Just Friends escrita por Laia


Capítulo 23
Capitulo 23


Notas iniciais do capítulo

Então, to de volta
Se continuar assim, vou ficar sem historia pra postar... Mas quero muito que vocês leiam logo u.u
Alguém pediu amasso entre os dois?
Nossa, que podre o que eu falei ¬¬



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Eu não sabia que era tão ruim ser ignorada. Preferia mil vezes que ele gritasse comigo.

Enterrei o rosto no travesseiro. Não estava chorando, nem gritando, só estava... Sei la o que eu estava tentando fazer.

Ouvi as batidas na porta do quarto. Estava trancada. E eu não ia levantar nem morta pra abrir!

–Manu, abre, por favor.

Não respondi.

–Manuela...

Sequer me movi. Maldita porta do banheiro. Ele deu a volta e entrou, se escorando no guarda-roupas. Pude ouvir sua respiração pesada e cansada, impaciente.

–Ta melhor?

Nada.

–Manuela?

Nada.

Ouvi seus passos, mas ele não se aproximou.

–Manu...

Seu tom de voz agora calmo, diferente do tom ignorante que tinha mostrado há alguns minutos.

Ele respirou mais fundo. Mais passos. Senti o peso ao ouvir a cama ranger. Soltou um outro “tsc” como havia feito horas atrás e suspirou.

–Sai furioso daqui de casa naquele dia, não tinha um rumo certo. Uma garota me atropelou, mas não foi nada grave. Tinha outra pessoa no carro com a garota, ela era fisioterapeuta, me analisou um pouco e disse que não tinha sido nada demais, que só ficaria dolorido. Não tinha porque te contar, você ficaria preocupada a toa. Não queria estragar suas férias... Lamento.

Tirei a cabeça do travesseiro. Aqueles enormes olhos negros me gelando.

–Ta tudo bem – John! Como eu podia ficar brava? – Não me deve explicações.

–Manuela, chega disso. Ambos sabemos que o acordo foi “sem compromisso”, e ótimo, não estamos compromissados. Mas não podemos fingir que não ligamos pro que o outro faz ok?

Então...

–E a garota? Quem era?

Ele fechou os olhos, franzindo o rosto. Aquela era a expressão de “merda!”.

Eu não sabia se podia mesmo perguntar isso. Eu não sabia o que éramos nesse último mês. Mas para o meu alivio, sabíamos que não éramos namorados, e passávamos longe disso. Eu não era dele, assim como ele não era meu.

–Uma amiga.

–Sempre trás amigas pra sua casa?

–Quando elas querem ver meus desenhos? Sim!

–Então – sorriso idiota, nem pense em escapar nos meus lábios – ficou só nos desenhos?

Ta, não consegui segurar o maldito sorriso.

Ele fechou os olhos, como quem diz “eu mereço!” e sorriu também.

–Só nos desenhos.

Silencio absoluto.

–Edu?

–Hum?

–Eu não queria... Você sabe, ter te chamado de imbecil.

Deuses, o que ouve com a minha voz que sumiu assim?

–Isso é um pedido de desculpas?

Revirei os olhos, me jogando de costas na cama de novo. E ele entendeu que isso era o Maximo que ia conseguir ouvir de mim.

–Não vou lamentar por te chamar de infantil!

–Não precisa.

–Então... Estamos bem?

–Não sei Edu... Estamos?

–Quer descobrir?

Levantei a cabeça, ele sorria malicioso.

–Nem vem!

Puxou a barra da minha blusa com uma das mãos, puxando minha cintura com a outra livre.

–Não Edu...

Empurrei seu peito me levantando da cama. Ele me puxou de volta, me fazendo cair com tudo de costas. Começou a morder meu pescoço de leve, me atiçando. Mas eu não estava com paciência pra isso.

–É assim – desci minha boca até seu pescoço, fazendo um caminho de beijos. Subi até sua orelha, sussurrando – que se atiça de verdade.

Puxei seus lábios e coloquei minhas mãos por dentro da camisa, arranhando de leve suas costas. Mordi seu pescoço deixando uma marca. Sentia sua pele se arrepiar e gostava disso. Puxei sua camisa, tirando por completo.

Sentia sua mão na minha barriga, entrando pela minha blusa. O tecido parecia arranhar minha pele, mas a sensação logo parou quando ele a tirou por completo. As mãos deslizando pela minha cintura, minha nuca, minhas costas... As mãos começando a levantar o meu top. Mas eu não deixei. Dei um tapinha de leve na sua mão, mordi a boca.

–Não sou tão fácil assim.

Dei um ultimo beijinho e sai rebolando de propósito.

–Espera, não pode me deixar assim.

Virei à cabeça já saindo do quarto, fazendo cara de santa.

–Toma um banho que passa.

Ele levantou vindo atrás de mim, me abraçando por trás.

–Isso é maldade...

Sua voz pedindo, choramingando. Eu sabia que era maldade, mas era uma cena muito boa pra se perder: ele ali sem camisa, fazendo carinha de cachorro com aqueles olhos. Ai aqueles olhos...

Foco Manu, foco!

–Nops!

–Manuela – ele virou meu corpo, me fazendo ficar de frente para ele, os corpos colados - você é uma manipuladora!

–Tsc tsc tsc – neguei fazendo biquinho – sou uma boa jogadora!

Me soltei dele e voltei para o quarto. Antes de entrar, pude ver o sorriso torto formado nos lábios, uma das mãos apoiadas na parede e a outra bagunçava os cabelos.

Quando vi aquele sorriso, percebi que tava na merda!

***

Eu juro que eu tento fingir que não me importo, mas ai eu esqueço que deveria fingir. De todas as garotas que eu já gostei, a Manu é sem duvida alguma a mais complicada. E a que mais me faz ter vontade de gostar mais ainda dela. Não é fácil. Já fez tanta coisa pra sei lá, me irritar! Mas ai, todas as razoes que me fizeram gostar vem a tona. Quer dizer, não é “meu deus, preciso de você pra viver!”. Não, ela não é meu oxigênio nem nada disso! Na verdade, não acredito que alguém seja realmente o oxigênio de outra pessoa. Sem ela eu ainda vou acordar, lavar o rosto, escovar os dentes e ir pra faculdade... O sol ainda vai nascer todo dia e eu vou continuar respirando.

Só que nenhuma dessas ações vai ser a mesma coisa.

Sei lá, o jeito que mordia a boca quando tava concentrada, assim, sem querer mesmo. O sorriso fácil de ser arrancado, a risada contida, o modo que mexia os cabelos, o jeito bobo de me convencer a fazer qualquer coisa... Eu to ferrado na mão dela!

Tomei um banho e troquei de roupa. Meu pescoço estava marcado...

Ah Manu...

Olhei para minha mão. O nó dos dedos machucados. Espero que ela não perceba...

Meu celular vibrou com a mensagem do Gus:

“Clube sábado?”

Clube? É, até que podia ser legal.

“Posso levar alguém?”.

“É gata?”.

Gus seu idiota.

“Não é pro teu bico!”.

“Ela tem amigas? Poxa, to carente cara :(

Nem fiz questão de responder.

Larguei o celular na cama e fui atrás dela. Estava no sofá, lendo um livro com as pernas na parede. Mexia os pés cantarolando alguma coisa.

–Tem compromisso pra sábado?

Ela ergueu os olhos do livro, me analisando.

–Vou verificar minha agenda, por quê?

–Clube? Mas tem que levar a Laura!

–Posso saber o que a Laura tem haver com isso? – perguntou se sentando.

–Quer ou não?

Ela levantou deixando o livro no sofá.

–Vou ligar pra ela.

Foi para o quarto correndo e pegou o celular. Coloquei só a cabeça pra dentro, e vi minha blusa ainda em cima da sua cama.

–Pode devolver minha blusa?

Ela pegou, jogando com raiva para mim. Fui para cozinha com a blusa no ombro, abri um pacote de biscoito e sentei no sofá, ligando a TV. Engraçado como há algumas horas, estávamos os dois brigando, e agora... Bem, agora eu to com uma marca no pescoço e ela ta cheia de charminho. Será que pode melhorar?

Não vou mentir, eu tava com raiva. Mas ai... Passou assim que vi ela daquele jeito. Eu sou um fraco!

–A Laura é uma dos poucos amigos que fiz – ela vinha andando e falando no corredor – então é bom não ter nenhum engraçadinho tentando algo com ela no dia. Não vou meter ela em nenhuma enrascada.

–Eu tenho amigos legais... Fica tranquila.

–Você tem amigos – ela fez cara de chocada, rindo logo em seguida.

Ta, não sou a pessoa com mais amigos na cidade, mas não me importo com isso.

–Calada!

–Calado você! Ah, e só pra constar: comporte-se!

–Ta falando do que? Eu que deveria dizer isso...

–Meu querido, os dois de roupa de banho... Acha mesmo que eu deveria confiar?

–Iiih, ta se achando demais! Quem garante que eu deveria confiar?

–Eu me garanto meu bem.

Ela levantou e sai mandando beijo.


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Notas finais do capítulo

Então meu povo? O que acharam?
Me contem, adoro os comentarios de vocês. Serio, eu saio pulando a cada um que recebo o/
Um beijo da Laia :*