POV Ally
Minha manhã foi terrível. Acordei com uma incrível dor de cabeça e desci. Dez me disse que meu pai foi á loja, mas que ele tinha dito que só ia por era inevitável, que ele não estava bem, eu também não fui á escola. Dez me chamou para irmos também para a Sonic Boom
, eu não queria ir, mas ele insistiu então eu fui. Seguimos para lá de táxi, e nem me preocupei em me arrumar, coloquei uma roupa simples, não me maquiei e deixei o cabelo solto mesmo. Fui forçadamente mesmo, minha vontade era ficar no meu quarto e chorar. Todos estavam na loja e todos tinham a feição triste.
–Oi Ally. As meninas falaram me abraçando em grupo, segurei as lágrimas. Vai ficar tudo bem amiga. Kira falou
–É nós estamos aqui para te apoiar. Cassidy disse enxugando uma lágrima que caiu
–Eu sinto muito. Trish falou todos, um a um me abraçaram.
–Eu ainda não posso acreditar! Elliot falou Como Austin pôde fazer isso?
–Eu... Por favor eu não quero falar disso. Eu não estou bem. falei
–Alô? Dez falou atendendo o celular Ok, estou indo. falou e se despediu sem dizer para onde ia.
–Você comeu? Trent perguntou
–Não estou com fome.
–Mas você tem que comer! Vai acabar ficar fraca. Dallas falou
–Isso mesmo, vamos todos para a praça de alimentação, eu também estou querendo comer. Elliot falou me fazendo rir
– E quando você não quer? perguntei
–Bom... ele fingiu pensar Acho que nunca, Vamos! Cassidy você vem?
–Não, o tio Lester foi resolver um problema de entrega então a loja não pode ficar sozinha, vão vocês e cuidem dela.
–Não! Não! eu protestei enquanto era arrastada por cinco pessoas teimosas.
Sentamos numa mesa e logo todos fizeram seus pedidos, e o meu também foi feito por Trish. Todos tentavam me animar, e eu contei tudo o que tinha acontecido, estávamos conversando até que eu o vi, ele vinha com Dez, e se sentaram numa mesa não muito distante da nossa. Meu coração parou. Ele me viu, e a sua aparência estava parecida com a minha, Olheiras e inchaços, seu olhar tinha um tom triste e de mágoa, ele olhou para Dez que estava de costas para nós e logo ele virou e nos olhou. Todos estavam calados.
–Me desculpem, mas eu não posso continuar aqui, não se preocupem comigo, eu vou para casa e como alguma coisa lá. me levantei e sai o mais rápido que pude, sentindo o olhar de Austin sobre mim.
Corri e corri sem parar, as lágrimas inundavam meu rosto, até que parei me sentei num banco de um ponto de táxi, que ficava a duas quadras do shopping, peguei o primeiro táxi que chegou e fui para casa.
POV Austin
Liguei para o Dez e marquei de me encontrar com ele, meu pai voltou para casa e eu fui ao shopping, para encontrar o ruivo.
Depois que cheguei lá eu o chamei para irmos à praça de alimentação, pois eu não tinha tomado café ainda, nós fomos e talvez eu deveria ter ido para outro lugar.
Porque eu a vi.
E não tenho como descrever bem o momento, não sei o porquê, mas parece que ela atrai o meu olhar e o meu coração. E por falar nesse, ficou despedaçado por ver o estado dela. Seu rosto demonstrava que tinha chorado a noite inteira, e o que mais me dói é saber que eu só o motivo disso. Mas o olhar que ela me mandou, mesmo a metros de distância e cheio de pessoas ao redor, não tive como não identificar. Nele havia dor, mágoa, decepção, tristeza, tudo isso junto, e o brilho que eu via neles quando ela olhava para mim já não existia mais.
Ela se levantou e saiu depressa, me deixando arrasado.
–Vê o que eu digo? Dez falou chamando minha atenção enquanto eu me controlava para não correr atrás dela. Olha o que você tá fazendo Austin! Você viu como ela está? Você vê como você está? Pare com essa besteira irmão, volte para casa.
–Me desculpa Dez, mas eu não vou. Eu não posso não depois do que me disseram, e não depois do que eu disse.
–Mas Austin... ele tentou continuar, mas a galera tinha vindo ao nosso encontro. Todos me cumprimentaram e suas feições eram de tristes.
–Você tem certeza disso cara? Elliot perguntou
–Não sei, mas também não vou voltar atrás, eu preciso ir agora, depois nos falamos. me levantei e saí, pegando o primeiro táxi que apareceu na frente do shopping, aliás a minha moto ficou na casa do meu pai. Meu pai. Como ele está agora? Ele me magoou, mas eu acho que também fiz isso.
O caminho para o meu novo endereço foi pesaroso e pensativo, e de novo, a minha última lembrança da Ally, era de vê-la com o rosto com marcas de choro.
Cheguei em casa e não vi o Mike na sala, fui direto para o meu quarto, mas o ouvi no corredor.
–Calma eu sei que estou devendo a muito tempo, mas agora eu tenho como pagar... ele falou e ficou em silêncio
–Eu sei disso, eu vou dar um jeito de levantar essa grana ainda essa semana, não se preocupe. e desligou o celular
–Austin? Já chegou? ele falou desconversando
–Já sim. Está tudo bem Mike?
–Problemas filho, só contas, esse cara é de Los Angeles, um fornecedor de matéria prima de lá da loja.
–Quanto você deve? Se precisar eu te ajudo.
–2 mil dólares, mas não Austin, não lembra que eu já estou te devendo? Não quero gastar seu dinheiro.
–Não se preocupe, eu lhe dou o dinheiro, vamos tirá-lo?
–Vamos então, obrigada filho. ele bagunçou meus cabelos e nós saímos. Dei o dinheiro a ele e nós fomos para casa. Lanchamos à tarde e ele saiu para depositar o dinheiro na conta do fornecedor.
Decidi sair para espairecer a mente, caminhei por alguns metros e logo o avisto numa esquina junto a um homem mal encarado. Seu estilo era de vagabundo, e sua aparência então de bandido, Mike deu o dinheiro a ele, no começo pensei que fosse um assalto, mas o cara saiu normalmente assim como Mike.
Mas o que é que está acontecendo? Ele mentiu para mim! Deve ter algum motivo para isso. Resolvi sair dali antes que ele me visse e voltei o mais depressa para casa, se ele está escondendo alguma coisa de mim, eu irei descobrir.