"Por Favor" -Dramione escrita por Charlotte Salazar
Exatamente um ano após a guerra, tudo está mudado.
Nada voltou a ser como era antes, por isso tudo está mudado. Duh!
Tiveram perdas?
Muitas.
Sofreram?
Bastante.
Mas também amadureceram, aprenderam novas coisas (principalmente estuporar), e cresceram...
–
Após Hogwarts ser reconstruída como num passe de mágica, com mágica, McGonagall -nomeada agora a nova diretora-, enviou cartas a todos os alunos que não haviam terminado o sétimo ano, convidando-os a terminá-lo. (É claro que tomou cuidado para não enviar carta às casas dos alunos mortos, os pais deles não iriam gostar nada daquilo.)
Porém, a maioria não voltou.
Afinal, tudo o que talvez não aprenderam em 6 anos, e iriam aprender neste 7, conseguiram aprender na guerra. Sem falar dos vários cargos ocupados no Ministério da Magia por aqueles alunos que não voltaram, pois também graças à guerra, muitos deles foram desocupados.
Portanto, apenas 48 alunos voltaram. Dentre eles Hermione Granger (obviamente) e Draco Malfoy.
Granger por não suportar a ideia de não cumprir todos os anos em Hogwarts. E Malfoy, por se sentir obrigado a mostrar que não seguiu a Voldemort por livre e espontânea vontate, e sim porque foi obrigado.
Ele também se sentia grato ao Trio de Ouro por tê-lo salvado. Mas é claro que não iria sair por aí abraçando o Potter, o Weasley e a Granger e dizendo que os amava, afinal, ele era um Malfoy.
Sendo assim, voltar, foi a forma que se encontrou para se redimir.
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Na carta que McGonagall enviara, pedia para os alunos estarem até às 8:45am, na mesma Plataforma9¾. Deveriam chegar mais cedo em Hogwarts pois haveria uma reunião antes dos alunos ingressantes entrarem.
Assim fez Hermione, chegando meia hora mais cedo na estação.
Procurou um banco vazio e se sentou, a espera do trem.
Ela e Ron haviam terminado devido à escolha dele de seguir para o Ministério e não voltar para Hogwarts. Ela dizia que ele estava fazendo tudo errado, pois se haviam 7 anos facultativos era para se cumprir 7 anos facultativos. Porém ele rebatia dizendo que não era preciso, até que explodiu e a chamou de "Sabe-Tudo Irritante".
O que foi o fim para eles.
–
Hermione checou seu relógio pela quinta vez em dois minutos. Esperava impacientemente pelo trem. Olhou novamente para o relóio: 8:26am. "Somente 19 minutos." Pensou consigo mesma.
Escutou um barulho conhecido, mais um aluno havia entrado na Plataforma. Olhou ansiosa para ver se era algum colega próximo, porém decepcionou-se ao ver Malfoy com seu ar meio arrogante, meio arrependido.
Checou o relógio novamente, apenas 1 minuto havia se passado. Suspirou, continuando então a ignorar o menino de cabelos loiros que havia se sentado casualmente no banco próximo ao seu.
Pernas esticadas e braços apoiados no encosto do banco. Assim se encontrava Draco Malfoy. O garoto olhou para os trilhos à sua frente e coçou o canto do olho parecendo sonolento. Nem sinal do trem.
– Estou entediado. -Murmurou ele, quase para si mesmo.
– Não é só você. -Ela respondeu sem pensar.
O loiro virou-se para a castanha com um olhar intrigado.
– Então a Granger Sabe-Tudo está realmente conversado comigo? -Riu, recostando-se no banco novamente- É, realmente as pessoas mudaram.
O nariz de Hermione ficou vermelho devido ao ar gelado da plataforma.
– Talvez. -Ela disse.
– Talvez? -Ele indagou.
– Talvez! -Ela espondeu com um pouco mais de força.
Draco riu pelo nariz e passou a mão pelos finos fios loiros que se bagunçavam facilmente com o vento.
– Ah, Granger... Eu lembro quando disseram que você estava afim de mim.
Ele se referia ao terceiro ano, mais especificamente quando ela demonstrou extrema preocupação com o incidente dele com Bicuço.
Hermione tentou ignorá-lo. Mas não pode deixar de ouvir.
– Eu estava afim de você. -Admitiu ele.
A castanha o olhou estupefata, mas manteve a cabeça virada para frente.
– Mesmo que as Sangue-Ruins não fossem meu tipo, você de algum jeito foi uma exceção. -Draco disse.
Hermione deixou um pequeno sorriso tomar conta de seus lábios.
Malfoy não soube se aquilo era realmente um sorriso ou se o vento gelado estava congelando sua face em uma pequena careta. Entretanto, deu uma risadinha.
– Que horas são? -Indagou ele.
– Senhor Lobo*. -Ela respondeu.
– Como é? -Perguntou ele, confuso.
– Ah. Apenas uma brincadeira dos "Sangue-Ruins". -Ela respondeu despreocupadamente.
Draco a encarou intrigado.
Hermione deu um tempo, então calmamente caminhou até ele, e sentou-se ao seu lado.
– Ora, ora, ora. Sentando do meu lado agora, Granger?
A castanha revirou os olhos. "Ele achou que eu ia fazer o que? Pular nos trilhos? Bater nele? Talvez... beijá-lo?" Pensou.
Tocou o relógio com o indicador enquanto esperava que o tempo acelerasse. Os ponteiros apontavam 08h30. Apenas quatro minutos se passaram desde que Malfoy...
– Que tal jogarmos um jogo? -Indagou ele, tirando-a de seus pensamentos.
Ela o encarou.
– Qual é, Granger. Apenas pra passar o tempo.
– Ok. -Concordou.
– Ótimo. Que jogo? -Perguntou.
– Hmmm... Verdade ou desafio? -Sugeriu ela.
Draco aparentou-se confuso novamente.
– Outro jogo de Sangue-Ruins? -Ele perguntou parecendo contrariado.
– ... Sim. -Respondeu um pouco irritada.
– Ta. E como joga?
– Eu te pergunto "Verdade ou Desafio?" e você escolhe um. Se você escolher verdade, eu posso fazer qualquer pergunta e você tem que responder sempre a verdade. E se você pegar desafio, eu escolho qualquer desafio e você tem que fazê-lo, ou então ... - Explicou.
– Ou então o que? -Indagou.
– Só faz com que seja divertido. -Respondeu ela.
– Ok. Você primeiro.
– Tudo bem, Verdade ou Desafio?
– Verdade. -Ele respondeu.
– Você beijaria Pansy Parkinson? -Perguntou ela, segurando o riso.
– Ugh! Prefiro beijar um trasgo. -Respondeu com uma careta- Ok. Verdade ou Desafio?
– Verdade. -Riu ela.
– Já gostou do Potti Testa-Rachada?
Hermione o encarou.
– Não! Não desse jeito que você está insinuando. -Respondeu um pouco indignada- Verdade ou Desafio?
– Desafio. -Draco respondeu com um sorriso malicioso.
– Hm... Vai até aquele homem -apontou um senhor que varria a plataforma- E pergunta pra ele o que é um trem.
– O quê?! Isso é tão idiota! Eu sei o que é um trem... -Ele se opôs, totalmente contrariado.
– Faz logo, Malfoy! Ou vai me dizer que está com medinho? -Provocou ela.
Draco então se levantou todo cheio de si e caminhou até o senhor. Hermione assistia rindo. O homem olhou estranhamente para a Malfoy e então, afastou-se do loiro.
Draco voltou e sentou-se.
– Eu só queria saber o que era um trem. -Brincou ele, fingindo estar triste.
Os dois riram juntos. Hermione pareceu corar e desviou o olhar encarando o trilho quando Malfoy a olhou nos olhos.
– Ok. Verdade ou Desafio? -Perguntou ele.
– ...Desafio. -Escolheu ela.
O rosto dele se iluminou com a ideia que acabara de ter e então, disse desdenhoso:
– Beije-me.
Hermione pareceu atordoada.
– O quê?! -Perguntou ela.
– Beije-me. -Repetiu ele, calmo.
– Não. -Ela disse, encarando o trilho.
– Ahh, vamos lá, Granger. Você disse "qualquer desafio e você tem que fazê-lo ou então..." -Draco retrucou.
– Não, Malfoy. -Respondeu ela se remexendo no banco.
Draco fez beicinho com os lábios suavemente rosados devido ao frio.
Hermione desviou o olhar. Para se distrair, olhou para o relógio 8:38am.
– Por favor. -Pediu ele.
A castanha tentou não encará-lo diante da surpresa. "Draco Malfoy pedindo por favor?" Pensou ela.
– ...Por quê? -Perguntou, finalmente o encarando.
– Porque eu desafiei você! -Disse com desdém.
Hermione tornou a olhar para o trilho.
Ele fez beicinho de novo, parecendo um peixe inflado.
– O que isso significa para você?! Perguntou ela, cruzando os braços.
– ... Só quero um beijo ... É um desafio, por isso não significa nada. -Respondeu ele.
A castanha sentiu vontade de socá-lo, mas ele era Draco Malfoy, o que mais esperar dele?
– Eu não quero. -Ela disse agora baixando o olhar.
– Sim, você quer. -Falou Draco sorrindo.
Seu cabelo parecia ser composto por fios de seda e os olhos lembravam o céu depois da chuva.
No entanto, não foi suficiente para atrair Hermione.
Então ele se aproximou dela.
– Vamos lá, Granger, você não é tão mal assim. -Murmurou com a voz rouca.
Mas ainda assim não a convenceu. Seu estômago começou a agitar e uma sensação de mal-estar apareceu dentro dela.
– Vamos Granger, faça isso! -Ele pediu.
Ela balançou a cabeça negativamente e voltou-se para o relógio. Eram agora 08:41. "Apenas 4 minutos!" Pensou. Mas com Malfoy insistindo para que ela o beijasse, isso duraria uma eternidade.
Draco se afastou e cerrou os olhos. Hermione o encarou.
– Por quê? -Perguntou ele.
– Por quê...?
– Por que não me beija? -Indagou.
Hermione forçou uma tosse, pigarreou, e tornou a olhar para frente.
– ... Por favor? - Tornou a pedir.
– Não, Malfoy!! - Ela respondeu irritada.
– Por favor?
– Eu disse não!! Que droga!!
– Por favor. Por favor, por favor, por favor, por favor?- Draco pediu mais uma vez.
– Não, não, não, não, não! -Hermione fez de volta.
O loiro sorriu.
– Você ainda gosta de mim, não é? -Perguntou ele.
A castanha virou o rosto tentando impedir-se de sorrir.
– Você gosta!
Hermione o lançou um olhar de "Não-Tente-Me-Ler".
Malfoy ignorou. Ele queria aquele beijo.
– Por favor? - Perguntou de novo.
Hermione estremeceu. Em parte por causa do vento, em parte por causa do que Draco estava pedindo para ela fazer. Por que ele queria beijá-la? Isso ela não sabia. "Talvez ele cale a boca se eu o bejar". Ela pensou. "Não deve ser tão ruim assim."
Eram 08:43am, quase na hora do trem chegar. E os trens do mundo bruxo nunca se atrasavam.
– Tudo bem. -Hermione disse de repente.
– Tudo bem o quê? -Indagou, distraído.
Ela revirou os olhos.
– Eu faço isso. -Disse.
– Finalmente uma atitude inteligente, Granger. - Malfoy disse convencido.
– Vem logo então. -Murmurou ela extremamente envergonhada.
Draco assumiu uma expressão serena e se reaproximou dela no banco. Hermione não podia acreditar que estava fazendo isso. Beijar a doninha!
Ela também se aproximou já sentindo a respiração quente de Malfoy em seu rosto. Fechou os olhos e deixou que seus lábios se encontrassem. Hermione não estava esperando muito, apenas um selinho, mas não foi isso que ela recebeu. Draco pegou em seu rosto enquanto abria suavemente a boca , ela automaticamente fez o mesmo.
Finalmente, quando se afastaram. Ela fitou o relógi(8:46am)o, uma reação bastante estranha, mas não mais do que a que veio a seguir.
– ARGH! -Ela gritou- Onde está o trem?!
Um homem alto, que passava atrás do banco respondeu:
– Acabou de sair. Cerca de 40 segundos atrás.
Hermione se sentiu extremamente irritada. Ela perdera o trem enquanto estava beijando Malfoy! Gah! Agora só poderia pegar o Expresso das 11am! Tornou a se sentar ao lado de
Malfoy, que estava sorrindo de orelha a orelha parecendo satisfeito.
Ele se virou para ela.
– Um beijo de dois minutos, nada mal, Granger.
Hermione quase gritou.
– Não gostou, Grangerzinha? -Provocou ele- O tempo passa quando você está se divertindo.
Hermione se levantou e seguiu para o banco que estava antes disso tudo começar. Se continuasse perto de Malfoy era capaz de estuporá-lo ali mesmo. Abriu um livro e começou a ler, lembrando-se que teria que passar mais 2 horas e 15 minutos esperando pelo Expresso.
Draco deu uma risadinha e foi se sentar ao lado da castanha. Ela por sua vez fingiu que ele não estava ali.
– Ei, Granger. -Disse segundos depois.
Hermione virou-se para ele.
– O quê é, Malfoy?!
– Quer jogar um jogo? - Perguntou ele, descaradamente.
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* Senhor Lobo.
Pra quem não conhece, Senhor Lobo (Mr. Wolf) é um jogo de pega-pega mais popular entre as crianças do Reino Unido. Tem vários participantes, e um deles é escolhido para ser o Mr. Wolf, esse participante se afasta dos demais e vira as costas. Os outros perguntam: "Que horas são, Senhor Lobo?!" (What's the time, Mr Wolf?!), as horas que o Senhor Lobo informa, é a quantidade de passos que os outros participantes tem que dar em direção a ele. Então o Senhor Lobo se vira e tenta pegar algum deles, o que for pego se tornará o próximo Lobo.
Fofinho né? dsçlmfsçlmf -)
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