PET - 3ª Temporada - Combate nas Sombras escrita por Kevin


Capítulo 2
Capítulo 02 - Nada a ser Dito


Notas iniciais do capítulo

Primeiro: Desculpas pela falha na postagem de domingo. Ocorreu um pequeno problema de conexão na internet, entro no portal, mas caio antes de conseguir chegar a fase de postagem.


Mas, hoje parece que está tudo em ordem, então vamos aos jogos! HAUHAUAHUAHUA!!!


Este capítulo inicia realmente a história apresentando a vocês nosso renomado protagonista e os resultados dos eventos finais da temporada dois.



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Capítulo 02 - Nada a ser Dito

– Esquerda. -

Abaixado no meio da estrada, diante uma bifurcação, um jovem acabava de identificar qual o caminho deveria seguir. Ele estava seguindo um rastro a pouco mais de quarenta minutos e começava a se questionar o que aconteceria se ele pegasse o caminho da direita. O caminho daria numa floresta densa e extensa, sendo aquele o seu destino caso não estivesse com um mistério mais urgente. Retornando pela estrada que o jovem seguia chegaria-se ao Centro Pokemon daquela rota, ou que acreditava-se ser o centro.

Na porta dizia que ela voltava em três horas. Ela possivelmente era a enfermeira responsável por aquele lugar. Mas, aparentava estar fora a muito mais de três horas já que este foi o tempo que o jovem ficou a esperar sentado diante o centro.

O que realmente intrigava eram os sinais de depredação. A fachada em si apenas precisava de uma pintura pois está descascando e com muitas pichações. Havia inclusive algumas rachaduras. Mas, pelas janelas, com vidros trincados ou despedaçados, percebia-se um interior sujo e revirado. Não tinha aparência de abandonado já que a luz estava acesa e o relógio funcionando, mas parecia que algo havia acontecido naquele local, algo como um arrastão.

Imaginando o que realmente aconteceu o treinador que esperava usar o centro foi até a porta de vidro e abaixado observou as diversas pegadas que entravam e saiam do local. Identificou uma pegada não muito profunda de um sapato de tamanho pequeno e o caminho que as pegadas faziam. Olhando em volta resolveu seguir aquelas pegadas.

Rastrear não era algo difícil, em especial depois de um tempo treinando sobrevivência com um Mestre Pokemon. Bastava ter uma ligeira ideia do que estaria a procurar que não seria difícil identificar a pegada em meio a outras. Sua sorte era a estrada ser de terra, pois assim as pegadas ficavam nítidas.

A pergunta a ser respondida no final daquele rastro era onde estaria a enfermeira Joy daquele centro. No geral as enfermeiras tem pés pequenos e usam um sapato com um pequeno salto, o tipo de pegada que o jovem identificou e começou a seguir. Dificilmente outra pessoa usaria aquele tipo de calçado em um Centro Pokemon no meio da estrada, viajantes usaram calçados de caminhada, muito diferente dos que as enfermeiras usam. Era quase certo que as pegadas eram de uma Joy e o rastro levaria até ele, ou ao menos até alguém que pudesse lhe dar uma pista sobre o que aconteceu no centro.

Um grito depois de uns quinze minutos a mais de caminhada após escolher a esquerda na bifurcação. Era um grito animado. Mais de um grito na verdade, todos aparentavam ser gritos de criança. Uma corrida pela estrada levou a uma espécie de sitio, tinha uma casa grande e muitas arvores. Os gritos pareciam vir do outro lado da casa, era como se uma festa estivesse acontecendo. O jovem parou olhando o chão e viu que a provável pegada da enfermeira começando a se perder na área gramada.

Uma cerca e um portão aberto. Parecia ser um local bem tranquilo. Os gritos começaram a ser ritmados. Parecia um coro chamando por algo. Circulou a casa com intuito de achar alguém e identificar o que estava acontecendo com o Centro Pokemon.

A gritaria parou assim que ele apareceu do outro lado. Eram inúmeras crianças que talvez tivessem cerca de dez anos, ou talvez doze. Os únicos dois adultos era um senhor de cabelos grisalhos numa fantasia de palhaço e a enfermeira Joy. A sensação de encontrar a responsável pelo centro talvez o animaria, não fosse a sensação de estar interrompendo algo.

– Loiro de olhos azuis, alto e com mochila de viagem com uma roupa beje. - Uma das crianças apontava para o treinador. - É ele... é ele....- a criança gaguejava.

– Kevin Maerd Júnior! -

As crianças gritaram e saíram correndo na direção dele. Ele se assustou e deu dois passos para trás, mas bateu num cercado. Olhou para trás e viu inúmeros pokemons. As crianças o alcançaram e começaram a abraçá-lo e falar ao mesmo tempo sem que ele entendesse.

O palhaço e a enfermeira olhavam curiosos um para o outro. Um treinador famoso aparecer assim do nada? Aquilo não era nem de perto normal.

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– Meu Deus!-

Joy estava horrorizada com o falado por Kevin sobre a situação do Centro Pokemon. Ela realmente estava fora a mais tempo do que o previsto e realmente a estrutura precisava de uma pintura, mas não tinha nada pinchado, rachado ou bagunçado quando ela se ausentou.

– Tenho que voltar imediatamente e... - Joy parou por alguns instantes vendo as crianças animadas em volta do cercadinho que guardava alguns pokemons. - … Se você ficou lá na frente por mais de três horas e não viu ninguém, o que tinha para levar já levaram. - Ela pareceu um pouco incomodada. - Não sei se fico feliz por não estar lá, poderia ter me acontecido algo. Mas, minha presença poderia ter os intimidado. -

– A Oficial Jane informou que chegará em duas horas. - Dizia o velho fantasiado de palhaço saindo de dentro da casa após usar o telefone para informar a policia o ocorrido. - Pediu para que não entre no Centro Pokemon, por motivos de segurança e preservação das provas. -

Joy respondeu com apenas um acenar de cabeça. Nunca imaginou que alguém depredaria um Centro Pokemon. Imaginava que ele poderia ser invadido e assaltado, poderia sofrer um ataque em busca de algo importante. Poderia ser destruído devido a presença de alguma resistência durante uma invasão ou algo parecido, mas não depredado como Kevin dizia que o dela estava. Ela começava a se culpar por estar ausente a tanto tempo, mas eram seis horas de ausência para um local que normalmente não passam muitos treinadores e com um aviso de que ela estaria para retornar. Com certeza, qualquer treinador que chegasse lá agora iria embora, acreditando que a ausência era devido a depredação.

Kevin observava as crianças de longe. Elas queriam ver um de seus pokemons, foi uma surpresa para todos quando ele disse não estar com nenhum deles no momento. As crianças pareceram decepcionadas, e até mesmo o palhaço.

Era verdade que nenhuma pessoa deveria andar por rotas como aquelas sem que houvesse ao menos um pokemon para lhe dar algum assistência contra os pokemons selvagens. Mas, ainda havia quem se aventurasse ao fazê-lo. No entanto, um treinador que não estivesse portando nenhum pokemon causava ainda mais espanto.

– Kevin, porque não inicia o processo de escolha para adoção. - Sugeriu o velho fantasiado de palhaço.

Kevin olhou sem entender. Viu Joy um pouco abatida pela noticia do Centro Pokemon. Entendeu que ela faria o que o velho estava pedindo para ele fazer, mas não tinha ideia do que era o processo de escolha para adoção.

– Este é um orfanato pokemon. - Comentou o senhor. - Sou Carmelo o proprietário. O que está acontecendo aqui é um dia de adoção. As crianças ali são de cidades vizinhas e pequenas, que não possuem especialistas pokemons para dar seus primeiros pokemons. Então se cadastraram para receber um dos pokemons abandonados. -

Abandonados. Aquela palavra mexeu bastante com Kevin que apenas abaixou a cabeça. Ele sabia do que Carmelo falava. Muitos treinadores costumavam abandonar seus pokemons quando eles começavam a não corresponder com as expectativas. Ele tinha um pokemon assim, Cameruput. Mas, o maior problema daquela palavra é que ele sua irmã também haviam sido abandonados pelo pai, pelo menos assim eles se sentiam.

Também haviam pokemons que não foram exatamente abandonados e sim acabaram perdendo seus treinadores em ataques da Estilo de Poder, uma poderosa organização criminosa. Geralmente, os treinadores tinham seus pokemons roubados. Mas algumas vezes os treinadores morriam durante o ataque e seus pokemons, que não tinham valor para a Estilo de Poder, ficavam jogados pelo mundo.

– Eles já sabem qual é a regra de seleção. - Disse Carmelo. - Poderia fazer isso enquanto busco as pokebolas? -

Kevin assentiu, meio incerto. Caminhou até o cercado onde as crianças já estavam esperando. Todos pareciam esperançosos e ao mesmo tempo preocupados. A ideia era curiosa, um pokemon abandonado tinha traumas, medos e muitos questionamentos, poderia tanto desenvolver depressões quanto rebeldias. Kevin sabia porque tinha um pokemon nessa situação. Carmelo certamente tinha muito trabalho num lugar como aquele.

– Bem... Já sabem como funciona. - Disse Kevin batendo uma mão na outra e forçando um sorriso. - Quem é o primeiro? -

– Kevin, tem 10 pokemons e nós somos 9. - Disse uma criança. - Um das crianças não veio. O que vai acontecer com o pokemon que não for escolhido? Vão mandar o pokemon para ela ou ele terá de esperar outra oportunidade? -

Kevin olhou para as crianças e olhou para o cercado. Os pokemons escutaram aquilo e estavam todos se olhando. De repente pareciam ter ficado desanimados. Todos já haviam sido abandonados uma vez e nitidamente estavam certos de que eles seriam o que sobraria.

Kevin tentou procurar Joy e Carmelo, mas eles haviam entrado em busca das pokebolas. Aquilo era algo que ele próprio teria de resolver para manter a autoestima dos pokemons e também a ideia de que todos aqueles pokemons eram utéis para as crianças.

– Somos 10 sem pessoas sem pokemons. - Disse Kevin. - O que acham de eu escolher um pokemon junto com vocês? -

As crianças pareceram animadas.

– Por mim tudo bem, mas eu sou o primeiro a escolher e quero o Chinchar! - Disse um garoto rapidamente. - Você escolhe depois de nós se quiser. -

As crianças começaram a discutir com o garoto dizendo que ele deveria deixar Kevin escolher primeiro. Kevin deu uma olhada rapidamente nos pokemons enquanto as crianças discutiam.

Kevin se aproximou e observou. Um pickachu meio gordinho. Charmander com cara de tonto. Um Mankey com cara de agressivo. Uma Cacnea sem muitos espinhos. Um Sneaeal dormindo. Um Bellossom observando assustada. Um Mudikip com ar de poucos amigos. Um Caterpi gordinho e um Ratata tristonho. Esses eram as opções além do Chinchar.

A discussão continuava, mas eles pararam ao ver que Kevin entrou no cercado e caminhava na direção de um pokemon. Todos em silêncio observando a cena, temerosos que ele escolhesse o que eles queriam.

– Ratata! -

Ratata piscou algumas vezes surpreso e hesitou em aproximar-se. Olhou para Kevin por alguns instantes. Kevin não tinha um sorriso muito aberto, assim como Ratata. Os dois pareciam tristes. Ratata cheirou a mão de Kevin subindo por seu braço. De forma tímida e indo até seu ombro.

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– Ele faz um incrível trabalho lá. - Disse Kevin a Joy enquanto eles caminhavam de volta ao centro pokemon. - Sei como é difícil lidar com um pokemon que foi abandonado anteriormente, imagina lidar com tantos. -

– Foi uma escolha legal a que você fez. As crianças ficaram bem impressionadas. Ensinou-os sobre o potencial de cada pokemon, mesmo os mais comuns. - Joy sorriu. - Eles só precisam de alguém que traga para fora... - Joy viu a mão de Kevin levantar-se rapidamente para que ela parasse.

“Só precisam de alguém que traga para fora o seu melhor.” Kevin conhecia aquela frase e apesar de ser uma de suas formas de agir, odiaria escutá-la. Quem deu essa perspectiva ao jovem Maerd tornou-se um de seus piores inimigos. Não gostaria de escutar a frase, pois as lembranças fluiriam por sua cabeça.

– Desculpe-me. - Disse Joy percebendo que algo no que ela disse ou ia dizer o incomodava. - Você é menos sorridente do que minha irmã dizia. -

Kevin olhou-a sem tender. Observou-a um pouco mais e arregalou os olhos. Para muitos Joys eram todas iguais. Cabelos rosas, pele clara, sorriso aberto e tranquilizador. As Joys eram assim. Mas, Kevin via diferença em cada uma delas. Ela, por sinal, tinha lábios finos e delicados, não eram os mais finos que havia visto, mas muito lembrava a da Joy que esteve com ele em Mahogany.

– Você é a irmã mais velha da Joy... - Kevin parou dando uma risada. Aquilo não iria ajudar em nada, eram inúmeras Joys. - … que ficou presa em Mahogany comigo, não é? -

A Joy assentiu com a cabeça. Mas, o papo não pode continuar já que chegaram ao Centro e lá estava dois treinadores sentados do lado de fora e um quatro viaturas policiais. A Policia já havia chegado e trabalhava no local.

Kevin sentou próximo aos treinadores enquanto Joy conversava com uma Oficial Jane e os demais continuavam a olhar o local.

– Aposto que foi um dos caras que vimos na floresta. - Comentou um dos treinadores, mas ele recebeu um solavanco do amigo indicando que era para ficar quieto.

O jovem Maerd fingiu não ter escutado nada. A floresta havia chamado sua atenção mais cedo, ela aparentava ser muito densa, mas possuía uma trilha para dentro dela e muitas pegadas que saiam do centro rumavam para ela. Não parecia ser uma trilha normal e tinha quase certeza que não ela não existia no mapa.

Kevin se levantou sem dizer nada e começou a caminhar. A floresta seria seu ponto de parada durante a madrugada, mas diante às evidencias de que a floresta estava com algumas pessoas perambulando por ela, ele teria que agir a luz do dia.

Não tendo que rastrear, por saber bem o caminho correu pela estrada assim que confirmou que não mais era visto pelos treinadores ou pela policia. A caminhada de 40 minutos foi reduzida para 20 minutos de corrida e mais cinco minutos pelo caminho que levaria até a floresta.

Parou arfando diante a floresta. Era realmente uma mata fechada. Andou beirando a floresta por alguns instantes até que identificou um ponto com falhos quebrados e um pouco da vegetação pisoteada.

Kevin se abaixou junto a floresta tocando a grama. Pegou a pokebola e liberou Ratata que saiu da pokebola com um olhar um pouco incerto.

– Ola garoto. - Kevin disse um pouco apreensivo. - Eu sei que deve ser um pouco estranho o q... -

Kevin parou olhando para o lado assim como Ratata. Eles escutavam alguns gritos e barulhos de luta. Não dava para ver ninguém, mas sabiam apenas que estava um pouco mais adentro da floresta. A dupla se olhou e poucos segundos depois algo saiu da floresta voando e quebrando vários galhos de árvore pelo caminho. Pegando o pequeno pokemon no colo entrou rapidamente na mata fechada, escondendo-se.

O que havia sido lançado de dentro da floresta para fora era um Blastoise. Um pokemon Tartaruga gigante com poderosos canhões de água que saiam de suas costas. Uma pessoa correu até o pokemon abaixando-se junto ao pokemon que estava inconsciente.

Moreno e de cabelo crespo o jovem aparentava estar surpreso com a queda do Pokemon. Ele se virou para a floresta diante a uma gargalhada. Kevin agora podia ver bem quem era o moreno. Era um antigo conhecido. Um treinador Pokemon com quem ele trabalhou nas Ilhas do Mundo em Jotho, tratava-se de Lucas Turtle.

Ratata estava quieto observando o que acontecia, mas percebeu a surpresa de Kevin. Sabia que ele havia identificado a pessoa negra junto ao Blastoise.

– Acho que não vai conseguir chegar na liga hoje. -

Uma voz podia ser escutada, mas seu rosto não podia ser visto. A pessoa parecia desdenhar de Lucas Turtle que demonstrava um olhar de preocupação. Lucas parecia hesitar em retornar Blastoise ou mesmo sacar outro pokemon.

Estranho. Ele estaria sem nenhum outro pokemon? Se a batalha já estivesse acontecendo a mais tempo eu teria escutado ou sentido as vibrações do solo com o duleo. Significa que o Blastoise foi abatido pouco depois de sair da pokebola. Pelo tamanho dele me pergunto qual o tamanho do adversário e qual estavam lutando já que a floresta é tão densa.

– Agora, vou perguntar mais uma vez, quer morrer ou me entregar o que tem? -

Kevin gelou ao escutar aquilo. Era uma ameaça de morte. Kevin estava presenciando uma luta em que mais uma vez alguém iria morrer. Só existia um tipo de gente que estava disposto a matar para conseguir o que queria e esse tipo de Gente era Estilo de Poder.

Kevin olhou para Ratata. Não podia deixar Lucas morrer, ele era seu amigo, mais do que isso, ele não queria ver ninguém morrendo sem que ele fizesse algo novamente. Porém, ele só tinha Ratata para ajudá-lo.

– Se quiser, venha pegar. -

A voz de Lucas saiu desafiadora. Ele estava declarando que não iria desistir assim tão fácil. Alguns segundos se passaram enquanto Lucas encarava seu algoz. Ele não sabia de Kevin ali, oculto pensando em como ajudá-lo, então estava sozinho. Era ele e mais ninguém.

Seu algoz deu um passo a frente e de repente uma árvore caiu em cima dele. Lucas arregalou os olhos. Aquilo havia sido uma sorte e tanto.

– Blastoise acertou várias arvores. Uma deve ter ficado danificada e caiu só agora. - Lucas recolheu seu pokemon e caminhou triunfante em direção ao algoz.

Kevin deu uma pequena risada enquanto Ratata voltava com um pequeno sorriso. Blastoise havia danificado várias arvores, aquilo ninguém poderia negar. No entanto, a arvore que caiu por cima do algoz de Lucas não caiu por causa dos danos infligidos por Blastoise e sim devido a Ratata ter roído. Evidente que não era uma árvore inteira, mas um galho groso e forte o suficiente para que quando acertasse a cabeça de uma pessoa ela desmaiasse no mesmo instante.

Kevin percebeu que diretamente não poderia ajudar Lucas. Mas, se mantendo oculto poderia criar artificios para que o jovem conseguisse alguma vantagem, mesmo que alguns segundos de vantagem em uma fuga, já o ajudariam. A ideia do galho veio ao perceber o caminho de destruição que Blastoise causou. Seria um uso de campo perfeito.

Abaixado escolheu o galho e instruiu Ratata sobre o que deveria fazer. A primeira coisa era identificar que tipo de pokemon o adversário tinha e sele poderia fazer a ação sem ser notado, mas a surpresa de Ratata foi perceber que o adversário já havia guardado o pokemon. O rato roxo não foi percebido e sequer fez barulho enquanto se locomoveu. Roendo o galho com suas presas o galho caiu pouco antes do alvo sair do alcance.

– Quem vai morrer ou entregar algo agora? - Riu Lucas. - Acho que ficarei com as poções que roubou do Centro Pokemon. Isso vai curar Blastoise. Vou amarrá-lo nessas árvores, amordaçá-lo e cobri-lo com os galhos. Tenha certeza de conseguir sair antes da liga, otário! -

Kevin e Ratata se olharam enquanto escutavam aquilo. Lucas parecia tão mal quanto o cara do qual o ajudaram a escapar. Pior do que isso, ele iria roubá-lo!

Kevin estendeu a pokebola para Ratata dando um pequeno afago em sua cabeça. Recolhendo-o os olhos de Kevin se fecharam. Ele podia lembrar-se de uma situação que como aquela, não importava o que fosse dito, nada mudaria. Não haveria nada a ser dito.

<><><><> Reunião da Sociedade Secreta - Meses atrás <><><><>

Por que um pai abandonaria seus filhos? Por que ele forjaria a própria morte? Por que ele passaria a ser um ladrão das sombras, atacando e roubando até mesmo os filhos?

Kevin e Julia Maerd viviam essa situação e já estavam decididos, devolveriam o pai ao túmulo de qualquer forma. A fúria do momento dava eles apenas essa opção, mesmo com outros membros da sociedade tentando acalmá-los, eles continuavam a tentar atacar ao Caçador das Sombras, o não falecido Kevin Maerd.

– Não há nada a ser dito. -

A voz de trovão do Caçador das Sombras era ainda mais assustadora quando escutada vendo seu rosto de barba e cabelos loiros. Os irmãos se olharam por alguns instantes. Nada a ser dito. Não esperavam algo como aquilo. Não esperavam uma resposta daquelas. Esperavam um mar de justificativas, mas não uma resposta como aquela. Era como se apenas o corpo estivesse ali, mas não fosse o famoso Kevin Maerd.

Era complicado, mas no fundo eles sabiam que nada que fosse dito diminuiria o que eles estavam sentindo. O pai deles continuava morto e aquele estava apenas usando seu corpo. E eles em algum momento fariam ele pagar por aquilo.

– Entendam que o pai de vocês fez uma escolha. - Dizia Agatha.

– Não temos pai. - Disse Kevin caminhando para uma cadeira e sentando-se.

– Somos órfãos, e gostaríamos que o Caçador das Sombras recolocasse o capuz. - Disse Julia. - Ou o matarei por usar o rosto de meu falecido pai. -

– Se me matar terá de assumir o meu lugar como Caçador das Sombras e... - O Caçador foi interrompido por Kevin.

– Não a nada a ser dito! - Disse Kevin. - Comecemos a reunião. -

<><><><>

Se o pai não tinha nada a dizer a um filho, quem dirá um amigo a outro.

Kevin saiu do meio da mata, sem se importar se estava reunião fazendo barulho. Lucas assustou-se enquanto saqueava a pessoa caída olhou a pessoa que surgia e ficou atônito. Apenas de ver Kevin o jovem moreno sabia que ele era a pessoa que causou a queda da arvore.

Lucas sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Era como se algo estivesse entorno de Kevin enquanto ele caminhava. O loiro sorridente que as pessoas viam parecia ter desaparecido, era como se fosse outra pessoa, uma pessoa fria e de coração gelado.

Lucas saiu correndo floresta a dentro sem olhar para trás. Não conseguiu encarar Kevin. No entanto, o menino não estava a encará-lo, ou mesmo olhou pra ele após revelar que estava ali. Simplesmente caminhou pela estrada como se não houvesse ninguém ali e nada tivesse acontecido. Afinal, não havia nada para ser dito.


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