Acordei e só tive tempo de vestir rapidamente uma blusa vermelha regata e uma calça jeans com tênis antes de me arrastarem para a van com pacotes de lanche Mc feliz (culpem o Nico) e partindo para a próxima cidade, Phoenix. Obviamente eu li durante o caminho inteiro.

Para Nico receber os poderes foi rápido, só durou poucos minutos dentro de um jardim grande e escuro onde o deus ajudante de Hades concedeu a meu amigo o poder de invocar poderes de outros filhos de Hades mortos, assim ele fica mais forte. Em seguidas fomos para Quebec, não tenho a mínima idéia de como chegamos em apenas algumas horas lá, mas logo Quione apareceu no meio da neve, justo na frente da placa da cidade para abençoar Alice.

A filha de Hades recebeu o poder de criar pequenas nuvens e redemoinhos de neve, além de poder congelar pequenos objetos, dependendo do tamanho e peso, nem precisamos entrar na cidade, logo Alice estava criando bonecos de neve no meio da van. Então continuamos a viajem, desta vez indo para Memphis, encontrar o pai de Aly, que iria dar seus poderes a mesma

–Oi- sussurrou Percy perto de mim, fazendo meu corpo pular e se virar para ele,percebi que ele ria da minha cara, o fuzilei com o olhar e dei um tapa forte em seu braço- ouch! Que estressada- brincou ele com uma voz infantil, me fazendo rir, sendo acompanhada por ele.

Continuei a ler o livro calmamente, esperando chegarmos a Memphis enquanto Percy dormia calmamente ao meu lado, a cabeça deitada no meu colo servindo de apoio para o exemplar do segundo livro da coleção que ganhei de meu bisavô, que eu havia acabado de começar a ler. O tempo passou e quando percebi já tinhamos chegado, Thals dirigia rápido e bem o bastante para não chacoalhar a van tanto quanto Connor.

Acordei Percy que agora dormia abraçado a minha cintura e fui para fora, me deparando com uma enorme construção colorida e repleta de coisas como camas elásticas, livros de piadas e humor negro, roupas tão coloridas quanto a casa... Enfim, tinha certeza que se minha mãe superorganizada viesse aqui ela iria enlouquecer, ao meu lado Percy e Dani encaravam tudo de olhos arregalados, assim como todos os outros.

–Isso é pior que o meu quarto- resmungou o Cabeça de Algas fazendo grande parte do pessoal rir, nossa, fazia tempo que eu não o chamava pelo apelido, as coisas ficaram frias entre nós dois e por mais que não queira admitir, e sentia falta de como era antes, pelo menos de algumas coisas pequenas como os apelidos.

Senti meus olhos arderem e segurei as lágrimas, não iria chorar dessa vez, então vi alguém aparecer na nossa frente, um homem de estatura média e corpo magro, ele parecia ter cerca de quarenta anos, tinha cabelos platinados e vestia roupas em tons de azul, vermelho e verde, possuia uma máscara cobrindo um dos lados do rosto como o fantasma da ópera, a máscara sorria cruelmente. O homem que identifiquei como Momo andou até Aly.

–Minha filha- exclamou feliz tocando seu rosto- você veio! Creio que devo lhe dar minha benção, pois bem, terá o poder do riso, pode melhorar o humor de algum de seus amigos ou até fazer seus inimigos desmaiarem de tanto rir- declarou rapidamente e beijou a testa da filha- pronto, agora vão, tenho que voltar a pintar!- exclamou e um pincel com tinta amarela apareceu em sua mão, assim como uma tela com um sol sorrindo- vão!- esbravejou e saímos dali o mais rápido possível, louco.

Começamos então a viajem para São Francisco, encontrar Héstia, Percy estava nervoso e mexia as mãos frenéticamente ao meu lado, fechei o livro e pus minhas mãos em cima das dele e ele se acalmou, respirando fundo, então quando percebi que ele não começaria a ter um ataque de pânico voltei a ler com Percy descansando a cabeça no meu ombro. Quando chegamos agarrei o pulso de Percy, mais nervosa que nunca, nós dormiríamos em São Francisco, na grande e nova mansão da minha “família”.

Meu pai tinha ganho um bom dinheiro por causa de algumas palestras que ele vinha dando nas faculdades mais famosas da Califórnia e minha madrasta tinha feito alguns cursos de culinária e montado o próprio restaurante, uma pizzaria na verdade. Eles haviam comprado uma mansão no estilo de antigas casas da época de 1800 aproximadamente, agora o prédio que eles moravam alguns anos atrás era a sala de trabalho de Frederick e o quarto de brinquedos dos meus irmãos.

Saimos do automóvel após pararmos em frente a nossa casa, meus irmãos mais novos haviam dado o endereço por telefone, Percy havia falado algumas palavras com meu pai e ele nos deixou entrar, olhando fixamente para mim, fiquei calada e somente cumprimentei meus irmãos e minha madrasta e me ajeitei em um dos quartos para visitas, pelo menos foi o que me disseram mas o quarto era a minha cara, uma cama branca com um dossel dourado transparente, um closset simples, banheiro de madeira escura e paredes brancas, uma bancada escura para estudos e uma parede repleta de prateleiras com meus livros preferidos. Andei pelo quarto e vi uma foto minha com meu pai no criado-mudo, era a única coisa que decorava o quarto além dos móveis, lençóis e livros. Aquele quarto era para mim, eu sabia disso.

Percy saiu sozinho da casa e para a surpresa de todos, Héstia o esperava no portão da mansão. Ela tinha a aparência de uma garota de doze anos no máximo, vestia um vestido marrom com detalhes semelhantes a brasas com veios vermelhos a mostra, era de alças e levemente rodado até os pés, descalços. A deusa se aproximou de meu ex-namorado e tocou a testa dele, sussurrando algo para o mesmo e lançando um olhar para mim, em seguida sumiu em fumaça.

–O que ela disse, quais são seus poderes?- pergunta Thalia ansiosa e ele sorri

–Eu terei domínio do fogo, também serei imune a ele, algo parecido com o poder de Leo, só que melhor- respondeu rapidamente saindo em seguida, rumando ao seu quarto, no caminho senti seus olhos pesarem em mim e ele sorriu, feliz por algum motivo.