Tate

Ás vezes chego a pensar como teria sido mais fácil... Mais fácil, se eu tivesse apenas chegado e dito: "Oi, eu sou o Tate, e estou morto.".

Ninguém teria sofrido.

É tão doloroso, ver e não poder ver. Ou ao menos tocar. Violet ainda esta ali. Como uma ferpa que machuca meu coração. E não consigo tira-lá.

A casa, ainda é a casa. Com apenas escuridão. Pessoas chegam, e vão embora, ou nem sempre. E cada vez mais almas aprisionadas ao infinito sofrimento da solidão. Assim como eu.

Tento relevar, relevar cada dia que vivo nessa casa. Porque tudo agora está diferente, eu mudei. E sei disso, assim como sei das consequências. Quais não queria ter que lidar.

Julho, 16

Tudo parecia normal. Ou ao menos com que estávamos acostumados, o nada, a morte. Pessoas passavam na calçadas da casa. Tal era vista como show de horror.

Mas apenas parecia normal.. Já há algum tempo não víamos isto. Caminhão de mudanças.

"Coitados". Era de se imaginar. A casa não aceita novatos muito bem. Ao menos que você morra nela.

Mais mortes.

Sempre tão divertido.

Três jovens entraram puxando suas bagagens pela casa. Dois garotos e uma garota.

–- Idiota -- a menina empurrava, rindo, o garoto que carregava duas caixas com cuidado, quais segurava com esforço para que não caísse.

Tarde demais. As caixas já estavam no chão, assim como o próprio garoto.

–- Bom Kol, acho que você não entrou com o pé direito na casa -- ela apertava a barriga de tanto rir.

O mais velho, pelo menos era o que parecia, entrou pela porta, já rindo da situação, o que era inevitável.

–- Vocês dois... -- riu meio de lado -- O que faço com vocês, mal chegaram e um já está no chão morrendo de amores pelo outro.

–- NÃO MESMO -- falaram em uníssono, meio sem graça, mas depois riram.

Violet

Eu estou tentando esquecer, eu juro. Mas é difícil, o Tate é tão difícil. Ter que esquece-lo mais ainda. Dias, meses, passam, e as lembranças não somem, palavras, atos. Quero me livrar disso.

Por um lado, era maravilhoso ver pessoas novas pela casa, e ao mesmo tempo triste.

Tudo podia ser diferente, ou igual. A casa te deixa louco, mas não se você sabe como lidar com ela. Eu realmente quero que saibam lidar.

As coisas estavam em seus devidos lugares. Megan, a garota, estava no antigo quarto de Violet. Matt, onde era o escritório do Sr. Harmon e Kol no quarto do antigo casal. Tudo certo.

Pelos menos por enquanto.

Julho, 23

Uma semana passou, nada ruim, nada incomum. Algo que é considerado bom, vamos dizer. As coisas meio que mudaram, pra todos. Alguns agora, tentam pelo menos, descansarem em paz. Ou apenas ficar longes de tudo. Moira é um exemplo. Ela já aceitou seu estado.

Não era de estranhar, mas bem, pessoas vivas ainda têm férias de verão. Ferias de verão mais três adolescentes e uma casa só pra eles. Bom, por que não festas?

Violet observava Kol, era era tão diferente. Gosto musical refinado, mas ao mesmo tempo sua paixão por musica eletrônica e as novas experiencias da música. Seu gosto por leitura e fotografia. Suas piadas, ele era tão, tão humano. Tão divertido. Ela queria estar viva, e com ele. Mas algo dizia que não.

Era apenas um dia comum. Matt saiu com Megan, compraram bebidas, estavam sendo apenas garotos normais, quais estavam passando ferias de verão em uma casa, mas que podia ser permanente.

Chegava noite, tudo okay, casa cheia. Estava na hora, Violet só teria essa chance.

Violet

Eu não sabia muito bem, e talvez não queria que fosse o que eu estava pensando, mas... Kol e Megan, bom, rolava algo. Amigos, mais que isso? Era difícil saber... Os dois eram tão ligados, aliás, os três. Pareciam realmente amigos.

A festa estava ali, Violet poderia aparecer a qualquer momento. Apareceria. Só estava esperando a hora certa.

–- Me desculpe, sério, eu sinto muito -- bum, fui pra cima de Kol, com copo e tudo, eu não queria ter feito aquilo, eu estava tão distraída, e não vi, mas, pelo menos era um começo.-- Ai meu Deus, o que eu fiz? -- sussurrou.

–- Hey relaxa, é só vodca -- Kol tirou as mãos de Violet de sua blusa, quais tentavam limpar de qualquer modo.

Eles sorriram um para o outro, algo quem, hm, durou um bom tempo.