Lady Pirate - Um Legado Diferente escrita por Niners


Capítulo 3
De Pai Para Filha


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é um pouco maior que o anterior ^^
Espero que gostem e se não for pedir muito, peço que comentem o que acharam, isso me ajuda a seguir em frente com a história!



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Ao final daquela semana, Maya já estava melhor, Denise passou todos esses dias consolando e tentando animar a amiga. E realmente funcionou! O humor de Maya sempre melhora com Denise, devido seu jeito de ser.

Nesse momento elas estavam indo para a quadra de cima, em direção à sala de esgrima. Quando chegaram lá, Maya ficou surpresa em ver aquele garoto moreno parado em frente à porta da sala.

― Bom dia senhorita Maya! ― ele sorriu e fez reverência.

― Ah... B-bom dia Leigh. O que está fazendo aqui?

― Ui, Maya quem é esse? ― Denise examinou o garoto de cima a baixo e deu um sorriso ― Você conseguiu um namorado lindo desses e nem me conta nada?

A garota dos cabelos violeta corou violentamente e bateu atrás da cabeça de Denise, que resmungou. Leigh segurou um riso e limpou a garganta antes de começar a falar.

― Bem, é que tenho algo relacionado com os negócios do seu pai para lhe contar. Mas é algo particular. ― ele olhou para Denise.

― Tá, já entendi! Querem ficar sozinhos, né? Estou indo! ― ela acenou e já ia entrando na sala.

― Peraí, Denise! ― Maya a segurou pelo braço ― Leigh, você precisa falar disso agora? Nesse instante mesmo?

― Quanto mais rápido, melhor, senhorita. ― ele disse.

― Bem... Ok. Mas pode esperar a aula terminar?

― Acho que sim. ― ele abriu a porta da sala e fez um gesto para que as duas entrassem ― As damas primeiro.

― Nooossaaa! ― Denise disse com as mãos no queixo ― Como é educado!

― Você vai ficar aqui? ― perguntou Maya, surpresa.

― Sim. Algum problema?

― Ahn... Acho que não... ― ela deu de ombros.

Enfim entraram e Leigh veio logo atrás, sentou numa cadeira ao lado do professor e os dois conversaram enquanto as garotas foram se trocar. Denise continuou a provocar Maya sobre ele, mas parou depois de perceber que ela a estava ignorando.

A aula correu normalmente, tirando o fato de ter um belo moreno observando os movimentos dos alunos, particularmente os de uma certa garota de cabelos violeta. A observação causava um pouco de incômodo nela.

Felizmente a aula acabou logo, parece que aconteceu um acidente com uma dupla e o garoto quebrou o nariz do outro, não sei muito bem como... Mas o importante é que a aula acabou!

Todos se trocaram e o último sinal do dia tocou. Denise se despediu de Maya e Leigh, e saiu em seu carro a toda velocidade! Normal... Pelo menos para Maya. Ela acabou rindo ao ver a expressão assustada de Leigh.

― Vamos? ― ele disse depois de se recuperar do choque.

― Tá. ― os dois caminharam até o conversível e entraram.

Rapidamente chegaram ao hotel. E depois de cumprimentar alguns hóspedes e empregados, entraram no elevador e Maya apertou o quatro. Assim que entraram no apartamento foram para a cozinha.

― Quer um suco? Ou refrigerante? ― a garota perguntou enquanto olhava na geladeira.

― Suco, por favor.

Ela pegou duas garrafinhas de suco de laranja e ofereceu uma para Leigh, que agradeceu. Sentaram-se à mesa e Maya tomou um longo gole antes de olhar de novo para o moreno.

― Então... O que você veio me falar?

― Bem, como eu disse antes senhorita Maya, é sobre os negócios do seu pai. Como ele... faleceu, alguém terá que ficar a frente desses negócios.

― Ah... Pode me chamar só de Maya. E nesse caso seria minha mãe que gerenciaria, não é?

― Não, não. Pelo que ele me disse, parece que sempre quis deixar nas suas mãos mesmo. ― ele se virou pra pegar algo na pasta que trazia, quando Maya levantou e bateu a mão na mesa.

Leigh deu um pulo, e Maya teve que se segurar pra não rir disso.

― O que? Além de cuidar do hotel ainda vou ter que dirigir a fábrica?

― Fábrica? ― Leigh lançou um olhar curioso.

― Sim. Que eu saiba papai era dono da fábrica de tecidos, não é?

Assim que disse isso, Leigh começou a rir, mas não uns risinhos, ele estava gargalhando, e bem alto! Tanto que caiu no chão e apertava o estômago... Maya o olhou assustada. Ele seria louco?

― Eu hein... ― disse enquanto voltava a tomar seu suco ― De maluquinho já basta minha mamãe...

― haha...ha... ― Leigh finalmente se levantou e recuperou a compostura ― Desculpe! Não aguentei. Pensei que soubesse da verdade.

― Verdade? ― arqueou a sobrancelha ― Que verdade?

Ele se levantou e ficou com uma expressão séria, Maya continuou a bebericar o suco.

― Como posso dizer isso sem alarde... ― ele colocou a mão no queixo.

― Já falei que não gosto de enrolação! Se tiver algo a dizer, fala de uma vez!

Ele deu um suspiro e a encarou, com um sorrisinho zombeteiro no rosto. “Charmoso... No que estou pensando??”, Maya se repreendeu.

― Bem... Vamos dizer que ele era alguém batalhador, corajoso, determinado, um líder nato, um bom homem! ― ela assentiu e ele puxou mais ar ― Joey enfrentava diversos desafios no mar e na terra ao lado de seus companheiros! ― “desafios?”, pensou ― Um homem que entregava tudo de si pelos outros e por seus objetivos. Alguém que muitos entregaram sua confiança e dinheiro pelos seus serviços peculiares. Entende?

― Não... Nadinha... ― bebeu mais um gole de suco.

― Bem, em outras palavras ele era um... ― Leigh sorriu ― Pirata!

Maya acabou cuspindo o suco que acabava de tomar. Agora foi a vez dela de cair no chão de tanto rir. “Meu pai? Um capitão pirata? Fala sério!”. Ela ria tanto que estava lagrimando.

― Já terminou? ― Leigh perguntou um tanto irritado.

― Desculpa! ― a garota levantou e limpou o canto da boca ― Mas isso é impossível de acreditar! Meu pai não era um pirata, com certeza! Ele era um homem honesto!

― Eu não disse que ele não era...

― Como assim? Piratas são contra a lei, não são? Além disso, piratas ainda existem? Pensei que tivessem sumido no inicio do século... dezoito? Não, dezenove!

― Digo que ainda existem! E alguns, de fato, são bandidos. Mas seu pai não era um simples pirata. Ele era um corsário! Sabe o que é isso?

― Vixe! Piratas ainda existem!? ― Maya levou as mãos à cabeça em sinal de surpresa ― Ah, e sim, eu sei. Eram piratas que possuíam uma Carta de Corso, que dava a eles permissão para irem atrás dos piratas bandidos, basicamente e a meu ver é isso. Aprendi nas aulas de história, e essa é minha parte favorita, devo admitir!

― Ah, gosta de piratas? ― ele deu um sorriso ― Bom saber! Já que terá que ser uma agora.

Ela arregalou os olhos e colocou as mãos na cabeça outra vez.

― O QUEEEEEE???

Maya ficara boquiaberta com o que o moreno disse, podíamos dizer que ela estava em choque... Quando Leigh estalou os dedos na frente dela, foi que Maya voltou à realidade. Ou quase...

― Mas como? Quando? Onde? Por que? Eu não! Mas... Espera! Não to entendendo mais nada!

A essa altura ela estava se descabelando e Leigh apenas esperou que ela terminasse, e estendeu um papel dobrado. Ela pegou, mas não leu.

― É como eu disse! ― Leigh começou ― Seu pai sempre me disse que queria que o filho, no caso você, ficasse com o navio caso algo acontecesse com ele. E agora é a hora!

― Mas isso é insano! Não posso liderar um bando de piratas! Mal consigo tomar conta desse hotel! E o que minha mãe vai dizer?

Nesse instante um flash veio à mente dela. Sua mãe sabia dessa historia de Joey ser um pirata?

― Leigh... ― ele a fitou ― Minha mãe sabe disso?

― Sobre seu pai? Acho que não... Ele nunca comentou nada comigo pelo menos... Já leu o documento?

― Ah, ainda não.

― Leia então! Quero saber o que diz!

― Você não leu?

― Não. Eu não sou enxerido e ele me disse que só deveria ser aberta pelo herdeiro... Herdeira no caso.

A garota sentou e rompeu o selo que fechava o documento, tinha a forma do brasão da família. Ela mal abriu a folha e percebeu que realmente aquilo era de seu pai, estava escrito à mão e Maya reconheceria a letra dele em qualquer lugar. Então começou a ler em voz alta, já que Leigh também queria saber o que estava escrito.

“Maya, minha querida,

Caso esteja lendo isso eu devo estar morto. Sinto muito se não pude voltar pra casa, mas o perigo era algo talvez inevitável devido ao meu trabalho. Não sei se meu imediato, Leigh, já lhe deixou a par da situação, mas devo dizer que não sou apenas um produtor têxtil, sou um pirata!

Não sei como irá reagir, mas espero que não se chateie por eu ter escondido isso por tanto tempo. Queria manter você longe de perigos que existem no mar, mesmo sabendo da sua paixão por ele, acho que puxou isso de mim...

Agora, vejo que estava enganado em lhe negar isso, e resolvi deixar para você meu navio e meu título de capitão. Sinceramente espero que faça um bom trabalho, do mesmo modo, ou até melhor do eu fiz.

Caso se sinta perdida ou desorientada, peça ajuda ao Leigh, ele era meu braço direito e amigo, e sei que ele não se negará em ajudar. Sei que pode estar surpresa, mas quero que experimente o quão bom é essa vida!

Lembre sua mãe que eu a amo, e lamento muito por não poder dizer isso a ela pessoalmente.

Amo você, e desejo boa sorte!

Joey Pendragon.

Ou, para você, papai.

PS: Não pare de ir à escola! Não é porque vai se tornar uma capitã que poderá parar de assistir aulas!”.

Terminando de ler, ela fechou a carta e encarou Leigh com uma expressão séria. Parecia que ele escreveu isso há pouco tempo, o papel ainda estava novo.

― Eu não tenho escolha, certo? ― falou com um suspiro.

― Pelo visto não...

― Mas e a minha mãe? Não posso deixar ela sozinha do jeito que está! E se ela piorar ou...

― Eu darei um jeito nisso! Em pouco tempo ela estará boa! Joey se esqueceu de mencionar, mas eu também era o médico do navio!

Maya sorriu ao vê-lo dizer isso, e quase deu um pulo pra abraça-lo, mas conteve-se. “Eu não posso abraçar alguém que mal conheço, por mais bonito que ele seja...”, pensou, “Ah, será que enfim minha mãe vai melhorar? E o que vai ser da minha vida agora? Me tornar uma capitã pirata? Eu realmente não esperava isso...”


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