Nico ficou preocupado com Katherine, pois ela sumira com Afrodite e ainda não voltara. Enquanto isso ficou conversando com os outros semideuses. Nico nunca fizera isso, mas eles o arrastaram para perto, para falar sobre Katherine. Percy pareceu aliviado quanto a Nico e Katherine. Nico não o culpou, pois o entendia. Annabeth não poderia estar mais feliz. Leo apenas continuava com suas brincadeirinhas nada agradáveis. Hazel o parabenizou, e Nico sentiu que estava sendo sincera. Os outros apenas o parabenizaram, como se não fizesse diferença. Nico ficou ali, conversando com eles, como nunca fizera antes em sua vida.

Vários minutos depois, Katherine e Afrodite apareceram. Katherine estava com os olhos vermelhos de chorar, e Afrodite estava radiante como sempre. Nico foi até elas, e perguntou o que houve. Katherine apenas fez menção de que falaria depois, e voltou para dentro. Nico tentou segui-la, mas Afrodite disse para que desse um tempo a ela. O resto da festa Nico ficou em um canto.

Depois de tudo, Nico foi dormir. Aprumou-se em um canto do convés e se deitou. O sonho veio quase que imediatamente.

Nico viu imagens de guerra. Mas não guerra comum, guerra entre os deuses. Tudo girava e passava rapidamente. Enquanto uma voz, que Nico deduziu ser seu pai, murmurava:

– Eu não o matei, juro que não o matei. Foi Zeus quem o matou, e pôs a culpa em mim. Mas não o matei, eu juro... Juro que não o matei.

Nico acordou assustado, enquanto raios atingiam o navio. Jason tentava domar um espírito venti, que estava mais teimoso que o normal. Nico sabia que estavam no meio de um ataque. Nico levantou-se em um pulo e puxou sua espada, e atacou. O resto da noite foi bem turbulenta.

Quando o ataque acabou, o sol já nascia no horizonte. Nico tombou para um lado, exausto, e se apoiou na amurada. Katherine apareceu no convés, ainda com os olhos vermelhos.

– O que houve de madrugada?

– Ataques – disse Leo – aqueles espíritos do vento sem educação que sempre atacam nosso navio.

Katherine olhou para Nico. Então correu até ele, e o abraçou. Aninhou-se a seu peito, e começou a chorar novamente.

Todos olhavam para eles, e Nico resolveu ir para um lugar melhor. Subiram ao mastro, como vinham fazendo desde sempre. Katherine sentou ao lado de Nico, que a abraçou.

– Ele o matou... – Katherine dizia – seu pai o matou...

– Comece do começo.

Katherine contou sua conversa com Afrodite.

– Não foi ele – disse Nico, de repente compreendendo seu sonho. Nico contou a ela seu sonho.

– Eu não creio. Seu pai o matou, Nico. Foi o que ela disse.

– Ela estava lá? Não. Não dá para saber.

– Mas não há como acreditar em seu pai. Ele não é confiável.

– Depende. Hades não pode ser o melhor pai do mundo, mas os deuses o maltratam muito. Muita coisa que dizem é mentira.

Ficaram em silêncio por um tempo. Não havia mais nada o que dizer.