Um riso foi ouvido pelo quarto.

A garota assustou-se e se apressou para esconder a arma por baixo da blusa.

– Eu realmente pensei que você fosse meio burra mesmo, mas cometer suicídio? Uau, você superou minhas expectativas.

Sasuke estava ali, parado em um canto do quarto e Sakura assustou-se por notar apenas naquele momento.

O garoto caminhou até ela e arrancou brutalmente a arma de baixo da sua blusa, apontou-a para a cabeça de e sussurrou em seu ouvido:

– Escuta aqui garota, a Tsunade está pondo muita fé em você, sabe porquê? Você pode ser nossa unica salvação. Agora, se quiser morrer, deixe que eu mesmo faça isso por você.

Sasuke olhou com raiva para a garota e percebeu que ela estava apavorada e tremendo de medo. Resmungou para si mesmo, jogou a arma em algum canto do quarto e saiu batendo a porta.

Uma lágrima escorreu pelos olhos da garota.

Não, ela não poderia viver mais com medo.

Limpou o rosto e foi deitar-se.

A partir daquele momento ela não sentiria mais medo.

[...]

Itachi estava sentado em sua cadeira confortável de escritório rabiscando qualquer coisa em uma documentação importante.

Levantou-se para pegar uma xícara de de chá na mesa ao lado.

O chá desceu pela sua garganta amargo e quente.

Qualquer outra pessoa que tomasse-o provavelmente odiaria, mas sem dúvida, aquele era o favorito do rapaz.

Voltou a sentar-se na cadeira com sua xícara e passou os olhos por um porta-retrato que estava em cima da estante.

Quase não se lembrava daquela foto.

Pegou o porta retratos e acariciou o rosto da garota de cabelos róseos que sorria para ele na fotografia.

Agora lembrava-se.

Estavam em um festival de verão, ela estava incrivelmente bonita e elegante vestindo sua yukata. Naquele dia ele conseguia apenas enxergar a felicidade contida nos olhos dela.

A porta foi aberta bruscamente.

– Desculpe Senhor Itachi, não encontramos nenhum sinal dela até agora. Mas contratamos mais agentes para intensificar a busca. Com certeza a encontraremos logo.

– Parem todas as buscas. - Falou Itachi.

O jovem garoto que fora contratado recentemente naquela empresa assustou-se.

– Desculpe Senhor, eu não entendi o que disse.

– Eu mandei parar todas as buscas. - Gritou Itachi.

– Mas, senhor...

– Cale a boca, eu estou mandando parar todas as buscas, seu idiota.

– Sim Senhor. - Disse o funcionário envergonhado.

Itachi tirou a foto do porta-retrato, fitou-a novamente e guardou-a em um bolso escondido de seu terno.

O jogo ainda não acabou.

[...]

O café está doce demais - pensou ao bebericar novamente o conteúdo da xícara.

– Ele provavelmente teria adorado. - Comentou consigo mesma prendendo os fios louros atras da orelha.

Um arrepio subiu pela espinha ao lembrar-se de tudo o que havia acontecido.

Bebericou mais uma vez seu café e disse:

– Bom dia, Sakura.

A jovem que havia chegado a pouco tempo na cozinha assustou ao perceber que mesmo de costa, aquela mulher sabia perfeitamente com quem compartilhava o ambiente.

– Bom dia, Senhora Tsunade.

– Sente-se aqui e coma um pouco. Temos muito o que conversar.

A garota sentou-se ao lado da mulher e serviu-se do café.

– Como passou a noite? Dormiu bem? - Tsunade perguntou com um sorriso gentil.

– Sim, obrigada. - Sakura respondeu e bebeu um pouco do café.

– Ótimo, essa manhã você irá treinar um pouco com Hinata, ela ensina-rá a você tudo o que precisa saber e também explicará sobre os roubos e assasinatos.

Sakura arregalou os olhos.

– V- Vocês matam e roubam?

Tsunade perdeu o sorriso do rosto e olhou desprezivelmente para a menina.

– Escuta aqui garota, nós não somos os mocinhos dessa história, não somos super-heróis e nem mesmo agradecemos por nossas habilidades. Estamos aqui apenas pela sobrevivência da nossa espécie. - A loura respirou fundo e continuou: - Roubamos para nos sustentar e matamos apenas quem precisamos matar.

– Mas, são pessoas inocentes...

– Pessoas inocentes? - A loura berrava. - Não querida, você não entendeu. Roubamos e matamos apenas aqueles que trabalham na corporação do seu... ex-marido. Você acha que é a unica que sofreu na mão de Itachi? Todos dessa casa tem uma história de sofrimento por causa daquele rapaz e de seus seguidores.

Sakura ainda estava bastante assustada e surpresa.

Tsunade suspirou. Teria que fazer aquilo.

Usou o pouco de paciência que tinha para caminhar até a menina, fitá-la intensamente e dizer:

– Sakura, todos sabemos o que você tentou fazer ontem á noite, mas nós precisamos de você, nós precisamos sobreviver. Então, eu preciso saber, você quer mesmo ficar aqui?

Naquele momento Tsunade penetrava seu olhar no fundo da íris verde da jovem.

Sakura realmente queria dizer não, sair daquela casa ou até mesmo do país, tentar viver uma vida mais normal possível e esquecer completamente tudo o que havia acontecido, mas naquele momento, alguma coisa dentro de si a fez responder imediatamente:

– Sim, eu fico.

Tsunade sorriu de canto.

Ela aceitou. O feitiço havia funcionado.