New Orleans, Louisiana 01/01/2014

Então, hoje é meu aniversário. Ótimo. Quem nunca ficou super ansiosa para atingir a maior idade? Bom, mas eu não tinha muitos motivos para comemorar. Ou talvez tivesse; ainda não decidi isso.
Eu estou completamente apavorada e ao mesmo tempo aliviada. (Não, eu não sou bipolar, apenas estou extremamente confusa).
Eu estou completamente sozinha nesse mundo. Na verdade, eu ainda tenho o meu avo, que mora em NY, mas... Ele não é bem a melhor pessoa para se conviver. ..
Enfim, meus pais... Bom, serei direta dessa vez; Eles morreram. Mas não. Não sintam pena de mim! Isso é a pior coisa que uma pessoa pode fazer: sentir pena.
Já faz uma semana que isso aconteceu. O enterro será hoje, mas não tenho forças para ir. Moro sozinha desde então. Minha única companhia são as palavras. Elas nunca me abandona. Nunca.
O que eu mais gosto nas palavras, é o jeito que elas me fazem sentir. Elas tem o poder de te fazer esquecer a dor real. Te fazem partir para outro mundo. Te fazem se sentir amada. Elas te entendem. Te transformam. Te moldam. Te completam. Elas são você.
Mas essa não é uma história triste, caro amigo(a) leitor(a). Não posso deixar ser.
Essa é uma história sobre sobreviver. Como aprender a viver.
Você me entende? Entende quando eu digo que estou perdida? Entendo quando eu sinto que acabou, mas eu tenho que continuar? Começar de novo... Entende? Você sente essa dor no peito que te sufoca, que te empurra e puxa ao mesmo tempo?
Então você sabe que um dia isso vai ter que acabar. Você não pode sentir isso para sempre. Você tem que se segurar e seguir em frente. Você tem que ser forte. Você tem que conseguir. Sobreviver depende disso.
E é hoje. Esse é o dia. É hoje que minha vida irá mudar. Custe o que custar.
Vou lutar de verdade. Cansei de perder. Cansei de deixar a vida passar.
Quem me garante que eu esteja viva amanhã? Quem me garante que VOCÊ, caro amigo ou amiga, estará vivo amanhã?
Eu finalmente entendi que tenho que viver.
Essa foi a pior semana da minha vida. Ainda sinto esse buraco em mim. Esse vazio. Ainda me sinto perdida.
Tenho que encontrar o meu caminho.
Tenho que seguir em frente.
É dificil? Sim, muito. E isso só me motiva mais.
Hoje mesmo eu estou indo embora. Estou deixando essa cidade. Essa vida. Mas acima de tudo, estou deixando essa velha Caroline para trás.
Tenho que fazer isso. Tenho que sobreviver a isso.
Sbe, as vezes eu gostaria que você fosse uma pessoa de verdade. Gostaria que essas cartas fossem realmente para algum lugar. Eu não sei para onde vão, não sei quem as recebe (se é que alguém recebe).
Mas as vezes me sinto bem com isso. Sei também que essas cartas são tudo o que eu tenho. É a minha vida. É a minha história.
E só por um dia eu gostaria que existissem alguém que as lesse. Que me entendesse.
Que me amasse.

Com amor,
A nova Caroline Forbes


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Em algum lugar de Birmingham...

Eu amo você, Caroline. Eu sinto o que você sente. Eu leio o que você escreve.
Uma vez por semana elas chegam até mim. E esse, na mais pura sinceridade, é o dia mais feliz da semana.
Nunca terei coragem de te escrever de volta. Não me pergunte o porquê. Eu também não sei.
Mas eu a amo. Amo as suas palavras. Amo você. Apenas amo.
E eu também gostaria que por um instante, você soubesse que eu existo.

Com amor,
Klaus Mikaelson