The Legend of The Sky's Princess escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 2
Capítulo 2 - O outro eu




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Capítulo 2 – O outro eu

O portal do tempo brilhava cada vez mais. A luz se intensificava a cada segundo, até o portal se abrir e uma enorme ventania sair dele. Um vento tão forte que poderia jogar o casal para longe. Link abraçou Zelda e com esforço, afastou-se com ela da frente do portal, que começava a emitir barulhos estranhos através de toda aquela ventania. Segundos após terem se distanciado o portal praticamente cuspiu uma espada muito familiar no chão, porém não ousaram se aproximar, o vento ainda era muito forte, tanto que dificultava até mesmo manter os olhos abertos. Momentos depois a ventania começou a diminuir. Quando o portal se fechou e a poeira do chão baixou, puderam ver os corpos de duas crianças jogados ali, mas o que mais os espantou não foi isso, foi o fato do garoto possuir praticamente as mesmas vestimentas verdes de Link. Se entreolharam, espantados, aproximaram-se e se abaixaram ao lado dos dois.

Estavam inconscientes. A garota tinha longos cabelos dourados, usava um vestido rosa escuro com detalhes em amarelo e uma pedra azul no peito, caíra deitada de lado. O garoto tinha cabelos louro-escuros e usava as mesmas vestes verdes de Link, caíra emborcado no chão. Os dois tinham botas de cano longo. As mãos de ambos estavam muito próximas, fazendo o casal mais velho supor que estariam de mãos dadas antes de chegarem ali.

– Link... Além de ter as mesmas roupas... Ele é extremamente parecido com você!

– A menina tem cabelos dourados que nem você e vocês também são parecidas! E aquela espada...

A princesa também olhou para a espada, mas apesar da curiosidade e da estranheza da situação, havia coisas mais urgentes no momento. Juntos, viraram o garoto para cima com cautela. Seu peito subiu quando ele inspirou profundamente para tomar mais ar e o som de um suspiro deixou seus lábios, ainda desmaiado.

– Deixe a espada pra depois. Precisamos saber se estão bem – ela falou, começando a verificar cuidadosamente se a garota também respirava normalmente e se havia possíveis ferimentos ou ossos quebrados – Parece que estão bem – porém notou um detalhe que a deixou espantada – Link, veja! O anel no dedo dela – ela ergueu a mão da garota para que Link pudesse ver melhor.

O delicado anel dourado possuía o nome “Link” gravado. O herói arregalou os olhos ao ver aquilo e tomou as mãos enluvadas do garoto, procurando sentir alguma coisa através do tecido. Quando encontrou, removeu a luva e pode ver o mesmo anel dourado, no qual estava gravado “Zelda”. Ambos entreolharam-se novamente, ainda mais surpresos, e tornaram a olhar para a espada e depois novamente para o jovem casal adormecido.

– É melhor levarmos os dois, esclareceremos isso quando acordarem.

– Sim – respondeu, colocando a luva de volta na mão do garoto.

Link prendeu a espada caída ao cinto e pegou o garoto, que obviamente era mais pesado. Fitou seu rosto, percebendo novamente o quanto era imensamente parecido com o seu, embora bem mais jovem. Zelda tomou a garota nos braços e levantou-se para segui-lo. Parou por alguns segundos a olhando. Era tão linda, parecia um anjo. Instantaneamente encantou-se por ela, mesmo sem certeza de sua identidade, e abriu um leve sorriso.

– Vamos.

Chegando ao castelo, acomodaram os dois em um mesmo quarto, que tinha duas camas. Removeram suas botas e os deitaram. A menina estava bem, mas o menino começava a desenvolver uma febre. Tiraram-lhe as luvas e o chapéu, guardando ambos em um armário, junto com o escudo, a espada, uma bolsa cheia de itens, que estava com o garoto, e os dois pares de botas. Zelda cuidara dele por boa parte da noite, sendo acompanhada por Link. Após horas aplicando-lhe um pano de compressa fria na testa, quando julgou que sua febre havia baixado um pouco, ausentou-se do quarto por algum tempo junto com Link, para se recomporem.

O som da porta se fechando chegou distante aos ouvidos da jovem Zelda, que começava a despertar. Seus olhos abriram-se e fecharam-se várias vezes até acordar totalmente e sua visão tomar foco. Sentia seu corpo levemente dormente e dolorido. Devia ter caído com tudo no chão após ela e Link serem sugados pelo portal. Ele tentara abraça-la para a proteger de qualquer possível impacto, mas o vento estava muito forte para permitir a realização de tal tarefa, e o máximo que Link pode fazer foi segurar sua mão. Olhou o lugar em volta e não o reconheceu. Estava em uma cama quentinha e macia, num quarto em tons de marrom e dourado, com um grande armário e alguns móveis e janelas. Provavelmente era noite e a iluminação estava fraca, mas isso não lhe deixou escapar a outra cama ao seu lado direito, onde Link estava adormecido.

– Link!!

Empurrou os cobertores de cima de si, finalmente percebendo a falta de suas botas, mas isso não importava. Sentiu o corpo doer novamente, principalmente do lado direito, mas ignorou, e correu até a cama dele e sentou-se ao seu lado. Havia um pano molhado, frio, em sua testa. Tocou seu rosto e o pescoço, ele ainda estava quente. Fosse quem fosse que os levara até ali, havia cuidado dele. Seu rosto parecia tranquilo e os cabelos estavam soltos, sem o gorro para prendê-los. Nada podia fazer no momento. Apenas continuou sentada ao seu lado, alisando os cabelos curtos, tentando lhe transmitir mais algum conforto.

– Dessa vez, eu não consegui te acordar, dorminhoco – falou para si mesma, tristemente, deslizando os dedos dos cabelos para o rosto de seu amado.

– Zelda...? – Ouviu-o chama-la baixinho.

– Link! Como se sente?!

Seus olhos se abriram devagar e ele olhou rapidamente em volta, mas deixou o reconhecimento do local para depois.

– Não muito bem. Sinto frio e uma fraqueza. E a dor deve ser da pancada de quando caímos. Você também sente?

– Sim, mas eu estou bem. Você me assustou tanto! – Seus olhos lacrimejaram e ela chorou, se debruçando sobre ele e o abraçando.

– Estarei bem logo, não chore – tentou tranquilizá-la, levando as mãos a suas costas para retribuir o abraço.

Já era madrugada. A princesa, agora usando roupas bem mais simples e sem suas luvas e ornamentos no cabelo, fazia seu caminho silencioso de volta ao quarto quando se deparou com a cena do casal abraçado pela porta entreaberta e se deteve. Não sendo percebida, ficou observando-os, ele havia acordado e ela estava chorando. A jovem menina ergueu o rosto e os dois beijaram-se. Nesse momento, Link apareceu atrás dela, também com roupas normais, e ela ergueu um braço a sua frente, impedindo-o de seguir e indicando a cena dentro do quarto. Mesmo estando escuro, Zelda pode notar que ele ficara ruborizado, tímido como sempre, e conteve uma risada, segurando a mão de seu querido herói e o puxando para longe do quarto.

– Se forem mesmo quem estamos pensando... – falou baixinho – De acordo com a lenda, eles... Foi a primeira vez que nós nos encontramos – falou, abrindo um sorriso.

– Como podemos ter certeza de que a lenda se iniciou com eles?

– A primeira Zelda não era uma princesa. E aquela ventania de quando os encontramos. Skyloft, a terra do céu, com vento e paz. Era uma época em que as pessoas viviam nos céus e um período muito antes do nome Hyrule sequer ser um pensamento. Os seguidores da divindade e aqueles que seguiam o mal se reuniram e batalharam. Dessa forma se iniciou a lenda de um herói vestido de verde e uma garota de cabelos dourados, que no futuro seriam conhecidos em suas diversas encarnações como o Herói do Tempo e a Princesa Zelda. É isso que está escrito nos textos antigos.

Ele não sabia o que dizer, mas sorriu em resposta, ela podia estar certa.

– Devemos falar com eles sobre isso agora?

– Vamos falar apenas o necessário. Não será bom perturbá-los agora, ainda mais com ele nesse estado. Resolveremos isso amanhã.

Ele assentiu e ela o puxou de volta ao quarto, batendo na porta, mesmo com esta estando meio aberta. Os dois jovens olharam para a porta. Link ainda deitado e sonolento, protegido pelos cobertores. Zelda sentada ao seu lado, segurando uma de suas mãos entre as suas.

– Entre – ela falou.

– Boa noite – os dois falaram juntos ao entrarem e fecharem a porta.

Todos os quatro tinham olhos azuis, o azul dos olhos das duas Zeldas um pouco mais claro que o dos olhos de seus companheiros. A princesa se encaminhou até eles e abaixou-se ao lado de Link, tocando de leve seu rosto e pescoço, enquanto o casal jovem observava o casal mais velho, os dois abismados com a extrema semelhança com eles mesmos, especialmente Link.

– Vejo que se recupera rápido. Sua febre está quase sumindo e também não está mais tremendo.

– Obrigado – Link respondeu, notando que o toque de suas mãos era tão suave e cuidadoso quanto o de sua Zelda.

– Muito obrigada por cuidar do Link quando eu não pude!

Ela lhes deu um doce sorriso e novamente espantou-se ao ouvir o nome do jovem. As evidências cresciam cada vez mais.

– O seu nome é Zelda? – Ela lhe perguntou, fazendo a jovem assustar-se.

– Como sabe?!

– Vocês viram nossos anéis? – Link perguntou.

– Sim, mas não foi só isso que nos levou a saber seus nomes.

– De onde vocês vêm? – O Link mais velho lhes perguntou.

– De Skyloft – seu eu mais jovem respondeu – Onde estamos?

– Em Hyrule.

Durante alguns segundos de silêncio apenas olharam uns para os outros, ainda estranhando bastante a situação.

– Conversaremos amanhã. Vocês estão cansados e Link ainda não está bem – mesmo sendo óbvio que ela já conhecia seu nome, ele espantou-se – Suas coisas estão guardadas naquele armário – lhes indicou um grande armário bem à frente das camas – Inclusive o escudo e a espada. Eu lhes enviarei alimento e roupas. Descansem por hoje e não hesitem em chamar um de nós se for necessário ou se Link não se sentir bem. O nosso quarto fica na terceira porta à esquerda a partir deste – a princesa lhes instruiu.

– Ah...

– Pode falar querida – disse para sua eu mais nova.

– Vocês... São casados?

– Sim – Link respondeu com um sorriso, e só então notaram anéis brilhantes em seus dedos também.

– Me desculpe por perguntar, e mais uma vez, obrigada.

– Não se preocupe, não há nada de errado – sorriu para tranquiliza-la – Ainda falta tempo até a manhã chegar, então agora descansem. Boa noite.

– Boa noite – Link falou, deixando o quarto junto com Zelda e fechando a porta atrás de si.

– Eles não nos perguntaram mais nada... Além de serem muito compreensivos, nos olham como se soubessem mais sobre nós do que nós mesmos.

– Tem razão. Mas amanhã esclareceremos isso e talvez possamos entender toda essa bagunça e porque estamos aqui. Agora descanse, dorminhoco – ela lhe falou, voltando a acariciar seus cabelos.

Ele sorriu e fechou os olhos, aproveitando o suave toque.


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