Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 80
Capítulo 72


Notas iniciais do capítulo

HELLO GUYS! Tudo bem? :D

Capítulo novinho em folha com a perspectiva triste de que amanhã volto às aulas :( Talvez eu tenha passado meus sentimentos para esse capítulo mais do que devia. Estou chorando cara!

Dedicado para todos aqueles que ainda não superaram a morte do James...

Boa Leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/456302/chapter/80

Ashley

— Eu deveria estar lá embaixo — murmuro, fazendo círculos com o dedo em minha própria pele.

Perdi por completo a noção do tempo. O céu em Asgard permanece tão claro... Suspiro.

— Deveria ficar feliz. Humanos não tem a chance de vir até aqui — Loki comenta completamente tranquilo com a situação.

O encaro com raiva, desviando o olhar rapidamente.

— Você não presta Loki. Thor deveria tê-lo matado.

— Amor de irmãos é desse jeito. Deveria saber já que tem o seu — comenta Loki, naturalmente.

O pior é que ele tem razão. Veja só James e eu. Éramos inimigos mortais até pouco tempo atrás. E agora somos verdadeiros irmãos, unidos em uma batalha que pode consumir a raça humana. Como será que ele está agora? Será que conseguiu arrumar uma solução para sua doença junto de Aurora?

— Sinto falta dele — digo, olhando para Loki. Não sei porque decido conversar com ele, mas ao que parece não consigo engolir a ideia de ficar solitária.

Loki permanece com os olhos fixos em mim.

— Não vai chorar de novo não é? Não pretendo morrer afogado aqui — debocha o deus, fazendo-me bufar irritada, mas engolindo a vontade de chorar.

— Ashley.

Paro instantaneamente.

James.

Um sorriso permeia meus lábios. Coloco-me de pé, como se pudesse me aproximar da intensidade da voz. Como se repentinamente pudesse atravessar qualquer tipo de portal e sair daqui. Retornar a Terra. Retornar para todos e lutar.

Loki me encara com o cenho franzido. Ele não entende, nunca entenderá. Um vilão de merda sem um pingo de sensibilidade, jamais entenderia o que significa isso.

Espero por mais algum sinal da mente de James, mas não sinto nada. O sorriso deixa meus lábios pouco a pouco, e meu coração se aperta. Uma vontade mais forte de chorar surge.

— Algo está errado — gesticulo, entreabrindo os lábios tentando fazer minha voz sair. Mas a dor é forte demais. — Algo está errado... James... Ele...

— Você está presa aqui. É claro que vai ter algo errado — Loki diz revirando os olhos.

— VOCÊ NÃO ENTENDE! — grito, em desespero. Uma dor tão forte, como se algo se despedaçasse em meu íntimo. James... James... — Estou sentindo... Como se... Como se...

— Ele estivesse morto?

— Não — nego com firmeza, embora o sentimento ruim continue e meu coração bata cada vez mais rápido. — James não morreu.

— Todos morrem — Loki fala com a voz suave. — Sabe disso, não é?

— SEU ANIMAL ESCROTO! TENHA UM PINGO DE SENTIMENTO! — grito, as lágrimas rolando por minha face. — Já sentiu como se algo faltasse? Repentinamente? Não é bom. Não é nada bom.

Loki fica em silêncio apenas me observando. É claro que ele não sente. Nunca deve ter sentido isso. Nunca deve ter sentido algo assim.

— Thor não é meu irmão de verdade. Sou adotado. Nunca sentiria algo assim — explica o deus calmamente.

Minha raiva passa por apenas um segundo e o encaro. Respiro fundo e volto a me sentar no chão.

— James não morreu — digo com firmeza. — Eu confio no meu irmão. Confio nele... James não morreu... James não morreu...

Meu cérebro insiste em pronunciar as mesmas palavras e reverberá-las pela minha mente repetidas vezes, enquanto meu coração continua acelerado e terrivelmente triste.

(...)

Sem o meu qualquer controle, minha mente processa lembranças repentinas. Sinto-me em outro ambiente, percorrendo outro espaço como se eu vivesse novamente aquela cena.

Vejo a Ashley criança com sua boneca inseparável, provavelmente na faixa dos dois anos de idade.

— Mamão! — Ela pronunciou alto, correndo até o James de seis anos.

Não consegui conter a risada. Eu mal me lembrava disso. Chamar James de “mamão” ao invés de irmão.

— Bincar! — A pequena Ashley puxava o James, que embicava os lábios.

— Eu não quero brincar, Ashley. Você só escolhe coisas de menina.

Revirei os olhos. James sempre babaca. Eu era o quê? Um travesti?

— Hum... — a menina se pôs a pensar, com uma cara engraçada. — Caquinho!

Eu não conseguia pronunciar nem ao menos “carrinho”. O James criança riu e pegou um carrinho dele, saltitante como uma gazela. Começamos a correr pela sala desenfreadamente, até eu cair que nem uma monga e chorar.

— Sempre chorona.

O James atual me encara com um sorriso.

— JAMES!

O envolvo em um forte abraço, as lágrimas quase rolando por minhas faces.

— Como... Como... Como você...?

— Xiiii — James mexe em meu cabelo, seu sorriso se amplia. — Estou tão feliz, Ashley. Você... Cresceu.

Franzo o cenho.

— Sim. Eu tenho dezesseis anos — falo como se fosse óbvio.

Mas o olhar de James ignora completamente isso. Seu tom de voz é quase uma... Despedida.

— O que está acontecendo, James? Por que... Você está reluzindo? — pergunto olhando ao redor. Uma espécie de luz envolve seu corpo, o que se torna contraditório vendo-se suas roupas completamente pretas.

— Eu estou lhe dando meus poderes Ashley — James novamente me abraça tão forte que não consigo evitar chorar. Eu sei o que isso significa. Eu sei o que as palavras dele significam. Mas não quero acreditar. Não posso. — Eu só quero lhe dizer que... Te amo. Você é uma das coisas mais preciosas na minha vida e fico muito feliz de ter tido a chance de refazer nossos laços — Ele seca minhas lágrimas com suas mãos. — Me perdoa por todas as vezes que roubei seus doces e coloquei a culpa no vento. Me perdoa por todas as vezes que joguei amoeba nas suas bonecas — dei risada, em meio às lágrimas. — Me perdoa por todas as vezes que disse que te odiava. Me perdoa por todas as vezes que fui um completo idiota. Eu sei que você vai saber cuidar de tudo daqui para frente.

— Não consigo acreditar. Não consigo... Suportar. Eu não estou dizendo adeus, estou? — pergunto a ele, com um tom completamente infantil.

James beija minha testa, e se afasta.

— Não considere isso como um adeus — Ele fala, estalando os dedos.

(...)

Abro os olhos, percebendo que no final das contas tinha caído no sono. Respiro fundo. Aquilo tudo pareceu tão real... Então sinto minha mente mais intensa, como se pudesse percorrer qualquer ambiente ou controlar qualquer coisa.

Loki está adormecido e Asgard paira na escuridão. Cerro a mão diante do peito, a dor se alastrando novamente, a percepção da verdade me corroendo dolorosamente.

James está morto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu não poderia pular esse capítulo, já que os sentimentos da Ashley são muito importantes. E com a morte do James, infelizmente (ou felizmente) ela carrega o manto dele também agora.

Aguardem! Amanhã capítulo do Simon carregado de surpresas em Nova York ;)

Beijokas!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destroyers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.