As Crônicas dos Semideuses: The Lost Mermaid escrita por Black Angel


Capítulo 15
Capítulo XV -- Quase lá.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus cupcakes.
Eu sei, farão quase três meses sem postar e eu realmente não consigo pensar em nada senão em pedir desculpas. É quase imperdoável passar tanto tempo sem postar, independente dos meus "distúrbios" pessoais que vem acontecendo na minha vida. Enfim, esse é o primeiro capítulo do ano, o primeiro de muitos, assim espero.



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16:45 – Monte Tamalpais

Adriano PoV's

Pégasos. Brilhante ideia, não? Tudo o que eu mais precisava agora era ser jogado da altura de um prédio. Ironias a parte, essa realmente seria uma boa solução se eu gostasse desses bichos. Não me leve a mal. Eu não tenho problema com eles, eles tem problema comigo. Da última vez que tentei viajar em um, acabei sendo derrubado no lago do acampamento. E digamos que eu não sou exatamente um fã de Poseidon. Ou de suas crias. Ou de qualquer coisa que envolva ele.

– Não tem outro jeito? Podemos achar alguma outra solução.

Maria me olhou revirando os olhos.

– Você pode arriscar ir com a Hawkeyes no meu lugar. – passei os olhos para a dita cuja, que estava nos acompanhando pelos galhos das árvores, mantendo-se longe do sol. – Claro, que se ela te deixar cair no meio do caminho você terá que se virar sozinho.

Bufei. Não era má ideia, mas eu realmente teria um caos se ela decidisse me soltar, já Maria parecia controlar bem aquela… Coisa?

Enquanto discutíamos, continuamos andando para longe da montanha de Atlas, o que estávamos fazendo a um bom tempo. Nenhuma cria alada de Poseidon viria se estivéssemos perto de lá.

– Não fique nervoso, já o chamamos, ele não deve demorar. E eu tenho experiência em voo. – Kimberly me disse sorrindo.

Suspirei resignado.

– Não é com voar que eu tenho problemas, é em que.

Ela pareceu entender, deixando um risinho escapar.

– Não é muito fã de pégasos, né? Desculpe por rir, eu era assim também quando criança, quando um deles me fez cair quando já estávamos sobrevoando o estábulo, minha sorte é que era uma aula supervisionada e veio um instrutor para me impedir de chegar ao chão.

Eu ia respondê-la, porém ouvi um relincho ao longe, não tão longe quanto eu gostaria. Olhei para cima bem a tempo de desviar, o pégaso negro ia parar em cima de mim, só deu tempo de me jogar pro lado para que ele não me pisoteasse.

– Inferno – resmunguei. – Viu? Eu não sei o que há com esses bichos.

Kimberly tratou de acalmar o animal que havia se agitado. Não sei com o que, não foi ele que quase foi esmagado.

– Estou reconsiderando ir em Hawkeyes…

A criatura olhou para mim atentamente quando falei seu nome, da mesma forma que Maria.

– Tarde demais, suba no cavalo. – um relincho foi ouvido e a caçadora revirou os olhos – Certo, certo, pégaso.

Olhei para Kimberly, que já estava em cima dele, o pégaso nem pareceu se importar com ela ali. Revirei os olhos, me aproximando do animal.

– Tem certeza de que sabe controlar isso, né?

Ela sorriu acariciando a crista.

– Ele é um bom garoto, não é? Você é um bom garoto… – elogiou-o passando a mão para seu focinho. Claro, tirando o fato de que seu querido ia me esmagar a poucos minutos. – Suba aqui, ele não vai fazer nada. Promessa.

Duvidei disso, mas, mesmo assim, dei impulso para subir, sem outra escolha. Era desconfortável ficar tão vulnerável assim. Ele podia me derrubar quando quisesse.

– Vamos demorar um dia e meio de viagem, contando com a parada de descanso amanhã ao amanhecer. – Maria nos deu as instruções. Ela estava com Hawkeye ao seu lado. – Tenham certeza de me seguirem a todo momento. Já falei com Hawkeye, ela pareceu me entender melhor que antes, não tenho certeza se ela entendeu exatamente o que fazer, mas vale a pena tentar. Vamos aproveitar que o sol já está suficientemente baixo para que ela não se machuque.

Vimos ela se segurar as costas de Maria, tomando cuidado para não machucá-la com as garras enormes e levantá-la com facilidade do chão ficando alguns metros acima de nós.

O sol estava se pondo quando finalmente alçamos voo. Olhei para baixo, vendo o chão ficar cada vez mais longe até que as árvores viraram só um borrão verde, uma onda vertiginosa tomou conta de mim e meu estômago deu uma volta.

– Está tudo bem aí? – Kimberly perguntou olhando para mim.

– Até agora, sim.

Ela sorriu, mantendo seu rosto concentrado a frente.

– Não é tão ruim assim né?

O pégaso deu uma guinada súbita para frente, me fazendo desequilibrar um pouco, suei frio quando senti falta de um apoio nas costas, caindo mais que um pouco para trás. Kimberly rapidamente me segurou pelo ombro, me fazendo voltar a postura inicial.

– Tudo bem? – ela disse exasperada – Acho melhor não tomarmos decisões precipitadas, né? – assenti – Só não o culpe, ele estava desviando dos pássaros.

Bufei. Nunca é culpa do pégaso.

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03:55 – ???

Davi PoV's

Mais uma turbulência, dessa vez mais forte que as outras. Me segurei pra não cair. Estávamos tendo várias dessas nas últimas horas.

– Tudo bem aí?

Safira me sinalizou que sim, sem se virar ainda mexendo nos controles.

Não acreditei, o mar ficava cada vez mais revolto. Essa já era a terceira vez que o submarino balançava brutalmente em poucas horas. Já estávamos navegando a algumas horas, assim que Jean nos mandou a mensagem de íris, fizemos questão de imediatamente avisar o próximo grupo e partir assim que desse. Estávamos a mais ou menos 1 dia navegando sem parar para repouso, eu sabia que ela estava exausta e que ainda havia um bom caminho a ser percorrido, se ela continuasse assim, não ia aguentar nem um segundo nas Bermudas.

Desde a mensagem de Íris, Safira tem me ignorado, respondendo a tudo com simples gestos ou monossílabas. Eu entendo que o assunto deve ser delicado, e eu sinceramente não podia ligar menos para isso tudo, a briga é deles, afinal; mas ela não podia simplesmente ignorar tudo a sua volta por uma discussão. Certo, talvez não somente uma discussão, mas esse não é o ponto. Uma balançada e eu tive que me segurar mais forte na parede. Ela está tentando nos matar?

– Ok, sério, Safira. Se vai continuar entrando em cada onda de ar aqui, é melhor que deixe eu pilotar. – me aproximei, ficando ao seu lado.

Botei uma das mãos nos controles, ela se afastou sem relutar, talvez estivesse finalmente exausta. Desviei meus olhos para ela. Dois bolsões roxos em volta dos olhos meio avermelhados, os braços caídos como se pesassem demais para o corpo sustentá-lo. Fora realmente o momento certo para tirá-la do comando. Ela se sustentava com o que tinha restado de energia.

– Durma um pouco, você está horrível. – O que? Eu fui sincero, ela realmente estava.

Ela apenas bocejou, saindo de perto de mim, indo para um canto com um único travesseiro. Sem se importar em jogar um lençol sobre o chão, se deitou e rapidamente adormeceu.

Me virei para frente, voltando a prestar atenção ao “caminho”. Consultei a bússola, estávamos virados para o sul, e era exatamente para lá que devíamos ir.

Não sei quanto tempo mais se passou desde então, mas o tédio e o cansaço começaram a me consumir. Ficar olhando para um vidro onde não se passa nada além de água, peixes, e mais água não é a minha definição de diversão. De repente, me peguei lembrando do meu acampamento. As construções no estilo romano antigo. Meu pai, que me ensinou a cortar uma garganta antes de aprender a falar. Não que eu pudesse reclamar, fui criado com esse propósito, e não é como se eu não gostasse, definitivamente, eu adoro brigas, mas meu “senso de responsabilidade” que me foi ensinado, diga-se: implantado, no acampamento Júpiter me impedia de fazer certas irresponsabilidades, ou melhor dizendo, idiotices. E isso não era uma coisa ruim. Disciplina era uma coisa comum em nosso dia a dia lá, mas não é como se fossemos máquinas, ou tratados como tal.

Ouvi alguns murmúrios vindos de trás de mim. Provavelmente era Safira acordando. Me mantive em silêncio tentando entender o que ela falava.

Escutei mais alguns resmungos. Algo como: “Não podia fazer isso comigo”, “Você não vai se livrar dessa” e mais alguns “Não” implantados nos meios das frases. Ao que parecia, era um sonho muito ruim.

Tentei ignorar, ela precisava dormir, fosse como fosse. Mais resmungos, e, surpreendentemente, eles cessaram. “O sonho pode ter passado” tentei me convencer, realmente não estava funcionando. Me virei para trás, procurando saber o que se passava, o submarino, porém, perdeu um pouco de estabilidade e começou a balançar levemente.

Ela continuava deitada, agora encolhida contra o chão, mas no geral, parecia normal. Estava tudo o.k.. Um balance mais violento e eu voltei para olhar a bússola, ainda ao sul, no relógio, 09:45. Me concentrei em prestar atenção em pilotar, voltando a fazer com que ele fluísse perfeitamente pela imensidão azul. Passaram-se alguns minutos a mais.

– Você está a muito tempo aí, não está?

A voz cansada de Safira me surpreendeu, olhei de relance para trás, sem dar tempo para que o mar me fizesse perder o controle. Ela estava sentada, encostando a cabeça na parede de olhos fechados, como se ainda estivesse em um estado de sono, não completamente acordada.

– Há algumas horas.

Ouvi um suspiro e uns barulhos e resmungos. Em pouco tempo, ela estava ao meu lado, pedindo passagem para o volante.

– Promete não tentar nos matar enquanto isso?

Safira abriu um pequeno sorriso, já era um avanço, considerando que ela não tirava aquela cara de entediada.

– Eu não prometo mais nada para filhos da guerra. A cobrança vem cara demais.

Eu sabia que aquela resposta era mais para ela do que para mim. Apesar disso, eu sabia que ela precisava de tempo, ao que parece, ela tem uma história não terminada para pensar.

– Tudo bem, mas se não se importa, eu vou descansar um pouco, não quero ser um peso morto quando chegarmos lá. Não seria uma coisa muito legal de se fazer.

Dei uns passos pro lado, vendo ela retomar meu lugar. Só agora percebi o quão cansado eu estava. Minhas pernas mal me aguentavam em pé. Catei o travesseiro, forrei o chão frio e metálico com um pano qualquer e joguei o objeto macio ali. Peguei no sono assim que a minha cabeça encostou no travesseiro.


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Notas finais do capítulo

O próximo sai logo, eu acho. Estou passando por uma fase de "mudanças", literalmente, por assim dizer e tem sido difícil pegar no computador para escrever alguma coisa, mas eu vou me esforçar mais.
Espero que tenham gostado.
Kissus kissus,
Até mais.



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