Our Song escrita por Apimentada


Capítulo 16
Maldito Resfriado


Notas iniciais do capítulo

OMG!! OMG!!! 9 recomendações ??!! COMO ASSIM ?!!!!! Eu NUNCA pensei que teria tudo isso. Serio. Gente... To tão feliz *-* MUITO OBRIGADA VICKS!!! Queria agradecer por ser essa leitora maravilhosa e fiel que me apoia tanto. Pessoas assim fazem a diferença. Cap dedicado TOTALMENTE a você.
E MUITO OBRIGADA AOS COMENTÁRIOS! Estão me motivando muito.
Boa leitura!



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Estou ferrada. Eu sei disso. Me sinto em um filme de terror, onde há uma pobre garota indefesa que está sozinha em uma casa. Ela quer abrir a porta de um quarto que tem alguma coisa dentro, mas não sabe o que é e todos que estão assistindo dizem: " Não abre ". Mas por algum motivo ela abre.

Levantei da cama com preguiça e esfreguei meus olhos com a visão embaçada. Se eu ainda me lembro da noite passada ? Infelizmente sim. Andei até a sala e encontrei meu celular no chão, com a tela quebrada. Ai. Doeu. O peguei e vi o número 1 separado por um rachado do 6. É, o DC havia me ligado 16 vezes. Tive vontade de atirar o celular de novo contra a parede, mas isso só iria me causar mais prejuízos. Então só o coloquei em cima da pequena mesa no meio da sala. Depois iria levar para concertar.

Abri a geladeira e peguei uma maçã. Me lembrei do dia em que conheci o Cê. Nossa primeira conversa de verdade, por causa de uma simples fome que me bateu. E por coincidência, ou não, nele também. Depois que terminei de comer, tomei um banho e coloquei uma roupa simples. O peso na consciência e a vontade de desabafar estava aumentando. Resolvi ligar para a Magá. Pedi com urgência para ela vir até a minha casa e resolvi nem explicar o porquê. Após um tempo, ouvi a porta bater e fui atendê-la.

_ Oi Mô! -- a Magá disse me abraçando --

_ Oi amiga! Entra.

Nos sentamos no sofá e a Magali logo foi pegando seu saco de chocolate. Ela sempre trazia isso quando íamos conversar sério, pois segundo ela, a deixava calma e ajudava a pensar.

_ Conte tudo. -- ela disse mordendo o doce --

_ Ontem a noite... Eu estava aqui em casa inocentemente quando o boboca do Cebola chegou e me agarrou a força e daí a gente se beijou e eu mandei ele embora e ele foi e estamos assim agora.

Disse tudo rápido na esperança dela não entender nada. Mas ela é minha melhor amiga e desconfio que melhores amigas tem super poderes. Como saber o que estamos pensando até se não falarmos nada.

_ Você beijou o Cebola. -- Magali repetiu -- E está confusa. Hum... É, acho que você gosta dele. E duvido que ele tenha te agarrado a força, eu te conheço.

Bufei e me levantei do sofá. Andei pela sala em círculos e parei na sua frente.

_ Será que dá pra me ajudar ? -- bati os braços contra o corpo irritada -- Eu não sei o que fazer agora... Parece estar tudo tão bagunçado...

_ Olha... -- ela disse enfiando um tablete inteiro de chocolate na boca -- Eu nunca achei que você e o Do Contra combinassem. -- ela continuou e eu revirei os olhos -- Mas vocês sempre se deram bem como casal e cuidaram um do outro em todos os momentos possíveis. Você já me falou que o ama. E agora por causa de um garoto que conheceu acha que seu mundo bagunçou ? Se levante garota! Mostre suas garras!

Cruzei os braços e a olhei sem expressão.

_ É, hoje seu chocolate não fez efeito.

Depois de um tempo, Magali foi embora. Novamente e sempre, tornei a ficar sozinha e me afundei nos meus pensamentos.

Lembro do dia em que me toquei que amava o DC. Estávamos na Varanda da sua casa, de frente para piscina, sentados na borda dela, apenas molhando os pés até o tornozelo. Já era tarde. Eu não conseguia desviar o olhar do seu. Seus olhos pretos pareciam tão indecifráveis e indefesos naquela noite. Não havia nada igual. Nunca tinha visto. Infelizmente, não até pouco tempo atrás. Por que o Cê tinha que entrar na minha vida ? Estava tudo perfeito sem ele. Absolutamente tudo no lugar. Eu luto para tirá-lo da cabeça, porém ele passou o último mês 24 horas comigo. Como esquecer alguém que está por perto ? Não tem jeito.

A porta se abriu e eu levei um susto. Era o Cebola. Não disse nada, apenas o fitei.

_ Desculpe se assustei. -- ele disse sem graça --

Ele entrou e se sentou no sofá ao meu lado. Me encolhi no canto dele e puxei uma almofada para perto. A abracei contra o meu peito e o encarei sem ter o que dizer.

_ Está bem ? -- ele perguntou --

Assenti com a cabeça e a apoiei na almofada.

_ Não vai falar comigo ? -- ele perguntou fazendo biquinho --

Escondi o sorriso, só que o maldito percebeu. Ele puxou a almofada de mim e começou a me fazer cócegas. Não parei de rir nenhum segundo, pois sinto muitas cócegas e acabei me deitando. O Cebola se colocou por cima de mim e continuou. Paramos de dar risadas e nos encaramos. Olhei de relance para seus braços definidos ao meu lado me prendendo a ele. Fiquei séria e engoli seco. O Cebola se aproximou e passou de leve o nariz no meu pescoço até a minha bochecha direita. Tentei não sorrir com a sensação, mas ele não se impediu desse direito. O mesmo beijou minha bochecha lentamente e demorado. Fechei os olhos com a sua agilidade. Ele colou os lábios nos meus, me dando um pequeno selinho e se levantou.

_ Vamos... Eu quero fazer uma coisa.

Fiquei com cara de boba tentando entender se ele realmente havia me beijado e feito o resto, ou se estou sonhando. Uma raiva cresceu dentro de mim e um sentimento de ansiedade... Talvez não ansiedade, mas era o mesmo efeito, só não sei o que é. Ele me estendeu a mão e eu a peguei. Saímos da minha casa e vi a "tábua de passar roupa" no meu jardim.

_ Eu não vou subir nisso de novo! -- protestei --

_ Ah, qual é ? É o meu skate! Será que vocês não podem se dar bem ? -- ele perguntou --

_ Não. -- cruzei os braços --

Pela milésima vez da minha vida, ele me pegou no colo e me colocou na pequena máquina mortífera. Sinceramente, não devia ter falado quanto eu pesava no dia do parque. Nada disso estaria acontecendo. Aposto que se tivesse falado 70 kg, ele nem " triscava " em mim.

_ Quer parar de fazer isso ?! -- eu disse lhe segurando firme, já morrendo de medo --

_ Não, isso já é clássico nosso.

O apertei mais forte quando começamos a andar. Fechei os olhos e quando abri vi o Cê com um sorriso enorme. Impressão minha ou ele não parava de fazer isso desde que ele me beijou ? Safado. Chegamos no mesmo parque em que fomos na primeira vez.

_ O que viemos fazer aqui ? -- perguntei confusa --

_ Quero que a gente vá em um brinquedo que amo! -- ele disse igual a uma criança animada --

_ Tá... -- eu disse fingindo animação --

Não pensem que sou malvada em ficar chata com ele, mas por que ele agia como se nada havia acontecido ? E por que o Cebola me beijou de novo ? E por que eu deixei e não disse nada ? Senti uma pequena tontura enquanto caminhávamos, porém não disse nada. Cebola também não reparou. Ele estava muito feliz. E por alguma razão, isso me fez sorrir por um segundo.

_ Ta bom. Espera. -- ele disse me virando de costas para ele --

_ O que foi ? -- perguntei confusa --

_ Você não pode ver para onde estamos indo. É uma surpresa. -- ele disse tampando meus olhos com as mãos. --

_ Cê... -- comecei a reclamar e infelizmente fui interrompida --

_ Calada. Vamos!

_ E se eu cair ?

_ Eu nunca vou te deixar cair.

A seriedade em sua voz me assustou. Depois de um tempo, ele continuou.

_ É só seguir o som da minha voz. -- ele sussurrou no meu ouvido --

Fomos andando até o tal " brinquedo " comigo apenas seguindo o " doce " som da voz do Cebola.

_ Ei! Você pisou no meu pé! -- o alertei --

_ Como que eu vou pisar nele ? Estou atrás de você! -- ele rebateu --

_ Mas você pisou.

Ouvi ele bufando e pisei no seu pé. Ele deu um curto grito e xingou de dor.

_ Que merda foi essa ?! Por que fez isso ?

Senti ele mancando e segurei o riso.

_ Eu ?! Fiz o quê ?

Continuamos andando juntos e eu tentando entender o que ele dizia em meio a gritaria das pessoas em volta. De repente senti pararmos.

_ Pode abrir.

Abri os olhos me deparando com uma enorme montanha russa. É, acho que vou desmaiar.

_ Tá brincando né ?

_ Não. Vamos! -- ele disse me puxando pelo pulso --

_ Não! Não! -- eu disse me soltando e dando um passo para trás -- Eu nunca gostei desses brinquedos e...

_ Mô... -- ele disse pegando meu rosto com as duas mãos -- Confia em mim ?

Fiquei um tempo olhando seus olhos. Por que toda vez que os olhava tinham um brilho diferente ?

_ Sim. -- respondi --

_ Então vamos...

Ele pegou na minha mão e me conduziu até o brinquedo. Me segurei firme na barra da frente dos assentos fortes olhei para o Cebola nervosa.

_ Calma. -- O Cê disse pegando na minha mão --

Fechei os olhos e tentei bloquear o medo. Era quase impossível. Parecia que eu iria despencar de mil metros e cair de cara no chão, morrendo espatifada. Quando o cara que comandava a montanha russa disse que ela começaria a andar, o pânico foi grande. E o que o Cebola estava fazendo nesse exato momento ? Dando gargalhadas. Sim. Eu tenho que parar de me envolver com essas pessoas.

_ Uhu!! -- Cebola gritou assim que descemos --

Meu estômago começou a revirar e eu gritei alto e desesperada. Cebola pegou minha não direita e levantou para cima junto com a sua. Ele continuava rindo e gritando e eu desesperada e gritando. Assim que a tortura acabou e saímos do brinquedo, ele me ajudou a descer e ficou de frente para mim.

_ Viu ? Não foi tão ruim assim!

Foi o tempo dele acabar a frase, eu vomitei no seu sapato. Bem. Fei-to!!

_ Que merda. -- sua frase final --

Passamos o resto da tarde caminhando pelo lugar e eu não entendia porque estava aqui com ele. Nos beijamos ontem, por que está tudo tão natural ? Tão monótono ?

_ Cê... Sobre ontem... -- comecei --

_ Não precisa falar disso. Eu te entendo. Só não precisa bancar a inocente da história. Você também foi culpada.

A raiva invadiu meus pensamentos. O que ele quis dizer ? Eu fiz alguma coisa ? E ele ? Ele me beijou!

_ Vamos embora. -- eu disse --

Fomos até a minha casa na "tábua de passar roupas" e quando chegamos na porta, eu o parei.

_ Se quiser entrar, tira o tênis.

Resmungando, ele os tirou. Observei o Cebola entrar só de meias. Ele me conduziu até o sofá e me pôs deitada nele.

_ Sério ? Não precisa disso tudo... -- eu disse revirando os olhos -- Eu estou bem!

_ Shiu. -- ele disse ajeitando a almofada para mim -- Você tem algum chinelo por aqui ? Que eu possa usar ?

_ Espera! Eu vou pegar. -- disse me levantando --

_ Não! -- Cebola me jogou no sofá -- Você fica.

Esperei por ele irritada por sua teimosia. Será que ele não sabe que o quarto de uma menina é algo pessoal ?

_ Gostou ?

Cebola apareceu com um chinelo rosa com flores que quase não cabia no seu pé e fez uma pose super engraçada. Comecei a dar gargalhadas da sua situação e ele sorriu.

_ Te fiz rir pelo menos uma vez hoje.

Corei e me encolhi um pouco envergonhada.

_ A- acho que você já deve ir.

_ Deixa eu ficar. -- ele disse rapidamente --

_ Não precisa...

Eu espirrei e depois tossí. Ai não. Resfriado. Isso é que dá ficar de roupa curta no frio, pular em piscinas no frio e sair de pijama em um parque no frio! Culpa de quem ? Exatamente. Dele. Cebola.

_ Você está resfriada.

_ Não, não estou. -- menti--

_ Está.

_ Não estou.

_ Está.

_ Não estou.

_ Está.

_ Não estou!

Ficamos calado e ele se aproximou de mim. Se agachou e acariciou meus cabelos.

_ Deixa... Você está sozinha aqui...

Bati na sua mão e desviei o olhar.

_ Não. -- afirmei --

_ Ok. Eu fico.

_ Espera! Eu disse que não.

_ Eu sei. Justamente por isso que eu vou ficar.

_ Cebola... Nós não somos nem amigos mais, não somos nada. Não admito que você fique.

Finalmente ele se calou de vez. Saiu pela porta e a fechou. Passei as mãos pelo rosto frustrada com a vida e enchi os olhos de lágrimas. Antes de eu soltá-las, o Cê tornou a entrar. O olhei assustada e muito confusa. Ele tinha uma mala na mão.

_ Eu sabia que isso ia vir a calhar! -- ele disse se referindo a mala --

_ Você trouxe uma mala com roupas e outras coisas ? Como... Você já planejava isso ?! -- perguntei incrédula --

_ Quase... -- ele respondeu sem muitas palavras a acrescentar -- Olhe pelo lado bom, se você tiver algum ataque do coração eu estarei aqui!

_ " Meu herói! "-- sorri irônica --

_ Que bom que sabe. -- Cebola disse encostado a mala na parede --

_ Vou tomar um banho. -- avisei --

Entrei dentro do chuveiro quente e estava me sentindo renovada. Se a energia não tivesse acabado e a água ficado fria. E estivesse tudo escuro. Soltei um grito fino e doloroso. Logo ouvi os passos pesados e rápidos do Cebola correndo pelo corredor.

_ Mô! Tá bem ? -- ele gritou --

_ Não entra! -- gritei de volta -- Eu só... Acabou a energia.

_ Opa! Deixa eu aproveitar então... -- ele disse girando a maçaneta --

_ Não se atreva!

Ouvi o barulho da porta se abrir e cobri o corpo com as mãos.

_ Cebola!! -- gritei --

A porta de fechou e ouvi suas risadas zombadoras. Desgraçado. Terminei o banho e corri até o meu quarto rezando para a toalha não cair ou coisa parecida. Mas de repente senti o Cebola me abraçando por trás e gritando. Levei um susto enorme, enquanto ele só se divertia com a situação. Dei um tapa na sua cara - sim, sou ninja, enxergo até no escuro - e corri até o quarto e tranquei a porta. Suspirei. Esse garoto não vai me deixar em paz nunca. Coloquei o pijama mais casual possível. O Cê deu leve batidas na porta e eu - por bondade talvez - o deixei entrar.

_ Já vai dormir ?

_ Acho que sim. Estou me sentindo cansada. -- menti --

_ Deve ser o resfriado. Qualquer coisa pode me chamar.

_ Tudo bem. -- concordei --

Cebola se aproximou de mim e envolveu minha cintura com o seu braço direito. Não consegui ver seu rosto, quase nada. Apenas sentia o calor do seu corpo. Ele colou seus lábios nos meus e me beijou de uma forma rápida e envolvente. O frio na barriga me invadiu mais forte do que ontem e fechei os olhos. Passei meu braço esquerdo no seu pescoço e ele aprofundou nosso beijo. Puxei sua cabeça de vagar para trás e me separei dele. Eu sentia o arrependimento cada vez mais forte. E eu odiava esse sentimento.

_ Boa noite. -- ele disse --

Assim que ele fechou a porta, me joguei na cama e derramei algumas lágrimas. Eu me sentia muito mal. Por que eu estava abaixando a guarda desse jeito ? Eu pertencia a uma pessoa. E isso é errado. Não posso continuar com isso. Peguei meu celular e olhei para as 16 ligações que ainda constavam na tela. Eu sabia o que devia fazer.


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Notas finais do capítulo

Cap grande hojeeeeeeeee!!! Hahaha XD não gostei muito desse, mas acho que o próximo vai ser legal! MANDEM REVIEWS, FAVORITEM, RECOMENDEM!!! Beijoooos!!! Até a próxima galera!!!