Por amor... escrita por MarieMatsuka


Capítulo 2
O Sussurro


Notas iniciais do capítulo

Hey folks, espero que estejam gostando da minha fic, pois estou amando escreve-la... rs



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Abri os olhos para a imensidão da noite, porém eu não estava mais em minha cama. Eu me encontrava no chão de uma floresta, banhada pela intensa luz da lua. Eu podia ouvir cada mínimo ruído emitido pela floresta. O ruído das folhas balançando ao vento, grilos, o som de água corrente, pequenos roedores. Mas o que me inquietava era o fato de eu não me lembrar de como havia chegado até ali. Decidi explorar o local.

Sentei-me na relva molhada da floresta. Tudo parecia tão vivo, eu nunca tinha reparado no quão linda é uma floresta, em toda a sua quietude e inquietude. Observei em volta, mas não havia sinal de movimento próximo a mim, a não ser pequenos roedores e insetos. Cada músculo do meu corpo estava relaxado de uma maneira fora do comum a mim. Levantei-me, notando que minha calça branca estava completamente suja de terra. “Excelente...”, pensei.

Caminhei por cerca de 2 km sem encontrar nenhum indício do que, ou quem, havia me levado até ali. Após mais alguns metros de caminhada por entre as árvores, comecei a escutar um sussurro. Algo que destoava dos sons emitidos pela floresta. Eu não conseguia compreender o que era sussurrado, e nem encontrar a direção de onde vinha o dito sussurro. Mas eu não consegui ficar preocupado, ou irritado com isso. Tudo o que eu sentia era apenas umas estranha paz. De repente, nada mais importava, apenas descobrir quem sussurrava, e o que.

Após caminhar mais alguns metros, o sussurro tornou-se um pouco mais nítido, e eu pude entender o que ele dizia. “Miguel...”, dizia o sussurro. Era uma voz de mulher, suave, mas ao mesmo tempo triste. Não consegui me conter. Comecei a procurar a origem do sussurro, buscar quem tanto clamava por mim. Era uma força irracional que me movia, eu não sabia explicar. Apenas me movia com velocidade, o desespero de não encontra-la apoderando-se de mim.

Foi então que eu cheguei a uma clareira. Era pequena, possuía apenas uns dois metros de largura. Lá o sussurro era mais alto, e eu olhava em volta apressado, na esperança de encontrar a mulher que chamava por mim. No instante em que eu me virei para o norte da clareira, eu tive o vislumbre de duas pessoas em pé na borda da clareira. Duas mulheres. Mas no instante seguinte, um lampejo prateado brilhou em meus olhos, e uma flecha prateada atravessou meu peito, com tanta intensidade que me fez tombar para trás.

Abri os olhos assustado, pois havia caído da cama, direto para o chão.

“Um sonho...”, foi meu primeiro pensamento ao acordar. “Mas parecia tão real...”.

Olhei em volta. Ainda estava escuro, provavelmente era por volta das 4:00 da manhã. Eu ainda estava sonolento, mas mil me pensamentos me ocorriam no momento. No entanto, apenas um importava:

“A mulher...”.

Antes de ser atingido pela flecha prateada, eu havia visto duas pessoas na borda da clareira. Duas mulheres. Apesar de estar escuro, consegui ver algumas características delas antes de “morrer”. Ambas tinham aproximadamente a mesma altura, algo em torno de 1,65 metros, vestidos longos e em tons escuros. Cabelos escuros, porém a que estava com o arco em punho, estava com ele preso em uma trança. Mas não foi ela que me chamou a atenção durante os poucos segundos em que as vi. Foi a mulher ao seu lado, que era parecida com ela, a princípio. Ela tinha os cabelos soltos ao vento, compridos e escuros, chegando na altura a cintura. Também estava com um arco, mas este estava em suas costas. Seus olhos, de um azul tão intenso, que até mesmo na escuridão da floresta, eu pude vê-los claramente. Ela parecia jovem, 20 anos no máximo. E era linda.

“Mas que droga, desde quando me tornei sentimental? Desde quando vejo beleza em florestas, e em mulheres desconhecidas? Mas que droga, esta guerra está tirando-me a razão, enlouquecendo-me!” pensei, mas sem me convencer de fato de minhas palavras.

“Acho que vou apenas voltar a dormir...”, decidi.

Levantando do chão, e indo em direção a cama, tentei esquecer da voz da mulher, e de seus olhos. Sem muito sucesso. Me enfiei embaixo dos cobertores, e puxei-os até a altura do queixo, sem razão nenhuma aparente, apenas por ser mais confortável. Virei de lado, e tentei ignorar a sensação de solidão que de repente se apossou de mim. As vezes isso acontecia, esse vazio. Todas as vezes eu o ignorava, como quase todos os outros sentimentos. Mas dessa vez eu não estava conseguindo. Fechei os olhos, começando a relaxar.

“Eu queria que ela fosse real...”, pensei, já adormecendo.

Dormi um sono sem sonhos dessa vez.


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