Boneca de Titânio escrita por Acydya


Capítulo 2
Pôr-do-sol


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Diferente dos outros dias, hoje ela não veria o pôr-do-sol, pois a sua cerimônia de casamento seria exatamente neste horário.

Olhou novamente para o céu e notou que estava mais calmo e bonito do que o normal. Afinal, o inverno em Tóquio sempre era bastante gelado e cinza. Porém o dia não estava muito frio, o ar estava limpo e era quase possível sentir o cheiro do inicio da primavera.

– Está tudo maravilhoso, você não acha?

Sakura se virou e sorriu para a mãe do seu noivo. Uma mulher de meia-idade, com alguns fios grisalhos na cabeleira castanha, tinha um sorriso simpático e um brilho de preocupação no fundo dos olhos.

– Está incrível, senhora Asako.

E olhou para o local do casamento que ela mesma havia escolhido. Seria no quintal de sua futura mansão, ao lado do vasto jardim e de uma maravilhosa fonte que se iluminava á noite. Foram colocadas tendas grandes, cortinas de seda branca e pequenas flores cor-de-rosa nas mesas.

– Ah, quase me esqueci. A costureira está te esperando no quarto de hóspedes para que você faça a ultima prova do vestido, querida.

– Você vem comigo? – Perguntou Sakura carinhosamente.

A mulher sorriu e segurou sua mão. A Haruno sabia que sua sogra temia algo, porém preferiu não se preocupar com isso.

Apertou a mão da senhora e caminhou rumo ao quarto de hospedes.

(...)

A porta foi aberta e a luz que por ela passava iluminou todo o ambiente.

Sai olhou para Naruto e o loiro soube que deveria fechar a passagem imediatamente.

– O que faz aqui? – Perguntou o moreno, que estava sentado no chão ao lado de algumas velas, segurando um livro antigo que somente ele entendia o que estava escrito.

– Me pergunto como você consegue ficar tanto tempo nessa biblioteca escura.

Naruto começou a andar entre os grossos e velhos livros de Filosofia e Mitologia que estavam espalhados pelo chão. Finalmente encontrou uma janela coberta por uma cortina e começou a abri-la.

– Se você ousar descobrir essa janela eu quebro seu pescoço. – Disse Sai ainda concentrado em seu livro.

O loiro suspirou e caminhou até seu amigo.

– Vamos Sai, meu ajude. Eu só quero entender porque Sasuke ainda está mantendo aquela garota de cabelo rosa ao lado do irmão. Por que ele ainda não a trouxe para cá?

Sai fechou o livro em um baque surdo e fitou o amigo por um momento.

– Naruto, sente-se aqui, por favor.

O moreno apontou com a mão um lugar no chão a sua frente que não estava ocupado por um livro. O Uzumaki obedeceu e sentou-se imediatamente.

Ambos se encaram por alguns minutos, então as chamas das velas que estavam no canto da sala se tornaram maiores e iluminaram todo o ambiente que antes estava escuro.

Sai fechou os olhos e se concentrou, e nesse instante alguns livros que estavam espalhados pelo chão se levantaram como se tivessem ganhado vida própria. O moreno contraiu o cenho e os livros começaram a girar ao redor de ambos como se estivessem esperando para serem escolhidos.

O garoto abriu os olhos e um dos livros parou exatamente entre ele e o amigo.

– Olhe com atenção essas imagens, Naruto.

O livro flutuou até as mãos do loiro e as páginas começaram a virar-se sozinhas, uma a uma, dando tempo para o garoto ver todas as imagens que o livro continha.

– Sai, você sabe que eu já vi esses livros varias vezes...

O moreno suspirou impaciente e os livros que estavam no ar caíram bruscamente no chão.

– Naruto, se você olhar melhor as imagens que estão em todos estes livros, vai ver que essa garota é citada em todos eles...

O Uzumaki arregalou os olhos e disse:

– Mas... Como?! Esses livros foram escritos há milhares de anos atrás!

– É exatamente este o temor de Sasuke e dos outros magos. Desde o inicio dos tempos, todos os profetas, magos, bruxos e criaturas mágicas que habitavam a terra previram a chegada dessa garota no mundo da magia.

– Por que a gente deveria temer a chegada dela?

– Naruto, escute, de acordo com os livros, essa garota poderá ser nossa salvação ou... Nossa destruição.

(...)

O espelho refletia a imagem de uma bela noiva de cabelos róseos presos em um simples coque coberto por uma grinalda. Porém não era essa imagem que ela enxergava. Toda vez que ela se olhava no espelho enxergava apenas alguém sem presente, passado ou futuro.

– Está na hora, meu bem.

Sakura se virou e observou a figura da pequena mulher parada na porta.

– O que houve? Parece preocupada.

Asako andou até a Haruno e segurou suas mãos carinhosamente.

– Eu estou bem. É só um complexo meu. – Disse a rosada, não querendo manter contato visual com a mais velha.

– Sente-se, querida. Conte-me o que houve.

Ambas sentaram-se na cama e ainda de mãos dadas Sakura começou a falar:

– Senhora Asako, você já sentiu que estivesse faltando alguma coisa na sua vida? Como se alguma coisa estivesse errada e você não soubesse o que é? Ás vezes eu sinto como se precisasse me libertar de correntes invisíveis.

A mulher de meia-idade a olhou firmemente e o brilho de preocupação que antes habitava seus olhos havia se perdido. Ela levantou-se da cama, soltando-se das mãos de Sakura e começo a andar de um lado pro outro e enfim falou:

– Tudo bem, vamos acabar logo com esse joguinho.

– J- joguinho? Do que a senhora esta falando?

– Escuta aqui, Sakura. Eu sempre me perguntei como você consegue ser tão burra e tapada a ponto de nem desconfiar do que esta acontecendo até agora. – Gritou a mulher.

– S- senhora Asako... O- o que houve. Você bebeu alguma coisa?

Asako começou a rir freneticamente, então olhou para Sakura e disse:

– Asako é o nome mais tolo que eu já ouvi, eu sinceramente odiei quando soube que este seria meu nome no jogo.

Sakura se levantou da cama e correu até a porta para que pudesse sair daquele cômodo. Entretanto, a mulher foi mais rápida, impedindo que a menor saísse.

– Senhorita Haruno, se você sair agora deste quarto, uma de nós irá morrer. Eles já devem ter sentido a nossa falta. – A mulher fitou a rosada e calmamente tirou um revólver do casaco que estava vestindo. – E eu juro que se eu for morta, levo você junto comigo. – Então, apontou a arma para a cabeça da menina. – Agora, escute bem o que eu vou lhe falar e faça tudo que eu mandar.

A mais velha examinou o quarto e finalmente encontrou o que estava procurando. Pegou o abridor de cartas que estava em cima da escrivaninha e começou a rasgar o carpete do chão, e então depois de retirar uma parte, foi possível ver uma passagem secreta que aparentemente havia sido fechada a um bom tempo.

A mulher abaixou-se e abriu-a, ambas adentraram e começaram a correr pelo subsolo da casa. A passagem era fria e estréia e algumas vezes podia-se ver ratos correndo junto a elas.

– Por que estamos fazendo isso? Eu ainda não entendo o que esta acontecendo.

– Minha jovem, eu estou fazendo isso apenas porque eu realmente gosto de você e não quero vê-la nas mãos daquele seu noivo doentio. Esta passagem terminará exatamente ao lado do estacionamento, quando sairmos quero que você corra o mais rápido que puder e vá até o meu carro, é um Altima vermelho. – A senhora entregou as chaves do veiculo para Sakura e continuou: - Dentro do carro há uma passagem de avião para Los Angeles, quero que pegue ela e saia daqui o mais rápido possível, entendeu?

– Mas e você?

– Está tudo bem, eu vou apenas fingir que não sei de nada sobre essa historia e digo que você roubou meu carro.

Sakura balançou a cabeça, e enfim acharam a saída do calabouço que estava iluminado pelo pôr-do-sol e coberta por árvores e um grande matagal.

– Corra, menina! – Disse Asako empurrando Sakura para a saída.

– Por que você precisa correr minha amada?

Ambas ouviram a voz vinda de dentro do vasto mato e simplesmente congelaram. Então, Itachi apareceu exibindo um sorriso louco e doentio.

– Meu amor, o que você esta fazendo ao lado dessa velha maluca? – Falou se aproximando e abraçando a rosada.

– Me larga! – Disse Sakura desvencilhando-se do noivo.

O rapaz a principio não acreditou no que havia acontecido. Logo seu sorriso se transformou em uma expressão raivosa e assassina.

– Deixe-a ir. – Gritou a mulher apontando a arma para o homem.

O rapaz a encarou e então alguns homens trajando smokings pretos saíram de traz das árvores, segurando armas maiores, e todas miravam a cabeça de Asako.

A mulher de meia idade levantou as mãos e calmamente colocou o revólver no chão. Itachi pegou a arma e falou:

– Isso, boa garota. Sabe, eu realmente gosto de empregados competentes que sabem seu lugar na sociedade. E se tem uma coisa que eu realmente não admito é deslealdade. – Colocou a arma na cabeça da mulher e atirou. – Uma pena que nosso relacionamento não deu certo, mamãe.

Sakura estava horrorizada com a cena, sentou-se no chão, pois suas pernas tremiam demais para que se mantivesse em pé e observou o corpo da mulher morta na grama e finamente as lágrimas tomaram conta de seus olhos.

– Tudo bem, querida. Vamos voltar pra casa. – Disse Itachi abraçando-a.

– Não toque em mim. – Sakura gritou desesperada.

O rapaz a encarou por um tempo com uma expressão de nojo, pegou o celular que estava no bolso de trás, e digitou algum número. Os caras que estavam ao lado seguraram Sakura, detendo-a e começaram a levá-la para fora do matagal.

– Me largem! Pra onde estão me levando? – Gritou.

– Não se preocupe meu bem. – Itachi acariciou seu rosto e continuou: - Se você não quer ficar comigo, então vou levá-la para um lugar pior que o inferno.

Sakura parou de lutar e observou a figura do noivo diminuindo enquanto era levada para fora daquele lugar. Olhou para o céu e notou que já havia escurecido. E acabou deixando uma última lagrima cair de seus olhos.

Temeu não ver o pôr-do-sol novamente.


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Notas finais do capítulo

Bem, primeiramente desculpem-me pela demora e pelos erros ortográficos.
E posso disser que agora sim as coisas vão começar a ficar mais emocionantes, hehehe :3
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