Lady Pirate - Um Legado Diferente escrita por Niners


Capítulo 7
A Tripulação Aumenta!


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco a postar? Pois é... Parece que demoraram a comentar também u.u'
Não sei vocês, mas acho que qualquer autor gosta de saber o que acham do que ele escreve... E sinceramente, a falta de comentários me desanima um pouco...
Comentar não dói, né? XD Por favor comente e faça uma garota de óculos feliz *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/456227/chapter/7

Logo o céu escureceu, tornando possível avistar lindas constelações. Maya até queria observar, mas estava cansada. Enquanto ela foi para sua cabine (que antes era de seu pai), a tripulação ficou no convés conversando sobre a chegada da capitã. Alguns ainda estavam estranhando a ideia, mas logo se acostumariam, pelo menos assim Leigh pensava.

O moreno apenas ouvia, rindo de algumas coisas e negando outras, por exemplo, a pergunta que Lysandre insistia em fazer:

― Ela não é mesmo sua namorada? ― o mais novo perguntava.

― Não, Lysandre. Quantas vezes vou ter que dizer?

― Até eu acreditar. ― Lysandre deu um sorrisinho travesso, e o moreno emburrou.

― Vou pra minha cabine. Acertem o curso para Enseada Azul, devemos chegar pela tarde de amanhã se mantivermos essa velocidade.

Lysandre ocupou o lugar no timão do navio e ajustou o curso. Armin subiu no mastro principal e ficou se orientando pelas estrelas, para ter certeza que era a direção certa. E assim a noite passou...

***

Maya abriu os olhos com o barulho de pancadas na porta da cabine, espreguiçou-se até que suas costas fizeram um baixo estalo, devido à posição pouco confortável em que estava. Ao invés de ir dormir logo, ficou lendo os diários de bordo que havia encontrado na gaveta da mesa, e acabou adormecendo.

― Pode entrar... ― murmurou.

― Capitã? ― era Armin ― Vim avisar que Leigh está precisando de ajuda.

― O que houve? Ele brigou com alguém?

― Não. É que Castiel quer jogá-lo no mar de novo...

― Jogar no mar? E como assim, “de novo”?

A garota saiu correndo pela porta, com Armin em seu encalço. A cena que viu a preocupou um pouco: Leigh estava com as mãos atadas, vendado, em cima de uma prancha de madeira, e Castiel apontava uma espada para as costas dele.

― Gente, dá pra parar com isso? ― Maya gritou ― Qual a razão disso afinal?

― Coisa de homem! Não se incomode capitã, logo isso estará resolvido! ― Castiel disse, cutucando as costas de Leigh, fazendo-o andar mais um pouco.

― Céus, o ruivo é louco... ― disse pra si mesma ― Alguém pode me explicar melhor isso??

― É que Leigh ganhou nas apostas de novo, capitã. Castiel fica muito bravo quando perde. Ainda mais quando perde pro Leigh. ― falou um dos rapazes.

― Só por isso? Castiel, solte ele, ou então você vai pro lugar dele!

Castiel a ignorou e continuou fazendo Leigh andar pela prancha. Maya respirou fundo e subiu até a parte alta do navio, seguida pelos olhares dos marujos, agarrou uma das cordas e, depois de ver se a corda estava firme, lançou o corpo na direção do ruivo, com as pernas esticadas para frente.

O chute derrubou Castiel e Leigh, como pretendia. Ela soltou a corda e amorteceu a queda com o joelho, em seguida levantou e se debruçou sobre o parapeito do navio, assim como todos os outros.

― O que acha de provar do próprio remédio? ― Maya perguntou com um sorrisinho.

― Vai ter volta, “querida” capitã! ― Castiel ergueu o punho e ela deu de ombros.

― Será que Leigh não se afogou? Ele estava amarrado... ― Lysandre comentou.

― Acho que não. Usei meu salto pra cortar as cordas da mão dele, olha ali. ― Maya apontou pra umas bolhas ao lado de Castiel.

Leigh emergiu, causando alegria em todos. Jogaram uma corda para os dois, que subiram ao convés, estavam completamente encharcados. Maya segurou um riso e se aproximou dos dois.

― Espero que sirva de lição. Derrubei os dois porque tenho quase certeza que Castiel não ficou tão irritado só pelo jogo. ― ela olhou para Leigh ― Se quiserem brigar, tudo bem, não sou a mãe de vocês nem nada. Mas não quero que ninguém seja jogado no mar, entendido?

Os dois assentiram e então foram trocar de roupa. Maya voltou pra sua cabine e foi tomar um banho. Sim, havia banheiros no navio! Não falei que era mais tecnológico do que parecia? Ela se trocou e voltou a ler os diários do pai.

O trajeto de retorno foi cumprido sem nenhum outro contratempo. Às duas da tarde de domingo, o Excalibur ancorou no porto de Enseada Azul. Maya telefonou pra um motorista do hotel, pra que ele viesse buscá-la.

― Vão voltar pra Lunis? ― perguntou para Leigh, que negou com a cabeça.

― Vamos ficar um pouco aqui, pra comprar mantimentos e outras coisas, talvez uns dois ou três dias.

― Ok. Venho ver vocês, pra ter certeza de que não vão se matar.

O carro chegou e antes de entrar, Maya acenou pra tripulação, que retribui o gesto. Ao chegar ao hotel, houve uma chuva de abraços, “bem-vinda”, por parte dos empregados. Ela falou com quantos conseguiu, depois pegou o elevador. Seus dias normais haviam voltado, ou quase.

***

Na segunda-feira, durante a aula de química, Denise e Maya estavam conversando sobre o fim de semana. Denise queria muito saber por onde a amiga tinha andado, já que não a viu no hotel nem conseguiu ligar.

― Eu fui conhecer os negócios do papai. Vou ter que tomar conta agora.

― Sério? Então você vai passar um tempão viajando também?

― Não muito, já que eu estudo. Mas vou viajar de vez em quando.

― E o que achou? Foi legal? Ou chato demais?

― Foi... ― Maya sorriu ― Bem divertido! Mais do que eu achei que seria!

― Fico feliz por você.

― As duas já terminaram a atividade? ― o professor interveio ― Pra estarem conversando, espero que sim.

As duas deram um sorriso amarelo e voltaram a realizar o experimento da aula de química, enquanto o professor continuou a inspecionar os alunos. Durante o intervalo, as duas foram até o refeitório e continuaram a conversar.

― E você, Denise? O que fez durante o fim de semana? ― Maya perguntou enquanto abria uma latinha de refrigerante.

― Sábado de manhã fiz algumas compras, à noite fui ao cinema com minha prima. Ontem fui ordenada a arrumar meu quarto se quisesse sair à noite.

― E você saiu?

― Não. Não consegui terminar a tempo! ― Denise riu ― Me distraí com uns diários velhos que achei debaixo da cama. Nem me lembrava deles, tinha tanta coisa escrita, coisa de criança. Ri muito com uma página que dizia que eu queria casar com um príncipe. Agora eu quero alguém que seja legal comigo.

― Suas ideias mudaram bastante desde que éramos pequenas.

― Concordo. ― Denise mordeu seu sanduíche, e depois de engolir voltou a falar ― Quer ir até minha casa depois da aula?

― Não vai dar. Já marquei uma coisa.

― Ah, outro dia então. Vai fazer o que?

― Negócios...

― Sei. Essa parte é meio chatinha, né?

Ela apenas assentiu. Maya não sabia se podia contar o que realmente fez no fim de semana, será que Denise acreditaria? A de cabelos violeta achou melhor deixar as coisas como estavam.

No fim das aulas, Maya foi direto da escola para o porto. Os marujos estavam carregando os mantimentos pra dentro do navio. Armin contabilizava as coisas, Maya se aproximou dele e perguntou como estavam todos.

― Estamos bem, capitã. Ninguém tentou se matar! ― ele riu.

― Fico feliz. Conseguiram tudo o que precisavam?

― Falta pouca coisa, mas é meio difícil achar em grande quantidade.

― Hum.

Ela ficou por lá durante mais meia hora, depois voltou pro hotel. Antes de ir pro quarto fazer as lições, passou no escritório, que agora era ocupado pela mãe. Falaram durante um instante, depois cada uma foi cumprir seus deveres.

***

Os dois dias seguintes foram quase iguais à segunda-feira, tirando o fato de Denise estar ficando cada vez mais curiosa em saber pra onde Maya ia depois da aula. Ela conhecia a amiga muito bem pra saber que estava escondendo algo, só não tinha muita certeza do que era.

― Sinto que ela esconde algo... Justo de mim, a melhor amiga!

Denise falava sozinha diante do espelho do banheiro, ela aproveitou que Maya foi comprar um lanche e ficou nesse debate com o reflexo, decidindo o que fazer. E acabou optando por seguir a amiga depois da aula.

Na hora da saída, Maya se despediu de Denise, que costumeiramente dirigia a toda velocidade. Mas ao invés de ir pra casa, Denise deu a volta no quarteirão pra conseguir alcançar a amiga. Maya nem se deu conta do carro a poucos metros atrás do dela.

― Será que ela tá indo pro porto? Que eu me lembre, é esse o caminho pra lá... ― falou enquanto dobrava na esquina.

Poucos minutos depois, ela viu que Maya realmente havia parado no porto. Estacionou o carro lá perto e seguiu a amiga a pé, sempre se escondendo atrás de alguma coisa para não ser vista.

Alheia a isso, Maya foi, como nos outros dias, ver como estavam as coisas no navio. Viu Leigh e caminhou até ele, que disse que eles iriam partir em algumas horas.

― Ah, então finalmente conseguiram tudo o que precisavam? ― Maya perguntou.

― Sim. E foi um preço razoável. ― Leigh sorriu.

― Que bom. Assim não terei que me preocupar tanto, sei que eles ficarão bem com você... Só não provoque o Castiel, senão já sabe...

― Mas é tão legal encher a paciência dele... Mas se essa é a ordem da capitã, vou ter que atender.

― Capitã! ― Armin se aproximou ― Como foi tua aula hoje?

― Bem legal. Apesar de eu quase ter dormido na aula de literatura. E você, o que fez?

― Descobri no bar que tem uma nova rota de fuga que os ladrões estão usando, vai ser bem útil quando perseguirmos eles! ― ele sorriu.

― Realmente... Espero que eu consiga prender alguém...

― Ah, por enquanto as coisas estão tranquilas ― Leigh disse ― Mas se acontecer alguma coisa, mandarei uma mensagem urgente para a capitã!

― Que negócio é esse de “capitã”? ― os três se viraram e viram uma Denise muito confusa.

― Denise?! ― Maya ficou muito surpresa ao vê-la ali ― O que faz aqui?

― Eu perguntei algo primeiro! Por que o Leigh e esse outro estão te chamando de capitã?

― Ué, por que ela é nossa capitã! ― Armin disse achando aquela conversa muito estranha ― Capitã, quem é ela?

― É minha melhor amiga, chama-se Denise.

― E estou muito confusa com tudo isso! Ainda quero saber o porquê de te chamarem de capitã! E por que eles estão usando essas roupas que mostram o abdômen?

― Eu não tinha reparado nisso até você falar... ― Maya disse, olhando para Leigh ― Bem, já que já viu tudo, vou ter que falar...

Ela levou Denise para dentro da sua cabine no navio e contou a história toda, até mostrou a carta de Joey para convencer a amiga. Denise ainda não acreditava no quanto aquilo era...

― DEMAIS! ― ela pulou da cadeira ― Você é a capitã de um navio pirata, cheio de caras legais e bonitos! Isso é muito legal!

― Pensei que você ia achar estranho... ― Maya ficou meio assustada com a reação, mas depois riu ― Você é incrível mesmo...

― Posso entrar pra tripulação? ― Denise perguntou com um enorme sorriso.

― O QUEEEE? ― quem disse isso foram as vozes atrás da porta, os rapazes estavam escutando a conversa.

― Dá pra saírem daí? ― passos foram se distanciando da porta ― Denise, tem certeza disso? Pode ser perigoso, e seus pais vão ficar preocupados...

― Certeza absoluta! Maya, minha vida nessa cidade é muito monótona! Eu preciso de algo que faça a adrenalina correr nas minhas veias, aventuras de verdade! Meu pai nem vai se queixar, ele vive dizendo que eu devia achar um jeito de gastar energia! Quem pode reclamar é a mamãe, mas ela não precisa saber. ― Denise sorriu.

― E como vai disfarçar? Eu tenho a desculpa de sair a negócios, mas como vai fazer?

― Diz que estou te ajudando com o trabalho, o que não vai ser mentira, não é? Vai Maya! Diz que sim, vai ser muito mais legal fazer isso juntas, não acha?

Maya pensou por um instante, quando foi que excluíra Denise de suas aventuras? Nunca. As duas sempre foram muito ligadas, faziam praticamente tudo juntas. Não seria a mesma coisa sem sua melhor amiga por perto pra compartilhar daquela loucura toda, certo?

― Certo... ― Maya sorriu e estendeu a mão para ela ― Seja bem-vinda a bordo, Denise!

― Ah, eu sabia que não ia me deixar fora dessa!

E no meio da sala, as duas se abraçaram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lady Pirate - Um Legado Diferente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.