PET - 3ª Temporada - Combate nas Sombras escrita por Kevin


Capítulo 19
Capítulo 19 - Traços da Vida Passada


Notas iniciais do capítulo

Salve, salve galera!!

Sei que os capítulos estavam meio estranhos nos últimos, mas melancolia é algo normal. Este capitulo começa a por um fim nessa fase Dark de Kevin, mas não se enganem... Antes de terminar vai haver um ou dois eventos que só mesmo Nivek seria capaz de protagonizar.



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Os olhos se abriram lentamente. A dor que estava pelo corpo talvez indicasse que não deveria tentar se mexer muito, mas os movimentos estavam contidos por alguns tubos. Os olhos estavam pesados e doloridos e isso indicavam mais do que gostaria de lembrar.

– Senhor Condor? -

Um barulho de porta e a silhueta de uma mulher vestida de branco surgia. A pessoa sabia que não se tratava de um Centro Pokemon e que estava com muitos problemas.

– Sim. - A resposta saiu de forma fácil, apesar de quase gaguejar ao perceber que não havia dor presente ao falar. - Onde estou? -

A visão do homem chamado de Condor estava um pouco prejudicada, mas ele via a enfermeira a sua frente com certa facilidade. Tratava-se de uma mulher morena que parecia surpresa ao vê-lo despertar.

– Fique calmo. - Disse ela tentando transparecer calma. - A pousada onde você estava desmoronou com você e outros dentro dela. -

Condor fechou os olhos como se lembrando do acontecimento. Alguém gritava assustado e então tremores e explosões começaram e tudo ficou escuro. Ele lembrava-se de algo depois disso, talvez um sonho estranho. Olhos com desejo de morte o observando em meio a luz. Era a sensação da morte que havia o espreitado e se ele estava vivo era apenas por milagre.

– Sabemos seu nome por causa dos documentos que estavam no seu bolso. - A enfermeira parou olhando alguns aparelhos. - Você não estava em boas condições, te demos uma quantidade grande de sedativo, vou chamar o médico para te examinar. - A enfermeira olhou confusa. - Tente não se mexer muito e nem ficar agitado. Todos sobreviveram. -

A enfermeira saiu enquanto Condor fechava os olhos para descansar. No entanto, passos o alertaram que havia alguém no quarto em que ele estava. Apesar da visão precária ele sabia que além dele e da enfermeira, não havia mais ninguém antes no quarto.

Os forçaram para focar a pessoa que se aproximava. Mas via apenas uma silhueta negra e olhos que iam ficando cada vez mais nítidos. Olhos de morte.

– Você tem medo da morte? -

A voz soou de uma forma estranha e desconfortante. Amargura e muito ódio.

Pokemon Estilo de Treinador
3ª Temporada - Combate nas Sombras
Capítulo 19
Traços da Vida Passada

Se alguém perguntasse quais as chances do Monstro do Pantano atender aos comandos de Nivek durante uma batalha a pessoa acertaria se apostasse em zero. Mas, se alguém perguntasse quais as chances do Monstro do Pantano obedecer a cada comando de Kevin sem duvidar ou pestanejar erraria feio se apostasse em zero novamente.

Kevin havia aprendido muito sobre resgates, sabia como usar cada um de seus pokemons para realizar essa tarefa desde que eles estivessem treinados e calmos. Precisando do feroz, mas estranhamente cooperativo Fúria do deserto para encontrar socorro e guiá-los até o local, as opções de ajuda ficavam entre Presas Selvagem que não possuía a força e a mobilidade necessária e Monstro do Pantano.

Saindo da pokebola a única coisa que o pokemon queria era bater em algo, em especial depois da surra que levou a noites atrás. Mas, ao sair sem visão de perigo imaginou que tratava-se de mais um dia de treinamento. Sua cabeça já se questionava sobre obedecer ou não.

O cheiro de sangue chamou nuzleaf antes dele dar atenção ao seu treinador. Olhou para a destruição e percebeu que haviam muitos ali em baixo. Quando olhou para seu treinador viu a tristeza lutando contra o ódio. Era uma daquelas situações em que qualquer um podia ver pokemon e treinador se entendo sem precisar falar nada.

Nuvens de chuva aproximavam-se indicando para Nivek que o rastro de quem fez aquilo logo se perderia. O primeiro corpo que encontrou ainda possuía vida e informou, a muitos ali. Ele decidiu por ajudá-los e arriscar. Mas, seu desejo era seguir o mais rápido que pudesse na direção do rastro que ainda havia ali.

Nuzleaf se agitou, mas ouviu um gemido, um pedido de ajuda vindo das ruínas. A mente dele se retorceu, ele pediu por ajuda um dia e seu treinador o ajudou. Agora era hora de ajudar.

Foram duas longas horas de trabalho delicado para dupla, os poucos que saim consciente assistiam um jovem concentrado a ensinar, perfeitamente, a um pokemon esforçado a resgatar as pessoas. Ao final das duas horas a ajuda chegou.

Nivek desapareceu com a chegada do resgate. Visitou a cada um dos acidentados, secretamente, colhendo informações, mas apenas Conor realmente conseguiu lhe dar uma visão do que aconteceu.

– Preciso descansar. - Nivek sentou-se em um banco próximo ao hospital para onde as vitimas foram levadas. - Preciso comer também. -

– Precisa devolver minha moto. -

Nivek virou-se assustado. Ele não sabia bem de quem era a voz, mas sabia que aquela fala indicava membros da Liga das Sombras. Apesar de não ter batalhado, movimentos precisos e lentos como os que realizou com Nuzleaf desgastava muita energia. Furia do Deserto voou em espiral para achar ajuda, o que significava que percorreu uma distancia grande e deveria estar um pouco desgastado, mesmo assim ainda faltava treino. Então a opção que ele tinha era Presa Selvagem, contra sabe-se lá quantos adversários.

Nivek virou-se para a voz levantando-se rápido. Havia apenas uma garota. Ele piscou algumas vezes. Quando pegou a moto só haviam rapazes surrados pelo Murilo. Ele viu que a menina estava de vestido e nada mais além daquilo.

– Sou Elisa. Aquele grupo que foi surrado pelo Murilo, que emprestou a moto e foram salvos pela Lubia Mar são meus clientes. - A menina aparentava ter uns 15 anos de idade e usava um vestido florido com uma sandália e um cabelo encaracolado que parecia algo ruivo, quase fogo. - Só quero a moto. -

– Só para um dos sete. - Nivek balançou a cabeça dando uma negativa. - Mas, o que quer dizer com clientes? -

A ruiva encarou Nivek e seu olhar angustiado. A menina apenas revirou os olhos. Dando as costas para Nivek. Aparentemente ela não iria discutir com Nivek. Simplesmente começava a seguir para dentro do hospital.

O que será que ela quis dizer com cliente? Bom, além de descansar não tenho nada para fazer. Tudo o que Condor e os demais disseram foi que um rapaz de cabelos e roupas roxas entrou acompanhado de um Gengar, foi a um dos quartos, pegou duas mochilas e depois tudo veio abaixo. Ninguém me deu direção, certeza do Lucas, ou qualquer coisa desse gênero. Como caiu uma garoa eu perdi os rastros. Nivek olhou para ruiva de traços delicados que sumia pela porta de entrada do hospital e foi atrás dela.

– Interessante. - A voz chamou a atenção de Nivek assim que ele passou pela porta. - Seus olhos dizem muitas coisas, mas suas atitudes outras. -

A menina ruiva estava encostada na parede junto a porta, como se esperando Nivek vir atrás dela.

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– Então você um dia foi da Liga das Sombras. -

Nivek não deixava de mostrar um certo receio em estar com Elisa, mas conversava com ela em um café próximo ao hospital. Ele precisava se alimentar, o dinheiro que Marjori havia lhe dado não era muito, mas ele havia recuperado o dinheiro que Murilo havia levado. Mas, Elisa fez questão de pagar-lhe um almoço, ou janta já que já passavam das 18:00 da noite e começava a anoitecer.

Após visitar os sete que apanharam para Murilo ele confirmou que realmente os sete eram clientes de Elisa e que poderia devolver a moto para ela, já que eles ficariam dois dias em observação.

– Eu tinha 15 anos, fugi de casa porque queria ser coordenadora. Mas, a Estilo de Poder atacou e me roubou. Tentei ainda continuar e os torneios acabaram. Foi ai que sem eira nem beira acabei entrando para a Liga das sombras. -

Eles tomavam uma sopa com torradas, que de acordo com Elisa era a melhor coisa para quem fica muito tempo sem comer.

– Tecnicamente a Liga é um misto de batalhas e apresentações. Você pode ser forte, criativo para trapacear ou apenas um ótimo ator para meter medo e afugentar as pessoas. - Nivek encarou Elisa com um olhar profundo. - Você disse 15 anos? - Nivek estranhava já que ela parecia ter 15 anos naquele momento.

– Tenho 21. Fiquei dois anos na Liga das Sombras até que soube que minha família morreu em um ataque da Estilo de Poder. - Ela parou alguns momentos. - Foi ai que percebi que... A vida é uma Droga e que não era aquilo que meus pais queriam para mim. Eu tinha raiva da Estilo de Poder de antes do assassinato, sempre pensei em me vingar, mas quando meus pais morreram... -

Nivek ficou olhando para Elisa. Ela pareceu perdida alguns instantes.

– Sabe... Meu pai, Mario Cruz, sempre disse-me que não importava o que eu fizesse desde que eu estivesse feliz. Um pouco diferente de minha mãe que queria que eu fosse para a universidade e não ficasse viajando atrás de Pokemons. - Ela suspirou olhando para Nivek. - Quando eles morreram, vi que ter saído de casa era uma tolice e que me vingar não era o tipo de coisa que meus pais fariam. -

– Como sabe? - Questionou Nivek. - Você disse que fugiu de casa. -

– Quando você sai no meio da noite e se recusa a voltar mesmo diante vários pedidos e evita ser encontrada, você foge. - Sorri Elisa.

Mario Cruz? Eu lembro desse nome. Não é famoso, mas era uma família de New Bark. Nivek suspirou. Entendeu que a história era real, pois lembrava-se perfeitamente do nome, já que tirou a mãe dela, ou ao menos um corpo, dos escombros. Lembrava-a, de alguma forma. Mas, era evidente que jamais diria que eram mãe e filha, pois aquele dia era um dia que ele mantinha os ensinamentos, mas suprimia as imagens.

– Então, esses caras entraram para a Liga das Sombras e contrataram seus serviços. - Comentou Nivek. - Como eles funcionam? -

– Encerrei minha vida na liga o ano retrasado. Estava para me retirar das Sombras quando esses sete quase foram mortos na minha frente. - Ela balançou a cabeça. - Eu os salvei aquele dia e agora estou orientando-os para poderem quitar suas divididas. - Ela riu. - Eu não estou sendo paga ou nada desse gênero, estou apenas tentando ajudar esses sete. Quando terminar iremos para Kanto tentar a sorte na Liga de lá. -

Nivek não estava levando aquilo a sério. Claro que Elisa queria alguma coisa deles e certamente dele também. Era estranho, mas a menina não aparentava ter mais de 15 anos, mas tinha 21 e de alguma forma, parecia ser muito adulta, apesar do papo de bondade.

– Claro que eu admito que isso é estranho. Mas é o tipo de coisa que Kevin faria. -

Nivek engasgou com a sopa. Tossindo e limpando um pouco da bagunça que fez ele olhou para a menina sem entender o que ela estava dizendo.

– Eu sei. Parece piegas, mas... O garoto perdeu mãe e nem por isso virou um rebelde. Perdeu o pai e a quem diga que foi o amigo dele, Professor Carvalho, o culpado. Mas, ele não tenta se vingar dele. - Nivek revirou os olhos para não rir. - Ele perdeu o pokemon por causa da Equipe Rocket e não tentou vingança. Ele ajudou, sem motivo algum toda a Jotho. - A menina parou. - Ele perdeu três amigos e não está caçando a Estilo de Poder como louco. -

Essa garota é louca. Nivek estava começando a se irritar.

– Ele tem motivos o suficiente para estar repleto de ódio e sede de vingança. Mas, ele o contém. Se ele pode, todos podem. O mundo seria um lugar melhor sem tanta maudade. Se as pessoas não fizessem tanto mal umas para as outras. -

– Eu... - Nivek levantou-se um pouco zonzo. - Obrigado pela refeição e pela empréstimo da moto. - Ele tentou dar um passo para fora da mesa, mas Elisa o impediu. Segurando seu braço. - Você precisa de ajuda. -

– Não estou interessado. - Disse Nivek puxando seu braço e encarando-a.

– Seus olhos são amargurados, como se algo o perturbasse. Mas, mais do que isso. São cheios de confusão e ódio. - Comentou Elisa. - Você está em um momento de vingança. -

– Não é da sua conta. - Nivek se virou.

– Não. Mas, mesmo assim precisa de ajuda. Ou não salvará Lucas. -

Nivek parou de se afastar da mesa. Era verdade que Lucas estava desaparecido e ele não tinha mais nenhuma pista. Sequer sabia o local do próximo evento. Não queria envolver mais ninguém, ainda mais alguém que admirava sua vida passada e ficava a dizer que ele não estava a fazer o que realmente ele estava.

– Você não conhece o Dex. - Disse Elisa. - Provavelmente Lucas está sendo torturado para dizer onde você está, tudo sobre você. -

Nivek se virou assustado. Sua identidade ser revelada para a liga das Sombras era algo altamente perigoso, mas Dex torturando Lucas era algo que ele não esperava e realmente o surpreendeu.

– Psicopata. - Disse Elisa. - Ele escolhe sua vitima e a perturba mentalmente. Se a pessoa foge dele, ele ataca as pessoas ao redor para atingi-lo. Ele não está na liga pelo mesmo motivo que os demais, ele quer o melhor adversário que ele puder conseguir. -

Nivek continuou parado escutando tudo aquilo. Ele já estava disposto a sentar e escutar mais, mas ainda estava perturbado com a questão do ódio.

– Ele não se interessa pelo Gaulês e seu Espirito de luta insano. Spartacus e sua liderança nem de perto chamam a atenção, apesar dele ser mais letal que o Gaulês. Ganicus é realmente formidável, mas chamou a atenção dele apenas na primeira vez na Liga. - A menina parou. - Ele viu em você algo que todos estão sentindo, o perigo. -

– Por que me ajudar? - Nivek bufou. - Se sou tão perigoso, era melhor ficar longe. -

– Por que você vai enfrentar Dex, querendo ou não. É melhor que a coisa seja apenas entre vocês dois. - Elisa levantou-se. - Eu tenho certeza que você não veio por nada para a Liga das Sombras, você tem habilidade treinador de Elite, somado a um ar de perigo. Você veio atrás de encrenca e acabou achando. -

– E como acha que pode mu ajudar? - Questionou Nivek.

– Que tal a localização do próximo evento? -Questionou Elisa.

– E o que eu tenho que dar em troca? - Questionou Nivek.

– Vingança! - A moça sorriu maliciosamente deixando Nivek ainda mais confuso.

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Vingança. Meus último dias sempre se resumiram a me vingar. Mas, agora estou começando a achar que talvez não seja uma boa coisa. Quando matei aquele agente musculoso da Estilo de Poder me senti aliviado porque eu sabia que não sobreviveria se ele vivesse, mas a verdade é que não tenho vontade de matar novamente. Talvez matar para Marjori seja fácil, por ela já ter começado desde cedo e ter se tornado uma necessidade. Mas, eu não consigo.

O grupo de Elisa disse-me que Lubia quase matou Murilo, mas deixou-o ferido após ele dar a ela três pokemons. Ela também não matou aquele que ela tanto odiava, então será que a vingança deve ir até que ponto?

Elisa e seu grupo me levaram atéo próximo evento, mas sugeriu que eu lute com ele fora do evento pois Lucas ainda está desaparecido.

O curioso é que Elisa quer vingança. Quer que eu vença a ajude a acabar com a liga das Sombras. Me pergunto o que terá acontecido com ela na Liga das Sombras antes.

Os pensamentos de Nivek pareciam longe, mas nenhum dos companheiros de viagem pareciam querer incomodá-lo. Se Elisa queria o rapaz no grupo ela tinha seus motivos.

Nivek. Eu sei que você é o Kevin Maerd Júnior. Não tenho ideia de porque está metido nisso tudo, mas precisarei de sua força para acabar com essa liga maldita. Em troca, vou acabar com sua dor. Vou tirar essa carga de ódio que sente dentro de você. É o mínimo que eu posso fazer, pelo que fez pela minha cidade e pelo que fará para que ninguém mais seja iludido pela Liga das Sombras.


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