Never Try to Give Up escrita por Luíza AD


Capítulo 8
Oitavo


Notas iniciais do capítulo

LOOOOI ~~



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/454917/chapter/8

Lynn estava ferrada. Agora sim era oficial.

Depois daquele maravilhoso dia patinando com os amigos, achou que finalmente poderia descansar, mas estava terrivelmente enganada. Encontrava-se no chão do banheiro feminino, dentro de um Box, com a cabeça apoiada nos joelhos e tentando encontrar uma solução.

Quando chegou à escola, achou tudo muito calmo, mas logo foi interceptada por Peggy, a garota mais enxerida do mundo! “Por que isso só acontece comigo?” perguntou a si mesma, indignada. A resposta veio junto com a raiva. “Porque eu sou a novata.”

Não tinha raiva. Só tinha medo. Sempre teve medo de pessoas que querem saber demais da vida dos outros, e pior, para publicar um artigo que, provavelmente, toda a escola iria ler! Estava no banheiro desde o primeiro horário e sentia-se completamente estúpida. Mas não sairia de lá nem se a arrastassem.

Suspirou enquanto lembrava-se de como Rosa ficaria magoada se soubesse o que estava fazendo, até mesmo imaginou o que a garota falaria: - Você por acaso enlouqueceu? Quer passar de coitadinha agora? Tire a bunda do chão e saia daí!

Ela sorriu de pensar na amiga. E tomou a decisão de sair do banheiro. Quando saiu, respirou fundo e olhou para os lados. Ninguém.

Arrumou seus cabelos num coque malfeito e postou-se a andar. Pensava em várias coisas. Foi quando viu de longe uma cabeleira loira que preferia não ter visto. A loira estava quase chorando, algo que chamou atenção de Lynn, que tentou escutar o que estava havendo.

– Não acredito! – a loira gritou, fechando os punhos e cerrando os dentes. – Isso não é justo. Não é justo!

– Qual o problema dele? – Li perguntou para si mesma, olhando para Ambre. – Olha, se ele não quer sair com você, o problema é dele, Ambre. Você pode arranjar outro...

– NÃO! – ela gritou, assustando a todas. – Eu quero o Castiel! SÓ ELE.

– Tente conquistar ele, Ambre. – disse Charlotte se olhando no espelho, com uma expressão impassível. – Não tente atacar a Lynn. Isso sim não é justo.

– A Lynn é a culpada, Charlotte! – gritou como se fosse óbvio. – Percebeu? Desde que ela chegou, ele só tem olhos para ela! Desde que a outra foi embora, eu achei que conseguiria, mas não. Ela chegou e estragou tudo. TUDO.

– Por que não se vinga? – Li argumentou. – Mande alguém bater nela, como fez com a outra.

– Não. – Ambre descartou a idéia. – Já mandei, mas eles voltaram dizendo que o namorado dela a defendeu. Mas ela não tem namorado. Devia ser algum amigo.

– Então arranje alguém para ela!

– AJUDAR a inimiga? – Ambre bateu a cabeça. – Ficou doida?

– Faça algo! – Charlotte perdeu a paciência e a olhou como se fosse dar o bote. – A ameace. Faça ALGO! Vai perder para uma pobretona? Não estou te reconhecendo, Ambre. Desde quando virou uma desesperada?

Lynn estava tão concentrada em escutar a conversa, que não percebeu Nathaniel a chamar diversas vezes. O loiro não estava impaciente, pelo contrário, estava feliz por ter encontrado Lynn.

Ela se virou imediatamente e sorriu para ele.

– Oi Nath! – ela disse.

– Tudo bem? – ele percebeu a palidez de sua pele. – Aconteceu algo?

– Peggy andou me perseguindo. – Lynn contou metade da verdade. – Está tudo bem com você?

– Estou ótimo. – ele sorriu. – Melhor ainda conversando com você!

Ela deu um passo para trás e sorriu também. “Hã?”

– Por que deu um passo para trás? – Nathaniel se aproximou, cruzando os braços.

Lynn deu outro passo para trás, e outro, até que bateu de costas na parede. Estava encurralada.

– Por que sempre foge quando o assunto é paquera? – ele abaixou um pouco para ficar de sua altura.

– E-Eu não fiz nada! – ela balançou as mãos, com seu sorriso desaparecendo.

– Me diga, Lynn. – Nathaniel podia sentir a respiração de Lynn contra seus lábios. – Por que foge de mim?

Era o fim. Lynn já estava fora de cena. Quando alguém a encurralava assim, quase perdia a consciência. Era sempre assim. Ainda lembrava-se do dia em que Kentin quase a beijara, e ela desmaiou e foi parar no hospital. Imagine a cena que seu pai fez.

– Ei! – alguém gritou, mas Nathaniel estava concentrado em Lynn. Se ele a olhasse nos olhos – coisa que ele não fez. – teria visto seus olhos sem vida.

– Lynn... – ele tocou sua bochecha com a ponta dos dedos e encostou seus lábios nos dela.

– Vocês dois! – Nathaniel se afastou de Lynn e olhou quem era. – O que acham que estão...

Era Lysandre. Choque. Ele alternava o olhar entre Nathaniel e Lynn. O que vira foi de longe um absurdo, dois alunos juntos, se beijando. Mas Nathaniel... Com... Lynn?

Nathaniel saiu dali sem falar alguma palavra. Lynn ainda estava paralisada de medo, sentindo seu sangue pulsar nas veias como se fosse ter algum ataque.

– Lynn. – Lysandre a balançou. – Está aí?

– Estou. – Lynn piscou. – Ai. Meu. Deus.

– Você está mais chocada do que eu. – Lysandre a acudiu, tocando seu ombro. – O que houve?

– Ele queria saber por que eu sempre me afasto. – Lynn sentiu seus olhos marejarem. – Ele me encurralou.

– E por que você foge? – ele perguntou, pensando se não estava pisando em algum campo minado.

– Porque... – Lynn o olhou por alguns instantes e sorriu. – Eu fiz uma promessa.

– Que promessa?

– Eu prometi que não deixaria nenhum garoto se aproximar de mim. – disse. – Jamais.

– Mas parece que o Nathaniel conseguiu. – Lysandre lançou um olhar.

– Eu fiquei em choque. – Lynn suspirou. – Não sou boa nessas coisas. E ainda deixei ele me beijar. Como eu sou idiota!

– Não é idiota. Apenas entrou em choque. – ele sorriu. – É normal. Por que faltou as aulas de história?

– Peggy.

– Só por isso? – ele arqueou uma sobrancelha. – Vamos, daqui a alguns minutos é o intervalo. Pegue meu casaco.

Lysandre ofereceu o casaco de época dele para Lynn. Ela observou por alguns segundos as opções e sorriu para ele. Lysandre era sim um bom amigo. Poderia confiar nele. E também podia confiar em Nathaniel, oras! Igual como foi com Kentin!

Eles andaram até chegar ao pátio, onde estavam a roda de amigos deles. Lynn sorriu para Rosa, que lançou uma pergunta mentalmente sobre o casaco de Lysandre, que ela ignorou e foi falar com Iris.

– A aula é tão chata! – Iris reclamou. – A única coisa que eu quero agora é deitar e dormir!

– Desse jeito vai acabar desempregada. – comentou Castiel.

– Não quero ouvir seus comentários, obrigada. – Iris sorriu ironicamente.

– Tive uma ideia! – Assustou Rosa. – Vamos jogar um jogo?

– Que jogo?

– Pergunte à novata! – Rosalya riu. – Vamos fazer perguntas para Lynn e ela vai ter que responder a verdade! Que tal?

– Vamos! – Iris sorriu, e Lynn concordou, no fim. – Pergunta você, Rosa!

– Lynn, você tem celular? – Lynn pegou seu celular e entregou para Rosa.

– Lynn, você tem namorado?

– Não! – Lynn respondeu rápido. RÁPIDO DEMAIS.

– Sei. Qual o nome dele? – Iris riu.

– Eu não tenho namorado. – ela argumentou baixinho, olhando para Castiel. – Você tem namorada, Castiel?

– Eu? Por que? – ele sorriu, e Lynn estremeceu. – Quer se candidatar?

– Não! – Lynn arregalou os olhos e olhou para Lysandre. – Alguma garota já o agüentou?

– Você ficaria surpresa.

– Lynn, você gosta de alguém?

– Não.

– Você já beijou alguém? – Kim também estava lá, e perguntou sorrindo.

– Já.

– Quem?

– Meu namorado.

– VOCÊ DISSE QUE NÃO TINHA! – Rosa gritou, apontando diretamente para Lynn, que tinha uma expressão assustada.

– Meu ex. – Lynn acrescentou rapidamente.

– Qual o nome do seu ex?

– Viktor.

– Ele é bonito?

– Faz algum tempo que não o vejo...

– Parem com perguntas idiotas. – Lysandre disse rispidamente. – Sabia que Lynn também merece privacidade? Estão piores que Peggy!

– Desculpa! – Iris se adiantou. – Tudo bem, última pergunta!

– Sim?

– Você gosta do Castiel? – E Lynn teve rosto sorridente petrificado.

– Eu? – Lynn apontou para si mesma. “Só podem estar me zoando”

Antes que as meninas pudessem perguntar outra coisa, uma cabeleira roxa passou correndo e puxou Lynn sem dizer uma única palavra. A cabeleira roxa, como vocês já sabem, era Violette. Ela tentou acompanhar a menina, agradecendo mentalmente por ela tê-la roubado das outras.

“Não que eu não goste do Castiel. Eu gosto. É isso. Gosto muito, mas não vou admitir. Ele consegue me tirar do sério somente por respirar!”

– O que houve? – a loira disse, quando viu lágrimas nos olhos de Violette.

– Ambre. – Violette conseguiu emitir. – Você tem que me ajudar.

– O que ela fez?! – irritou-se. “Essa.. Essa..” – Quer que eu dê uma surra nela?

– Não. – Violette se divertiu com a idéia por alguns segundos. – Ela roubou minha música. Pelo menos o ritmo. Ela roubou!

– Como você pode ter certeza?

– Eu a ouvi treinar hoje. – a garota de cabelos arroxeados tentou não chorar. – Era o mesmo ritmo. Igual.

– Você não pode criar outro?

– Não! – gritou Violette, assustando Lynn. – Me ajuda Lynn!

– O que eu faço? – Lynn estava se sentindo mal por Violette.

– Precisa me ajudar a criar outro ritmo! – Violette declarou. – Venha comigo, me ajude! Só você pode me ajudar!

– Tudo bem, tudo bem. – Lynn acalmou Violette.

.

– Quantas vezes eu tenho que te dizer Violette? – perguntou seu pai. – Já te disse para não bagunçar seu quarto assim e...

– A culpa foi minha. – Lynn saiu de trás do armário e sorriu descaradamente. – Me desculpa, estava ajudando a Violette a fazer algumas coisas!

– Ela é sua amiga, Violette? – Violette acenou com a cabeça. – Oh, então... Oi, amiga da Violette. Nossa, faz tanto tempo que ela não traz ninguém aqui. Me desculpe por ter sido grosso, se divirtam. Eu tenho uma reunião agora.

O pai de Violette saiu com um sorriso satisfeito no rosto. Então, afinal, sua filha não era uma anti social, somente tímida.

– Seu pai é legal. – Lynn disse jogando-se na cama da amiga. – Bonito.

– Ele era modelo. – ela disse. – Mas parou para ser empresário.

– Que legal.

– E o seu pai? – Lynn perdeu um pouco do sorriso.

– Ele se foi. – Violette logo se arrependeu de ter perguntado. – Morreu um ano atrás.

– Sinto muito.

– Tudo bem! – Lynn riu do desespero de Violette. – Já superei. Não me importo de falar sobre isso. Não se desespere o.k?

Elas passaram a tarde conversando e trocando ideias sobre música, arte e garotos. Lynn gostava da companhia de Violette. Só queria que a garota conversasse com o resto da escola!

– Ambre me ameaça se eu falar com alguém que não seja você. – ela explicou.

– A é? – Lynn arqueou as sobrancelhas. – Amanhã você vai entrar comigo, venha até minha casa! Vamos juntas e vamos conversar com todo mundo!

– Mas a Ambre...

– Se ela te ameaçar... – Lynn sorriu confiante. – Fale que eu te obriguei!

– Mas ela vai mandar homens atrás de você!

– QUE SE FERREM! – Lynn e Violette caíram na gargalhada. – Olha tudo bem, um amigo sempre vai me ajudar! Ele me salvou da última vez que ela os mandou atrás de mim.

– Tudo bem então. – Violette disse a contragosto.

No dia seguinte, as duas estavam saindo da casa de Lynn, e Violette tentava ao máximo não ficar com medo do bairro. O chão estava sujo, e a garota tinha certeza que havia visto um rato passando pelo esgoto.

– Não é um dos melhores. – Lynn disse. – Você não está acostumada com esse tipo de bairro, não está?

– Na verdade, não. – Violette se apressou em acrescentar:- Mas é sempre bom conhecer novos lugares.

Quando chegaram à escola, Lynn arrastou Violette até seu grupo e apresentou-a a todos, que olhavam para Violette como se ela fosse uma carne nova.

– Sempre quis falar com você, Violette. – disse Melody sorrindo. – Mas você sempre parecia tão longe.

– Eu sempre te achei muito fofa. – continuou Rosalya. – Mas sabe... Nunca realmente tive a coragem. Era como se você tivesse uma armadura em volta de si que ninguém pudesse tirar.

– Gente, - avisou Lynn. – A diretora está me chamando.

Quando ela saiu, Violette olhou para os seus novos amigos. Suspirou e fechou os olhos. “Obrigada, Lynn.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Amo vcs