PET - 3ª Temporada - Combate nas Sombras escrita por Kevin


Capítulo 11
Capítulo 11 - Encontro Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Salve Salve Petspectadores. kkkkk

Para quem achava que Nivek e Lucas já corriam riscos... hauhauahuahauhaua!!!



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– Nivek! -



Lucas gritava para chamar a atenção do jovem que estava deitado na grama. Ele parecia estar observando o céu de forma distraída, mas apenas quem observava bem, percebia que ele estava de olhos fechados. Se não fizesse o jovem tomar providencias as coisas iriam sair do controle em poucos instantes.



– Eu sei que está acordado! - Berrou Lucas indo até ele de forma apressada. - Raticate vai morrer. -



Realmente havia essa possibilidade. Nivek libertou seus dois pokemons, Monstro do Pantano e Presas Selvagem, para pegar um pouco de sol, enquanto Lucas treinava com seu Turtuig, vendo como andava a recuperação de seu pokemon. Mas, os dois pokemons do jovem Nivek pareciam não terem se entendido muito bem e começaram uma batalha por conta própria.



Lucas demorou para perceber a briga entre os dois e o fez apenas quando Raticate foi lançado alguns metros. Ambos os pokemons rosnaram alto, Nuzleaf querendo demonstrar superioridade e Raticate que aquilo não ficaria por menos.



– Nivek! - Berrou Lucas agora do lado do jovem.



Nivek abriu os olhos voltando-se para o jovem moreno alarmado. Havia um descaso e falta de preocupação junto ao olhar amargurado. Não fez menção de olhar para a briga dos dois pokemons, voltou a fechar os olhos e ficar como se estivesse descansando.



– Já expliquei porque o Nuzleaf parece invencível. Ele apenas parece e Raticate sabe disso. Se ele não se deixar acertar pelo Soco Drenagem o que vai acontecer é Nuzleaf levar uma tremenda surra e cair desacordado. - Comentou Nivek. - O que na verdade será ótimo para ele aprender sobre dor e derrota. Não acho que ele precisa aprender isso em uma partida oficial. -



– Isso não é atitude de um treinador. - Berrou Lucas.



– Não achei que estando na Liga das Sombras pudessemos nos considerar treinadores, ainda mais treinadores com visões tão nobres. - O sarcasmo na voz parecia um acaso. - Se quiser, pode ir lá e separar o Presa Selvagem do Monstro do Pantano. -



Lucas escutou as palavras de Nivek e olhou para a briga que ia se estendendo de forma longa, onde nenhum dos dois pokemons parecia ceder. Ele que não iria entrar no meio daquela briga.



Pokemon Estilo de Treinador
3ª Temporada - Combate nas Sombras
Capítulo 11
Encontro Inesperado

O Evento no túnel havia acontecido ao meio dia do último domingo. O incêndio no pântano havia acontecido na madrugada daquele dia. Fugiram e conheceram May na segunda e deram fim a loucura do Nuzleaf naquela mesma noite.

A dupla de participantes da Liga das Sombras, Lucas e Nivek, tiveram que andar durante toda a madrugada para se afastar do pântano e das cidades próximas que ainda procuravam o Monstro do Pantano. Só tiveram como parar no final da tarde de Terça feira, onde encontraram uma pousada. Uma noite em uma cama e boa comida seria essencial.

Reiniciaram a caminhada para o próximo evento após o almoço de quarta feira. Mas, estavam com sérios problemas de tempo. Não conseguiriam chegar ao local do próximo evento a tempo, sábado a noite. Levaria, aproximadamente, uma semana se estivessem no túnel, mas graças aos incidentes que os levaram até o pântano e depois ainda mais longe, Lucas calculava cerca de 10 a 12 dias.

Nivek poderia perder um evento, mas Lucas estava proibido do mesmo, ou seria punido. Além disso, não saberiam o local do próximo evento, o que poderia ser ainda mais complicado. Eles tinham que fazer 12 dias em 3 o que não parecia nada confortável.

– Essa sua ideia é ridícula. - Resmungava Nivek. - Estamos a duas horas beirando a estrada e nenhum veículo passou por aqui ainda, - Nivek realmente estava incomodado. - Ainda que consigamos carona, não podemos ir de ônibus para a cidade do evento, teríamos que ficar uma cidade antes. E ainda assim... Não podemos gastar tanto. -

Lucas decidiu que eles deveriam seguir beirando a estrada e com sorte arrumar uma carona até uma cidade onde pudessem comprar passagens de ônibus para a cidade do próximo evento. Não era comum para treinadores usarem os ônibus ou seguirem beirando as estradas, para eles era sempre mais rápido e mais proveitoso seguir as rotas e trilhas, que permitiam ter maior contato com a natureza e pokemons. Mas, algumas vezes treinadores viajavam de ônibus.

Nivek inicialmente não havia se oposto a deixar o colega de viagem decidir o que fazer, já que era o pescoço dele que estava em jogo, mas aos poucos a ideia se tornando cada vez mais absurda visto que nenhum veículo passava nem para negar a carona. Lucas, por sua vez, ignorava as reclamações. Sentia que aquelas reclamações até faziam bem, já que Kevin normalmente era um escandaloso e aquele era a primeira vez que via beirando a normalidade.

– Ainda precisa de vinte mil pratas. Economizar é essencial. - Disse Nivek. - Deveríamos apenas pegar caronas, se é que vamos conseguir alguma. -

– Você poderia ser um pouco mais otimista. - Disse Lucas. - Você viu o mapa, um pouco mais a frente existe uma empresa transportadora. Certamente poderemos conseguir uma carona com eles, mesmo que seja apenas até um ponto mais movimentado. -

– Só falta você querer acreditar que acharemos um veículo que está indo para a cidade do evento. - Me poupe Turtl... -

Nivek parou de falar de repente. Lucas que andava um pouco mais a frente, tentando ditar o ritmo percebeu o corte na fala e virou-se rápido, temendo que algo pudesse estar acontecendo.

Os olhos do menino estavam perigosos novamente. Lucas chegou a engolir um seco imaginando se ele estava irritado ao ponto de querer fazer algo. Pensou em dar um passo para trás, mas resolveu olhar para a mesma direção que o jovem olhava. Acima deles, parecia acontecer uma batalha entre dois fortes pokemons, mas um deles parecia já estar nas ultimas, principalmente porque ele fazia um esforço colossal para se aproximar do solo sem apenas desabar até ele.

A dupla não teve chances de fugir ou se esconder. A estrada era asfaltada, com uma pista para mão e outra para contra mão. O acostamento quase não existia. Se o veículo precisasse parar teria que sair do asfalto e entrar na terra de chão batido por onde as pessoas caminhariam. Mas, era um trecho de terra com pouca largura, já que logo começava a mata. Isso acontecia dos dois lados. Mesmo que entrassem na mata, certamente já tinham sido avistados.

– Merda! -

Praguejou Lucas ao ver o pokemon cair desacordado no asfalto, criando algumas rachaduras na pista. O Pokemon era um dragão voador de corpo laranja e um porte semi humanoide. Dragonite parecia não ter força alguma para fazer mais nenhum movimento. O maior problema era que das costas dele caiu uma menina que rolou por alguns metros. Uma menina de pequena estatura, morena, dos cabelos cacheados, trajando uma calça capri e uma blusa que parecia nylon. Ela tinha uma mochila nas costas e pelo corpo muitos machucados.

Ela com alguma dificuldade levou a mão a cintura, pegando uma pokebola e recolheu Dragonite. Arfava deixando a ideia de que o esforço havia sido grande. Ela estava realmente em péssimo estado.

– Merda! -

Praguejou novamente Lucas ao identificar a menina. A voz de Lucas chamou a atenção da menina que esforçava-se para se levantar. Ela olhou a dupla a beira da estrada e demorou-se em Nivek. Ela tinha certeza de quem era o moreno, mas o careca parecia familiar demais para seus olhos cansados.

– Está vendo o que fez, Lubia? -

A voz tomou conta do local. Uma grande massa de ar se deslocou enquanto na pista pousava Salamance. Um dragão voador que em suas costas carregava um homem de cabelos azuis e macacão roxo. Draco das Neves era um general da estilo de Poder que poucos gostariam de ter a sua frente.

– Falei para se manter ou morrer no ar, ou envolveria os dois mochileiros abaixo. - O homem passou a mão em seus cabelos. - Sem ofensas, mas treinadores pokemons não viajam a beira de estradas, usam rotas e trilhas pelas matas e florestas. - Draco deu um pequeno sorriso. - Além disso não ficam parados com cara de bobos como esse carequinha... - Draco parou por alguns segundos. - Você é Lucas Turtle. -

Lucas havia olhado para Nivek. O garoto continuava parado com olhar de perigoso. Ele parecia tão alheio a tudo aquilo que se alguém falasse que ele havia sido paralisado por algum golpe de pokemon ele acreditaria.

– Deixe-os ir. - Disse Lubia. - Eles não tem nada haver com isso. - A voz saía trêmula como se hesitasse em tomar aquela decisão.

– Vejamos... - Draco meneou com a cabeça por alguns instantes, observando Lucas e o jovem careca. - Os pokemons de Lucas são interessantes, mas não prioritários. Não sei quem é o careca, mas você é mais importante. - Ele sorriu. - Então os dois podem ir. -

Lucas deu alguns passos apressados, mas percebeu que Nivek ainda não se mexia. Tocou no ombro dele, mas ele parecia completamente longe e mesmo o contato físico não o trazia de volta a realidade.

– Deixa de ser idiota, Nivek. - Resmungou Lucas. - Vamos aproveitar a chance de não morrer. -

Desde o momento em que percebeu a batalha acima de sua cabeça, Nivek recebia uma mensagem telepática. Não acreditava que estava recebendo uma mensagem de Mewtwo ainda mais daquela forma, no meio do nada, de forma rápida e tão repentina. Ainda piorava quando pensava no conteúdo.

Mewtwo dizia a Kevin que a batalha acima devia ser parada de qualquer forma, mesmo que ele precisa-se lutar. Tinha que impedir que a batalha continuasse seguindo na mesma direção que eles, ou que fosse pela mata da direita deles. Havia pouco mais de 10 quilômetros, um demônio, que estava debaixo da terra. Por sorte a batalha aérea ainda não havia se propagado de forma que o demônio percebesse, mas se a batalha começasse em terra o demônio seguiria naquela direção.

Kevin argumentou que não possuía pokemons para enfrentar o demônio e muito menos para enfrentar e não tinha nada haver com a luta que estava acima dele. Mas, Mewtwo o alertou que tratava-se de Lubia e Draco das neves. Se o demônio chegasse a eles, Lubia certamente morreria, pois só lhe restava um pokemon e estava ferida, enquanto Draco, possivelmente fugiria sabendo a existência dos demônios.

Após a mensagem telepática se desfazer o jovem ficou apenas a ponderar o que deveria fazer. Se envolver na luta, fugir, deixar Lucas e ir atrás do demônio ou trazer um de seus pokemons para auxiliá-lo. Era dura a realidade, mas viajar sem nenhum de seus fortes pokemons de último estágio significava estar indefeso contra a Estilo de poder e contra os demônios. Ainda não havia entendido aquilo até instante e deixava-se ser arrastado pelo Lucas para longe de Draco e Lubia, mas a fala de Lucas o tirou do transe.

“A chance de não morrer.” Independente da escolha que fizesse Lubia morreria ali. Fugindo como estava fazendo ou ela morria pelas mãos da Estilo de Poder ou pelas mãos dos demônios. Se ele ficasse para lutar junto a ela, o demônio chegaria e seria o fim. Ele não deixaria Lubia morrer como Détrio.

Essa é a primeira vez que fico de frente para a Estilo de Poder desde a morte de Doko, Marcos e Détrio. Eu vou matar esse cara. Um solavanco e Nivek soltou-se de Lucas e olhou para Draco que já não os observava mais.

Lubia e Draco das Neves se encaravam, analisando as condições do adversário e tentando prever o próximo movimento que viria. Mas, no meio do jogo de nervos que tratavam com o olhar sentiram algo estranho, um ar pesado e perigoso. Lubia não desviou olhar de seu perigoso adversário, achando que isso estava sendo causado por ele, mesmo que nunca tivesse visto coisa parecida. No entanto, podia ver que seu adversário estava visivelmente surpreso e olhava para algo que acontecia atrás dela.

Lubia não se atreveu a virar-se. Aproveitou a deixa para rapidamente pegar a pokebola de seu último pokemon de pé em condições de combate. Mas, antes que pudesse libertá-lo estacou sentindo que a sensação aumentava ao mesmo instante que alguém se aproximava dela por trás. Com aquela situação a menina tentou afastar-se rápido, mas as dores permitiram apenas que ela desse dois passos para o lado.

Passando pela menina morena surrada o rapaz careca vestido de preto passou por ela. Ela pode ver em seus olhos vazios o quanto ele estava disposto a fazer naquele momento. Era ele quem emanava o ar de perigo e parecia realmente estar disposto a matar naquele momento.

– O... -

Draco ia dizer algo, mas acabou desistindo. Aquilo era no mínimo curioso, para não dizer esquisito. No meio do nada ele encontrar um jovem com uma presença tão perigosa querendo enfrentá-lo? O jovem que a poucos estava aponto de fugir? Ele queria ver até onde aquilo iria.

Enfrentar Lubia era divertido, uma vez que a menina era um gênio, mas estava longe de mostrar-se um perigo. Ter recebido a missão de caçá-la e levá-la para a base tornou-se um bom passatempo, em especial ao perceber que se não a levasse em péssimas condições a menina se tornaria um problema assim que chegasse. Resolveu amedrontá-la e judiar da garota fazendo-a duvidar de sua própria capacidade.

No entanto, deixar Lubia de lado para enfrentar um jovem desconhecido que se prostrava com uma intenção assassina a sua frente era realmente muito melhor. Nas condições que estava Lubia não iria muito longe, poderia encarar o jovem careca vestido de negro e quem sabe até recrutá-lo se ao final ele não tivesse que ser morto.

Nivek ficou parado encarnado Draco e seu gigantesco dragão enquanto Lubia estava atrás dele.

Eu achava que eu havia ficado deprimida, mas Kevin mudou completamente. Olhar vazio e amargurado. Um ódio que transborda do corpo assustando que está a sua volta. Achei que era apenas uma mudança de visual, mas ao que tudo indica ele está é ocultando-se. Eu não devia deixá-lo lutar, mas... Lubia se assusta ao ver tudo em volta sendo tomado uma densa fumaça.

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– Eu não posso ir. Estou quase encontrando... - A voz falhou de repente enquanto o corpo parecia pesar assustadoramente. - Eu... -

A voz de Lubia se perdeu sem conseguir completar a frase. Ela caiu desacordada enquanto Nivek a segurava para que ela não caísse completamente no chão.

– Ela vai te matar quando acordar. - Disse um senhor.

Foi uma situação inesperada quando toda a área foi tomada por uma fumaça densa. Nivek no primeiro momento imaginou que se tratava de um movimento do adversário e que não conseguiu acompanhar. Já estava pronto para liberar um de seus pokemons quando sentiu seu braço ser puxado com urgência.

Lucas fingiu ter continua a ir embora, sem Nivek. Após liberou Torkoal e usou o movimento Cortina de Fumaça no local. Escondido pela fumaça pegou Lubia e Nivek saindo daquele local sem ter que batalhar.

Draco das Neves demorou um pouco para conseguir eliminar a cortina de fumaça, já que ela estava diferente da habitual. Normalmente ela é apenas fumaça, alguns pokemon conseguem deixá-la bem tóxica, mas poucos são os que fazem a cortina ser de puras cinzas.

Nivek conhecia aquele tipo de cortina por já ter visto seu Camerupunt expelia. Era pesada e mais densa. Retirá-la do ar dava trabalho, quando aplicado vento, a fumaça saia, mas as partículas de cinza ficavam indo e vindo. Além disso causava irritação nos olhos dos pokemons e uma temporária inaptidão para sentir o cheiro das coisas.

O jovem careca não demorou em identificar que a fumaça era de Torkoal e por isso se deixou guiar pela mão que lhe puxou apressadamente. O que ele demorou foi em admitir que Lucas Turtle era tão habilidoso daquela forma. Nas competições ele ficava a frente do jovem e nitidamente tinha mais aptidão com os pokemons, mas o talento com as habilidades naturais e controle dos movimentos era surpreendente. Talvez Kevin só ficasse melhor colocado que Lucas, e tivesse mais reconhecimento, por sorte.

– Ela não saberá onde estou quando acordar. - Respondeu Nivek fechando a porta do caminhão do lado do passageiro. - Quando chegar em Petalburg, se ela ainda estiver desacordada, procure por May. É filha do líder do ginásio local. Ela cuidará dela. -

O trio correu pela mata da esquerda, até que alcançaram os muros da transportadora. Foi uma hora de corrida desajeitada e atrapalhada, muitas vezes parando devido aos ferimentos de Lubia. Deram se conta da besteira que fizeram, correndo pela mata, somente quando conseguiram sentar, no patio da transportadora. Tentavam limpar um pouco os machucados da menina e perceberam que o sangue deveria ter feito um rastro até eles.

Lucas foi conversar com as pessoas da transportadora enquanto Nivek continuou cuidando da menina, que nada perguntava sobre essa identidade que ele havia assumido. Logo Lucas estava de volta com um motorista, que ele conhecia de Sinoh, dizia que estava indo para Petalburg e poderia levá-los.

Aquela não era a direção de nenhum dos três, mas para Nivek era a melhor direção para Lubia. Sabia que com a perna trincada era provável que May voltasse para casa e poderia ser uma ajuda para Lubia, mesmo que não o fizesse, Norman, o líder do ginásio local, certamente acolheria a menina. Outro fator importante era que Draco certamente sabia a direção em que ela estava indo anteriormente, então ela precisava ir em outra direção pelo menos até se recuperar.

– Pode deixar comigo. - O motorista acenou com a cabeça. - Mas com a quantidade de pó do sono que jogaram nela, ela vai dormir durante um mês inteiro. - Disse o motorista que deu a volta no caminhão, conferindo se tudo estava certo e partiu para realizar sua entrega, tendo como companheira de viagem a desacordada Lubia Mar.

Lubia não queria mudar sua rota, com isso Lucas liberou seu Turtuig que lhe jogou o pó do sono, antes que ela pudesse se defender. Assim que a menina adormeceu Lucas recolheu o pokemon e foi caminhar novamente pelo pátio, que estava razoavelmente movimentado em comparação ao horário que eles haviam chegado.

Nivek ficou olhando durante alguns instantes o caminhão se afastar. Colocar a menina desacordada dentro do caminhão era o único jeito de tirá-la de perto da Estilo de Poder. Claro que o caminhoneiro poderia oferecer algum perigo, mas o caminhoneiro teria uma infeliz surpresa se tentasse, já que Quagsire havia sido libertado sem que ele percebesse e agora estava escondido na cabine, vigiando tudo o que acontecia.

– Nivek! - Gritou Lucas ao longe chamando atenção do rapaz. - Esse aqui vai em nossa direção. -

A transportadora era de antigos treinadores pokemons que descobriram em suas experiencias em viagens a oportunidade de um negócio lucrativo. Realizavam todos os tipos de transporte de produtos tendo filiais em Hoeen e Sinoh. Mesmo com os transportes aéreos e dinâmicos da empresa que usava os Delibirds, eles continuaram funcionando normalmente.

Costumavam dar carona aos treinadores pokemons em jornada, pois viam isso como uma parceria. O treinador precisava de um transporte para longas distancias e o caminhoneiro precisava de seguranças, mesmo que fosse temporários. Os treinadores protegiam a carga e ajudavam durante o trajeto em troca da carona. Não havia um vinculo empregatício, apenas uma troca de favores.

A transportadora era grande e contava com cerca de 50 caminhões na unidade de Hoen, onde dois dos sócios ficavam para organizar tudo. O local, apesar de um pouco distante de tudo, foi escolhido pelo baixo custo do terreno e pelo acesso as principais rodovias da região. Contendo dois galpões, para armazenar temporariamente as cargas, duas grandes oficinas e prédio administrativo que possuía dormitório e refeitório para os funcionários que por ventura não fossem retornar as suas casas entre uma jornada e outra, o pátio enorme era o que chamava a atenção.

– Esse pátio grande é perfeito para uma batalha. - A voz saía ameaçadora. - Vocês querem uma batalha? -

Draco chegou ao local poucos minutos depois da saída da dupla da Liga das Sombras. Libertou dois pokemons para reunir a todos e conferiu um por um, com certa expectativa. Queria encontrar o garoto vestido de negro, mas parecia que a busca seria inútil.

Foi informado como funcionava a transportadora e as caronas e entendeu que por mais que torturasse cada um ali, não iria obter informações sobre para onde o trio havia ido e se eles ainda permaneciam juntos. Mesmo os treinadores que viram eles escapando, não ousaram abrir a boca.

– Você! - Ele apontou para um. - Traga-me uma cadeira. - Disse ele. - Você traga-me um suco. - Ele olhou para outro. - Você traga-me a lista de destino dos caminhões que saíram nas últimas duas horas. - Passou a mão nos cabelos e parou por alguns instantes. - Você, arrume material para lavar o meu cabelo, aquelas cinzas estragaram o balançado dele. -

Aqueles que foram ordenados a fazerem algo corriam de um lado para o outro, sem saber, ao certo, como fazerem as tarefas, já que Draco apontava para que os treinadores o fizessem e não os funcionários do local.

– E antes que eu esqueça, para cada minuto que demorarem para fazerem o que peço cada qual terá que me dar um pokemon. - Sorriu Draco. - Afinal, sou da Estilo de Poder. Prometo não fazer nada contra vocês fisicamente, mas preciso fazê-los temer. -

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Era noite. A estrada era um pouco escura, mas o asfalto estava em bom estado. Junto com o carregamento de roupas que era levado a uma cidade vizinha ao evento Nivek e Lucas tentavam descansar e torcer para que a previsão do motorista estivesse certa. Chegariam as quatro da tarde de sábado, o dia do evento. Eles teriam que correr para a cidade do evento, mas, a distancia de pouco mais de 30 quilômetros poderia ser superada até as 22:00.

O caminhão todo cinza era pequeno, tendo o seu maleiro anexado a própria cabine. Por isso os caroneiros iam atrás, junto a carga.

– O que ela estava procurando? - Perguntou Lucas a Nivek.

O menino nada respondeu apenas olhou, sem disfarçar, para o lado encarando um treinador que também estava de carona. Nivek não iria conversar com ele ali. Na verdade, nem Lucas queria fazer aquilo, pois o garoto era muito familiar e se até o momento não havia falado nada com ele, certamente era da Liga das Sombras. Não precisavam de mais encrenca.

Cabelos castanho escuro, pele clara com algumas sardas pelo corpo. Está levemente bronzeado o que indicando estar vindo das zonas litorâneas, uma das praias de Hoeen , talvez. Tem olhos azuis com pequenos tons esverdeados, podendo se confundir entre as duas cores dependendo da quantidade de claridade onde estiver. Usa óculos de grau, um grau no máximo. É magro e relativamente alto, mais alto do que eu ou Lucas. Lucas ficou o olhando bastante e toda vez que começamos a falar ele se inclina para ouvir e disfarça estar entretido com algo em sua mochila. Nivek analisou o rapaz. Ele não parecia representar

– Acho uma boa ideia. - Comentou Nivek para o treinador.

O rapaz parou olhando-os sem entender. Lucas olhou para Nivek também procurando entender o que estava acontecendo.

– Comer. Acho que a última vez que comemos foi na hora do almoço. - Disse Nivek. - Não é o que está fazendo mexendo na bolsa? -

O treinador ficou parado por alguns instantes olhando para os dois. Ele não conseguia olhar muito para Nivek, o olhar vazio e amargurado causava uma péssima sensação. Ele suspirou e sorriu.

– Desculpem. Tenho apenas dois sanduíches. - Disse o rapaz sem graça. - Eu estou a um bom tempo querendo comer, mas como não teria para todos estava esperando que vocês adormecessem ou também pegassem algo de suas mochilas. -

Lucas soltou uma risada enquanto Nivek não esboçou muita reação.

– Não se preocupe. - Lucas abriu a mochila pegando algo para si. - Mas, como é seu nome? Para onde está indo? Está calado desde que saímos, apenas escutando. -

– Bem... - O rapaz mordeu timidamente seu jantar. - Sou Murilo, Murilo Moonglade. - O rapaz se calou por alguns instantes, percebendo que a fala sobre ele estar calado escutando não era apenas uma indireta, era uma pressão para que ele falasse. - Estou vindo da Ilha Dewford. Estava passando alguns dias lá, mas acabei tendo meu dinheiro roubado... - Ele parou por alguns instantes abaixando a cabeça. - Nunca pensei que seria roubado sem ao menos poder lutar. - Ele suspirou.

Nivek ficou olhando ele falar enquanto Lucas comia.

– Claro, por sorte apenas saquearam meu quarto. Meus pokemons e alguns itens estavam comigo, enquanto eu passeava. Mas roupa, comida e dinheiro... - Ele pareceu desanimado. - Estou indo para Mauvile ver se consigo um bico. A cidade tem uma usina e algumas outras industrias, posso dar sorte por lá. -

– Seria mais fácil bico em uma cidade turística, exatamente a de onde está vindo. - Comentou Lucas, sabendo que o rapaz estava tentando esconder suas verdadeiras intenções em Mauvile, que seria o Evento da Liga das Sombras. - Enfim... Que bom que não levaram seus pokemons, não é? -

– Sim. - Disse Murilo. - E sei que onde eu estava eu tinha mais chances de arrumar um bico, Lucas. - Murilo estreitou os olhos. - Mas, eu não enfrento a Estilo de Poder, se você o faz você é doido. - Disse de forma debochada.

– Eles estão na ilha? - Questionou Nivek.

– Aquele desgraçado do Steven, o antigo campeão que é general deles. - Resmungou Murilo. - Começou a atacar a ilha no dia que eu estava saindo, foi uma correria só. - Ele parou. - Nenhum dos meus pokemons estão no último nível, então não tenho coragem de travar uma batalha com um membro deles. E se eu tivesse um pokemon de último nível eles levariam no embora. -

– Fomos atacados por eles. Por isso precisávamos de uma carona. Para nos afastar. - Disse Nivek. - Era uma agente forte. Acho que ela estava procurando algo ou alguém. -

Lucas olhou para Nivek, mentindo descaradamente para Murilo que também deveria estar mentindo sobre muitas coisas. O que Murilo queria era certamente passar o ar de inofensivo, era uma boa tática, em especial se ele reconheceu o jovem Turtle. Mas, O que Nivek queria com a mentira era uma dúvida. Talvez justificar a conversa que estavam tentando não ter anteriormente.

– Alguém? - Murilo pareceu tremer. - Espero que não achem que eu fiz ou tenha algo e estejam me seguindo desde Dewford. - Ele riu. - Seria obrigado a lutar contra aquele tipo de gente e sinceramente, se dois não puderam com ela, o que eu sozinho faria, né? -

Lucas riu enquanto Nivek tentou fingir rir, mas claramente ele não gostava muito de rir.

– Só se... - Murilo parou alguns instantes. - Não, isso seria impossível e muito trabalho por nada. - Ele abriu a bolsa tirando uma pequena caixa de madeira de dentro. - Isso foi a única coisa de valor que não levaram, pois estava comigo. -

Dentro da caixa havia uma coleção de pedras de evolução. Nivek não conhecia muito das pedras, mas Lucas ficou admirado ao ver tantas juntas. Sabia que eram de verdade, pois conhecia-as bem da sua primeiro ano como coordenador.

– Fogo, Trovão, Folha, Água e Lua. - Lucas olhava sem acreditar. - Eles deixaram uma fortuna para trás. -

– Quando deixei o quarto e saí com elas, ia vender para o líder local. - Comentou Murilo, mas ele simplesmente desapareceu do ginásio. - Quando voltei encontrei o quarto revirado. Fiquei imaginando se não foi o líder tentando me roubar, mas no instante seguinte a Estilo de Poder anunciou-se na ilha e deixei isso de lado. -

As pedras de Evolução eram algo raro. Possuíam uma energia que no pokemon certo fazia o pokemon evoluir. Não eram fáceis de serem encontradas e por isso possuíam um valor bem alto. Alguém com uma coleção como aquela poderia dizer que era uma pessoa rica.

– Você acha que a Estilo de Poder poderiam estar atrás da sua coleção? - Questionou Nivek. - Era o que iria insinuar a poucos minutos atrás, certo? -

Murilo ponderou com a cabeça. O valor delas faria qualquer criminoso vir atrás, mas seria muito estranho a Estilo de Poder perder tempo procurando apenas 5 pedras. Era mais fácil invadir uma loja e adquirir dezenas.

– Elas custam cerca de uns 20 para 30 mil cada uma. Como conseguiu tantas? - Questionou Lucas.

Lucas tentava fazer Murilo deslizar em suas respostas para que ficasse claro qual era a armação, mas o revelar das cinco pedras o havia pego de surpresa. De cara ele via que eram originais e que Murilo talvez não fizesse parte da Liga das Sombras. Mesmo que fizesse, talvez estivesse na mesma situação que ele, foi uma pessoa enganada e que agora tenta sair desse mundo.

– Eu ganhei. - Disse ele. - Para poder saldar uma divida. -

Nivek pela primeira vez franziu o cenho, fazendo uma expressão diferente da vazia e de bom ouvinte. Enquanto Lucas começava a crer que realmente Murilo fazia parte da Liga das Sombras, mas que não era por vontade própria.

– Desculpem. - Disse ele. - Não posso falar sobre isso. Apenas que não tenho pokemons para usá-la, felizmente, e preciso vender essas pedras para ter dinheiro novamente e saldar essa divida. -

– Quanto quer pela pedra folha. - Disse Nivek apressado.

– Cara, isso é muito dinheiro. - Disse Lucas tentando indicar que não deveria comprar as pedras.

Mesmo sendo originais, o cara é da Liga das Sombras. Sei que ele já entendeu que há trambique, então porque iria confiar nesse cara. Além disso precisamos de dinheiro também. Lucas tentou se acalmar e encontrar uma forma persuadir Nivek. Se ele se exaltasse muito poderia revelar muito deles para o cara e uma briga no caminhão os deixariam no meio da estrada.

– Não venderia para vocês. - Disse ele. - Sei que está querendo me ajudar, mas não contei minha história para comovê-lo. -

– Quanto? - Disse Nivek com uma voz perigosa.

Lucas engoliu um seco. Sentiu o ar de perigo envolvendo Nivek. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas aquilo foi tão repentino. Ele estava com um ar assassino.

– Eu... - Murilo tremeu em seu lugar. Lucas pode ver ele segurando a mochila, com a caixa já gaurdada, indo para trás, e fechando os punhos, como se estivesse tentando se controlar. - Quero 25 mil. -

– Passe-a para cá. - Disse Nivek mostrando o dinheiro.

Lucas por um momento parou sem entender de onde Nivek havia tirado tanto dinheiro. Mas, só então se tocou, se soma-se a sua quantia com a dele, daria aquele valor. Nivek havia pego o dinheiro de Lucas sem ele perceber. Lucas inclinou-se para impedir o amigo mas não teve chances. Uma freada brusca ocorreu fazendo-o tombar.

Lucas observou que Murilo também havia caído, mas Nivek permaneceu em sua posição, tendo sido apenas sacolejado como se ele já esperasse por aquilo. Os três se olharam e os olhos de Nivek iam ficando cada vez mais frios.

Eles sabiam que o caminhão havia parado e Lucas começava a perceber que aquela frieza repentina de Nivek indicava perigo. Era algo que ele vinha aprendendo com o tempo e agora estava tendo certeza.

A porta do maleiro se abriu e uma luz avermelhada invadiu o local. Os três viram a sombra do motorista ser empurrada para frente da entrada enquanto fios de cabelos azuis surgiam. O sorriso debochado de Draco das Neves apenas deixou a situação mais dificil.

Eles perceberam que a luz vinha de Salamance que estava preparado para lançar um ataque que ou era um Fúria do Fragão com chamas, ou um verdadeiro Lança Chamas. Não havia alternativa, começaram a pegar saus coisas para saírem, mas a voz os surpreendeu.

– Vamos com calma. - Disse Draco. - Motorista, volte para a cabine e prepara-se para partir. -

Aquilo sim parecia problemático. Inicialmente imaginavam que seriam roubados pela Estilo de Poder e deixados no meio da pista escura, mas parecia que Draco não estava interessado em roubá-los. Iria levá-los com eles.

– O tal Nivek vem pra rua. - Disse Draco. - Vocês vão seguir viagem. -

– De forma alguma. -

Lucas levantando-se e pegando uma pokebola, mas Nivek o derrubou, balbuciando algo. Logo após Nivek virou-se para Murilo e estendeu o dinheiro e o rapaz apenas lhe jogou uma pedra esverdeada.

– Vamos com isso. - Draco, do lado de fora, não podia ver tudo o que estava acontecendo. Viu apenas que Nivek impediu alguém que queria se rebelar. - Vou matar todo mundo em cinco segundos. -

As mãos de Nivek surgiram no batente. Draco sorriu e sentiu os pelos de seu braço arrepiando-se. A sensação de morte estava de volta. A porta do caminhão foi fechada e o motorista seguiu viagem pela noite, deixando Draco encarando Nivek que segurava a pedra que Kevin havia acabado de comprar.

É hora da vingança! Pensava Nivek.


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