quando o adentrou praticamente se jogando nos braços do loiro.

– Somos sim. - Draco alisou o lábio inferior dela, avermelhado, com o polegar. - Sua mãe estranhou.

– É, todo mundo vai estranhar. - Luna disse, sua respiração voltava a se normalizar. - Até Astoria. - E, subitamente, o clima pareceu esfriar.

– Ela não tem nada com isso mesmo. - Draco contrapôs, mas viu Luna desviar o olhar. O loiro encarou o teto acima de si, respirando fundo. Sabia que aquele assunto desabilitava a confiança que Luna estava tentando depositar nele.

– Mas vocês tinham algo. - Ela argumentou, Draco suspirou e voltou a olhar a loira. - Eu vou conversar com ela, não temos mais nada. Estou com você agora.

– E vai conversar com Hermione também? Ou com a assanhada da Pansy? - Luna se lembrou da garota da faculdade que vivia se exibindo para Draco, sempre que ia na casa do loiro em festas da família.

– Ei, eu tô com você. Eu não gosto delas. - Argumentou o loiro, segurando na nuca de Luna. O olhar dela voltou a se encontrar com o dele. Draco viu que ela estava entrunfada. Ele tentou, tentou mesmo, mas não conseguiu ficar sem sorrir.

– Tá rindo de quê, idiota? - A loira soltou as mãos dos cabelos dele e lhe deu um tapa no braço.

– Que ciumenta linda. - Draco comentou, prensando seu corpo contra o dela, a mão que estava na cintura dela puxou os quadris da loira contra a masculinidade dele.

– Isso não é ciúmes, não seja ridículo. - Ela argumentou, mesmo entre um ofego.

– É de você que eu gosto. - Contrapôs o loiro, buscando os lábios de Luna. Quando os encontrou com sua boca, chupou-os se deliciando. - É você que me deixa louco. - Ele comentou, a olhava nos olhos, mordiscava os lábios dela. Luna arfou, revirou os olhos, sentiu que uma excitação começava a lhe invadir.

– Cala a boca e vem cá. - Ela mandou, puxando-o novamente pelos cabelos, sentindo aquele choque elétrico pelo corpo ao beijá-lo.

O loiro desceu a mão da nuca de Luna e a segurou pela cintura, prensou-a ainda mais contra seu corpo. Um arfar entre o beijo, era dela. As línguas se encontravam com ardor, se buscavam, se desejavam. Luna puxou os cabelos dele, era seu sinal de estar perdendo o controle, era seu sinal de estar se entregando. O loiro sorriu, capturando novamente a língua dela com a sua. A chupou, de uma maneira sensual, lenta. Luna sentiu seu ventre pulsar e teve a certeza de sua excitação. Droga, merda, caralho Draco. Empurrou o corpo do loiro para longe do seu, com muita dificuldade, e o olhou. Os lábios inchados, davam tesão em olhar. Pra completar, o sorriso nos lábios dele estava presente. Aquele sorriso safado, sedutor, provocante. Filho da puta infeliz.

– Isso me lembra os velhos tempos. - Ele comentou, maroto. Luna riu e revirou os olhos, precisava de uma certa distância para que seu corpo voltasse à temperatura normal.

– Você é um infeliz mesmo. - Retrucou ela.

– Vai falar assim do seu namorado? - Ele fez charme. Luna riu, negou com a cabeça.

Namorado. Era entranho, bizarro, surreal, ouvir aquilo, principalmente de Draco. Lovegood e Malfoy, namorando? Isso só podia ser destino, não tinha explicação. Por um momento, a loira cogitou a possibilidade de Ginny estar certa. Tudo aquilo já seria previsto? Eles já sentiam, mesmo antes de se entregarem? Eles já confundiam o ódio com outro sentimento? Desde quando? Desde sempre?

Não tinha resposta, mas também nas as queria. Queria Draco, os lábios dele, o corpo dele, aquele garoto totalmente diferente do Malfoy repugnante que ela conhecia. Mas aquele estava sendo apenas Draco, o verdadeiro. Se sentiu sortuda naquele momento por ter tido a oportunidade de conhecê-lo. E novamente, se encontrava nos braços dele.

A tarde foi passando, o pôr do sol já estava chegando ao fim. Narcisa e Lúcio decidiram que era melhor irem embora. Megan até tentou convencê-los a ficarem, passar o resto do ano novo com ela e a filha. Mas os Malfoy estavam cansados, tinham acabado de chegar de viagem, precisavam se acomodar em casa. Afinal, amanhã seria um novo dia.

Amanhã tudo mudaria.

Narcisa avisou que deixaria Ginny em seu apartamento, e Harry no dele, assim, ambos não precisariam se preocupar em ir para casa apé. O que foi bom, pois o moreno e a ruiva puderem trocar mais alguns olhares dentro do carro. Eram olhares que transmitiam confiança, algo que Ginny sentia que poderia tentar, talvez quem sabe, pudesse até dar certo. E Harry tentaria fazer aquilo dar certo. Afinal, queria tanto quanto ela.

Luna se jogou em sua cama quando todos já haviam embora. Encarou o teto. Apesar da insegurança, estava feliz. Havia sido pedida em namoro. Droga, havia sido pedida em namoro por Draco Malfoy. Era surreal tudo o que estava acontecendo. Seu mundo estava de cabeça para baixo, mas ela não sentia a menor vontade de que tudo voltasse ao lugar. Estava arrumando a sua vida antes daquelas férias, mas aconteceu. Ela se viu obrigada a passar dois meses aturando Draco, o olhando nos olhos todos os dias. E o que seria um pesadelo, acabou se transformando em seu inferno. Tormento no começo, sempre quente. Completamente bagunçado, mas, acima de tudo, quente. Era o fogo da paixão que os sustentava. E aquele fogo os levaram a viver as mais fortes sensações.

Luna torcia definitivamente para que sua vida continuasse de cabeça para baixo, afinal, era de uma maneira completamente boa.

Mas assim como as palavras tem poder, os pensamentos também.

A loira se levantou da cama com uma sensação horrível de enjoo, o banheiro do quarto-suíte a acolheu rapidamente.

Ah não, mal-estar não...


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Notas finais do capítulo

O aniversário de Ginny na história é na data real do aniversário da minha amada Bonnie Wright ♥

Ah, queria agradecer às poucas pessoas que deixaram review no último capítulo. Teve várias visualizações mas no máximo 5 reviews. Apesar de um pouco chateada, com medo de vocês estarem desaprovando a história, estou feliz com quem comentou. Obrigada



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