Na saída, minha mãe estava à minha espera. Eu não estava muito bem, por isso ela logo me perguntou se algo tinha acontecido:

– Tris, o que houve?

– Nada! – Esse era o problema, nada tinha acontecido para que eu estivesse alegre! O que há de errado comigo? Meus cabelos louros não são tão amarelos? Sou pequena demais? Minhas formas não são agradáveis?

– Não vou insistir – Mamãe disse, interrompendo meus pensamentos.

Ao chegar em casa, não falei com ninguém. Fui para o aconchego do meu quarto chorar, a única coisa que poderia fazer.

...

Acabei cochilando no meio de meus devaneios. Acordei, ainda sem fome, e fui responder meus exercícios e preencher o que faltava.

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Logo que terminei meus afazeres desci para assistir TV com Caleb, e, de quebra pedir sua ajuda em Física. Com a maior paciência do mundo, ele me ajudou. Sim, eu tenho um professor particular!

Mamãe estava na cozinha dando pitaco o jantar, quando papai chegou do trabalho com uma feição suspeota, seu dia provavelmente não teria sido bom.

– Natalie, querida! O que temos para hoje?

– Nem me pergunte, Andrew, não pergunte!

– Quem tem razão para estar chateado aqui sou eu!

– Porque você não te uma casa para cuidar!

– Mas você não faz nada! Só manda!

Mamãe foi para o quarto, chateada. Eu e Caleb nos entreolhamos, fiz que ia atrás dela mas ele me advertiu com o olhar. Fiz bico, para parecer aborrecida, ele sempre quer ser o dono da razão. Parece estar acima do bem e do mal. Fui à cozinha e pedi para levarem meu jantar no quarto, minha família estava em crise. As brigas eram recorrentes.

...

Quase me atrasei para a escola, papai quem vai me levar hoje e ele tem que sair mais cedo que meu horário normal. Coloquei uma calça jeans mais sexy hoje, tentando avantajar as curvas que não tenho. Fiz uma trança de lado uma maquiagem leve, coloquei um tênis mais fofo, peguei a mochila e desci para comer uma fruta. Papai já estava à minha espera.

– A princesa já se arrumou? – ele disse em tom sarcástico, esquecendo o quanto princesas me fazem sonhar.

– Aparentemente sim - respondi.

Quando cheguei à escola, tinha um grupo me esperando. Eram colegas de turma, os quais mal tinha dito “oi”. Tinha simpatizado muito com uma deles, a Christina, ela sentou logo atrás de mim no dia anterior e me deu dicas sobra como agir com cada professor. Confesso que a professora com a que mais simpatizei foi a Tori, de história.

– Olá – Disseram todos.

– Oi – Respondi, timidamente, querendo enfiar o rosto em qualquer lugar.

Entramos, estavam todos animados. Will, Al e Christina pareciam se conhecer há muito tempo. Mas me contaram serem todos iniciantes na Modern Time High. E, então, tive a sensação de sermos iguais, de estarmos passando por sensações parecidas. Me senti acolhida com eles. Meu medo de ser simplesmente eu havia desaparecido.