Docemente perigoso [HIATUS] escrita por Izzy Simpson


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem, escrevi essa fanfic por alguma ideia maluca que me veio. Eu acho o Bruce Banner um personagem muito interessante, e ele merece ter um pouco de ação na vida dele. Por que não? Sempre o shippam com Tony, mas acho que eu precisava de algo mais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/455421/chapter/1

Chovia muito naquele dia. O doutor Banner, embora não se incomodasse com a chuva, não gostou nada de ver seu projeto arruinado por ela. Maldita ideia de deixá-lo do lado de fora.

Bruce teria de permanecer no país por algum tempo, até que não houvesse mais ameaças. Ele ainda fazia parte dos Vingadores, então estava apenas dando um tempo até que tudo se normalizasse por completo. Ele olhava pela janela da sala de estar da pequena casa que a S.H.I.E.L.D. havia alugado para ele. As gotas de chuva incessantes, as poucas pessoas correndo pelas ruas em busca de abrigo, a aparência cinzenta que tomava a cidade. Ele sentia falta de casa. Muita falta.

Até que ele viu um homem correr desesperadamente. Ele estava ferido e parecia fugir de algo. Em certo momento, o homem caiu no chão. Atrás dele estavam outros dois homens, que o alcançaram, desferindo-lhe chutes e socos, mesmo depois do homem parecer desacordado. Então um deles sacou uma arma e deu um tiro no peito dele. Não parecia querer matá-lo de imediato, constatou o doutor Banner, ou teria dado mais de um tiro, e um deles certamente seria na cabeça. Parecia querer deixá-lo para morrer lentamente.

Após algum momento, os homens foram embora, deixando o outro jogado no meio da rua, sangrando, debaixo da violenta chuva que caía. Ele não parecia estar morto, mas não se mexia.

O doutor Banner não se conteve e abriu a porta, caminhando em direção ao homem. Olhou ao redor, não havia ninguém. O cientista se abaixou e verificou a pulsação do homem. Fraca, mas não interrompida. Ele suspirou em alívio. O homem respirava lenta e continuamente.

Bruce carregou-o para dentro de casa cuidadosamente. Ele não era pesado, muito pelo contrário, parecia que havia dias que não comia. Além disso, era muito pálido. Ele se perguntou por um momento se aquele homem estava mesmo vivo.

Deitou-o sobre o sofá-cama. Limpou e cuidou de suas feridas, lavou o rosto e passou um pano úmido em seus braços e em suas pernas, tirou as roupas sujas de lama. Então o cobriu com um de seus roupões. O homem não reagiu. Por vezes gemeu de dor, reclamou algo em um sussurro inaudível, mas voltou ao seu estado inconsciente. A bala pegara de raspão, mas a ferida foi feia.

Banner se perguntava se deveria levá-lo a um hospital, mas não sabia se ele sobreviveria até lá, então resolveu cuidar dele em casa, até porque aqueles homens ainda poderiam estar por perto.

O cientista colocou as roupas do homem na máquina de lavar e depois na secadora, passou-as e as deixou em cima de uma das poltronas. Caso ele quisesse vesti-las novamente depois, ao acordar.

Algumas semanas depois, Bruce estava sentado na mesa, fazendo algumas anotações sobre seu mais recente experimento, antes de o mesmo ter sido destruído pela chuva. Ele olhou para seu “paciente”. Ainda sem progressos, mas então ele mexeu os lábios, como se dissesse algo.

O doutor Banner correu até o sofá e abaixou-se em frente ao homem, encostando o ouvido à boca dele. A princípio não entendeu muita coisa, mas logo conseguiu captar o que o homem dizia.

— Ajude-me... Por favor... Me... Ajude...

Bruce procurou manter-se calmo. Refletia sobre aquelas palavras. Que tipo de ajuda? Seriam delírios com o que ele havia passado? Então se afastou para observar o rosto do homem. Os olhos se abriram lentamente, piscando dolorosamente em seguida, por causa da luz. Assim que se acostumou com a claridade, olhou ao redor, pousando os olhos em Bruce.

— Onde estou?

“Que pergunta mais previsível...” refletiu Bruce.

— Sou o doutor Bruce Banner. Você está em meu lar — temporário, ele completou mentalmente.

O homem tentou se levantar, mas sentiu uma dor lancinante nas costelas, caindo outra vez no sofá. Ele ia dizer algo, mas foi interrompido por Banner, que se levantou e buscou um copo de água para ele.

— Acalme-se, eles já se foram. E você não deveria se levantar por algum tempo. Eles chutaram suas costelas, mas incrivelmente você não está com osso algum quebrado. Deve ser muito forte, ou sortudo.

O rosto do homem pareceu adquirir algo como alívio ou serenidade.

— Por que me ajudou? — ele perguntou.

— Quem não ajudaria um homem que acabou de levar uma surra diante de seus olhos? — respondeu Banner. — Sem falar que eu pensei que você estivesse morto, mas acordou com duas semanas de repouso e a medicação que eu tenho te dado. Você é um milagre, amigo.

— Você é médico...?

— Não esse tipo de doutor — Banner deu um sorriso paciente, colocando as mãos para trás do corpo. — Eu lido com física nuclear.

O homem baixou os olhos e suspirou, então o olhou novamente.

— Obrigado... Sabe, por me ajudar. — Ele agradeceu, então, pensando por alguns segundos, disse: — Andrew. Andrew Harvey.

O doutor assentiu com a cabeça.

— Não por isso, Andrew.

Então virou as costas para voltar ao trabalho, mas Andrew chamou-o.

— Escute, doutor Banner...

— Bruce. Apenas Bruce.

— Bruce... Será que... Eu poderia ficar por um tempo? — ele perguntou incerto, mordendo o lábio inferior. — É que eu não tenho para onde ir, sabe?

Banner pareceu pensar por alguns segundos, então respondeu:

— Desde que não me traga problemas.

O homem arregalou os olhos, então bateu continência, como um soldado para com seu superior.

— Sim senhor!

Bruce riu e voltou para a mesa.

Mais tarde ele trocou os curativos do homem e fez o jantar. Aquela era de longe a melhor refeição que Andrew já havia feito em toda a sua vida. A forma como Bruce cortava os legumes com destreza, suas mãos levemente preparando o molho da carne, até mesmo a forma como ele acrescentava os temperos. Ele era uma pessoa incrivelmente habilidosa, Andrew não pôde deixar de notar.

O dia seguinte chegara rapidamente. Bruce acordou cedo e viu que seu “paciente” ainda dormia. Resolveu fazer compras enquanto o deixava descansando. Quando voltou, acordou-o para trocar os curativos novamente. Ele estava melhor, mas ainda precisava de algum repouso.

Andrew passou a tarde inteira dormindo. Só acordou para fazer um lanche por insistência de Bruce, que o achara muito fraco. Ele aceitou. Comeu, mas voltou a dormir.

Bruce ficara trabalhando para refazer seu projeto. Então ficou a tarde inteira analisando anotações antigas e realizando novas, para então trabalhar em uma nova combinação de elementos.

À noite, Andrew se sentia melhor, então se levantou com dificuldades, arrastando-se até a mesa onde estava o doutor e viu que Bruce dormia. Viu o rosto, que parecia jovem, mas cansado. Aproximou a mão lentamente e acariciou o ombro do doutor. Tão bondoso, ajudou um desconhecido, mesmo que tudo indicasse estar envolvido com coisas erradas. Bruce podia esperar o pior de Andrew e chamar a polícia, mas não o fez. Cuidou dele.

Andrew aproximou a boca do ouvido de Bruce.

— Ei, doutor Banner... — ele sussurrou. — Já está tarde, é melhor ir para a cama, acho que dormir debruçado sobre essas folhas na mesa não deve ser muito saudável.

Bruce abriu os olhos e viu Andrew com um pequeno sorriso encarando-o.

— Sim? — o doutor perguntou, sonolento.

— Acho melhor você dormir em uma cama, dormir aqui não te fará muito bem, não acha?

Bruce assentiu com a cabeça e se levantou, indo até o quarto. Andrew seguiu-o. Quando Bruce entrou e se virou para fechar a porta, viu Andrew do lado de fora, como se pedisse para entrar, mas sem dizer palavra.

— O... O que foi? — perguntou Banner.

Andrew sorriu sem graça.

— É que... Bem... Eu pensei que talvez eu pudesse dormir aí. É que dormir no sofá não é muito confortável... — Andrew disse.

Bruce hesitou, piscando algumas vezes, sem entender. Então disse, espantado:

— Mas aqui só tem uma cama!

— Tudo bem — Andrew disse, empurrando a porta e entrando no quarto. — Eu não me importo.

O homem acomodou-se como pôde na espaçosa cama de Bruce, que se sentou na ponta da cama e olhou para o outro, que já fechara os olhos e preparara-se para dormir. Então se deitou em um pequeno espaço, procurando dormir também. Até que sentiu o corpo de Andrew bem próximo, uma mão correu-lhe a cintura e um hálito quente atingiu o pescoço de Bruce.

— Boa noite, doutor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu chamo o Bruce de doutor, não relacionado a médico, mas porque ele é doutor em física nuclear. Ou seja, tem a ver com sua graduação. ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Docemente perigoso [HIATUS]" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.