Apenas uma donzela indefesa escrita por Cielly


Capítulo 1
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Já era tarde, o sino da igreja badalava oito vezes. A lua ao topo do céu iluminava a pele clara e aveludada da jovem com o sobretudo preto. Seus lábios vermelhos e carnudos contornavam aquele sorriso esplendido e que refletia a luz branca do satélite natural. Ela saia do trabalho tranquila, querendo apenas chegar em casa e dormir, o dia fora corrido. Os saltos de marca faziam "clap clap" enquanto ela caminhava pela calçada de asfalto.

Dirigia-se até seu carro normalmente, como fazia todo dia. Abriu a porta do lado do motorista, entrou e sentou-se. Dirigiu tranquilamente e sem trânsito até chegar ao prédio amarelo-creme e estacionar seu carro logo a frente dele, acionando o alarme e entrando no prédio logo após. Subiu um lance de escada apenas, seu apartamento ficava no andar acima ao térreo, o primeiro andar. Destrancou a porta com duas fechaduras de oito, entrou e trancou-a de novo. Dirigiu-se à sala, jogou sua bolsa no sofá vermelho logo a frente da mesinha baixa com alguns livros jogados, ligou a televisão, retirou o sobretudo preto e o pendurou no "pendura-casacos" que tinha na sala, deixando à mostra seu uniforme; uma roupa formal composto de uma saia azul com um pequeno corte do lado para confortar o caminhar, uma blusa social branca com apenas o primeiro botão aberto, deixando a sensação de decote, um terno azul-marinho da mesma cor da saia e uma meia-calça bege clara para não esconder suas pernas em uma bela forma. Soltou seus cabelos ruivos, compridos até o quadril e foi até a cozinha pegar um copo d'água.

Pegou o copo de cristal, na cristaleira de vidro ao lado do balcão onde ela costumava preparar a comida e o encheu de água da pia mesmo, estava com preguiça de abrir a geladeira. Lentamente levou o copo com o líquido transparente e que refletia uns brilhos sob o cristal que já refletia a luz da lâmpada branca do cômodo até sua boca, quando escuta um barulho um tanto estranho vindo do... Quarto de hóspedes? Não se lembrava bem de qual nome dizia a quem perguntava sobre aquele cômodo. Antes mesmo de encostar o copo na boca, virou o rosto na direção daquela porta branca, fechada sem tranca nenhuma, apenas uma porta comum em um apartamento comum. Apenas o quarto de hóspedes.

Da mesma maneira como havia levado o copo à boca, o colocou apoiado na bancada de mármore ao lado da cristaleira. Foi até a gaveta que ficava ao lado da geladeira que era ao lado do fogão, abriu e pegou um objeto diferente que aparentava ser uma caixinha com uma abertura estranha. Abriu aquele objeto, deixando à mostra a arma branca, que cintilava mais que o copo de cristal exposto a luz de tão afiada e bela. Segurou-o corretamente e foi andando lentamente com um pequeno sorriso doce em direção a porta-branca-comum, fazendo "clap clap" com o salto ao caminhar no piso de madeira bruta. Colocou sua mão esquerda sobre a maçaneta redonda, girando-a lentamente e abrindo a porta que fez um rangido de doer os ouvidos. Ela olha para a figura mascarada caída no chão, que parecia segurar uma espécie de saco preto na mão direita e também parecia um tanto assustado. Os olhos do homem mascarado estavam fixados em cada contorno daquele cômodo, ele percorria com sua retina, cada centímetro do quarto. Suando por de baixo da máscara preta improvisada de uma touca de crochê qualquer com dois buracos onde se encontravam seus olhos ele observava cautelosamente o aquário de formol, a maca de metal com algo que ele não pretendia saber o que era em cima, tapado por um lençol branco e fino perfeitamente limpo. Logo ao lado, a mesa de alumínio com os instrumentos cirúrgicos completamente esterilizados e limpos. O ar daquele cômodo era pesado e um tanto fétido por culpa do formol e aquilo que se encontrava sobre a maca cirúrgica. O homem mascarado vira seu rosto lentamente em direção à moça que estava o observando com um sorriso que deixara de ser doce, dando lugar a um sorriso psicótico e amedrontador por sua expressão. A boca da mulher se mexia lentamente, que dizia: "Escolheu a 'donzela indefesa' errada esta noite.". E gritos foram ouvidos.


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