Aoni

Sayo tinha trocado de roupa, estava com um blusa amarelo claro de manga comprida e estampa de coelhinho e um jeans azul escuro. Ela tava muito bonita. Acabei me empolgando tanto que fiquei virandominhas caudas de um lado pro outro.

– Bom... Ele vai vir aqui daqui a pouco... Tem certaza que vai ficar bem?

Me sentei e acenti com a cabeça, assim ela se demostrou mais tranquila. De repente ouvi a porta bater, deve ser o tal amigo que a chamou pra sair.

– Ah! Ele subiu... Ok! Já tou indo!

Ela abriu a porta e nesse momento tive um choque. Esse humano... É o que estava perseguindo a Sayo a dias! Por que ele está aqui?! Por que agora, de repente, ele está tão próximo dela?!

– Bom... O porteiro acabou me deixando subir, espero não estar incomodando.

– De jeito nenhum, eu já estou pronta.

– Hum. Oi, Aoni.

– FFFFIIIIISSS!!!! - Não fale o meu nome assim!!

– O que foi?

Sayo, por favor! Não saia com ele! Não saia!

– Meio estranho, ontem ele tava tão calminho, acho que gatos me odeiam.

– Não pense assim, bem, - ela pegou sua bolsa - vamos.

Não, Sayo! Por favor, Não! Ela fechou a porta, praticamente me iginorou, como se não percebesse que se eu não gosto de alguém é por que tem algo errado com essa pessoa.

Fiquei irritado, corri para a janela e vi os dois atravessando a rua, provavelmente pegarão um ônibus.

– SAYO!!!!

Quando me toquei, estava na minha forma semi-humana, não importa, Sayo tem que ficar longe dele! Ele não é confiavel! Ele pode fazer algo de ruim a ela!

Corri para o quarto dela e vesti algumas das roupas que tinhasmos comprado outro dia e ela escondeu no guarda-roupa. Tenho que afastá-la dele! Não vou deixar que ele faça nada com minha Sayo!

Kuro

Estava próximo do prédio, só esperando uma ação do meu irmãozinho, então, reparei ele saindo pela janela e improvisando nas laterais do prédio para descer. Claro que, por ser um gato, ele não teve dificuldade, facilmente ele já estava na calsada, então saio correndo.

Perfeito! Exatamente como eu estava planejando.

Sayo

Encontramos uns amigos do Hideki e uns meus que estavam conversando (como eles foram parar no mesmo lugar se não demos um local certo? Não me perguntem...) Daí depois de conversar, decidindo o que iriamos fazer, fomos para uma rua bem movimentada.

Praticamente ficamos num fliperama jogoando alguns jogos, pra um karaokê (que todo mundo desistiu, por que ninguém queria cantar), pro cinema e até numa boate dançar um pouco. Era muita coisa e informação de mais, não sou muito de sair, aí eu não estava muito confortavel para me divertir. Hideki também parecia não estar.

Paramos numa barraquinha para tomar um sorvete (*Nota: Ok, um pouco infantil, mas eu não tava com nada na cabeça). Eu fiquei encarando o meu de baunilha com chacolate por uns segundos, enquanto via os outros se divertindo. De repente Hideki me puxou e nós nos afastamos do grupo.

Hideki

Foi um PÉSSIMA ideia ter chamado essa galera toda! Sayo não estava se divertindo, nem eu. Não aguentei vê-la com aquela cara de "eu não queria estar aqui", então a peguei pelo pulso e a puxei para longe daquele pessoal. Não sou de sair em grupos, realmente foi idiotice da minha parte ter dito que chamei alguém e acabar tendo que REALMENTE chamar.

Finalmente parei de puxá-la, então a olhei um pouco semgraça por causa da minha idiotice.

– Desculpa, acho que foi uma má ideia ter chamado esse povo todo.

– Tudo bem, eu só... Não estou muito acostumada em sair com tanta gente, só isso.

– Eu não gosto muito, certas coisas a gente só pode fazer se a maioria quiser... Hum, é melhor a gente tomar logo esses sorvetes, o seu tá derretendo já.

No meu o que sobrou tava dentro da casquinha, mas no dela ela mal tocou. Ela então passou o dedo onde o sorvete tava escorrendo e labem. Puxa... Tou me sentindo nervoso de novo...

Acabei com o meu sorvete e ela terminou o dela, então ficamos um tempo andando sem rumo, até que ela começou a falar:

– É... Por que você chamou os seus amigos se não gosta de sair em grupo.

Droga, ela chegou nesse ponto. Senti o meu coração acelerar um pouco, então eu parei, a segurei nos ombros sem encará-la diretamente e disse:

– Eu tava com medo de você não aceitar se fosse só nós dois. Eu...

– O-o que foi?

Não aguento mais! Tenho que ser rápido antes que ela fuja de mim!

– Eu te amo.

Antes que ela pudesse ter alguma reação, eu a puxei e a beijei.

Aoni

Andei pra cima e pra baixo e não a encontrei em lugar nenhum, até que consegui avistar Sayo conversando com aquele humano. Aquele maldito! Tenho que ir logo pra lá, tenho que falar pra Sayo que ele... Antes que os meus pensamentos se completassem, eu vi ele aproximando o rosto do dela e a beijando. Percebi ela no começo tentando reagir, mas rapidamente ela cedeu.

Não... Não... Aquela dor... Senti uma dor enorme no meu coração. Eu não consegui me mover nem fazer nada, apenas senti uma água em meus olhos. Engoli seco, me virei e corri.

Minha cabeça começou a latejar de novo e vi uns flashs em minhas cabeça. Não! Não! Não quero ser abandonado de novo! De novo não!

Shussan

Estava andando com uns amigos no centro. Estavamos nos divertindo pra caramba, de repente vi um cara estranho passando correndo entre a gente e uma lanterna (daquelas alimentadas por óleo) explodiu.

– Caramba! O que foi isso?!

– Foi muito estranho... E já tá ficando meio tarde, acho que vou pra casa.

– Por que Shussan? Você não disse que tava morando com a sua irmã?

– Acredite, ás vezes ela consegue ser pior que meus pais, mesmo assim não é nem por isso, tou um pouco cansado, dormi muito tarde ontem e ainda por cima madruguei.

– Ok...

Kuro

Como esperado, Hideki ajiu como eu planejava sem eu dizer nada e meu irmãozinho viu tudo, mas confome ele corria algumas lanternas explodiram. Isso não é bom, ele tá perdendo o controle dos seus poderes de novo.

É melhor eu controlá-lo antes que aconteça tudo de novo.