– Já pode se virar, pai. – Disse Violetta tentando não rir.

German sorriu e se virou.

– Desculpe, ainda não me acostumei com... Tudo isso.

Violetta sorrio e o abraçou com força. Era impressão sua ou tudo havia mudado muito em 6 meses? Seu pai estava mais magro, poderia jurar que tinha olheras... Parecia mal.

– Papai, está acontecendo alguma coisa? – Perguntou examinando-o

O sorriso de German se apagou. Era como se a alegria inundasse seu rosto mas não chegava até os seus olhos. Faltava o brilho que ele tinha apenas quando via apenas uma pessoa.

– Pensei que já havíamos falado disso, papai. – interrompeu Violetta acariciando o ombro de seu pai.

German ficou em silencio e colocou sua mão em cima da mão de Violetta.

– Ainda sinto falta dela. – Disse suspirando.

– Sabe? As vezes me pergunto... Onde ela está? O que está fazendo? Como ela está? Se...

– Lembra da gente? – Completou German com tristeza.

Violetta o olhou com tristeza. Desde que Angie havia ido embora tudo havia mudado muito. Esmeralda havia o enganado e graças a ela, German tinha ido parar na cadeia. Mais que nunca Vilu precisava de sua tia. Também entendia que ela tinha seus motivos para ir embora. German tinha ferido muito ela, mas desejava com todas as suas forças tê-la ao seu lado. German agora não se importava com nada, trabalhava, comia e dormia, assim era sua rotina. Seu motivo parar viver já havia sido perdido. Sua única alegria vinha cada 6 meses vê-lo, e a verdade era que ele estava cada vez pior a cada vez que Violetta voltava, e isso já estava a angustiando.

– Pai, por mais que me doa dizer isso, mas você tem que seguir em frente. Angie está longe, quem sabe onde e... Ela seguiu sua vida e você tem que fazer o mesmo.

– Eu já tentei, Mas não é fácil Vilu. Não posso esquecer dela. Se eu soubesse o quanto ia doer perde-la eu nunca tinha a deixado partir.

– Sei que dói pai, para mim também dói muito. Não teve nenhum dia que eu não pensasse na Angie, mas tem que seguir em frente, tem que recuperar sua felicidade.

– Eu sei. Mas não penso em cometer o mesmo erro, usar alguém para tira-la da minha cabeça não é certo. Mesmo que eu queira ocupar seu lugar não tem como, porque Angie é... Angie é única, e nunca ninguém será exatamente como ela.

– Eu sei. É única.

Violetta rio para si mesma e German a observou com curiosidade.

– O que foi? – Perguntou ele, sem saber o que lhe causava tanta graça.

– Nada. É que me lembrei de quando fui a festa do Studio e ela se fez passar por mim. Me contou tudo, estava tremendo de medo quando você chego e ...

– E acariciei a perna dela – completou ele com um sorriso vazio. – Me lembro como se fosse ontem. Quase morri de vergonha quando descobri que era ela e não você. E com certeza você me deve algo por ter me feito passar por esse papelão.

Vilu rio e se acomodou no banco. Um silencio se apoderou do ambiente até que German o rompeu.

– Queria poder desejar que todas as brigas que tivemos fossem trocadas por apenas bons momentos. Tenho certeza que teria lembranças melhores se pudesse ser assim.

Violetta se inclinou e o abraçou. Vê-lo mal lhe causava angustia por não poder fazer nada para mudar tudo isso.

– Bom, chega de tristeza... Agora me diz, como foi tudo? – Perguntou German separado-se de sua filha.

– Incrivel – respondeu Vilu emocionada – Você não imagina o quão incrível está tudo isso. Italia, França, Espanha tudo é grandioso. Não sei... Parece um sonho ao qual não quero nunca mais acordar.

German sorrio.

– Eu amo ver você assim. Fazendo o que mais ama fazer.

– Sim, sinto que poderia morrer fazendo isso. Poderia passar o resto da minha vida fazendo isso, e já vou avisando para que não se acomode porque na próxima turnê você vai comigo né? E tem que gritar e ser o que mais vai me apoiar porque vou estar te vendo durante todo o show.

German rio e rodeou sua filha com um abraço.

– Bom, gritar não sei. Já estou velho para isso mas pode ter certeza que vou estar ali sempre. Para te apoiar, te incentivar, para dizer que você é a melhor filha do mundo e que não poderia ter pedido algo melhor.

– Bom, já está bom que você vai e que me coloque toda vermelha.

Os dois riram e se abraçaram quando Vilu ficou de pé.

– E o que está cozinhando?

– Um bolo de chocolate.

– O cheiro está delicioso. Olga teve que me ensinar algo antes de ir porque senão eu morria de fome.

Violetta rio e tirou o bolo do forno.

– Pois bem, não aprendeu, pai. O bolo está todo queimado.

– Que?! – Perguntou ele correndo para ver – Bom, ainda bem que você está aqui para me ajudar a fazer outro.