PET - 3ª Temporada - Combate nas Sombras escrita por Kevin


Capítulo 9
Capítulo 09 - Fúria no Pântano


Notas iniciais do capítulo

Salve, Salve Netspectadores!

Vamos ver o que vcs acham desse episódio.



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– Precisamos parar para comer! - Berrava Nivek correndo.

O terreno do pântano era o pior lugar para correr. Mas, eles não conseguiam sair daquela área. Já passava do meio dia e começavam a sentir o efeito da noite não dormida e da não alimentação. Seus pokemons já estavam esgotados e contavam agora apenas com eles mesmo e a vontade de não serem pegos.

– Tenta explicar isso para esses caras! -

Lucas olhava para trás e via que eles tinham uma vantagem razoável dos pokemon Rangers, mas que ela vinha diminuindo a cada minuto. Era normal que a vantagem começasse a diminuir durante a perseguição. Os Rangers estavam acostumados com o loca, não estavam fugindo a quase um dia e certamente estavam alimentados. Eles logo seriam capturados e não teriam como dar explicações. Felizmente ainda não haviam sido vistos e o pouco que os dois rangers que o perseguiam sabiam deles era que um tinha a cabeça careca e o outro era moreno.

Não bastasse o cansaço, fome e a aproximação continua da dupla que os perseguia, o calor era surpreendente naquele momento. O sol do meio dia naquele local parecia ser o pior que eles já sentiram, mas Lucas sabia, Hoeen possuía áreas ainda mais quentes e tinham que agradecer por não estarem lá.

Um rugido seguido de árvores caindo a frente de Nivek e Lucas fizeram-nos parar assustados. Lucas rapidamente abaixou suas mãos, levando-as até a lama e começando a esfregar no seu rosto, sendo seguido por Nivek. Foram questão de segundos. Os Pkemons Rangers os alcançaram. Mas, não tiveram tempo de se encarar.

Um novo rugido e os quatro tiveram que se jogar para os lados para não serem acertados por uma árvore que caia. Lucas e Nivek sentiram a arvore quase os acertado e se olharam assustados imaginando o que estaria acontecendo. Estava claro que as árvores em queda próximo a eles não era obra de um pokemon a serviço dos rangers.

– Socorro! -

Eles ouviram uma voz masculina gritando por ajuda. Viraram-se e viram que um ranger, que na verdade era uma mulher ranger, descordada e com a perna presa debaixo da árvore. Mas continuavam a escutar os gritos e acabaram vendo, a pouco mais de vinte metros o outro ranger sendo arrastado, aos berros para dentro da mata por um pokemon planta bípede cheio de músculos.

– Nuzleaf? - Nivek não conseguiu esconder a surpresa ao ver o pokemon.



Pokemon Estilo de Treinador
3ª Temporada - Combate nas Sombras
Capítulo 09
Fúria no Pântano

Ela recobrava os sentidos lentamente. Não moveu-se lembrando rapidamente do que havia acontecido. Abriu o olho esquerdo, apenas uma fresta, e viu que estava ainda na floresta e havia mochilas e comida a sua frente. Fechou-os questionando-se se era melhor esperar identificar quem estava por ali.

– Sei que está acordada a uns cinco minutos avaliando a situação. -

A voz surpreendeu a Ranger. Ela sentia que a voz vinha de trás dela e que não estava muito distante. Era uma voz jovem e bem parecia com uma das vozes das pessoas que perseguia. Mas, tinha um tom menos urgente. Tinha um tom frio e vazio.

A ranger suspirou pesadamente, abriu os olhos e começou a sentar. Piscou algumas vezes ao reparar que sua perna estava enfaixada e ainda havia uma tala. Virou-se para a direção da voz. Vestido de negro, com as roupas úmidas e pele estava limpa. A pessoa que falava com ela não parecia querer se esconder ou ocultar quem ele era. Mas, mais surpreendente do que deixar sua identidade a mostra eram os olhos claros vazios e amargurados. Transmitiam tanta dor que era difícil encará-lo.

Ele não está se escondendo ou ocultando-se. Também não estou amarrada ou qualquer coisa desse gênero. Trataram a minha o ferimento de minha perna. A voz me indica que era ele, principalmente pelas roupas. Mas, onde estaria o outro? A ranger ficou confusa por alguns instantes, tentando entender o que estava acontecendo. Mas, sua atenção foi desviada para um urro gutural que escutou ao longe. Ela olhou assustada, mas sua atenção novamente foi chamada, agora pela pessoa a sua frente.

– Sou Kevin Maerd Júnior e estou em Hoeen fazendo uma busca arqueológica, por assim dizer, para tentar encontrar uma forma de impedir o Caçador das Sombras e me vingar da Estilo de Poder por matarem meu melhor amigo durante a Liga de Jotho. - O jovem encarou a mulher que ficou parada escutando aquilo meio perplexa. - No caminho encontrei um amigo que estava metido com gente da pesada, aqueles que incendiaram parte do pântano a quilômetros lá atrás. Raspei minha cabeça e me disfarcei para que não me reconhecessem e agora estou viajando com ele para tentar livrá-lo do problema em que ele se meteu. - Após dizer aquilo o jovem jogou algo para a ranger.

A ranger pegou o objeto um pouco assustada. O aparelho era uma pokeagenda. Ela abriu e pode ver que se tratava da pokeagenda de Kevin Maerd Júnior. Ela olhou a foto e depois olhou rapaz. Havia uma diferença da falta de cabelo e das sobrancelhas que deveriam ser loiras, mas estavam pretas. Mas, ela não precisava olhar a foto para saber quem era Kevin Maerd Júnior. Ela já vira várias fotos do jovem até mesmo algumas de suas batalhas.

A pergunta era se realmente o jovem a frente tratava-se de Kevin Maerd Júnior, ou a pokeagenda dele havia sido roubada e o jovem a sua frente tentava tapeá-la. Ela ponderou. Levou a mão ao bolso direito de seu colete ranger e pegou um pequeno aparelho, uma outra pokeagenda e abriu a sua deixando que um feixe de luz recaísse sobre a outra.

“Pokeagenda oficial da Região de Kanto licenciada pelo Professor Carvalho de Pallet. Não há registro de roubo para esse numero de série ou aparelhos dessa cidade.”

A Ranger guardou seu aparelho pensativa. Sua agenda Ranger tinha algumas funções bem legais. Aquela por sinal identificava se a pokeagenda que ela escaneasse era original e se havia registros de roubo para ela ou alguma similar, caso tivesse sido adulterada. Kevin poderia não saber que foi roubado, poderia estar capturado ou mesmo morto e assim não ter dado a agenda ainda como roubada.

– A única coisa que você sabe de relevante sobre Kevin Maerd Júnior, que poderia usar como pergunta, seria sobre a Lucia K Maerd, Top Coordenadora, que você conheceu na região de Arme. - O jovem suspirou. - Na minha casa tem uma foto dela com você. Eu sinceramente não tinha ideia do seu nome até que meu amigo a reconheceu como a Top Coordenadora, de licença devido a Estilo de Poder, May. -

A Ranger abriu a boca para falar algo. Ninguém a reconheceria realmente depois que teve de parar de ser Coordenadora. Estava com os cabelos longos, havia ganho muito mais corpo com tanto treinamento para ranger e ninguém sabia do seu paradeiro, nem mesmo sua família, a um pouco mais de dois anos.

– Quando a Estilo de Poder atacou o último Grande Festival, matando Soledá, eu demorei para entender que eu não teria muita chances de sobreviver. Só mesmo quando um amigo, Drew, foi atacado, percebi que eu precisava desaparecer para proteger-me e a minha família. - A mulher jogou a pokeagenda de volta para Kevin enquanto sua voz parecia triste com as lembranças da vida que ela abandonou. - Eu acredito que você seja filho da Lúcia, Kevin... -

– Nivek! - Disse o jovem interrompendo a menina. - Agora que acredita em mim, chame-me de Nivek ou vai causar minha morte e de meu amigo. -

– Como quiser. - Disse May. - Mas, acredito apenas porque vocês poderiam ter fugido e me ajudaram. Poderiam ter me sequestrado e não o fizeram. Poderiam simplesmente ter me socorrido e me deixado em algum lugar, mas ficaram aqui cuidando de mim. - Ela sorriu. - Certamente não precisaria contar essa história toda. Então eu vou acreditar em você, desde que me conte porque fugiam, porque está me contando tudo isso e... - Ela parou diante ao novo urro que ecoava pela floresta. - … e me diga o que são esses urros. -

Nivek ficou olhando-a sem dizer nada por algum tempo. Viu ela passar a mão pelo corpo, como se estivesse massageando-o, mas percebeu a cara de espantada dela quando a mão passou pela cintura. Ela desfez a feição rapidamente e voltou a olhar para ele, sem dizer nada, esperando que ele falasse.

– Não achou que eu deixaria suas pokebolas com você, não é? - Questionou Nivek. - Se você não me escutasse ou acreditasse em mim liberaria seus pokemons e atacaria, como pretendia fazer agora. -

May fechou a mão um pouco irritada com a dedução do jovem. Ele realmente havia se precavido. O que significava que o outro jovem estava a vigiar aquela conversa para agir caso algo saísse do controle. May acreditava que Nivek era Kevin, mas ela estava em uma caça aos dois que fugiram do local do incêndio.

“Responda May! Está na escuta?”

Ambos olharam para o pequeno rádio que estava junto com as mochilas e comida. May levou o olhar para Nivek.

– Eu não faria isso se fosse você. -

Nivek deu o aviso que foi ignorado por May. Ela se arrependeu da decisão. Ela se precipitou na direção do rádio, saindo da sua posição de sentada, para a posição de cocoras, para saltar, agarrar o rádio e rolar um pouco para longe dando tempo dela informar, ao menos que estava em apuros. Tudo teria funcionado bem se não tivesse esquecido-se que sua perna estava enfaixada e com tala por algum motivo.

Ela berrou de dor caindo de costas no chão assim que forçou a perna. Lagrimas saíram de seus olhos enquanto ela levava as mãos a perna. Sentindo uma enorme dor ela apenas pode perceber que Nivek havia levantado-se quando ele falou com ela.

– O osso trincou quando a árvore caiu em cima. - Disse Nivek que agora tinha o rádio em suas mãos. - Pelo menos foi o que pudemos identificar. Por isso disse para não ir até o rádio. - O jovem esticava o rádio para ela. - Tome. Fale com eles. -

“May você está ai? Alberto?”

A mulher dos cabelos castanhos ficou surpresa com a atitude. Não esperava que o jovem fosse deixá-la se comunicar com os demais rangers. Mas, o nome de Alberto lhe causou um choque de realidade mais forte do que as surpresas diante as atitudes de Nivek. Foi nesse momento que ela se lembrou que ela possuía um parceiro que ajudava-a na perseguição. Ele não estava ali com eles e ela apenas se lembrava da arvore caindo em cima dela.

– E o ranger que estava comigo? - Questionou May segurando o rádio antes de responder ao chamado.

– Se ele tiver sorte morreu rapidamente. - Disse Nivek.

May abriu a boca para falar. Ia questionar o que ele queria dizer com aquilo mas o urro pela floresta ocorreu novamente e parecia ter sido mais alto ou mais perto. Ela fechou os olhos parecendo entender.

– Aqui é a May, inscrição 135-579 de Hoeen. - A mulher identificou-se e passou seu número de inscrição para terem certeza que era ela.

“Que bom que está bem! Temíamos por sua vida com tudo o que está acontecendo. Em especial depois que seu localizador parou de emitir sinal.”

May parou diante aquela informação. As pokeagendas dos rangers tinham realmente mais funções que as normais e uma era um localizador. A agenda estava funcionando, como ela já havia comprovado, não tinha como o localizador parar. Ela olhou para Nivek que deu um sorriso sínico indicando que ele havia desativado o mecanismo.

Ele desativou o localizador? Nem com dois anos de treinamento eu sei mexer em todas essas funções e ele em pouco tempo descobriu exatamente o que fazer? Esse até pode ser o Kevin Maerd Júnior, como acredito que seja. Mas, onde ele poderia ter aprendido a mexer nas agendas dos Rangers? May ficou olhando o jovem questionando-se se ela realmente estava reconhecendo o filho de Lúcia.

“May? May?”

A voz no rádio começou a chamar pela mulher repetidas vezes. Ele falava e perguntava as coisas, mas mulher não respondia. Na verdade sequer parecia estar escutando. Precisou que Nivek fizesse um gesto para que ela voltasse a si.

– Desculpe. Não estou em minhas melhores condições. - Disse a mulher. - O que perguntou? -

“Perguntei por que seu localizador não está funcionando. Mas, isso não importa, agora. Você corre grande perigo. Um pokemon está enfurecido e não consegue ser controlado. Ele está vagando pelo pântano atacando vários pokemons e qualquer humano que encontra pelo caminho. Ele atacou dois rangers e...”

May percebeu a hesitação da pessoa do outro lado do rádio.

“... Encontramos pedaços deles por toda as partes. Precisa voltar para a base imediatamente. Estamos agrupando todos os rangers da área para tentarmos acalmar o pokemon, mas recebemos ordens de...”

– Eu sei do protocolo. - Disse May evitando que o restante fosse dito. - Imagino que deva haver outra solução, mas... - Nesse momento ela perguntou -se quem foram os mortos, mas teve medo de perguntar. - E o caso dos caras que incendiaram o pântano? -

“Alegaram que o Houndour deles ficou fora de controle e começou a incendiar tudo. Os pokemons selvagens os atacaram, pensando que estavam ordenando o ataque. Algum pokemon usou o maremoto para apagar o fogo e nocauteou a todos. Os dois que você e Alberto perseguiam, conforme eles falaram, não estavam com eles. Não sabiam que existiam outras pessoas lá. Acredito que eles estavam fugindo do fogo e quando aparecemos ficaram com medo de colocarmos a culpa neles.”

– Mas... - May foi interrompida pelo rádio.

“Eles não são ameaça. A prioridade é controlar o pokemon em fúria. Disse que não estava nas suas melhores condições. Você tem condições de voltar para base em segurança ou precisa de apoio para retorno?”

May mordeu os lábios naquele momento. Ela não acreditava que iriam aceitar aquele tipo de explicação para o incêndio. Mas, entendia que a prioridade era o pokemon em fúria. O que ela precisava fazer era voltar e reagrupar com seu grupo.

– Diga que consegue voltar sozinha, mas levará... - Um urro interrompeu Nivek.

O garoto virou-se para a mata. O pokemon estava muito perto desta vez olhou para May que também percebia que estavam correndo perigo. Mas, a confirmação veio da chegada de Lucas.

– Espero que tenham batido um longo papo. Menos de 500 metros e acho que ele vem na nossa direção. -

O moreno estava alarmado. Olhava para trás enquanto falava indo em direção as mochilas. Ele parecia não querer enfrentar o pokemon que estava se aproximando.

– Nuzleaf está com tanta força assim? - Questionou Nivek.

– Ele derrubou o Venossaur. -

Lucas respondia colocando a mochila nas costas e confirmando que suas pokebolas estavam a postos. Blastoise ainda tinha condições de luta, assim como Turtuig. Mas, naquele momento ele gostaria de usar o único pokemon que ainda estava sem condições, Torkoal.

– Tenho condições de voltar sem ajuda. Levarei seis horas para chegar! - Disse May rapidamente desligando o rádio.

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– Ele não pode ser tão forte. - Dizia Lucas ainda assustado.

Tendo poucos segundos para sair do caminho de Nuzleaf o trio resolveu que a única alternativa era esconderem-se no topo das árvores e torcerem para não serem vistos. Para Lucas e Nivek a maior dificuldade nessa estratégia fora ajudar May, com a perna machucada, a chegar ao topo da árvore. Precisaram que Nivek devolvesse os pokemons da mulher para que ela sacasse Blaziken para carregá-la para o topo da árvore.

– Você viu ele derrotar Venosaur e viu ele saltar na nossa frente agarrando o Fearow e o chocando contra o chão. - Disse Nivek. - Aquele pokemon está fora de controle. Fearow sequer estava ameaçando-o. -

Tiveram que esperar bons quinze minutos escondidos na copa da arvore, enquanto Nuzleaf brigava contra o Fearow no solo. May era a mais surpresa com tudo o que ocorria. Nunca vira um pokemon selvagem tão zangado, parecia que era seu corpo transbordava ódio e que só iria parar quando sua sede estivesse saciada.

– Como será que ele ficou assim? - Questionou May.

Nivek e Lucas pararam de caminhar. Eles caminhavam na mesma direção que o pokemon em fúria, mas não tinham ideia de porquê. May dizia que aquele era o caminho mais seguro, mas perceberam que na verdade estavam a seguir o pokemon. A pergunta dela alertou-os de que ela estava agindo como ranger e não como uma pessoa em busca de sobrevivência.

May estava sendo carregada por Blaziken durante todo o percurso e a mulher percebeu o olhar dos jovens para ela. Fez um gesto para Blaziken abaixar-se e ela sentou-se.

– Vamos colocar os pingos nos i's. - Disse a mulher. - Sou uma ranger e não posso deixar esse pokemon a solta. No entanto, o protocolo diz que se um pokemon descontrolado não puder ser contido e ele chegar a matar um humano, como já aconteceu, ele deve ser abatido. Não permitirei que isso ocorra. Vou encontrar uma forma de parar esse pokemon e acalmá-lo. - Ela respirou fundo. - E sei que vocês são a chave. - Ela os encarou. - Eu me perguntava o motivo de terem ficado e revelado suas identidades, mas está claro que vocês sabiam que aqueles que foram capturados não iriam os entregar. Na verdade, iriam protegê-los. -

Os dois jovens ficaram a encarar a mulher por algum tempo. Era verdade que eles sabiam que os capturados não os entregariam. Já estavam cientes de que a Liga das Sombras não perdoava traidores. Mas, o motivo para revelarem suas identidades era bem obscuro. Tão obscuro que apenas Nivek sabia e entendia o motivo.

Lucas era contra revelarem sua identidade. Pretendia apenas tirá-la de debaixo da arvore e aproveitar a janela, mas quando percebeu que Nuzleaf estava esquartejando o ranger que havia capturado, não conseguiu deixar a mulher a própria sorte. Principalmente quando percebeu que ela era May, uma Top coordenadora que ele muito admirava.

– Me surpreenda. - Diz Nivek cruzando os braços em frente a mulher. - Mostre-me seu poder de dedução, Ranger. -

Blaziken deu um passo a frente. Ele pode sentir o ar mudando naquele local e sentia, era perigo. Havia uma intenção perigosa no ar e estava vindo de daquele garoto a frente. A sensação de perigo que sentiu ao levar sua treinadora até o topo da árvore fora bem menor, e tinha certeza que o tal pokemon descontrolado era realmente perigoso. Mas, a que sentia naquele momento era totalmente diferente.

O que mais fazia Blaziken sentir o perigo talvez fosse o fato de Nivek não demonstrar respeito ou medo diante a ele. Eram mais de dois metros de altura com corpo em altura temperatura e chamas em alguns pontos. Músculos cobertos de penas cor de fogo, patas e garras de aves, tão afiadas quanto seu bico e um olhar nada amigável. Para aquele pokemon, se um garoto não se intimidava com ele, significava que o jovem era realmente perigoso.

– Acalme-se Blaziken. - Disse May levando a mão ao braço do Pokemon. - Ele e Nuzleaf são iguais. -

Lucas percebendo que não entendia nada resolveu sentar-se e escutar aquela conversa. Enquanto Nivek parecia curioso para ver o que a mulher ia dizer.

– Antes de iniciar a perseguição de vocês eu vi vários corpos de pokemons mortos, inclusive a de muitos Seedots. - Disse a Ranger. - Eu não posso afirmar nada, mas aquele Nuzleaf furioso é um Seedot evoluído no meio das chamas. Se for isso que aconteceu, ele está atrás de vingança. Mas, como não pode dar fim aos que fizeram aquela barbaridade, está direcionando sua fúria para o mundo. -

– E? - Questionou Nivek.

– Você está fazendo o mesmo. Como não pode matar quem matou as pessoas queridas, está nessa capa de destruição. - Disse May. - Revelaram suas identidades e confiaram em mim porque sabem que a melhor chances de vocês saírem vivos desse pântano é ao meu lado e eu jamais iria confiar em vocês se não soubesse que estava lidando com um coordenador em apuros e um treinador tentando ajudá-lo. -

Lucas parecia concordar. Ele não acreditava que conseguiria sair daquele pântano sem ajuda. Principalmente com um pokemon descontrolado a solta. Mas, Nivek se mantinha tão frio e alheio a situação que ele a todo momento parecia saber o que estava fazendo. Ali estava a resposta, ele já sabia que não tinham como saírem daquele local sem ajuda e resolvera pedir ajuda a única pessoa que poderiam confiar, uma antiga conhecida de sua mãe. Mas, para isso, tinham que se revelar.

– Você está errada em apenas uma coisa. - Disse Nivek. - O Nuzleaf já matou o culpado. -

– Como é? - May assustou-se.

– Logo que começamos a correr, encontramos um corpo de Houndor. Esse Houndor foi morto pelo Nuzleaf. Ele foi enforcado antes da onda nos encobrir. - Diz Nivek. - Eu vi o momento que ele evoluiu e sei que você tem o conhecimento para decifrar essa evolução e parar esse pokemon. -

– Como pode saber disso? - Questionou May. - Como sabe tanto dos Rangers? -

Nivek balançou a cabeça negativamente. Ele não poderia dizer que o primeiro diário de Tobias tratava-se de um diário Ranger. Que antigamente Tobias foi um ranger e tinha todos esses conhecimentos. May teria que confiar nele sem saber essa informação.

Era realmente um diário rico em detalhes sobre os Rangers. Parecia ser uma profissão empolgante pela perspectiva de Tobias. Tobias acreditava que os Rangers eram os mais habilidosos profissionais do mundo pokemon. A função deles era manter a ordem da natureza, impedindo que algo interferisse no ciclo da vida selvagem. Precisavam estar em uma sintonia grande com a natureza, saber o que era normal e o que não era para para cada área. Ter habilidades de pesquisa, treinamento, primeiros socorros e até mesmo de caça.

A maior habilidade era conectar-se a qualquer pokemon. Olhar no fundo da alma deles e enxergar o que motiva-o e o faria cooperar caso fosse necessário. A maioria dos Ranger passa a vida toda tentando alcançar esse nível e quando alcança acaba não sabendo o que fazer. Tobias alcançou e passou a lidar com os raros, encontrando alguns que sonhavam em realizar batalhas nas competições humanas que eles viam. Assim Tobias tornou-se treinador.

Aquele era o segredo de Kevin Maerd. O pesquisador sabia sobre a habilidade de ver dentro da alma dos pokemons, mas não sabia fazê-lo perfeitamente. Os pokemons lendários e alguns pokemons raros já o seguiam através dessa técnica, mas ele ainda precisava aperfeiçoá-la. Com um dos diários de Tobias o Caçador das Sombras teria essa habilidade. Mas, o diário estava nas mãos de Kevin Junior que procurava paerfeiçoar, também, a habilidade.

Por isso Nivek sabia, Nuzleaf não seria convocado por May.

– Tudo bem. - Diz Lucas. - Me incluam na conversa que não gosto muito de boiar. - Riu o garoto. - Como nós podemos ser a chave disso tudo? -

– Vocês viram ele evoluir. Precisam me contar tudo o que aconteceu lá, para que eu ache um elemento para usar na tentativa de acalmar esse pokemon. - Disse May. - Prometo que manterei o segredo de vocês, mas precisam me ajudar a salvar aquele pokemon. Temos um acordo? -

Nivek revirou os olhos indo se sentar, mas parou antes de fazê-lo. Olhou na direção em que o pokemon havia ido. Blaziken também olhava na mesma direção e parecia bem apreensivo. O pokemon estava voltando.

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Nuzleaf era um pokemon surpreendente. Após tantas batalhas, deveria cair com três ataques de fogo. Mas, mesmo após o quinto ataque, ele parecia não fadigar, ou mesmo sentir os graves ferimentos que seu corpo possuía. Parecia não sentir nada que fosse diferente de uma vontade de grande de seguir em frente e estraçalhar humanos e pokemons.

Ele urrava, batendo em seus peitos com seus punhos de forma ritmada, desafiando ao adversário a enviar mais ataques. Ele caía, mas se levantava, sempre com os olhos repletos de fúria. Ele andava fazendo cada passo ser um motivo maior para que as pessoas a sua frente tremessem. Ele sentia o medo que era exalado pelos que perseguia e via a incompreensão de todos os que estavam em seu caminho.

O Blaziken de May não poderia ser derrotado pela criatura. Mas, estava sendo. Socos e chutes de fogo surtiam muito efeito, mas o pokemon parecia ter apreendido a usar o Soco Drenagem, sempre se recuperando a cada golpe que dava. Ainda mostrava coragem em agarrar o pescoço do ágil adversário, tentando enforcá-lo, mesmo queimando boa parte de seu corpo de planta.

May tentava comandar seu Blaziken, mas parecia que Blaziken estava atordoado. Ele não chegava a sentir medo do pokemon, mas não acreditava que ele se levantasse depois de tantos ataques e não entendia o porque de tanta fúria.

– Agora May. - Gritou Lucas.

Blaziken havia usado o Circulo de Fogo e o pokemon ficou cercado por chamas. Era o que eles tanto tentavam fazer, mas não conseguiam impedir que o pokemon continuasse a fugir para que May usa-se seu aparato ranger, Convocação.

Poucos conheciam aquele tipo de mecanismo. Menos entendiam seu funcionamento por inteiro. Mas, os Rangers eram habilidosos para com a arma. Uma espécie de Lançador de Peão que permitia ao Ranger convocar um pokemon selvagem para ajudá-lo durante algum tempo em uma atividade. Desde que o pokemon não sofresse fortes ataques ou fortes emoções, a convocação poderia durar por até uma hora.

A convocação acontecia através daquele aparelho, mas possuía muito mais por trás. O Ranger precisava ser um profundo conhecedor dos pokemons, ou não saberia o que pedir ao pokemon após convocá-lo com sucesso. Mas, o mais importante era o coração. A arma de convocação prendia o pokemon em uma sinergia ao Ranger, que permitia que um pudesse entender ao outro, como se fossem treinador e pokemon a longos anos.

Cada movimento de enlace que era feito pelo ranger era sua energia sendo transmitida ao aparelho e levada até o pokemon a ser convocado. O pokemon recebia toda a energia do ranger e sentia que ele era confiável e sua intenções eram puras. Assim pokemon e ranger firmavam uma parceria que era mantida enquanto a energia que o pokemon recebeu não se dissipasse.

– Está funcionando! - Gritou Lucas animado.

May já havia começado a convocação. Ela esforçava-se para mandar o maior quantidade de energia possível ao pokemon. Nessa convocação ela precisava que o pokemon sentisse que poderia confiar nela, acalmando-se e dando abertura para que ela pudesse conversar. Para May o único jeito era fazê-lo entender que o incêndio foi algo ruim, mas que ele não precisava agir daquela forma.

– Não vai funcionar. - Resmungava Nivek observando ao longe.

Quanto mais eu penso no que está acontecendo, mais certeza eu tenho de que pokemon vai acabar matando metade da vida local antes de ser detido. Um pokemon que evoluiu para vingança, que parece não se fadigar e exala terror e ódio com sua presença lembra muito os demônios. A diferença são os ferimentos que o demônio normalmente não leva. Não é um demônio, mas certamente lembra. Nivek observava tudo de longe, pois não acreditava que seria possível pararem o pokemon apenas usando a convocação. Não parecia que alguém pudesse se conectar a criatura naquele momento.

Eles escolheram o local, uma clareira para onde atraíram o pokemon. Os pokemons selvagens em volta que ainda permaneciam pelo local , após a chegada, observavam assustados a selvageria com que Nuzleaf atacava. Mesmo naquele pântano onde diariamente os pokemons se enfrentavam por comida e território, eles nunca imaginaram algo tão violento.

– Cale-se! - Gritou Lucas atento. - Não atrapalhe-a. -

– Não! - Desesperou-se May quando viu o pokemon dissipar a energia que ela mandava, impedindo a convocação.

A convocação não teve exito. Nuzleaf saiu andando pelas chamas. Com seu corpo pegando fogo ele preparou para atacar, desta vez a May e a Lucas. Blaziken se colocou na frente dos dois e o pokemon planta deu um urro animalesco partindo para cima em mais um Soco Drenagem.

Um Jato de Água lançou Nuzleaf para longe, apagando o fogo de seu corpo e o deixando ainda mais irritado. O pokemon levantou-se rápido e viu um humano chegando rápido, enquanto outros pareciam vir bem mais atrás.

– Droga! - May sentiu que era chegado o fim de sua tentativa de salvar o pokemon.

– Não se preocupem. - Dizia o Ranger chegando correndo ao lado de um Swampert. - Tenho movimentos de gelo para aprisioná-lo. -

May tentou dizer algo, mas não teve muito tempo. Nuzleaf corria em direção a eles. Blaziken pegou Lucas e May pelo braço e saltou, afastando-se rapidamente do local. O pokemon planta tentava, novamente, atacar com o Soco Drenagem.

O Ranger apenas se jogou para trás, enquanto Swamper usava o proteção. A barreira protetora detivera o pokemon água terra. Mas, o ranger cometer um erro ao pular para se afastar. Ficando onde estava, teria sido protegido pela Barreira de Proteção. Mas, como se afastou a barreira não o englobou e o Pokemon furioso percebeu isso.

Urrando e deixando de lado o pokemon água terra, Nuzleaf atacou o ranger com toda a força que possuía. Jogou-se contra o tronco o levando para disnante de Swampert, esperando que o pokemon viesse atrás dele.

– Não! - Gritou May tentando ir até o ranger, mas caindo devido a perna. - Pare! Você vai piorar tudo. -

Mas Nuzleaf ignorava socando constantemente o rosto do Ranger que via seu pokemon tentando ajudá-lo. Swampertar atacava ao pokemon agressor de seu treinador, sem se importar se acertava seu treinador junto ou não, mas não conseguia retirá-lo de lá apenas com água e lama. Aproximou-se para abocanhá-lo e foi nesse momento que Nuzleaf com um giro de corpo usou o soco drenagem no pokemon, jogando para longe e recuperando sua e energia e curando suas feridas.

Deixando o humano surrado de lado ele socou mais duas vezes, usando o Soco drenagem, o pokemon caído.

Os demais rangers chegaram e podiam ver o pokemon planta com os punhos cobertos de sangue enquanto o ranger ensanguentado não mais respirava. Nuzleaf havia feito mais uma vítima.


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