James

Estaciono em frente ao hospital, e Clarissa deixa o veículo puxando o capuz do moletom sobre sua cabeça. Solto um suspiro de frustração, deixando meu BMW em seguida.

Acompanho a Wayne pelos corredores agitados do hospital, notando a presença de vários agentes da S.H.I.E.L.D.

– A situação parece grave – Clarissa comenta, mantendo uma faca presa no cinto de sua calça, encobrindo-a com sua blusa.

Concordo com um menear de cabeça, avistando a UTI no final do corredor, e na área de espera, os heróis que há tempos eu não via.

– Onde vocês estavam? – uma Ashley mais do que histérica vem até nós, enquanto Bruce Banner, Tony Stark e Thor se encontram inquietos mais atrás.

– Fomos recolher nossos pertences – respondo, dando de ombros.

Aurora, Dylan e Sophia se reúnem a nós, com verdadeiras caras de enterro.

– Como o Fury está? – indaga Clarissa, mantendo os braços cruzados.

– Em cirurgia – Dylan mexe nos cabelos ruivos, tenso como os demais. – O tiro foi certeiro.

– O Zack sumiu mesmo? – Olho ao redor, de certa forma esperando que o “galinha” se materializasse aqui.

Sophia assente, entristecida.

– E Stella não apareceu até agora – balança a cabeça. – Eu espero que ela esteja bem.

Encaro Aurora de modo significativo, meneando a cabeça para que me siga. Um pouco retraída, ela me acompanha até uma parte onde os outros não podem nos ouvir.

– Como está se sentindo? – pergunto, avaliando-a cuidadosamente.

A morena encolhe os ombros, olhando ao redor.

– Não sei ainda. Fury é... Importante demais para todos nós – me encara com uma expressão de desolamento. – Se ele não sair dessa...

Passo os braços ao redor de seus ombros, tentando ao máximo fazê-la se sentir bem.

Mesmo que eu não tenha sido muito chegado à ideia de ser um herói, Fury me aceitou no grupo, dando uma chance à mim sabe-se lá por qual motivo.

Os Destruidores acabaram, mas isso não significa que nossos laços com a S.H.I.E.L.D tenham se extinguido. Se Fury morrer, os heróis ficarão mais desesperançados do que nunca.

(...)

– A tempestade continua forte – o deus do Trovão, Thor, comenta de um jeito vago que mais parece com um bêbado filosófico.

Ocupando os assentos de espera em frente à UTI, aguardamos por alguma – qualquer – notícia.

Steve Rogers e Natasha Romanoff se mantiveram lá dentro, acompanhando a cirurgia. Maria Hill havia deixado o local há algumas horas, tão pálida e fragilizada de um modo que eu jamais vira.

– Pode ser o Oliver tentando mandar um sinal – supõe Banner um tanto ansioso.

Stark se mantém em silêncio, mexendo em seu IPhone, provavelmente hackeando o sistema do hospital para passar o tempo.

Passos apressados chamam nossa atenção, e ao virar a cabeça, vejo um Simon Walker em estado de acentuada precariedade.

– Simon! – Ashley exclama, envolvendo o garoto em um forte e repentino abraço.

Franzo o cenho para tal cena imaginando se minha irmã inverteu os papéis com a tímida Sophia.

– Isso dói, Ashley – o Walker ajeita os óculos assim que é liberto do inusitado gesto de carinho.

A agente Hill se pronuncia com seu tom autoritário.

– O que aconteceu com você?

Simon cai em uma das cadeiras, as queimaduras em seu peito bastante visíveis.

– O Mandarim mentiu – Ele ofega, fechando os olhos por um momento. – Eles não iam entregar nossos pais completamente salvos. – o silêncio preenche o corredor. – As mentes deles foram alteradas e eles receberam aqueles poderes malucos.

Tony Stark desvia a atenção de seu objeto tecnológico de dar inveja, encarando-nos com um olhar astuto.

– Isso explica muita coisa – se levanta. – Se o tal do Jack e da Caroline estão comandando o grupo de vilões e pegaram os pais de vocês para servir de incentivo para que os Destruidores se divorciassem – Fazemos uma careta diante dessa última frase. – Eles com certeza deixariam dois ataques engatilhados para quebrar nossas pernas.

Dylan uni as sobrancelhas, pensativo.

– Um contra Fury e outro contra... – Ele para de falar e eu entendo perfeitamente o restante de seu pensamento.

– Zack, Simon, Stella e Aurora – completo, encarando a Clarkson, que está tão pálida quanto uma folha de papel. Merda.

Clarissa se levanta revirando os olhos.

– Eu já volto – Avisa, antes de dar as costas para nós.

– Não faz sentido – Thor se levanta também. – Caroline e Jack com certeza não tem o poder de ressuscitar os mortos. Então por que estão comandando os vilões?

Entrelaço as mãos em frente ao rosto.

– Eles estão protegendo o alvo principal. Assim como Stanley, Caroline e Jack retornaram à pouco tempo, e com certeza estão com meus pais vingativos.

– Estaremos andando em círculos enquanto não descobrirmos quem é o alvo principal – o Dr.Banner diz o óbvio para desânimo geral.

– Onde estão os outros? – repara Simon, encarando os Vingadores. – Tipo, o Gavião, a Feiticeira e o Mercúrio?

– Foram investigar alguns fatos – a agente Hill é enigmática, e seu tom de voz não nos incentiva a fazer perguntas.

Stark dá de ombros, como quem diz que não sabe de nada.

– Talvez seja uma boa irmos atrás dos outros – Aurora sugere de um modo determinado. Mal parece ser a garota que acabou de descobrir que os pais possivelmente estão sendo controlados para matá-la. – Quero dizer... Se isso for verdade e os pais deles estão sob o poder da Caroline...

Percebo que para ela é complicado admitir que seus próprios pais fazem parte disso. Se eu tivesse passando por algo assim, ficaria exatamente da mesma maneira.

Um trovão interrompe o fluxo de meus pensamentos, seguindo continuamente. O Zack parece determinado a permitir que a tempestade se estenda até que ele seja encontrado.

Ou seja; alagamento em Nova York.