O Que Nos Mantém Unidos. escrita por Lara


Capítulo 19
Por Isso Você Se Foi


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão?
Pelos comentários a maioria estava ansiosa para saber sobre o plano... Neste capítulo vocês já poderão ter uma ideia de como vai ser ;) espero que gostem.
Escritora: @germangielover
Tradutora: @ClaraAlonso_FC



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Angie cantarolava alguma coisa enquanto suas mãos iam de um lado para o outro, preparando uma sobremesa para Thiago. Em seus tempos livres ela gostava de cozinhar para seu filho, qualquer coisa que ele pedia. Ela amava consentir seus desejos. O cheiro de caramelo começava a aparecer e era delicioso que a mulher fechava os olhos e sorria de prazer. Distraída, retirou a vasilha onde estava o caramelo e se queimou. Sentindo dor, se curvou enquanto refugiava sua mão quente entre suas pernas, se queixando. Sentindo dor, colocou a mão na água fria dentro de um recipiente submergindo sua mão nele, sentido o alivio de imediato. Quando menos esperava a campainha tocou.

– Thiago! – o chamou enquanto maldizia em sua mente a dor que a queimadura lhe causava – pode ver quem está na porta?

A mulher não poderia sair assim, queixando-se de dor. Ia passar por um enorme papelão se abrisse a porta e a pessoa do outro lado vesse a cara de dor dela. Angie esperaria alguns minutos até que dor melhorasse um pouco. Passos um pouco silenciosos foram ouvidos, enquanto seu filho obedecia a ordem de sua mãe. Ela escutou a porta se abrindo e a voz de um homem falando. A voz parecia ser muito conhecida. Conhecia perfeitamente aquele homem. De repente uma alegria a inundou dos pés a cabeça, enquanto retirava sua mão e secava.

– Mãe! – gritou Thiago da sala – é pra você!

Angie se apressou e arrumou um pouco seu cabelo. Logo caminhou até chegar a porta e ali estava ele. Seu melhor amigo. Poderia jurar que havia algo diferente nele, mas não sabia dizer o que era. Seu cabelo estava igual, o rosto um pouco mais demarcado pelo sorriso simpático que o caracterizava, continuava ali. Pablo a olhou dos pés a cabeça como se estivesse analisando-a, enquanto um sorriso aparecia em seu rosto. A loira o olhou com a testa franzida, o que tanto olhava? Ele entendeu a pergunta e disse:

– Está melhor que nunca. Os anos te fizeram bem.

Angie riu, dievertindo-se com o comentário. Ela parecia não pensar o mesmo.

Pablo riu de cabeça baixa, com um pouco de malicia e passou da porta sem mesmo pedir licença para abraçar Angie com força. A loira devolveu o abraço com força enquanto sorria sem ser vista. Quanto havia sentido falta dele. Pablo se separou um pouco para ver melhor o rosto de sua amiga, esta estava sorrindo de orelha a orelha. Mesmo depois de tantos anos, esses olhos verdes e brilhantes, ainda o deixavam gelado.

– O que faz aqui? – perguntou Angie, fazendo a pergunta em um bom sentido, pois não entendia como Pablo sabia de sua chegada a Buenos Aires.

– Te vi a noite e você nem se quer se virou para me ver. – respondeu ele cruzando os braços com uma expressão ainda assim divertida.

Angie abriu a boca surpreendida e apontou para si mesma. Ela amava brincar com pablo. Sentia muita falta de suas brincadeiras. A loira ia pedir desculpas quando Thiago pigarreou para chamar a atenção. Não tinha gostado do homem, parecia muito confiante para o lado de sua mãe e não parava de olha-la. A única pessoa que poderia fazer com Angie era ele... e seu pai, claro.

– E quem é esse pequenino? Perguntou Pablo prestando atenção em Thiago.

Pablo se agachou e observou o pequeno olhando em seus olhos. “São iguais aos de Angie” pensou. O pequeno o observou com a testa franzida e de braços cruzados. Como um policial vigiando um preso sem tirar o olhar.

– Tenho cinco, senhor. Não sou um bebê. - respondeu ele com um ar pesado.

Angie cobriu seu rosto vendo a cena. Pablo apenas o observou divertido.

– Quem é? – perguntou para Angie.

A loira observou ficando nervosa. Deveria dizer ou não? Pablo levantou e a olhou com uma sobrancelha levantada, o que estava escondendo?

– Sou o filho dela, e você? – respondeu Thiago seriamente.

O rosto de Pablo se escureceu, seu sorriso desapareceu de seu rosto. Seu olhar ia do pequeno e logo até Angie, e novamente até Thiago e de novo a sua amiga. Pablo sentiu como se algo pesado caísse em seu estômago. Estava gelado. Angie tinha um filho, de quem?! Angie se encolheu de ombros, juntou as sobrancelhas e ficou com cara de pena. Pablo passou uma mão pelo cabelo e viu sua amiga com a testa franzida. Angie conhecia esse gesto perfeitamente. Estava com raiva.

– Thiago, vai para seu quarto, meu amor. – pediu a seu filho enquanto tocava em suas costas.

O pequeno fuzilou Pablo com o olhar. Logo apontou com os dois dedos para seus olhos e apontou os mesmo para Pablo, dizendo que estava de olho. Depois se virou dramaticamente e subiu as escadas. Não lhe agradando nem um pouco a ideia de deixar sua mãe a sós com aquele homem estranho. Ficava com cara de bobo quando olhava para Angie, e Thiago sabia perfeitamente o que era essa cara, a cara de amor. Quando seu filho despareceu pelas escadas, Angie suspirou e olhou para Pablo.

– Escuta, sei que está com raiva porque eu não te disse nada, mas...

Por isso você se foi, não é? – a interrompeu Pablo vendo ela furioso – Por isso não me disse nada do porque se foi.

Angie o olhou sentindo dor. Se havia algo que tinha doido, era ter deixado Pablo sem nenhuma explicação, mas não havia tido tempo e muito menos vontade de explicar a ninguém sua razão de partir. A mulher abaixou a cabeça sem poder suportar o olhar de Pablo e indicou para que ele entrasse. Ele passou por seu lado e se sentou no sofá, esperando que Angie se sentasse a seu lado. A mulher se sentou ao lado de seu amigo e procurou seu olhar.

– Me desculpe, mas eu não tive coragem de dizer a ninguém, Pablo. – disse colocando sua mão sobre a dele. – tive que ir embora muito rápido. Não queria sofrer mais.

Pablo a olhou comovido. Milhões de pensamentos cruzavam sua mente e o golpeavam por dentro. Como um golpe seco no estomago que o deixava sem ar.

– Quem é o pai? – perguntou tendo medo da resposta.

Angie abaixou a cabeça e fechou o olhos. Sabia o que vinha por aí. A mulher se atreveu em levantar o olhar e olhar nos olhos de Pablo. Tinha um nó na garganta porque sabia que lhe fazia mal vê-la com German. Interpretando seu olhar, Pablo parou e se levantou, passou uma mão pelo cabelo enquanto a outra estava apoiada em sua cintura. Dentro de si, sentia uma impotência incontrolável. Tinha que se acalmar para não gritar com Angie, não queria começar seu reencontro brigando com ela.

– Por isso fugiu – começou com a voz tremula por causa da raiva – você foi sem dizer nada. Queria esconder que estava gravida dele, não é? Por isso não teve coragem de falar comigo.

Angie sentiu como a culpa caia em cheio sobre ela, causando um nó em sua garganta. Tinha razão de ficar com raiva por não saber de nada, mas não era assim. Pablo não tinha o direito de mencionar as razões pela qual havia ido embora.

– Me desculpa? Respondeu a mulher ficando de pé com o rosto cheio de pesar e arrependimento – sei que devia ter me despedido mas você não pode julgar minha decisões, Pablo.

– Claro que posso! – exclamou ele elevando o tom de voz – quando tinha problemas, dependia de mim e agora se esquece como se eu fosse um trapo ao qual já tirou todo o proveito?!

– Nunca te usei, Pablo – respondeu ela doída – sempre fui sincera com você. Nunca menti pra você. Eu fui porque German e eu tivemos um mal entendido, e tinha que descarregar minha mente. E também, do que ia adiantar eu dizer a você, se eu sei que não ia me apoiar.

Essa foi a gota para que toda a agua do vaso de derramasse.

Pablo a olhou com a mandíbula apertada e negando com a cabeça. Tinha apenas alguns momentos que o faziam pensar, que só de vê-la de novo, talvez poderia recupera-la e ter algo com ela, pois não havia conseguido esquecer daquela mulher por mais que quisesse. Agora a ideia lhe parecia ridícula. Angie tinha um filho do homem que ele odiava. German Castilho, quem havia machucado inúmeras vezes, e sua amiga, ainda assim, continuava caindo em suas redes.

– E me parece que nunca vai aprender – ele passou a mão no rosto negando com a cabeça – German te machuca um vez e outras mais e você sempre deixa tudo passar. Como um cachorro atrás de seu dono.

Angie sentiu um golpe seco no estomago. Ouvir isso de Pablo doía no fundo. Sem poder se conter, seus olhos se encheram de lágrimas de raiva, depois de tanto anos, a única coisa que conseguiu ao rever seu amigo foi seu julgamento. Ambos se olharam, seus olhares cheio de dor e desespero. Pablo saiu de perto dela, com brutalidade e passou ao lado de Angie. Ela abaixou os ombros e deixou cair as lagrimas em seus olhos. Sem se virar, escutou como a porta se abria.

– Ah olha! – disse Pablo se encontrando com German na porta, quase tocando a campainha – justamente o que queria. Agora eu os deixo a sós e não fico sendo um estorvo.

Essas ultimas palavras, foram ditas carregadas de sarcasmo. Angie limpou as lágrimas rapidamente, e escutou a porta sendo batida com força. A mulher se virou e encontrou o olhar constrangido e espantado de German. Ele a viu e se assustou, o que tinha acontecido?

– Oi. – saudou Angie com a voz tremula, tentando sorrir.

German tomou ar e se aproximou dela. Primeiro ficou distante vendo a reação de Angie. Parecia estar mal, seu olhar estava carregado de dor e ressentimento. Encurtando a distancia entre eles, German deslizou suas mão por trás da cintura dela e a aproximou dele, para abraça-la. Angie se deixou levar afundando seu rosto no pescoço dele. O homem acariciou suas costas, esperando que ela ficasse mais calma, o coração dele se partia em vê-la assim. Depois de alguns minutos ela retirou seu rosto do pescoço dele para olhar em seus ohos, a distancia entre seus rostos era curta pois ele não tinha retirado as mãos da cintura de Angie, mantendo ela perto.

– Me desculpe. Não queria que me vesse assim. – disse ela abaixando o olhar com vergonha.

Ele se comoveu, com delicadeza retirou seu braço das costas de Angie e acariciou seu rosto. Ela fechou os olhos diante do contato e suspirou. Mesmo que tivesse medo que German a machucasse de novo, não podia negar que se sentia segura ao seu lado, como se imediatamente todos seus problemas desaparecessem e só estivessem ele e ela ali.

– Sei que está triste, mas tenho uma noticia que vai te deixar feliz. – disse ele com um sorriso alentador.

Angie sorriu se contagiando com o sorriso de German. Até aquele dia, aquele homem conseguia coloca-la aos seus pés com apenas um sorriso, era algo que Angie se considerava vulnerável.

– O que é? – perguntou querendo saber sobre a surpresa.

German soltou Angie de seus braços e pegou quatro documentos em seu bolso. Ao parecer, eram passagens. Ele sorriu e as entregou a Angie, esperando ansiosamente a reação da mulher. Angie observou o destino das passagens e levantou o olhar, curiosa.

– Vamos viajar? – perguntou a German, sem entender a razão pela qual iam sair do país, até Madrid.

– Bom, pensei que Thiago deveria ter meu sobrenome.

German parou e esperou que Angie ligasse os pontos. Ela assentiu com a cabeça lentamente, acedendo ao pedido de German. Era seu filho e tinha direito de lhe dar seu sobrenome. Não poderia negar a ele esse desejo. O que não entendia era: o que as passagens tinham com isso? German riu para si mesmo ao ver Angie com um grande sinal de interrogação no rosto.

– Thiago nasceu na Espanha, e se queremos dar meu sobrenome, temos que fazer em Madrid. – explicou ele aclarando a duvida de Angie.

Angie voltou a ver as passagens, pegando-as. Logo voltou a subir o olhar e disse:

– São quatro passagens.

German assentiu.

– Vamos Violetta, Thiago, você e eu. – respondeu ele explicando.

Angie fez um careta, como se algo a tivesse decepcionado. German a observou enquanto cruzava os braços.

– Sei que queria que fossemos só nós dois. Mas não podíamos deixar Thiago sozinho e Violetta queria ir também. – disse em som de brincadeira. – Mas da próxima eu prometo que vamos juntos, só nós dois.

Angie revirou os olhos e entregou as passagens para German. Ele sorriu, lhe causando graça, que ela bancasse a durona com ele. Angie caminhou até as escadas e chamou Thiago para ver seu pai. A verdade era que estando perto de German, sentia como se o coração quisesse sair pela boca, ele a deixava muito nervosa. Os próximos dias, estariam viajando e mesmo que fossem quatro pessoas, tinha certeza que German faria de tudo para estar na maioria das vezes com ela. Apenas os dois.


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Notas finais do capítulo

Acho que já entenderam como vai ser, não é?
Então, imagino que serão ótimos dias em Madrid hehehe
Beijos, até a próxima.
Comentem.



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