Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 86
Capítulo 78


Notas iniciais do capítulo

Hello guys!

Como prometido, mais um capítulo!

Boa Leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/456302/chapter/86

Sophia

— Você não pode estar falando sério! — exclama Simon, logo que Clarissa despeja a verdade sobre nós.

O cemitério está bem à vista, e logo em frente a minha casa completamente deserta. Inúmeros arrepios percorrem meu corpo quando meus olhos repousam na estrutura envelhecida.

— Um veneno que eu mesma criei para vender para o Stanley na minha pior fase mental — fala Clary apertando o volante. — E eu vendi. E agora aquela porra está na corrente sanguínea de vocês...

— Quem mais sabe disso? — indaga Zack, alarmado.

— Dylan... E talvez James soubesse — responde a Wayne com um tom de voz fraco.

Antes que qualquer um de nós pudesse expressar mais alguma reação, ela estacionou em frente ao cemitério.

— Você precisa parar com a mania de esconder fatos de nós — Charlie alerta, assim que Stella saiu de seu colo e ele pode deixar o veículo. — Clarissa, existe coisas que você não pode esconder.

— Existem momentos certos para falar — Ela retruca com rispidez, passando pelos portões de ferro que guardavam o extenso gramado cheio de lápides.

Seguimos com passadas largas, e me sinto levemente incomodada por estar aqui, em meio aos mortos, com a premonição de me tornar uma...

— Um bom Jack Daniels! — Clarissa fala vitoriosa, pegando a garrafa de uísque que estava em frente a uma das lápides.

Inúmeras lembranças preenchem o ambiente, cada qual apresentando a personalidade do falecido abaixo da cova.

— Isso é de algum morto, Clary! — se exaspera Stella com uma careta.

Clarissa já abrira a garrafa de uísque e agora bebe diretamente do gargalo uma boa quantidade.

— Eu preciso me enturmar aqui — gesticula ela, com um sorrisinho cínico. — Fazer amizade com os mortos!

— Não leve na brincadeira — Wanda repreende, passando por nós. — O que você e Sophia vão fazer vai além de qualquer compreensão.

Mergulhamos em um silêncio mútuo, embora Clarissa meramente revire os olhos, completamente desinteressada em levar a situação a sério.

— Certo — cruzando os braços e se posicionando no meio de uma trilha espaçosa sem lápides, Wanda nos encara. — Preciso de duas testemunhas.

— Duas... O quê? Você vai matar alguém? — Zack parece completamente assustado, o que chega a ser cômico.

Wanda respira fundo.

— Testemunhas servem para dar força a quem participa do ritual. Vocês só precisam permanecer aqui protegendo o terreno até que... As participantes do ritual voltem.

— Voltem... De onde? — pergunto completamente confusa.

Wanda morde o lábio inferior.

— Para aceitar a Morte é necessário experimentar sensações fortes. E ela respeita apenas aqueles que atravessam o mar de sensações ruins — seus olhos intercalam entre Clarissa e eu. — Vocês precisam chegar ao inferno e voltar de lá. Literalmente.

Meu estômago revira. O silêncio preenche o grupo.

— Você não está falando sério — Charlie diz, dando um passo à frente. — Eu não vou deixar minha irmã fazer isso!

— Engraçado que ninguém te perguntou — cantarola a Wayne bebendo mais uísque. — Eu topo qualquer coisa!

— Isso não é uma brincadeira! Você está sofrendo por causa do Dylan, mas existem maneiras melhores de superar isso! — Charlie bate na garrafa que a irmã segura, fazendo com que a mesma caísse na grama e despejasse todo seu conteúdo.

Clarissa olhou para a garrafa no chão, em seguida fitou o irmão.

— Você acabou com a minha bebida.

— Você está indo longe demais — Charlie respira fundo. — Escuta! Não tem que fazer isso!

— O tempo está correndo — Wanda avisa ainda de braços cruzados. — Preciso das duas testemunhas. Agora!

— Eu aceito ser uma das testemunhas — Stella diz prontamente encarando Clarissa. — Protejo a Clary.

A Wayne sorri de canto, satisfeita. Simon dá um passo à frente, entrelaçando seus dedos aos meus.

— Eu faço isso pela Soph.

Nossos olhos se encontram e a intensidade de nossos sentimentos aquece meu coração e me dá mais forças. Preciso conseguir.

— Certo. Sophia, Clarissa... Deitem-se no chão.

Uma ao lado da outra, obedecemos. A terra é úmida e gelada, e por um segundo sinto vontade de chorar. Meus pais mal sabem o que estou prestes a fazer...

— Você é especial, Soph — Reed Richards afastou a franja do meu rosto. — Você é... A nossa filha. Nossa segunda filha! E quando tudo isso acabar, vai fazer parte de tudo.

Sue me envolveu em um forte abraço, seu choro me contagiando imediatamente. Reed demonstrou proteção ao envolver seus braços ao nosso redor.

— Estou tão feliz por ter reencontrado minha menina! — Sue acariciou meu rosto, demonstrando toda a mistura de sentimentos que existe dentro dela.

Os olhos de Simon me encaram uma última vez. Ele segura minha mão e sela seus lábios aos meus.

— Vai ficar tudo bem. Você consegue — Ele afirma, e meneio a cabeça positivamente.

— Hora de fecharem os olhos — Wanda fala suavemente, agachada diante de nós e fazendo floreios com uma de suas mãos por cima de nossos corpos.

Imediatamente o sono vem e minhas pálpebras pesam. A escuridão me envolve, e me puxa cada vez mais para baixo.

Estou caindo. Cada vez mais rápido. Não existe luz, não existe absolutamente nada. Sou um ser sem essência no meio de um infinito sombrio.

— Já viram como é o cabelo dela?

— E aquele corpo ridículo? Parece uma baleia!

— Ela é tão esquisita!

— Ha! E ainda mora no cemitério da cidade! Esquisita!

— ESQUISITA!

— ESQUISITA!

Parem. Parem de gritar! Parem! Tento gritar, mas minha voz não sai. Estou presa, presa em um armário do colégio, e do lado de fora as risadas e xingamentos continuam cada vez mais fortes, cada vez mais altos.

Estou presa na antiga Sophia, que não conseguia resistir ao sofrimento que os alunos de NovaHead proporcionavam. Eu era uma minoria, era a invisível, sem qualquer perspectiva de sair da escuridão.

Algo perfura meu peito, e percebo ser uma faca. Em seguida outra, e mais outra, causando-me mais dor, e o desespero me sufoca. Mãos apertam meu pescoço, e mais lâminas cortam meu corpo, me fatiam... Sangue... Dor... Lágrimas silenciosas...

Abro os olhos.

 — Já viram como é o cabelo dela?

— E aquele corpo ridículo? Parece uma baleia!

— Ela é tão esquisita!

— Ha! E ainda mora no cemitério da cidade! Esquisita!

— ESQUISITA!

— ESQUISITA!

Não. Não. Parem! De novo não!

Encolho-me abraçando meus joelhos. Como vou sair daqui?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora as coisas vão esquentar ainda mais! Como está sendo o inferno pessoal da Clary, hum?

Até o próximo capítulo com a narração de um personagem especial ;)

Beijokas!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destroyers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.